Também conhecido como lírio-do-nilo, o agapanto é uma planta que pertence ao gênero da subfamília Agapanthoideae, que está ligada à família das plantas com flores Amaryllidaceae. As flores do agapanto costumam aparecer entre maio e junho. O termo “agapanthus” vem de duas palavras gregas: ágape e anthos. A primeira significa “amor” e o segundo termo significa “flor”. Ou seja, o agapanto seria uma espécie de “flor do amor”.
Características
Agapanto é um gênero de plantas herbáceas perenes que florescem principalmente no verão. As folhas são basais, curvas e lineares, e podem chegar até 60 cm de comprimento. Essas plantas são coriáceas (semelhantes ao couro e fáceis de quebrar) e, normalmente, ficam separadas em duas fileiras opostas. Elas têm um caule majoritariamente subterrâneo chamado rizoma (parece uma raiz de gengibre) que é usado como órgão de armazenamento de energia. As raízes, que se propagam a partir desse rizoma, são grossas, carnudas e têm uma tonalidade branca.
A parte em que ficam as flores é um pedúnculo (haste que segura um conjunto de flores). Essa haste fica abaixo de duas grandes brácteas no ápice de uma estrutura longa e ereta, com até 2 m de altura. O agapanto têm flores tubulares ou em forma de funil e seus tons que variam entre o azul e um roxo esbranquiçado. Alguns híbridos dessa planta têm cores não encontradas em plantas silvestres comuns. Vale ressaltar que o agapanto não possui a química distintiva da subfamília Allioideae.
Cidadã do Mundo
Algumas espécies de agapanto são comumente conhecidas como lírio-do-nilo ou lírio africano no Reino Unido. Embora não sejam lírios e todas as suas espécies sejam nativas da África Meridional (África do Sul, Lesoto, Suazilândia, Moçambique), algumas delas se tornaram naturais em vários países do mundo: Austrália, Grã-Bretanha, México, Etiópia, Jamaica, entre outros.
Linhagem da Planta
A linhagem a qual pertence o agapanto tem sido objeto de debate desde a criação dessa planta. No Sistema de Cronquist, o gênero foi colocado em uma família chamada Liliaceae, que foi definida de forma muito ampla junto com outras monocotiledôneas lilióides. Em 1985, alguns pesquisadores associaram o agapanto à subfamília Alliaceae.
Em 1996, após uma análise filogenética das sequências de DNA do gene rbcL , o lírio-do-nilo foi removido do grupo Alliaceae e associado à família Themidaceae. Depois disso, alguns estudiosos descobriram que o agapanto era um dos irmãos da família Amaryllidaceae e resolveram transferi-lo para esse grupo.
O problema é que a mudança de linhagem não foi aceita pelo Grupo para a Classificação Filogenética das Angiospérmicas (Angiosperm Phylogeny Group – APG). Em 1998, foi publicado o sistema original da APG, que deslocou o agapanto para outras famílias. Esse sistema reconheceu o lírio-do-nilo em três famílias distintas: a Agapanthaceae, a Alliaceae sensu stricto e a Amaryllidaceae sensu stricto.
Tipos de Agapanto
O agapanto é uma planta que possui muitas variações de gênero apesar de todos serem parecidos, com formato de longas tiras em suas folhas e rizomas bem grossas. Por causa dessas variações, os botânicos tiveram dificuldades em classificar e subdividir os grupos dessa espécie.
No ano de 1965, a botânica sul-africana Frances Leighton (1909-2006) apresentou um estudo do gênero Agapanthus no qual foram reconhecidas dez espécies diferentes. Seis dessas espécies eram decíduas (A. caulescens, A. campanulatus , A. coddii, A. inapertus, A. dyeri e A. nutans) e quatro delas eram perenifólias (A. africanus, A. comptonii, A. praecox e A. walshii).
Entretanto, depois de compararem coisas como o DNA nuclear, vitalidade do pólen e cor das plantas, chegou-se à conclusão de que existem apenas quatro espécies caducifólias (Agapanthus caulescens, Agapanthus campanulatus, Agapanthus coddii e Agapanthus inapertus) e mais duas perenifólias (A. praecox e A. africanus), com o resto sendo consideradas subespécies.
Modo de Cultivo
O lírio-do-nilo pode ser cultivado em zonas cuja resistência varia entre os níveis 9 e 11 segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em zonas de resistência que possuem menor avaliação, os rizomas devem ser colocados de forma mais profunda no solo e protegidos de alguma forma durante o outono.
O agapanto pode ser propagado por meio da divisão de grupo de aglomerados ou então através da plantação de sementes, pois a grande maioria delas é fértil. Em algumas regiões, alguns agapantos são listados como espécies invasoras de plantas. Na Nova Zelândia, ele é classificado como uma “erva daninha ambiental” devido à sua facilidade de expansão.
Resistência e Aparência
Vários tipos de agapanto são utilizados como plantas de decoração para parques e jardins. Como essas flores são resistentes e se adaptam aos ambientes que vivem com muita facilidade, cultivá-las não é uma tarefa tão difícil. Uma evidência do quão resistente é o agapanto é o tanto que ele é encontrado nas estradas e nas autoestradas.
O surgimento dessas plantas começa no fim da primavera e se estende durante todo o verão. Elas podem crescer tanto sob a luz sol quanto protegidos parcialmente por uma sombra. Os agapantos conseguem suportar qualquer tipo de solo, mas o ideal é plantá-los em solos férteis e com boa profundidade.
Essa planta precisa de muita irrigação tanto na primavera quanto no verão. Por outro lado, no inverno não é necessário irrigá-la de forma tão intensa. Plantar muitos agapantos no outono é uma boa maneira de multiplicá-los.
Pragas
De forma geral, os agapantos são resistentes a pragas, não sendo muito atacados ou afetados drasticamente por quase nenhuma delas nos jardins em que vivem. No entanto, desde o início do século XXI essas plantas são vítimas de uma mariposa que vem do extremo sul da África do Sul. Cientificamente, o nome dessa praga é Neuranethes spodopterodes e ela causa uma doença na planta chamada Agapanthus Borer.
As larvas da mariposa perfuram as flores que brotam e, à medida que amadurecem, abrem caminho em direção às raízes ou emergem do caule e caem para se alimentar das folhas ou dos rizomas. Um ataque severo promove podridão e pode atrofiar e até mesmo matar a planta; as plantas que sobrevivem geralmente perdem a maioria de suas flores e não conseguem produzir a quantidade desejada de pétalas para decorar o ambiente.
Embora essas mariposas sejam invasivas e tenham emergido como praga, não são invasoras exóticas e sim uma espécie que foi transportada: ela foi trazida inadvertidamente de seu habitat natural para as regiões mais ao norte do país. Na sua variedade original, a mariposa não é de importância hortícola, sendo controlada por inimigos naturais que ainda não foram identificados nem importados junto com as plantas hospedeiras.