A caatinga é um bioma terrestre de clima semiárido, cuja vegetação tem poucas folhas e estas são adaptadas para o clima seco. Além disso, a caatinga apresenta uma biodiversidade muito rica.
Neste artigo, iremos conhecer a caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro! E fique tranquilo caso você não saiba o que é um bioma, ou no que consiste uma vegetação ou uma flora, explicaremos esses conceitos aqui neste texto também.
O Bioma Caatinga
Um bioma consiste em uma unidade biológica ou em um espaço geográfico caracterizado por conta de seu macroclima, de sua fitofisionomia, de seu solo, de sua altitude, dentre muitos outros aspectos. Sendo assim, a caatinga é um bioma caracterizado por seu clima demasiadamente seco, sua vegetação adaptada para seu clima seco, seu solo, que varia muito de acordo com a área, entre outros aspectos que veremos a seguir.
A caatinga, como já foi dito anteriormente, é um bioma exclusivo do Brasil; e está presente nos seguintes estados na região nordeste do país: Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia; e, na região sudeste, encontra-se em parte do norte de Minas Gerais. A caatinga compreende cerca de 850.000 km², aproximadamente 10% do território brasileiro.
Por conta da exploração de seus recursos naturais, hoje a caatinga é classificada como o bioma brasileiro mais fragilizado. Há centenas de anos este bioma é ocupado e, sendo assim, também muito explorado; o uso insustentável de seus solos e de seus recursos naturais ao longo dessas centenas de anos, somando à imagem do local que é aparentemente pobre e extremamente seco, fizeram com que a caatinga tenha se tornado um bioma demasiadamente degradado. Porém, algumas pesquisas recentes estão revelando, contra as expectativas, uma riqueza em termos de biodiversidade do bioma em questão!
A caatinga possui poucos indivíduos habitantes, e a variedade de suas espécies também não é muito ampla. Apesar disso, já foram registradas nela 45 espécies de anfíbios, 95 de répteis, 975 de aves, 148 de mamíferos e 240 de peixes; resultando, assim, num total de 1225 espécies de animais vertebrados. Quanto aos invertebrados, não há muitos dados. Alguns vertebrados típicos da caatinga são o gambá, o veado-catingueiro, a cutia, o sapo cururu, e a ave que corre grave risco de extinção, a ararinha-azul.
A Vegetação da Caatinga
A vegetação consiste, basicamente, na vida vegetal que existe em determinado local da natureza; sendo esta composta por um conjunto de plantas e, pela vida em seus solos em geral. Este conjunto vegetal existe de acordo com as condições físicas de um local, tais como clima, luminosidade, calor, solo e a disponibilidade de água. Estes são fatores cruciais para determinar a adaptação de uma espécie em uma determinada região.
A vegetação da caatinga é majoritariamente composta por arbustos, como a aroeira, o angico e o juazeiro, por bromélias, como caroá, e por cactos, como o mandacaru, o xique-xique e o xique-xique do sertão. A seguir, daremos um exemplo concreto de como estas árvores são adaptadas para as condições físicas de seu habitat natural. Em épocas de seca, os arbustos costumam perder quase todas as suas folhas, e isto consiste em uma propriedade utilizada para evitar a perda de água através da evaporação. Além disso, os galhos retorcidos e as raízes muito profundas também são características que demonstram a adaptação ao habitat seco.
A caatinga é formada por um tipo de formação campestre de vegetação aberta, que também é considerado sinônimo de “savana estépica”. Este bioma apresenta a vegetação típica de regiões semiáridas, ou seja, com perda de folhagem pela vegetação durante a estação de seca.
Uma divisão geral que pode ser feita neste bioma é entre o agreste e o sertão. O agreste seria uma faixa de transição entre o interior seco (conhecido como sertão) e a Mata Atlântica (conhecida por Zona da Mata). Enquanto o sertão apresenta uma vegetação rústica. Há ainda outras subdivisões, o Seridó, o Curimataú, a Caatinga e o Carrasco. Sobre os tipos de vegetação, a caatinga do seridó é considerada uma transição entre campo e a caatinga arbórea. E, Cariri, a caatinga que apresenta uma vegetação menos rústica.
A Flora da Caatinga
Flora é um termo que abrange menos do que vegetação. A flora diz respeito apenas à composição das espécies do bioma. Sendo assim, informamos que, até hoje, foram registradas cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas na caatinga.
Outros exemplos de plantas que habitam a caatinga seriam o umbuzeiro, a palma, o mandacaru, o cajueiro, a cajazeira, o ipê amarelo, o faveleiro, a oiticica, a jurema, a carnaúba, e, obviamente, a catingueira.
A Degradação da Vegetação da Caatinga
No passado, os especialistas acreditavam que a caatinga não passava do resultado da degradação de formações vegetais, aparentemente, mais ricas, tais como a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica. Essa crença sempre levou ao preconceito de que o bioma seria homogêneo, com uma biota considerada pobre em suas espécies e em seus endemismos.
Por conta desta crença, desde o início da colonização do Brasil, o bioma foi muito degradado por não parecer alterado ou ameaçado; neste processo, muitas das suas espécies nativas foram levadas à extinção, principalmente aquelas de grandes mamíferos.
Porém, apesar desta sua aparência, estudos e compilações de dados atuais mostram a caatinga como sendo um bioma rico tanto em biodiversidade e endemismos, quanto em heterogeneidade.
Sendo assim, os estudiosos se deram conta de que muitas das áreas que eram consideradas primárias são apenas o resultado da interação entre o homem nordestino e o seu ambiente, por conta de uma exploração intensa que ocorre desde meados do século XVI. E, Levando em conta dados do ano de 2009, a caatinga já havia sofrido desmatamento equivalente a 46,6% de sua vegetação original. De seus 826.411 km² de área original, vegetação nativa, teríamos preservado apenas 441.201 km². Hoje, 70% da caatinga já se encontra degradada pelo ser humano, enquanto apenas 7% de sua extensão está sob a proteção de unidades de conservação.
Como resultado deste preconceito com a aparência do bioma, que levou à sua exploração sem que se dessem conta dos danos, hoje ele é considerado um patrimônio ameaçado, sendo classificado como o bioma brasileiro mais fragilizado.