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Tudo Sobre o Vulcão Kilauea

O que se sabe sobre o vulcão Kilauea, é que ele é o resultado da constituição física do planeta. O seu interior, como sabemos, é constituído por placas (placas tectônicas) que, encaixadas entre si, deslizam, constantemente, sobre imensas quantidades de lava.

Em uma espécie de ciclo, essa lava (ou magma) ocasionalmente endurece e derrete quando mergulhada nesse imenso caldeirão fervente.

E esse esfriar e aquecer das suas superfícies, é o que se conhece como “convecção” — a responsável por manter essas placas tectônicas em constante movimento, hora tocando-se, hora apenas encostando levemente umas nas outras, ou mesmo criando espaços entre elas.

Esse fenômeno pode muito bem ser descrito como um processo de “renascimento”da superfície terrestre, que se renova com o afastamento das placas, e destrói-se quando elas colidem.

O que acontece, de forma bastante didática, é que a maioria dos vulcões estão sobre trechos onde ocorre, com frequência, esse afastamento (ou renovação) das placas tectônicas, e que acaba dando passagem para toda a lava que encontra-se no interior da terra.

Esses são os vulcões com maiores incidências no globo, apesar de receberem menos atenção dos estudiosos, pois costumam originar-se no fundo dos oceanos.

Em muitos casos, as placas tectônicas do continente também colidem com placas tectônicas dos oceanos. Quando isso ocorre, as oceânicas simplesmente atravessam por baixo das continentais (por terem uma maior estrutura). E é justamente nessa falha (ou intervalo) entre ambas as placas, que o magma contido no interior do planeta aproveita para escapar.

Mas o Que se Sabe Sobre o Vulcão Kilauea?

Na verdade, tudo isso condiz com o que se sabe sobre o Vulcão Kilauea, pois o que ocorre no Havaí — um arquipélago há milhares de quilômetros do continente, e bem no meio do Pacífico — difere essencialmente dos fenômenos citados acima, e produz efeitos bastante peculiares e característicos dessa sua condição.

O subsolo desse arquipélago é constantemente alimentado por magma, em um fenômeno conhecido como “hot spot” ou “ponto quente”— uma espécie de reservatório de magma (semelhante a uma bolha), diariamente abastecido por materiais oriundos dessa movimentação das placas tectônicas.

Placas Tectónicas Vulcão Kilauea
Placas Tectónicas Vulcão Kilauea

O resultado dessa constituição é inevitável: O magma, sempre presente no subterrâneo, termina por criar uma abertura — como uma espécie de ferida, a transbordar lava ininterruptamente, até que se formem verdadeiras ilhas desse material.

E no meio do Oceano Pacífico, elas se formaram! Imponentes! Exuberantes! Como a Big Island ou, simplesmente, Ilhas Havaianas — um verdadeiro “santuário de vulcões” bem no centro do majestoso Oceano Pacífico.

Uma obra de arte da natureza!, onde está incrustada a maior montanha do planeta, o Mauna Kea, um colosso com cerca de 10.203 m de altitude, e que, semelhantemente ao Kilauea, convida, diariamente, os habitantes da ilha para uma dura e desafiadora luta pela sobrevivência.

Todas as Verdades e Mitos sobre o Vulcão Kilauea

Bem, agora que sabemos um pouco mais sobre as peculiaridades que caracterizam vulcões como o Kilauea, tratemos, especificamente, das suas características.

O Kilauea, juntamente com o Mauna Kea e o Mauna Loa, completa a tríade de vulcões que praticamente dominam as atenções na imponente e misteriosa Big Island — ou, simplesmente, Havaí.

Trata-se de uma exuberância da natureza que, apesar de não impressionar pelo tamanho (sequer atinge os 1.300m), impressiona bastante pelo seu vigor.

Ele encontra-se no meio de uma região habitada, e em atividade há quase 35 anos! — configurando-se como uma das manifestações da natureza com o maior potencial de destruição que existem.

Não são apenas lendas tudo o que se diz sobre o Kilauea. O seu nome, de acordo com estudiosos, tem o sugestivo significado de “aquele que cospe”, em uma clara alusão à sua principal característica de manter-se em constante atividade desde a sua formação.

A Fúria do Vulcão Kilauea no Havaí
A Fúria do Vulcão Kilauea no Havaí

Lá se vão quase 100.000 anos desde que o Kilauea veio ao mundo, a partir de uma fenda em pleno Oceano Pacífico, seguida de dezenas de milhares de anos de transbordamento de lava suficiente para moldar a sua estrutura.

Hoje, ele representa um verdadeiro “flagelo da natureza”!, pois desde o mês de maio vem desafiando o governo americano, ativistas ambientais e nativos com as suas constantes e avassaladoras erupções.

Cinzas e uma espessa fumarada, que atingem mais de 8.000m de altura; turistas e população local apreensivos; trânsito interrompido; fornecimento de água e luz comprometido; notícias que se espalham repletas de equívocos e mistificações, entre outros transtornos, têm tornado as rotinas da população local em um desafio constante.

Tudo isso desde que inúmeras explosões, seguidas por derramamentos de lava, puderam ser observadas em seu cume principal e nas fissuras.

Tudo o que se sabe, até agora, sobre essas explosões, é que uma atividade anormal do seu ponto quente estaria por trás do fenômeno, já que derramamento de lava, seguido de explosões, não são habituais no Kilauea.

Por ser constituído, basicamente, de lava à base de basalto (bem mais leve), dificilmente ele causa explosões, o que tem intrigado a todos, tanto especialistas como também os nativos da região.

Um Caso à Parte na Natureza

Não há dúvidas de que as peculiaridades que envolvem as ilhas havaianas contribuem, e muito, para essa característica de agressividade do Kilauea.

Como se sabe, o arquipélago é um evento magnífico, que surge, imponente, bem no meio do Oceano Pacífico. E nele, as interações entre as placas tectônicas ocorrem de modo diverso do que é comum.

Na verdade, o fato de um vulcão manter-se a tanto tempo em atividade não é, necessariamente, um fenômeno isolado. Inúmeros outros vulcões estão em atividade, nesse exato momento. No entanto, o simples fato de estar localizado em uma região habitada, faz com que as suas consequências despertem uma atenção bem maior do que o que seria normal.

Mas o que se pode considerar como quase um consenso, é que a existência desse hotspot ou “ponto quente” nas profundezas do interior do Kilauea tem uma relação direta com esses eventos.

Como se sabe, uma das principais características de um hotspot é permanecer no subsolo como uma espécie de reserva constante de magma suficiente para expelir quando é provocado. E é justamente o fato de não ser influenciado pelos deslocamentos das placas tectônicas (e permanecer ali, constantemente) o motivo para que seja assim tão ameaçador.

Diagrama do Vulcão Kilauea
Diagrama do Vulcão Kilauea

Isso faz com que, entre outras coisas, as suas reações sejam completamente imprevisíveis, e praticamente impossível alertar a comunidade local sobre o próximo evento.

E essa última experiência serviu como uma espécie de alerta para a população, que conseguiu deslocar-se a tempo de evitar uma tragédia com dimensões incomensuráveis.

Mas o estado de alerta continua, e não há previsão alguma de quando ele será suspenso. E de acordo com as autoridades, o que resta mesmo é observar todas as informações exaustivamente repassadas sobre tudo o que diz respeito às últimas atividades do Kilauea. Uma das reações mais desafiadoras, enigmáticas e agressivas que a natureza já produziu nos últimos tempos.

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