Tudo o que se possa dizer sobre o Vulcão Etna não será suficiente para explicar a sua importância para o Velho Mundo.
Ele é simplesmente o maior, o mais ativo e um dos 10 mais famosos vulcões da Europa; e não por acaso está, vaidosamente, incrustado na região leste da Sicília (sul da Itália), tendo como vizinhos ilustres as belíssimas cidades de Messina e Catânia.
O Etna possui cerca de 3.343m de altura, uma base com quase 140m, além de uma história de quase 100 mil anos de atividades vulcânicas.
A sua estrutura geológica é formada por alguns níveis, que partem da sua base até a algumas centenas de metros. Nesse trecho, ainda podemos observar vida entorno do Etna, na forma de uma vegetação característica, com belos exemplares de oliveiras, limoeiros, laranjeiras, vinhas, entre outras culturas.
O problema é quando vamos nos aproximando mais do topo! Ainda podemos encontrar variedades de bosques, uma vegetação arbórea, exemplares de pinheiros, oliveiras, castanheiros, entre outros. Só que agora percebe-se, claramente, uma tendência para espécies mais resistentes e com capacidade de adaptarem a um solo que, aos poucos, vai se tornando mais pobre.
E isso é o que vemos ao nos aproximarmos do topo do Etna: os resultados das suas várias erupções, que ajudaram a produzir um solo repleto de fragmentos e de pedaços de rochas vulcânicas, bastante arenoso e sem vida – como um imenso quadro desértico e quase lunar.
Desde o mês de setembro as autoridades sicilianas adotaram o nível “amarelo” como alerta à população local, devido às últimas erupções, cuja característica de imprevisibilidade torna o vulcão ainda mais ameaçador.
E tudo o que se sabe, até agora, sobre as últimas erupções do vulcão Etna, é que trata-se de eventos de grau médio, mas que, apesar disso, exigem que a população mantenha-se em estado de alerta para uma possível necessidade de evacuação.
Tudo o Que se Sabe Sobre Erupções do Vulcão Etna
Acredita-se que o Etna seja o resultado de quase 2,5 milhões de anos de sucessivas alterações geológicas, que foram a característica do período conhecido como Proterozoico.
Mais tarde, a partir dos últimos 100 mil anos, inúmeras erupções, na forma de efusões de lava, acabaram moldando a sua estrutura, e dando-lhe a característica de um estratovulcão constituído, basicamente, por lava endurecida.
Por estar numa zona de colisão de placas continentais (a euroasiática e africana), o Etna mantém-se constantemente ativo, já que inúmeras falhas (com enorme capacidade de se distenderem) permitem uma constante vazão de magma do seu interior.
Isso faz com que o Etna seja o vulcão com mais tempo em atividade na Europa, mas também um dos que são mais cercados por lendas e mitos.
Como a de que o “Deus do Metal” Hefesto (para os gregos) ou Vulcano (para os romanos), por exemplo, estaria nas suas profundezas constantemente envolvido em sua forja, a preparar os metais utilizados pelos deuses e semideuses.
Tífon, o “monstro que produz outros monstros”, também habita o seu interior (de acordo com a lenda), e de forma ainda mais ameaçadora promete ascender até à superfície para a completa destruição do mundo.
São várias lendas e histórias, como aquela que diz que os cartagineses, no final do séc. VI a. C., teriam se rendido às ameaças do vulcão, e desistido de atacar as cidades de Messina e Catânia, em um dos episódios mais lendários da história da Sicília.
Completam algumas das suas principais manifestações, a famosa erupção ocorrida no final do séc. XIV, cuja principal vítima foi o Mar Mediterrâneo, que teria recebido milhões de m³ de lava, enquanto a ilha era intoxicada por gases repletos de substâncias químicas venenosas.
Também outras erupções bastante impactantes, como as que ocorreram nos sécs. XVII, XIX e XX; culminando com o famoso evento do ano de 1983, que ajudou a tornar o Etna conhecido pelas novas gerações.
Curiosidades Sobre o Vulcão Etna
1.O Vulcão foi Fotografado em 3D Diretamente do Espaço
O Etna teve a honra de ter sido o ponto escolhido para as primeiras fotos em 3D do planeta Terra.
A foto só foi possível graças a uma tecnologia conhecida como “radar bi-estático”, utilizada pelos satélites alemães TanDEM-X e TerraSAR-X, do Deutsches Zentrum für Luft – und Raumfahrt, DLR, que é capaz de produzir um sinal produzido na forma de um algoritmo detectado por sistema de dispersão.
Agora tudo o que se quiser saber sobre as consequências e prenúncios das erupções do vulcão Etna pode ser obtido por meio de imagens com precisão de até 11 metros, que mostram as cidades de Messina e Catânia na forma de pequenas manchas claras na foto onde se destaca o vulcão.
O grande mérito desse tipo de foto, de acordo com os técnicos do Centro Espacial Alemão, é o de poder registrar detalhes, como as alterações climáticas provocadas pelas erupções, a evolução das correntes marítimas, a formação de tsunamis, entre outros fenômenos resultantes das manifestações vulcânicas.
2.O Etna Agora é um Patrimônio Mundial da Unesco
Desde o mês de junho de 2013, o Etna é um Patrimônio Mundial da Unesco. A honraria foi concedida durante a reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) na cidade de Phnom Penh (capital do Camboja).
O comitê o elegeu um “Tesouro Natural e Cultural Global”, juntamente com o Monte Fuji (Japão), o Deserto da Namíbia, a Villa Médici da Renascença, os Jardins da Toscana, o Palácio Golestan (em Teerã), entre outros locais.
Estes, assim como o Vulcão Etna, agora possuem um “considerável valor universal para a humanidade”, e que deverá ser preservado pelos seus cidadãos, com vistas a permitir a sua apreciação pelas gerações futuras.
3.Um Solo Rico e Bastante Fértil
Já se conhecia bastante sobre tudo o que diz respeito ao solo do vulcão Etna – sua riqueza e fertilidade.
Não é surpresa para ninguém, por exemplo, o poder da famosa Dieta do Mediterrâneo, composta pelo que há de mais rico e nutritivo em vegetais e frutos do mar da região.
Mas agora já se sabe, também, que o Etna pode ser um parceiro dos que lutam, incansavelmente, contra o excesso de peso – e sem obter qualquer resultado satisfatório.
E tal parceiro, ao que tudo indica, é o extrato seco das folhas da laranja Moro, um cultivar típico do entorno do vulcão e extremamente rico em antocianinas – um composto antioxidante, capaz de realizar uma verdadeira faxina no organismo.
4.A Lenda de Santa Ágata
As lendas que envolvem o vulcão Etna multiplicam-se às dezenas. Ele seria, por exemplo, a morada do deus Hefesto e do monstro Tífon. Uma das suas cavernas seria também a morada do espírito do Rei Arthur. E até mesmo a venerável rainha Elizabeth I teria escolhido o vulcão como a sua residência perpétua.
Também há uma lenda que diz que no ano de 251 d.C., em Catânia, havia uma certa jovem chamada Ágata, filha de nobres sicilianos que, acusada de bruxaria, foi cruelmente torturada com fogo até morrer sob os escombros do Monte Etna após um terremoto na região.
O que se diz é que agora a santa seria uma espécie de protetora daquela comunidade. Uma condição que, segundo os seus fiéis, se confirmou quando, durante uma erupção do vulcão em 252 d.C., uma simples invocação do seu nome e a oferta do véu que ela utilizava quando da sua morte, foram o suficiente para acalmar a fúria do vulcão, e fazer cessar, por completo, as terríveis explosões.
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