Os vulcões submarinos dividem-se em dois tipos: interplacas e intraplacas. No primeiro caso, as manifestações vulcânicas são o resultado dos deslocamentos das placas tectônicas, que geram falhas por onde escapam grandes quantidades de lava.
Já no segundo caso, as erupções são as consequências das movimentações entre as placas, que resultam no acúmulo de grandes quantidades de magma, o que é conhecido em geologia como “ponto quente”.
Os vulcões submarinos são alguns dos fenômenos mais extraordinários produzidos pela natureza. Nas profundezas dos oceanos, eles formam-se a partir de aberturas na crosta submarina, que dão vazão a enormes quantidades de lava que, de forma semelhante ao que ocorre com os vulcões continentais, acumulam-se em torno de um centro, até formar imensas montanhas subaquáticas.
Ambos os tipos de vulcões submarinos são também responsáveis por ajudar a compor as formações rochosas e a própria paisagem do fundo dos oceanos; como é o caso, por exemplo, do vulcão Serreta que, a partir do Arquipélago de Açores, tem ajudado a compor boa parte da dorsal meso-Atlântica.
Os Tipos de Vulcões Submarinos e o Clima da Terra
De acordo com algumas das mais recentes descobertas científicas, esses dois tipos de vulcões submarinos são capazes de contribuir, cada qual ao seu modo, para a sustentabilidade do planeta.
Descobriu-se, por exemplo, que as erupções subaquáticas resultam no envio de inúmeros nutrientes para a superfície dos oceanos, capazes de nutrir, adequadamente, algumas das mais importantes formas de vida marinha.
Além disso, os cientistas descobriram, também, que esse bombeamento de água, potencializada por nutrientes, permite que os oceanos absorvam grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2), o que contribui para minimizar as terríveis consequências do Efeito Estufa.
Na verdade, calcula-se que os oceanos (saudáveis e livres de poluição) sejam capazes de absorver até 25% de todo o CO2 produzido pelo homem, além de fornecer as quantidades necessárias de nutrientes para o adequado desenvolvimento dos organismos unicelulares ali presentes.
A respeito disso, não custa lembrar a importância de se preservar tais organismos. Como se sabe, eles estão na base da cadeia alimentar marítima, ou seja, a sua existência garante a sobrevivência de toda uma fauna que ajuda a compor esse imenso ecossistema que se desenvolve sobre o planeta.
O Outro Lado dos Vulcões Submarinos
Já vimos como os dois tipos de vulcões submarinos podem, de alguma forma, contribuir para a sustentabilidade do planeta. Mas, apesar disso, eles também não estão livres de darem alguma contribuição negativa.
Nesse caso, os efeitos negativos das suas atividades têm a ver com uma excessiva produção de metano e de lama. Foi o que concluiu uma das sessões da Assembleia Geral da União Europeia de Geociência, que reúne-se todos os anos em Viena para discutir as novidades e descobertas resultantes das investigações acerca das formações geológicas da terra.
O que os especialistas concluíram foi que, se por um lado as quantidades de nutrientes produzidos pelos vulcões submarinos são capazes de nutrir, adequadamente, os oceanos, por outro, uma considerável produção de metano pode, de alguma maneira, comprometer as estruturas da camada de ozônio.
O que ocorre é que, diferentemente dos vulcões terrestres, os subaquáticos, por motivos óbvios, não manifestam-se por erupções de material incandescente (lava), e sim por meio da emissão de determinados tipos de gases, além de uma lama rica em ácidos sulfurosos, como o enxofre e o metano, por exemplo.
Apesar do fato de que inúmeros micro-organismos, que fazem parte do ecossistema desses vulcões, alimentam-se desse metano produzido, tal consumo é muito pouco e insuficiente para livrar os oceanos e a atmosfera dessa perigosa substância, que tende a transformar-se em CO2, de acordo com os seus níveis no mar.
Quais São os Tipos de Vulcões Submarinos?
Vulcanismo Intraplaca
O vulcanismo intraplaca caracteriza-se por uma movimentação vulcânica nos espaços entre as placas tectônicas, e não entre as suas secções. É um tipo de vulcão submarino bastante comum nas Ilhas Hawaianas, islandesas, nos Açores e em algumas regiões da Índia.
Graças a essa característica, ele costuma ser bem mais agressivo, explosivo e imprevisível do que a maioria.
O que acontece nesse caso é que, durante o “mergulho” das placas umas sob as outras, formam-se espaços entre elas, os chamados hot spots ou “pontos quentes”, que são espécies de reservatórios constantes de magma, que não se movimentam juntamente com as placas tectônicas — eles permanecem ali, impassíveis, e sempre como uma ameaça para novas erupções.
Esse tipo de vulcanismo, quando nas bacias oceânicas, costumam formar ilhas vulcânicas, que geralmente são extintas por erosão. As que conseguem resistir transformam-se em verdadeiros santuários de vulcões submarinos, como o das Ilhas Hawaianas, por exemplo, que atravessam um bom trecho da crosta oceânica.
Vulcanismo Interplaca
Por associação, fica fácil entender que o vulcanismo interplaca difere do anterior justamente pelo fato de ocorrer a partir das aberturas resultantes da movimentação das placas tectônicas que, consequentemente, permitem que o magma contido no manto terrestre seja expelido.
Uma característica importante desse tipo de vulcão submarino, é que ele geralmente ocorre em trechos onde as movimentações das placas são mais intensas, como nas dorsais submarinas, por exemplo, que geralmente resultam em verdadeiras fendas abertas na crosta terrestre.
Diferentemente do vulcanismo intraplaca, o interplaca costuma ser menos agressivo, manifesta-se, na maioria das vezes, na forma de derramamento; e sem contar que é bem mais fácil de prever a sua ocorrência, pelos simples fato de que, antes dela, uma movimentação anormal das placas já prenuncia o fenômeno.
Ambos os tipos de erupções fazem parte da rotina das dorsais submarinas, que são imensas cadeias de montanhas nas profundezas dos oceanos, capazes de contribuir, decisivamente, para a constante movimentação das placas tectônicas.
No centro dos oceanos, elas despontam, assustadoras, agrupando montanhas que podem atingir com facilidade os 3.000m de altura, com imensas fissuras em suas bases, capazes de expelir quantidades incalculáveis de lava.
É um processo bastante singular, em que tal derramamento vai formando novas montanhas e remodelando a própria crosta subaquática, enquanto espalha pelo oceano grandes quantidades de lodo, metano, enxofre, mas também inúmeros nutrientes.
É, na verdade, uma atividade que faz dos vulcões submarinos o “bem” e o “mal” das profundezas insondáveis dos oceanos.
Os vulcões submarinos são entes controversos, que tanto podem ser o “bem” como o “mal” das profundezas dos oceanos. Mas, e para você, o que representam os vulcões submarinos? Deixe a resposta na forma de um comentário, logo abaixo. E aguardem as próximas publicações.
Boa tarde, existe algum tipo de artigo ou site onde fale sobre esses componentes químicos expelidos pelos vulcões submarinos?