Podemos considerar que o nosso planeta é um ser vivo como qualquer outro. Está sempre em movimento (literalmente), sendo mais ativo do que imaginamos. Debaixo dos nossos pés, por exemplo, neste exato momento, estamos pisando em “pedaços” de terra que vivem se movimentando, e que são chamados, cientificamente, de placas tectônicas, que é o assunto que vamos explorar no texto a seguir.
Conceitos Básicos
De um modo geral, podemos dizer que as placas tectônicas são pedaços sólidos de terra que formam a crosta do nosso planeta. Essa crosta é chamada de litosfera, e é onde estão os continentes e oceanos.
Em toda a extensão da Terra, existem inúmeras placas tectônicas, porém, existem 10 que podemos considerar como sendo as principais, e que mudam constantemente de posição (só que de maneira bem lenta), e se encaixam como um imenso quebra-cabeças.
É graças aos movimentos das placas tectônicas que acontecem certos fenômenos na superfície terrestre, como, por exemplo, os vulcões, os terremotos e os tsunamis.
Tipos de Placas Tectônicas
Essas placas são divididas em três grupos distintos: as divergentes (que são as que definem a zona de construção da crosta), as convergentes (que são as que definem as zonas de destruição da crosta terrestre) e as conservativas (que é onde estão localizadas as chamadas falhas geológicas).
No caso das placas com limites divergentes, elas traçam um determinado movimento que acaba por “criar” uma crosta oceânica. Nesse caso o movimento traçado é no sentido horizontal, e há três estágios para o limite dessa movimentação: a abertura de um oceano que ocorre com a fratura da crosta, a fragmentação total (dando origem a dois continentes separados pelo mar) e a permanência da atividade do magma que vem do centro da Terra. O principal exemplo de placa divergente é a que está no oceano Atlântico, separando Europa, África e América.
Já as placas com limites convergentes são aquelas que entram em rota de colisão umas com as outras. Os três tipos de convergência, nesse caso, são: a oceânica-continental, a continental-continental e a oceânica-oceânica. A primeira ocorre quando há porções profundas no oceano, e as placas colidem, formando vulcões. Na segunda, uma determinada placa “mergulha” sobre a outra, dando, entre outras consequências naturais, a formação das cadeias de montanhas. E a terceira e última ocorre quando as placas envolvidas no processo são oceânicas, e é o que produziu, por exemplo, a tão famoso “círculo de fogo” em meio ao Pacífico.
E, por fim, temos as placas com limites conservativos, que é quando placas “deslizam” sobre as outras, sem convergência ou divergência. Quando a energia desses encontros é liberada, podem haver o que chamados de terremotos em focos rasos, com alto poder de destruição.
Divisão das Placas Tectônicas
Como já dito anteriormente, existem muitas placas tectônicas ao redor do globo, mas, 10 delas podem ser consideradas como as principais, e são as que vamos elencar a seguir.
- Placa do Pacífico
Sendo considerada uma das maiores placas existentes, ela tem uma impressionante extensão de cerca de 70 milhões de quilômetros quadrados. Está localizada, especificamente, na região do Havaí. Nela, quando o magma do interior da Terra literalmente sobe, é quando são formados os vulcões, ou simplesmente a erupção para aqueles já existentes. É aqui que surgem as chamadas “ilhas vulcânicas”. A placa do Pacífico é responsável pela formação de uma área de convergência com a placa Norte-Americana.
- Placa de Nazca
Essa daqui vem diminuindo de tamanho com o passar dos anos devido ao choque constante com a placa Sul-Americana, o que faz com que ela literalmente suba, causando vulcões e a elevação das montanhas dos Andes.
- Placa Sul-Americana
Está aqui a placa “tupiniquim”, digamos assim, já que é nessa placa que está localizado o Brasil, mais precisamente, no centro dela. E, é justamente por essa peculiaridade que o nosso país não é tão afetado assim pela movimentação dessa placa, como, por exemplo, fenômenos do tipo vulcões ou terremotos.
- Placa Norte-Americana ou do Caribe
É nessa placa que está toda a América do Norte e a América Central. Também cabe destacar que em um dos seus limites, mais precisamente na Califórnia, que se encontra a famosa falha de San Andreas, uma fissura a olhos vistos com violentos terremotos em seu entorno. Essa imensa rachadura é derivada do deslocamento horizontal da placa em relação a do Pacífico.
- Placa da África
Como o próprio nome já denuncia, é aqui que está o continente africano, fazendo divisão com a placa Sul-Americana. Há uma falha entre elas, que está localizada no fundo do oceano,que onde acaba se abrindo espaço para o magma do manto inferior emergir.
- Placa da Antártida
Esta aqui possui cerca de 25 milhões de quilômetros quadrados, dando suporte ao continente da Antártida ao Atlântico Sul. Há muito tempo atrás, a parte leste dessa placa estava bem próxima da Austrália, da África e da Índia, e ao se chocar com placas menores, deu origem à própria placa da Antártida.
- Placa Indo-Australiana
Sozinha, essa placa sustenta a Austrália, a Índia, a Nova Zelândia e grande parte do Oceano Índico. Ao se chocar com a placa das Filipinas, mais a nordeste, formou algumas ilhas que temos hoje em dia naquela região.
- Placas Euroasiáticas Ocidental e Oriental
A parte ocidental dessa placa tem uma área total de aproximadamente 60 milhões de quilômetros quadrados, e se encontra na Europa, no Atlântico Norte, no Mar Mediterrâneo e uma boa parte da Ásia. Inclusive, quando ela se chocou com a placa Indo-Australiana, a placa Euroasiática Ocidental formou o que hoje conhecemos com o Himalaia. Já, a parte Oriental da placa está no Japão, e possui em torno de 40 milhões de quilômetros quadrados, e é uma das áreas de maior incidência de terremotos e vulcões, o que ocorre devido às colisões com as placas das Filipinas e do Pacífico.
- Placa das Filipinas
Em comparação às outras placas tectônicas, a das Filipinas é relativamente pequena, possuindo cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados, mas, ao mesmo tempo, é nessa placa que estão ativos vários vulcões nos dias de hoje. Inclusive, foi por conta do choque dela com a placa Euroasiática Oriental, que vários terremotos e erupções vêm ocorrido ao longo dos últimos tempos. Um bom exemplo disso foi a erupção do Monte Pinatubo, considerada uma das violentas registradas, o que fez com que o clima fosse alterado em algumas partes do mundo.