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Tipos De Fungos: Espécies Com Nomes, Fotos E Curiosidades


Os fungos são organismos eucarióticos, ou seja, possuem, em suas células, material genético (DNA e RNA) cercado por um núcleo, o que os coloca na comunidade Eukarya (classificação no reino), que constitui-se também na forma de fungos, cogumelos e bolores com as mais diversas variações dentro da sociedade.

Os variados tipos de fungos produzem muitas substâncias, incluindo enzimas importantes para o meio ambiente, e que ajudam a decompor a matéria orgânica e a realizar a reciclagem de inúmeros materiais.

Esses organismos, conhecidos como metabólitos secundários, também são amplamente utilizados comercialmente e operam nas indústrias alimentícia, farmacêutica, de tratamento biológico, de tratamento de águas residuais, entre outras.

Estima-se que a diversidade de fungos seja de mais de 1,5 milhão de espécies, podendo chegar a 5,1 milhões; mas apenas pouco mais de 70.000 foram registradas, já que inúmeros ecossistemas ainda não foram adequadamente estudados, e ainda mantêm-se sob investigação de vários especialistas em todo o mundo.

Mas o objetivo desse artigo é fazer uma lista com alguns dos mais singulares tipos de fungos existentes na natureza. E ainda com os seus respectivos nomes científicos, fotos, curiosidades, características, entre outras peculiaridades

1.Omphalotus Nidiformis

Omphalotus Nidiformis
Omphalotus Nidiformis

Omphalotus nidiformis é uma espécie conhecida há algumas décadas, com cerca de 13 sinônimos desde 1844, incluindo o Pleurotus phosphorus, mas com taxonomia constante e sem problemas em limitar as espécies.

Este tipo icônico é endêmico da Austrália e valioso por sua beleza e bioluminescência simplesmente maravilhosas.

O fungo é proposto como um exemplo de uma espécie separada, conhecida e comum, que não apresenta quedas altas ou riscos específicos de extinção; o que pode servir como um dos critérios para que as entidades australianas o avaliem como sendo de menor preocupação.

Endêmico da Austrália, o Omphalotus nidiformis corre na Península Eyre e na Ilha Kangaroo, no sul da Austrália Ocidental e leste da Austrália; além de Queensland e norte da Tasmânia.

Mas dois registros devem ser confirmados no interior de Little Sandy Desert e Finke, pois sua incidência aponta para uma fácil adaptação a diversas geografias e tipos de climas; e por isso mesmo possui uma distribuição considerada bastante ampla.

População

O Omphalotus nidiformis é um dos alvos do programa Fungimap desde os anos 90, e é um dos tipos mais registrados pela instituição.

Recentemente foram coletados no continente mais de 1.900 exemplares, dos quais cerca de 16,5% foram registrados desde 2017.

Em escala regional, 25% dos estudos realizados por oito das três reservas foram acolhidos pelo conselho de Gestão de Recursos Naturais da Bacia Murray Darling, no sul da Austrália.

E nesse intervalo, é comum encontrá-los em áreas fortemente monitoradas, apesar de haver muitos locais em que nenhum registro é esperado (deste ou de outros tipos de sítios explorados pela Fungimap).

Essa é uma espécie pouco preocupante, muito por conta da ocorrência de um grande número de indivíduos em diferentes tipos de florestas espalhadas por uma área geográfica bastante ampla, e sem ameaça específica além do nível de perda de habitat já conhecido.

Habitat e Ecologia

No Parque de Conservação Monarto, sul da Austrália, ele se expandiu em florestas que se estendem por áreas de solo seco, como florestas de eucaliptos.

Os seus habitats naturais são comunidades vegetais dominadas por várias dessas espécies de eucaliptos, onde eles permanecem em pequenas regiões suburbanas, como o Parque de Conservação Mark Oliphant, em Panton Hill, nos arredores de Melbourne e Adelaide.

Esse é um tipo de fungo que cresce em densos aglomerados na base de eucaliptos vivos e mortos saprotróficos, em troncos de pinheiros ou em tocos caídos dessas espécies hospedeiras; e entre esses seus hospedeiros estão o singular Pinus sp. Justamente por isso, acredita-se que ele tenha a capacidade de adaptar-se a uma grande variedade de sítios em diversas comunidades de árvores silvestres.

O Omphalotus nidiformis pode causar a famigerada podridão-branca e promover a formação de vazios em florestas geralmente usadas ​como habitats para outras espécies animais dependentes desse espaço.

Omphalotus Nidiformis na Árvore
Omphalotus Nidiformis na Árvore

Ameaças

A principal ameaça ao Omphalotus nidiformis é a perda do seu habitat. Isso porque a densidade e as condições das florestas e bosques onde eles habitam estão diminuindo lenta e constantemente em toda a faixa há pelo menos 30 anos.

2.Polyporus Sanguineus

Polyporus Sanguineus
Polyporus Sanguineus

Esse é o fungo “Orelha-de-pau”; um tipo de cogumelo com um curioso formato de uma orelha (daí o seu apelido) e com uma textura mais rígida, que justifica ainda mais o seu nome popular.

Também conhecido como Urupê e Pironga, esse cogumelo cresce em troncos de árvores podres, com a sua intensa cor alaranjada, desempenhando um papel importantíssimo na reciclagem da natureza.

Embora a maioria dos cogumelos seja apreciadora de lugares sombreados e úmidos, o Orelha-de-pau é daqueles tipos singulares que adaptam-se bem à luz do sol. E mesmo não sendo comestível, já foi bastante utilizado em tempos remotíssimos pelos nativos para a extração de algumas das suas principais propriedades.

3. Batrachochytrium Dendrobatidis

Batrachochytrium Dendrobatidis
Batrachochytrium Dendrobatidis

Esse é um tipo de fungo pertencente à comunidade Chytridiomycota, e bastante singular pelo fato de causar em alguns anfíbios (a ponto de ameaçá-los de extinção) uma doença chamada quitridiomicose.

O curioso é que o fungo ataca justamente a pele dos anfíbios, principal responsável pelas suas trocas de gases e de água, o que muitas vezes faz com que uma comunidade imensa desses animais seja vitimada por distúrbios, como até mesmo paradas cardíacas.

Dez anos após a sua primeira descoberta, em 1998, o Batrachochytrium dendrobatidis devastou populações de anfíbios em todo o mundo, com um declínio global em direção à completa extinção provocada quase que exclusivamente por essa doença.

A segunda espécie descrita recentemente, B. salamandrivorans, também causa onicomicose e morte em salamandras. Porém, ao que parece, algumas espécies de anfíbios possuem uma capacidade inata de resistir à infecção por cistidiomicose devido a um tipo de simbiose com alguns tipos de bactérias.

Mesmo entre as espécies de anfíbios que geralmente são afetadas, algumas populações sobrevivem perfeitamente; sugerindo que algumas delas apresentam uma resistência resultante de uma seleção evolutiva.

O B. dendrobatidis tem dois estágios básicos de vida: zoosporângio séssil reprodutivo e zoósporo com capacidade de movimentação. Sabe-se que os zoósporos são ativos apenas por um período de tempo bastante curto e que podem locomover-se por curtas distâncias de não mais do que 2cm.

No entanto, os zoósporos podem quimiotaxizar-se e mover-se em direção a várias moléculas na superfície dos anfíbios, como nas de açúcares, proteínas e aminoácidos.

O B. dendrobatidis também contém uma série de enzimas proteolíticas e esterases que ajudam a digerir as células de anfíbios e a usar a pele deles como fontes de alimento, em uma das principais curiosidades observadas no seio dessa comunidade.

Quando o zoósporo do B.dendrobatidis alcança o seu hospedeiro, ele logo cria um cisto abaixo da superfície da pele e inicia a parte reprodutiva do seu ciclo de vida.

E, a partir daí, transforma-se em zoosporângios, que podem reinfectar o hospedeiro ou produzir mais zoósporos para serem liberados no ambiente aquático ao redor. Enquanto os anfíbios infectados com esses zoósporos morrem devido a uma parada cardíaca praticamente fatal.

4.Armillaria Ostoyae

Armillaria Ostoyae
Armillaria Ostoyae

Este é um dos maiores e mais antigos organismos ainda existentes na Terra, membro dos ecossistemas das Montanhas Blue, a leste do estado de Oregon, nos Estados Unidos.

É um fungo gigante com cerca de 2400 anos, cujo nome científico é Armillaria ostoyae, mas também conhecido como cogumelo de mel, capaz de cobrir uma área de 2200 acres ou 8 903 084 metros quadrados na região.

As medições mais recentes o colocaram como o maior organismo já descoberto na natureza. Mas o curioso é que eles começaram sua vida como seres vivos invisíveis a olho nu e que só teriam crescido nos últimos dois mil anos – apesar de alguns especialistas acreditarem que a sua fase gigante pode chegar aos 8.000 anos de idade.

O cogumelo espalhou-se por todas as florestas da região, matando toda a vegetação e insetos que surgiam, tornando-o não apenas o maior, mas também o mais mortífero dos organismos vivos na natureza.

O Armillaria ostoyae toma a forma mais impressionante no outono. Pelo resto do ano, ele transforma-se em algo semelhante a um lençol branco que se parece mais com tinta látex. No entanto, torna-se mais forte e devastador nesse caso, – a despeito de, aparentemente, parecer menos prejudicial.

Apesar do seu histórico, o fungo do mel apresenta algumas vantagens para a natureza, como a separação dos nutrientes do solo.

No entanto, ao contrário de outros fungos, essa árvore atua como um parasita nos troncos e pode manter-se vivo e ativo neles por até décadas.

Os fungos crescem na base das árvores e depois destroem todos os seus tecidos; o que faz com que ela leve até 20, 30, 40 ou 50 anos para morrer.

Porém, quando isso acontece, a árvore não tem mais nutrientes”, é o que explica Greg Filip, patologista do Serviço Florestal dos EUA, no site da Oregon Public Broadcasting.

5.Magnaporthe Grisea

Magnaporthe Grisea
Magnaporthe Grisea

Esse é um tipo de fungo bastante apreciador de algumas espécies da agricultura, incluindo arroz, trigo, cevada, milho e outras espécies de gramíneas.

Pode ser encontrado em toda a planta, incluindo folhas, caules, flores, cachos, pedúnculos, sementes e até nas raízes.

Os primeiros sintomas são lesões brancas ou cinza-esverdeados, ou manchas com bordas mais escuras; além de lesões elípticas ou cinza-esbranquiçadas com bordas fusiformes e necróticas, que podem crescer e eventualmente fundir-se para destruir a folha inteira.

Estratégias culturais para o seu combate incluem manipulações genéticas das lavouras e uso de fungicidas químicos. E sabe-se que o Magnaporthe grisea é comum em todas as regiões produtoras de arroz do mundo e foi relatado em mais de 85 países ao redor do planeta.

6.Polyporus Squamosus

Polyporus Squamosus
Polyporus Squamosus

Polyporus squamosus é um fungo com ampla distribuição geográfica, encontrado na América do Norte, Austrália, Ásia e Europa, causando a podridão-branca no coração de árvores angiospermas vivas ou em decomposição.

Esta espécie foi descrita pela primeira vez cientificamente em 1778 pelo botânico britânico William Hudson, que o nomeou como Boletus squamosus até que recebesse a sua nomeação atual em 1821 por Elias Magnus Fries em seu Systema Mycologicum.

Este fungo é extremo apreciador de troncos apodrecidos, em um ponto específico ou formando espécies de touceiras. Basicamente, o corpo do fruto tem de 8 a 30 cm de largura e até 10 cm de espessura, com uma coloração que vai do amarelo ao marrom e com escamas na superfície superior.

Os poros desse fungo são característicos do gênero Polyporus; e consistem de tubos muito próximos uns dos outros, com cerca de 1 a 12 mm de comprimento.

Enquanto isso o pé é grosso e curto, com cerca 5 cm de comprimento, com impressões de esporos brancos, entre outras características únicas nessa espécie.

Você pode encontrar Polyporus squamosus em grupos de dois ou três, ou criando espécies de prateleiras. E uma curiosidade é que as amostras jovens são macias e endurecem à medida que envelhecem.

7. Morchella Elata

Morchella Elata
Morchella Elata

Morchella elata é uma espécie de fungo da família Morchellaceae. É uma das muitas variedades relacionadas, comumente conhecidas como fungo preto, e que desde 2012 tem sido amplamente utilizado no mundo inteiro.

Como a maioria dos membros do gênero Morchela, o M.elata é comestível, popular e bastante procurado por muitos colhedores de fungos de várias partes do mundo.

E embora ele tenha recebido inúmeros apelidos ao longo dos anos, a maioria dos autores concorda com relação às suas principais características, como uma espécie de batatas fritas, com as suas inclinações escuras e cônicas, cristas verticais ou horizontais e dispostas em uma uma espécie de”escada”.

É uma variedade comestível. Mas alguns indivíduos, ou outras tradições culturais, podem utilizá-lo pelas suas propriedades alucinógenas.

Ecologia e Distribuição

Como a verdadeira identidade de M. elata ainda não está totalmente esclarecida, suas preferências e distribuições ecológicas também permanecem incertas.

Já com relação à sua toxidade, sabe-se que esse fungo contém pequenas quantidades de toxinas da comunidade das “hidrazinas”, ou uma toxina desconhecida que, por sorte, pode ser destruída pelo cozimento.

Mas o que se diz é que a presença de hidrazina nesse fungo é controversa, pois as quantidades dessa substância nas espécies não foram identificadas corretamente. Portanto, na dúvida, recomenda-se não ingeri-los crus, pois até há relatos de que pedaços desses fungos cozidos foram responsáveis por diversos casos de envenenamentos leves, especialmente após o consumo de bebida alcoólica.

8.Amanita Muscaria

Amanita Muscaria
Amanita Muscaria

O Amanita muscaria (conhecido em Portugal como rosalgar, frade-de-sapo e mata-bois) também pode ser encontrado como agário-das-moscas ou mata-moscas, e é caracterizado como um fungo basidiomiceto natural proveniente de regiões do hemisfério norte com climas temperados.

Ele possui propriedades psicoativas e alucinógenas para seres humanos. E segundo a literatura especializada em psiquiatria, apresenta dois ingredientes ativos, o ácido ibotênico e o muscimol.

Os pesquisadores também afirmam que os efeitos do uso deste fungo começam cerca de quinze minutos após o seu consumo; e que o consumidor poderá sentir tonturas, confusão mental, náusea, boca seca e uma sensação de crescimento.

Esse desconforto gradualmente leva a um sono leve, quando o indivíduo passa a ter visões e episódios de alucinações.

Porém, outros estudiosos sugerem que esse fungo estaria associado ao Soma, a bebida sagrada dos Vedas, nos textos religiosos mais antigos. Pois consta que ele é até mencionado nos hinos do Rigveda escritos durante o período védico de Punjab entre 1700 e 1100 aC; e que eram, curiosamente, consumidos pelos xamãs da região durante singulares rituais religiosos.

9.Micorriza Arbuscular

Micorriza Arbuscular
Micorriza Arbuscular

Alguns tipos de fungos podem se relacionar com outros organismos, e a micorriza é um desses compostos.

Quando o fungo, principalmente basidiomicetos, estabelece uma conexão com as raízes de algumas espécies de plantas, o que se tem é a proliferação da chamada micorriza, classificada de acordo com o aspecto morfológico e anatômico da colonização radicular do fungo.

Ectomicorizae são formadas principalmente pelos fungos Basidiomycete e Ascomycete e ocorrem em cerca de 3% dos fanerógamas, especialmente em regiões temperadas mais frias e em 90% das suas constituições florestais.

No Brasil, a ectomycorrhiza ocorre principalmente em espécies economicamente exploradas, como Pinus, Eucalyptus e Acassia. E na ectomicose, os fungos aderentes às raízes não penetram nas células-tronco vivas; só crescem entre as células da casca da raiz, em uma estrutura bastante característica.

10.Rhizopus Stolonifer

Rhizopus Stolonifer
Rhizopus Stolonifer

R. stolonifer é uma espécie de fungo heterotrófico, que também depende do açúcar ou do amido como fonte de matéria-prima para a sua alimentação.

Como fonte de alimento para o crescimento, nutrição e reprodução ele costuma usar alimentos como pão, ou frutas macias, como uvas ou morangos.

O R.stolonifer é algo como uma massa de micélios, fibras vegetais e estrutura de frutíferos. E a maioria dos micélios consiste em colmeias com vários núcleos de crescimento rápido.

Quando os esporos do mofo são liberados, eles produzem mais micélios com germinação; e à medida que a estrutura amadurece, ele começa a atingir uma coloração preta.

Dentre as principais características do R. Stolonifer, destacamos o fato de ele ser um importante vetor de doenças em plantas, decompor matéria orgânica, entre outras ações.

Armazenado em um ambiente úmido, como um pedaço de pão, por exemplo, o parasita pode espalhar-se rapidamente em poucos dia, e os seus esporos, constantemente espalhados pelo ar, crescem rapidamente a temperaturas entre 15 °C e 30 °C, nas quais podem germinar em todo o seu potencial.

R. stolonifer é usado comercialmente na produção de álcool e ácidos orgânicos. E o que chama bastante a atenção nele é que os frutos maduros são mais sensíveis devido ao ambiente úmido que permite que o mofo se espalhe em alta velocidade.

Como os esporos de R. stolonifer são muito frequentes no ar, o mofo ocorre com frequência e rapidez em qualquer superfície onde os alimentos possam chegar.

Enquanto os esporos de R. stolonifer estiverem no ar, eles podem crescer como mofo em frutas e vegetais. Mas se a temperatura apresenta-se mais alta, os esporos não podem se espalhar, o que impede o desenvolvimento de R. Stolonifer no meio ambiente.

Trata-se, portanto, de uma das espécies mais originais dentro dessa comunidade. Com características únicas. O que na verdade não é de espantar em se tratando desse singular e original Reino Fungi.

Características Reprodutivos

R. stolonifer difere de todos os outros fungos por uma reprodução sexual através de zigósporos após fusão gametangial, e também assexuadamente em esporos múltiplos com esporângios unicelulares.

Nesse processo, esporangiosporos fixos formados por células são constituídos. Na reprodução sexual, quando as duas cepas estão próximas, os hormônios fazem com que as estruturas das hifas se juntem.

Os núcleos positivo e negativo, então, se fundem após o desenrolar dessas suas estruturas, até que se forme um zigosporo que poderá permanecer imóvel por vários meses.

Durante esse procedimento ocorre a meiose; e, após a abertura do zygosporo, um esporo semelhante a um embrião produzido naturalmente é formado.

11.O Carvão-Do-Milho, Ustilago Maydis

Ustilago Maydis
Ustilago Maydis

O carvão do milho é um cogumelo parasita altamente especializado que ataca basicamente o milho (e também o teosinto). Mas ele não representa uma grande ameaça a outros produtos agrícolas que ocorrem em todas as regiões onde o milho é cultivado.

Em anos com as condições climáticas ideais (mudança rápida do verão seco para alta disponibilidade de água), as perdas na colheita são importantes devido a mais infecções nos vegetais.

O carvão do milho pode atacar todas as partes aéreas da planta. Nas plantas afetadas pelo crescimento, pode ser facilmente reconhecido macroscopicamente pelo aparecimento de protuberâncias e cecídios, que em casos extremos podem ser do tamanho da cabeça de uma bola de tênis.

Nas partes cobertas de vegetação, o micélio se desenvolve com uma certa energia e, quando liberado, cria grandes quantidades de telosporos que dão à planta uma aparência queimada.

A infecção por esse tipo de fungo é especialmente grave economicamente porque ataca a parte mais valorizada do milho.

12.Cryptococcus Neoformans

Cryptococcus Neoformans
Cryptococcus Neoformans

Esse é um fungo oportunista que ataca humano, que em 1979 foi identificado como uma das 57 doenças relacionadas a pombos, daquelas que afetam apenas aves, seres humanos e alguns outros sers vivos.

A acumulação de excrementos de pombos em prédios públicos, monumentos e residências costuma ser tão grande que a tarefa de limpar não é apenas cara, mas também prejudicial ao ambiente e à saúde dos trabalhadores.

E se os cuidados básicos não forem observados, também costuma ser terrivelmente arriscado para os agentes de saúde.

Inúmeras doenças estão associadas ao acúmulo de excrementos, penas e resíduos de alimentos de pombos; o que muitas vezes também resulta em sistemas de drenagem entupidos, com o risco de contaminação da água e de fontes alimentares.

Porém, o grande drama é o extenso número de microrganismos e parasitas patogênicos transmitidos por essas aves, principalmente nas fezes.

E o Cryptococcus neoformans é um desses, e que requer atenção especial por ser um dos mais danosos microrganismos encontrados nas fezes de animais.

O basidiomiceto Filobasidiela é uma forma assexuada de leveduras encapsuladas, que surgem por brotamento, e que curiosamente são consideradas importantíssimas para a medicina, por serem o fator etiológico da criptococose.

Tais leveduras vivem nas fezes por vários meses, de modo que inúmeros substratos alvos de contaminação podem atuar como fonte de infecção por um longo tempo.

Esta cápsula de fungos consiste em polissacarídeos antigênicos, como glucuronoxilmanano (GXM), galactoxilomanano (Galxm) e manoproteína (MP). O glucoxilomanano é a principal substância responsável pela gravidade da infecção, que prejudica a resposta inflamatória e o processo de fagocitose, além de suprimir a imunidade humoral e celular.

Como resultado do efeito metabólico, o C. neoformans produz ureia, que torna inativo o sistema complementar. Além disso, produz oxidase fenólica, que é um dos processos responsáveis ​​pela sua característica de ser um patógeno.

Outras singularidades que atuam para tamanha virulência do parasita incluem a eliminação de proteinases, fosfolipases extracelulares e a síntese de manitol.

Pensa-se que as proteínas contribuam para essa virulência, quebrando as demais proteínas nos tecidos hospedeiros, como faz com o colágeno, fibrinogênio e elastina; mas também ao desintegrar proteínas com importantes funções imunes, como imunoglobulinas e fatores complementares.

A levedura também pode produzir a enzima fenol oxidase, conhecida como lacase, que pode sintetizar L- e D-Dopa, dopamina, epinefrina, noradrenalina e melanina a partir de precursores.

Existem dois tipos de C. neoformans: C. neoformans com serotipo A, D e AD e C. neoformans com serotipo B e C). Já o C. neoformans var. neoformans desenvolve-se no setor urbano, nas grandes cidades, e possui um nicho ecológico específico, vivendo em solo rico em excrementos de pássaros. Ele caracteriza-se por ser um patógeno oportunista, afetando especialmente pessoas com imunidade reduzida.

C.neoformans var. gattii possui um nicho ecológico ligado ao campo, associado ao florescimento do eucalipto, ocorrendo sazonalmente e tendendo a causar doenças em um hospedeiro saudável como o principal patógeno.

Ambas as variantes mostram uma orientação de desenvolvimento para o SNC (Sistema Nervoso Central), e a cepa neoformans geralmente é isolada da urina e do sangue, enquanto a  gattii geralmente causa consolidação pulmonar detectada no escarro.

A terapia antifúngica geralmente é mais longa para as variedades gattii, mas a evolução é projetada para que haja uma cura não tão dramática.

A infecção por C. neoformans ocorre também pela inalação de propágulos, e o principal local de infecção é o pulmão.

Geralmente assintomático, caracteriza-se por um único nódulo pulmonar semelhante ao câncer. E pode resultar em pneumonia sintomática caracterizada por “infiltrados pulmonares difusos”.

O fungo pode dirigir-se  para outras partes do organismo, causando distúrbios no SNC (Sistema Nervoso Central); o que pode levar a um quadro de meningite ou encefalite.

Às vezes, o envolvimento do sistema nervoso central (SNC) pode estar na forma de uma grande massa de proteínas e causar deficiências neurológicas; assim como outros sintomas razoavelmente comuns, que incluem lesões osteolíticas.

As preferências pelo ataque ao SNC são devidas à alta concentração na solução de nutrientes assimilados por fungos, como tiamina, ácido glutâmico, glutamina, carboidratos e minerais

13. Neotyphodium Coenophialum

Neotyphodium Coenophialum
Neotyphodium Coenophialum

O Neotyphodium coenophialum é uma planta endêmica da Eurásia e do norte da África, mas é um simbiótico (endófito) sistêmico amplamente difundido e que ataca sementes de algumas espécies da América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.

Esse endófito tem sido descrito como a causa da síndrome da toxicose da festuca, que às vezes afeta o gado pastando em ervas infectadas com N. coenophialum.

Os possíveis sintomas incluem perda de peso, aumento da temperatura corporal, esterilidade, agalactia (ausência da produção de leite nas fêmeas), aspereza da pele, necrose gordurosa, gangrena nas pernas, entre outros.

Devido à sua semelhança com os sintomas de envenenamento por Ergot, acredita-se que os agentes que podem ser responsáveis ​​pela toxicidade sejam alcaloides do ergot, em particular ergowalina, produzido por N. coenophialum.

A toxicidade episódica do gado deve-se à popularidade continuada da alta contaminação por esse endófito, e que se deve, também, à alta tolerância dessa planta em pradarias e campos de feno.

O endófito produz dois tipos de alcaloides: alcaloides de lololina e pirolopirizina – respectivamente, pesticidas e repelentes de insetos; e a presença do fungo aumenta a tolerância à seca, o uso de nitrogênio, a extração de fosfato e a resistência ao nematoide.

Recentemente, cepas nativas de N. coenophialum com pouca ou nenhuma produção de alcaloides do ergot foram introduzidas nos prados para desenvolver novas variedades. Essas espécies são aparentemente não tóxicas para animais de criação, e também oferecem alguns benefícios atribuídos a espécies “típicas tóxicas” em cepas antigas de alta pradaria.

A análise filogenética molecular mostra que N. coenophialum é um híbrido de espécies com três ancestrais: Epichloë festucae, Epichloë typhina e uma espécie indeterminada que contribui para o genótipo do endófito híbrido de Neotyphodium occultanns. [5] 6]

14. Lobaria Pulmonaria

Lobaria Pulmonaria
Lobaria Pulmonaria

Lobaria pulmonaria, comumente conhecido como pulmões dos carvalhos, consiste em uma relação simbiótica que inclui membros dos três reinos de organismos – uma relação simbiótica entre fungos comuns, algas verdes e cianobactérias.

O L.pulmonária é sensível à poluição do ar e também é afetado negativamente pela perda de habitat e mudanças nas práticas florestais.

Sua população diminuiu em toda a Europa, e hoje a L. pulmonaria é considerada uma espécie ameaçada de extinção em muitas regiões de terras baixas.

Esta espécie tem uma longa história de uso na medicina tradicional e estudos recentes confirmaram algumas das propriedades curativas dos extratos desse líquen.

O L.pulmonaria é um líquen decíduo com hastes decíduas verdes, coriáceas e lobadas com um padrão de crista e depressão na superfície superior.

Em condições úmidas, apresenta uma cor verde clara, torna-se acastanhada e, após secagem, como um papel ressequido.

Esta espécie geralmente tem uma fina camada de penugens na parte inferior. A casca é aproximadamente comparável à camada protetora externa da superfície da raiz e geralmente possui de 5 a 15 cm de diâmetro, 1 a 3 cm de largura e 7 cm de comprimento com lóbulos individuais.

A superfície do caule possui estruturas reprodutivas assexuadas, sorídeos e izídeos, bolsas de cianobactérias (de 0,5 a 1,5 mm de diâmetro), geralmente localizadas na superfície inferior do tronco; esses pontos são significativamente mais escuros do que a superfície verde do caule; e como em outras espécies decíduas, ele (o caule) está mal ligado à superfície em que cresce.

15.Photobionty

Photobionty
Photobionty

Essa é uma comunidade de fungos bastante comum na Europa, Ásia, América do Norte e África, e que prefere lugares úmidos com fortes chuvas, especialmente em áreas costeiras.

É a espécie lobariana mais comum na América do Norte. Sua associação e abundância em florestas antigas podem ser usadas como um indicador da idade da floresta, pelo menos na região biogeoclimática interna de Cedar-Hemlock, a leste da Colúmbia Britânica.

Também pode ser encontrado nas pastagens. Geralmente cresce na casca de árvores de folhas caducas, como carvalho, faia e bordo, mas também pode crescer em rochas.

Em laboratório, L. pulmonaria pode crescer em microfilamentos. E pensa-se que a decomposição seja afetada por vários fatores, como temperatura, umidade (umidade média, velocidade e frequência de ciclos de umidade e secagem), exposição ao sol e níveis de poluição do ar.

É difícil medir o impacto desses fatores no crescimento do fungo, pois as diferenças no meio original a partir do qual as hastes são obtidas afetam significativamente a tolerância ao calor e à secagem.

Uma Comunidade Controversa

Essa é uma comunidade verdadeiramente controversa. Independentemente das espécies, com os seus respectivos nomes científicos, fotos, imagens, entre outras curiosidades, os fungos, certamente, estão entre as comunidades mais cercadas por polêmicas dentre todas as que existem na natureza.

Outrora considerados meros vegetais, mais tarde descritos como membros da comunidade dos protistas, hoje os fungos são adequadamente categorizados como membros do Reino Fungi.

Uma comunidade bastante diversa, presente em praticamente todos os tipos de ecossistemas, com tamanhos que variam de um simples organismo unicelular até espécies pluricelulares, como o inacreditável Armillaria ostoyae, uma espécie de cogumelo (“cogumelo-do-mel”), habitante das montanhas azuis do Oregon, nos Estados Unidos.

Os fungos, apesar de detestáveis, possuem um importante papel ecológico na natureza, na medida em que a maioria deles, para sobreviver, precisam ingerir matéria orgânica, o que os transforma em um dos principais decompositores da natureza e responsáveis diretos pelo equilíbrio do meio ambiente.

Curiosidades

Obviamente, uma comunidade tão complexa só poderia mesmo ser repleta das mais inusitadas curiosidades.

Como a que diz, por exemplo, que a quantidade de espécies de fungos conhecida atualmente não é, nem de longe, o total das que existem na natureza.

Basta saber que não mais do que 70.000 espécies são conhecidas e devidamente descritas pela ciência. Mas o problema é que acredita-se que exista na natureza mais de 1,5 milhão ainda totalmente desconhecidas; o que configura-se como um verdadeiro “universo” com possibilidades inimagináveis!

Agora, curiosidade mesmo é saber que, diferentemente do que se imagina, os fungos não foram sempre espécies com características microscópicas ou simplesmente frágeis e delicadas em suas estruturas.

Longe disso!

E a prova disso foi a descoberta recente, feita por cientistas norte-americanos, da exuberante espécie Armillaria ostoyae; um monumento! Com cerca de 9 m de comprimento, cujas hifas estendem-se por mais de 40 estádios de futebol, a tomar quase toda uma floresta localizada no estado do Oregon, nos Estados Unidos.

É, simplesmente, uma comunidade única na natureza essa dos fungos! Haja vista o fato de poder transformar-se num verdadeiro flagelo para a agricultura, como no caso do devastador Hemileia Vastatrix (ou a “ferrugem-do-café”), que é capaz de dar fim a uma plantação inteira desse tipo de cultivo.

Porém, em contrapartida, fazer justamente o contrário, como no caso do Metarhizium anisopliae, que combate os mais diversos tipos de ervas daninhas, além de pragas e parasitas que estão entre os principais flagelos das produções agrícolas em todo o mundo.

Metarhizium Anisopliae
Metarhizium Anisopliae

Mas se quiser um verdadeiro parceiro do setor industrial, é só contar com os membros da original comunidade Saccharomyces; um dos grandes aliados do setor de bebidas alcoólicas; isso porque são os mais utilizados para o processo de fermentação de bebidas, especialmente para a produção de vinhos e cervejas.

Porém se o objetivo é contar com aliados para a decomposição de lixo e demais matérias orgânicas, não tem problema, é só contar com as espécies “saprófagas”, pois são elas as principais responsáveis pela decomposição do lixo e de outros resíduos.

E é justamente essa ação que evita o acúmulo interminável de um material que simplesmente inviabilizaria a vida na terra; o que mais uma vez mostra o quão importante pode ser essa comunidade para a manutenção do meio ambiente nas melhores condições possíveis.

E quem já não ouviu falar, por exemplo, da ação dos fungos durante o processo de fermentação de massas. E aqui quem entra em ação também são as espécies do gênero Saccharomyces; uma comunidade especializada em liberar gás carbônico durante o processo de fermentação, e, com isso, incrementar pães, bolos, doces, massas, entre outras iguarias.

Mas existe um processo no qual os fungos se mostram verdadeiramente imbatíveis e indispensáveis para a vida do homem moderno. E é na produção de antibióticos, especialmente as espécies do gênero Penicillium, que desde o final dos anos XX, a partir dos estudos do cientista britânico Alexander Fleming, tem sido umas das responsáveis pela manutenção da vida do homem moderno nas melhores condições.

E poderíamos ficar aqui a enumerar as incontáveis curiosidades acerca desse singular universo dos fungos; os danos provocados, os benefícios para a natureza, as polêmicas e controvérsias acerca do seu uso, entre outras inúmeras particularidades.

As particularidades de uma comunidade que, de acordo com os cientistas, ainda não revelou nem 1% de todo o seu potencial; que pode ser ainda mais vital para a manutenção do meio ambiente, com riscos ainda desconhecidos à saúde humana e com características genéticas e biológicas que podem ser surpreendentes.

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Fontes:

https://www.infoescola.com/biologia/reino-fungi/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fungid

https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/pesm/especie/orelha-de-pau/

https://www.hypeness.com.br/2017/12/este-e-o-maior-organismo-vivo-ja-descoberto-no-planeta-terra/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Polyporus_squamosus

https://brasilescola.uol.com.br/biologia/micorrizas.htm

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/158285/1/circ-222.pdf

http://rmmg.org/artigo/detalhes/286

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