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Sapo Flamenguinho é Venenoso? Ele pode Matar?

Além de muitos terem ojeriza a sapos, muitas vezes, devido à sua aparência, é certo que esses anfíbios, no geral, não oferecem perigo algum para nós, seres humanos. Excerto certas espécies de sapos que são comprovadamente venenosas.

Um sapo muito interessante, e que passou a ser conhecido só recentemente, é o flamenguinho. Por ter uma coloração de um vermelho bem forte na parte de baixo do corpo, esse anfíbio pode até parecer um sapinho curioso de pegar pra ver mais de perto, mas será que ele, assim coimo tantos outros, é nocivo pra nós, ou, em outras palavras, é venenoso?

Acompanhe a leitura a seguir que a gente esclarece essa e outras questões em relação a ele, e ainda apresentaremos um pouco do famoso Parque Nacional de Itatiaia, de onde o sapo flamenguinho é símbolo (e com justiça).

Características Principais

De nome científico Melanophryniscus moreirae, e pertencente à família Bufonidae, o sapo flamenguinho é uma espécie endêmica do Brasil (ou seja, isso significa que são encontrados apenas naquele lugar, e somente naquele lugar), sendo comumente encontrado nos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo, mais precisamente na Serra de Itatiaia. Por sinal, em 2007, esse anfíbio virou símbolo do Parque de Itatiaia quando este completou 70 anos.

Medindo apenas 2,4 cm (os machos) e 3 cm (as fêmeas), esse sapo só é visto em altitudes superiores a 2.400 m. Não pesa mais do que 3 g de tão pequeno. É uma espécie diurna, que vive em áreas de pântano ao longo de rios que tenham, preferencialmente, águas límpidas e frias. Ele deposita os seus ovos em poças temporárias formadas pela água da chuva, e, por enquanto, ainda não se sabe se ele é capaz de se adaptar a algum tipo de perturbação do seu habitat natural.

O sapo flamenguinho é uma espécie muito influenciada pela sazonalidade das estações. O que isso significa? Que o seu período reprodutivo só acontece em meses de mais umidade, mais ou menos entre setembro e abril. Já, durante as estações mais secas e frias do ano, ele interrompe essa atividade, sendo muito pouco provável encontrar algum espécime no inverno, que é quando eles entram num estado parecido com a hibernação.

Por sinal, foi por causa disso que esses sapinhos foram descobertos, quase que “por acaso”. Quando um grupo de pessoas procurava por espécimes de aranhas que vivem enterradas no solo ou em barrancos é que foram encontrados os primeiros sapos flamenguinhos. Eles estavam em estado de dormência (imóveis e encolhidos, como se estivessem, de fato, hibernando), cada um dentro de buracos individuais. Interessante que quando foram manipulados, demoraram quase 15 minutos para se mexerem. Esse foi o primeiro registro para a espécie e para o gênero.

É Venenoso ou Não?

Apesar da pouca informação que temos a respeito dessa espécie de sapo, podemos dizer com os dados disponíveis que ele tem sim algumas toxinas em sua pele, mas, nada que chegue a ser extremamente venenoso que chegue a representar uma ameaça aos seres humanos. Na fauna brasileira, existem sapos muito mais venenosos e perigosos, de coloração totalmente amarela, verde, azul ou vermelha. Esses sim precisam ser evitados a todo custo.

Porém, ainda assim, os sapos flamenguinhos possuem substâncias de uma certa toxidade, até para se defender de predadores naturais, e essas substâncias são baseadas em alcaloides e outros tantos compostos. E, assim como acontece com outras espécies de sapos, este aqui adquire seus pequenos venenos através dos animais que come, como, por exemplo, ácaros.

No entanto, mais uma vez, fique tranquilo, que as substâncias presentes no sapo flamenguinho não oferecem nenhum grave risco a nós. Na verdade, é mais fácil você acabar, sem querer, pisando em vários deles, ao visitar o seu habitat natural, do que ter uma coceirinha na mão ao manusear esse bicho.

Parque Nacional de Itatiaia

O parque do qual o sapo flamenguinho é símbolo foi criado em 1937, e é considerado o primeiro Parque Nacional do país. Ele fica localizado na Serra da Mantiqueira, mais precisamente entre os municípios de Itatiaia e Resende (no Rio de Janeiro) e entre Bocaina de Minas e Itamonte (em Minas Gerais).  O parque possui, no total, 12 nascentes de importantes bacias hidrográficas regionais.

O relevo possui muitas elevações rochosas, cuja altitude varia entre 600 e 2.791 m (o ponto mais alto do parque é o Pico das Agulhas Negras). Com uma reserva de cerca de 30.000 hectares, ela é dividida em duas partes. A primeira é onde ficam as cascatas e a mata, que é repleta de palmeiras, jequitibás, entre outras árvores. A segunda parte é onde predominam as formações rochosas e as árvores maiores, como, por exemplo, o pinheiro-bravo.

Como se vê, com tantas peculiaridades, não é à toa que o símbolo de um parque como esse seja justamente o sapo flamenguinho. Um lugar ótimo de visitar se você tiver tempo e condições.

Perigo de Extinção

Sapo Flamenguinho (Melanophryniscus Moreirae) Em Cima do Tronco
Sapo Flamenguinho (Melanophryniscus Moreirae) Em Cima do Tronco

Em 2004 (ou seja, antes dele virar símbolo do Parque de Itatiaia) o sapo flamenguinho foi listado como uma espécie “quase” ameaçada de extinção, ou seja, não estava numa ameaça significativa, que pudesse colocar em risco o desaparecimento da espécie. 4 anos antes, ele havia sido classificado como “em perigo”. Hoje em dia, a tendência da população desses sapos é ficar estável, apesar de ainda haver o problema do turismo e da recreação.

Porém, atualmente, as autoridades locais estão fazendo o possível para preservar a espécie dessas questões. Tanto é que há cerca de 2 anos atrás um trecho da estrada da parte alta do Parque Nacional de Itatiaia foi interditada por causa da reprodução desse animal. O trecho, em questão, era de aproximadamente 3 km, e as pessoas só podiam passar por ele a pé. Assim, os sapinhos puderam se reproduzir tranquilamente, sem correrem o risco de serem atropelados port carros, em especial, durante as chuvas, que é quando esses animais aproveitam para colocar seus ovos.

Por ser um animal raro de ser visto, essa preservação não é, realmente, um exagero, e sim, uma ação necessária se quisermos ter esse interessante anfíbio na natureza, para que possamos apreciá-lo sempre que possível. Afinal, o sapo flamenguinho é importante para a natureza, como todo e qualquer animal.

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