Os urubus são criaturas que vivem em quase todas as partes do mundo e são conhecidas pelo fato de serem aves necrófagas e carnicentas. A ideia de que essas vivam pouco, às vezes, está relacionado ao fato do que elas comem, mas na verdade, o tempo de vida dos urubus varia de espécie para espécie, e, ainda, é necessário constatar que, se o urubu for criado em cativeiro, com uma dieta balanceada e cuidados inexistentes na natureza, essa ave pode chegar até a 30 anos de vida, enquanto na selva, muitas vezes, essa ave não chega de 15 a 20 anos.
A Vida de Um Urubu do Começo ao Fim
Os urubus tendem a criar seus ninhos após o acasalamento, e estes são feitos em lugares altos, como em pico de montanhas, copas de árvores ou fendas em rochas altas. Os locais para ninhos sempre precisam ser bem fortes para sustentar o peso das aves, que não são leves, chegando na casa dos 15 quilos, e também estão na categoria de maiores aves do mundo, medindo, normalmente, 1,80 de envergadura (de uma asa a outra) sendo o Condor dos Andes o recordista mundial desse feito.
Esses ninhos são compostos por galhos e penas de pássaros, geralmente as penas da própria mãe ou do pai. Não obstante, tal ninho continuará a ser usado por anos pelo mesmo casal de urubus que o criou. Esse ninho terá cerca de um metro de diâmetro, que é gigante em comparação ao de outras aves.
O casal de urubus será um casal monogâmico, tendo a presença um do outro até o final de seus dias. A forma com qual a fêmea decide com que macho ficará se dá, na maior parte das vezes, às habilidades de voos, onde os urubus machos demonstrarão tudo o que puderem para a urubu fêmea.
A tendência da fêmea é ter apenas um ovo ou dois por gestação, onde tanto ela quanto o macho irão revezar na atividade de incubação, tendo este um período de mais de um mês (de 54 a 58 dias). Os pais urubus são protetores e não deixam nenhuma outra ave ou animal chegar perto de seus ninhos. Muitas vezes, no verão, é possível observar os urubus com suas asas abertas ao redor do ovo, no intuito de protege-lo do sol.
Após o ovo chocar e o urubu filhote nascer, este será alimentado pelos pais por cerca de 100 dias, até o momento em que aprende a voar e sai do ninho acompanhando os pais na caçada. Isso não significa que todos os urubus saibam voar. A taxa de mortalidade é alta nesse período, pois a primeira vez no voo nem sempre dá certo, ocasionando em um número alto de aves que não sobreviveram a quedas, por exemplo.
Quando o urubu atinge sua adolescência, este começará jornadas solo, indo para locais não visitados outrora, se tornando, dessa forma, mais independente e aventureiro (tanto o macho quanto a fêmea). É nesse ponto que o filhote não volta mais para o ninho dos pais, deixando-os sozinhos, enquanto ele mesmo procura uma fêmea para compor uma família e assim perpetuar a espécie na natureza.
Regiões com Maior Incidência de Urubus mais Velhos
Uma consequência de se estar bem alimentado é a vitalidade estendida por um período superior àquele pelo qual a ave enfrentaria problemas de caça, ficando mais fracas e consequentemente, inapta pela fome.
Em lugares onde há secas, é muito comum encontrar urubus com mais de 20 anos de idade, já que a morte de animais que necessitam de água é muito mais eminente do que em outras regiões. Com a fartura proposta pelo ambiente, o urubu terá a chance de se fartar e, consequentemente, estender seu período de vida.
No Brasil, por exemplo, encontrar Urubus no norte do País é algo muito fácil, dado ao fato de que regiões nortenhas tendem a passar por estiagens ignóbeis, matando assim grande parte da fauna, cujas carcaças tornam-se um prato cheio para os urubus.
Existe Urubu em Extinção?
Apesar de ser uma criatura que sobrevive, basicamente, comendo restos de animais mortos e, dessa forma, ajudando a natureza a controlar o alastramento de doenças contagiosas levadas por moscas, o urubu, ainda, sofre com a possibilidade de extinção.
O estômago do urubu possui ácidos fortes o suficiente para combater doenças como o antraz, por exemplo, mas a contaminação das águas e dos alimentos (que são consumidos por outros animais) tem tornado muitas comidas venenosas a longo prazo, criando assim doenças que, naturalmente, o urubu não pode lidar.
Três Espécies de Urubus, em Específico, Estão em Risco de Extinção Eminente; São Eles:
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Abutre de Radadilha Branca
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Abutre de Bico Estreito
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Abutre de Bico Longo
Essas espécies são conhecidas como Urubus do Mundo Antigo, pois a origem deles vem da África e Ásia.
Diclofenaco, o Remédio que Diminui o Tempo de Vida dos Urubus
Esse remédio é uma droga anti-inflamatória de preço acessível que era utilizada em larga escala para lidar com febre, inflamação, dores e claudicações nos animais, por isso seu uso era constante, e em muitas vezes, quando o animal já se encontrava em um estado avançado, o remédio, apesar de consumido, não surtia efeito o suficiente para salvar o animal.
Quando o animal morre o remédio diclofenaco ainda estará na corrente sanguínea do animal, cuja carcaça será devorada por vários outros animais, especialmente os urubus.
Quando os urubus ficam expostos a esse remédio, o mesmo acaba se tornando venenoso, ocasionando vários problemas para aves, sendo as principais doenças a gota visceral e a insuficiência renal (estando esses na selva ou em cativeiros).
Estudos comprovaram que o diclofenaco é venenoso às aves necrófagas, o que fez com que seu uso fosse proibido de maneira veterinária, estando o uso desse remédio liberado apenas para consumo humano (em nomes como Voltaren ou Cataflan). Porém, a realidade é diferente, pois muitos agricultores ainda usam o remédio, pelo fato de ser barato e, em grande maioria, eficaz.
O maior problema da diminuição dos urubus é o fato de que a chance de doenças infecciosas transmitidas por lavas, moscas e pelo ar se tornem lei, já que não haverá ninguém para lidar com a sujeira espalhada pela natureza.
Se sua intenção for conhecer mais sobre essas aves, acesse TUDO SOBRE OS URUBUS.