A Floresta de Araucária é um ecossistema típico do estado de São Paulo (SP). O seu nome é uma referência ao tipo de vegetação básica ali existente, a Araucaria angustifolia, popularmente conhecida como “pinheiro-do-paraná.”
A floresta pertence ao bioma Mata Atlântica, e, assim como esta, encontra-se reduzida, em São Paulo, a apenas algumas manchas esparsas – diferentemente do que ocorria no passado, quando podia ser encontrada em abundância na região.
Lá estão algumas variedades de coníferas e de angiospermas, que em muito se beneficiam da característica típica da região, que é a de chover praticamente o ano inteiro, especialmente nos trechos de maior altitude – que na verdade domina praticamente todo esse ecossistema.
A Floresta de Araucária é um ambiente único! Bastante original! Também conhecida como Mata de Araucária, Floresta Ombrófila, entre outras denominações, a depender do trecho onde esteja presente.
O que se diz é que por volta do ano de 1500, a Floresta de Araucária era um colosso! Ela estendia-se desde a região sul do estado de São Paulo até o norte do Rio Grande do Sul – chegando a roçar algumas regiões da Argentina.
Sempre com a característica de um território fértil, com chuvas abundantes, com a sua maior pujança nas regiões de maior altitude – geralmente entre 500 e 1100m, onde despontavam, exuberantes, os famosos pinheiros-do-paraná.
Nesse ecossistema típico do estado de São Paulo (SP), as temperaturas costumam variar entre 13 e 28°C, com distribuição adequada de chuvas durante o ano. No entanto, como é típico de um clima subtropical, o inverno costuma ser rigoroso, com eventos de geadas, neblina intensa e a tradicional garoa do alvorecer do dia.
Quais São os Animais Típicos Desse Ecossistema de São Paulo (SP)?
A Floresta de Araucária, como a maioria dos ecossistemas brasileiros, sofre com o drama da extinção de diversas espécies de animais ao longo das últimas décadas. A dramática redução das áreas compostas por Mata Atlântica resulta, obviamente, na dramática redução de algumas das espécies mais tradicionais do país.
Mas, apesar disso, a floresta ainda pode ser considerada uma das mais ricas desse trecho sul/sudeste do Brasil, com uma biodiversidade formada por variedades de animais e vegetais considerados endêmicos, ocasionais, raros, exóticos, comerciais, e ainda alguns grupos que têm a caça regulada dentro de critérios estabelecidos pelo IBAMA.
Dentre as principais espécies típicas desse ecossistema de SP, estão: o mico-leão-dourado, onça-pintada, tamanduá-bandeira, onça-parda, preguiça-de-coleira, a jaguatirica, o caxinguelê, o mono-carvoeiro, o guariba, entre vários outros.
Também exibem a sua beleza e exoticidade, algumas espécies de arapongas, tucanos, sanhaços, jacus, macucos, a jacutinga, o gaturamo, variedades de bem-te-vis, beija-flores, saíras, o original papagaio-de-peito-roxo, entre várias outras espécies.
Muitas delas em grave risco de extinção, como a onça-pintada e o mico-leão-dourado, por exemplo – dois símbolos da negligência do homem com relação à nossa biodiversidade.
Mas não podemos esquecer, também, das mais singulares espécies de répteis e anfíbios que também ajudam a compor esse ecossistema da Mata Atlântica, entre os quais, as variedades de jiboias, teiús, o Jacaré-de-papo-amarelo, a Cobra-coral, a Jararaca e muitas outras espécies simples e complexas em termos de estrutura biológica dentro dentro da Floresta de Araucária.
A Flora da Mata de Araucária
A Floresta de Araucária, um dos ecossistemas típicos do estado de São Paulo (SP), elegeu algumas espécies vegetais como as suas principais representantes. Entre elas estão as variedades Ocotea pulchella (a canela-lageana), a imbuia (ou Ocotea porosa), o ipê ( a Handroanthus chrysotrichus), a Ocotea odorífera (o sassafrás), entre várias outras.
Chamam a atenção também, pela originalidade e importância comercial, espécies como a guabiroba, a erva-mate, o jacarandá, o monjoleiro, a pitanga, a cavipuna, a ilex theezans (a caúna), a sete-capotes, o Podocarpus lambertii (o pinheiro-bravo), entre outras inúmeras variedades, muitas delas endêmicas e com propriedades farmacológicas que chamam a atenção de estudiosos em todo o mundo.
Os planaltos acima de 600m (até 1800m) da Floresta de Araucária é monitorada e estudada constantemente; e a conclusão é a de que essa pode ser considerada uma das mais ricas biodiversidades do país – algo que é visto como um fenômeno, já que calcula-se que a área que compreende esse ecossistema não represente mais do que 3% do que foi à época do Descobrimento.
São cerca de 327 espécies vegetais abrigadas em 65 famílias, entre diversas variedades de Rubiaceae, Myrtaceae, Asteraceae, Salicaceae, Fabaceae, que disputam em importância econômica e medicinal com variedades de xaxins, imbuias, ervas-mate, cedro-rosa, pinheiros-bravos, além de muitas outras consideradas endêmicas e espécies de símbolo desse ecossistema considerado típico da região sul do estado de São Paulo (SP).
Um Ecossistema Ameaçado
O ecossistema da Floresta de Araucária já estendeu-se por mais de 200.000km2. Hoje, só o que resta mesmo são cerca de 3% desse total; e em São Paulo ela pode ser apreciada apenas na forma de manchas esparsas, na sua maioria em trechos da região sul do estado, para só depois – já nos territórios do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – reaparecer com maior pujança.
Ela é também uma das vítimas da exploração madeireira, já que lá podem ser extraídas o que há de melhor em madeira de lei, como o ipê, a imbuia, o cedro-rosa, entre outras variedades que estão entre as preferidas do setor madeireiro.
Mas também o avanço do setor agropastoril tem funcionado como um flagelo para esse trecho de Mata Atlântica, que precisa ceder cada vez mais espaços para diversas culturas, inclusive para a prática da pecuária.
Em maior quantidade, ainda é possível encontrar entre 10 e 12% de Floresta Ombrófila Mista, mas também apenas em trechos esparsos, que não ultrapassam os 60 hectares, geralmente dentro de grandes propriedades privadas, compondo áreas de lavouras, pastos, entre outras disposições da tão tradicional Floresta de Araucária do sul do país.
Mas o problema está justamente no fato de que essa fragmentação é responsável, também, pelo desaparecimento de inúmeras espécies endêmicas desse ecossistema da região sul do estado de São Paulo (SP).
E vários estudos comprovam que pouco ou quase nada existe de algumas das mais tradicionais espécies de vegetais, que limitam-se, apenas, àquelas que, como dissemos, mantêm-se protegidas dentro de propriedades privadas.
No entanto, já existe quase um consenso se formando sobre a importância desses trechos ou fragmentos de Mata de Araucária, mesmo em propriedades privadas.
Pois muitas delas funcionam como espécies de reservas naturais que, de alguma maneira, preservam alguma coisa da biodiversidade desse ecossistema, já que, de outra forma, já teriam se perdido em meio à sanha e sede de progresso do homem, que precisa a cada dia de mais espaços para o aumento da produtividade no país.
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