Como bem sabemos, todo o setor agropecuário é a base da nossa alimentação desde muitos séculos atrás. É de lá que conseguimos todos os alimentos, sejam eles depois passados por fábricas, ou indo diretamente para nossas moradias. O que talvez nem todos saibam, é que para conseguir alimentar a quantidade de pessoas no mundo, muita tecnologia nessa área foi necessária.
Hoje, o sistema agrário, também conhecido como agrossistema está bem mais desenvolvido. Entretanto, ele causa um grande prejuízo para o meio ambiente de forma geral. A agropecuária acaba gastando muita água, o desmatamento é constante e muito forte, além da poluição de metano que os gados liberam em suas fezes.
Com uma lista de coisas ruins e boas, pessoas ligadas em projetos para a proteção da natureza e vida na Terra, decidiram criar o agroecossistema. Por mais que não seja tão popular como o sistema tradicional agropecuário, já é um grande passo para continuar produzindo alimentos suficiente para a população, sem prejudicar completamente a nossa biosfera. Por isso, vamos entender um pouco mais sobre esse sistema.
O Agrossistema – Sistema Agrário de Forma Geral
Existe uma certa generalização de que o agrossistema seja a única forma de produção agropecuária. Entretanto, ele é somente um tipo dessa produção.
De forma geral, existem três tipos dentro do agrossistema que possuem suas próprias características. O primeiro é o tradicional, que utiliza das técnicas mais antigas, sem muito uso de tecnologia. Possui uma maior mão de obra que normalmente é assalariada. São mais encontrados em países subdesenvolvidos, um exemplo é o plantation.
O segundo é o moderno, em que já emprega tecnologia mais avançada, diminuindo a quantidade de pessoas trabalhando no local. Também visa muito na quantidade de produção que é feita, seguindo então algo bem padrão e mecanizado. Esses são os mais utilizados no mundo, especialmente no Brasil. Utilizam muito de agrotóxicos, trabalham com correção de solos e também com os famosos transgênicos.
O terceiro, e último, é o agrossistema alternativo. Esse já é algo mais recente e ainda muito discutido, pois são aqueles que trabalham com a plantação, mantendo o máximo a conservação do meio ambiente. É nele que você encontra a agricultura orgânica e a policultura, renunciando produtos químicos que afetam a qualidade do ecossistema. Esse é o mais parecido com o agroecossistema, sendo considerado até mesmo um tipo agroecossistema por muitos cientistas da área.
Os Problemas Com o Meio Ambiente
Como já explicamos, a agropecuária não é perfeita ainda. O meio ambiente de forma geral é o que mais sofre de diversas formas para que possamos manter toda a produção e lucratividade a vapor.
Começando pelo espaço. Cada vez mais está sendo preciso expandir para aumentar a produção agropecuária no Brasil e em vários outros países no mundo. A questão é que a expansão está sendo feita pelas florestas, causando um grave desmatamento de biomas importantíssimos para o mundo. Esse impacto não para aí, já que acaba fazendo com que muitas espécies beirem a extinção devido a destruição de seu habitat.
Outro ponto ruim é a poluição que esse sistema agrário causa. Nos solos, o grande volume de produtos químicos como os agrotóxicos e insumos agrícolas penetram no solo, o poluindo completamente. Quando há chuvas mais fortes, essa poluição é levada até rios, podendo contaminar também os lençóis freáticos.
Esses são alguns dos pontos principais que o sistema agrário acaba causando. Existem outros que são muitas vezes consequências desses pontos ruins. Por isso, cientistas e estudantes dessa área estão tentando achar formas de manter nosso planeta salvo, e manter a lucratividade e produtividade intacta.
Agroecossistema e suas Principais Características
Agora que entendemos um pouco sobre o agrossistema, podemos realmente entrar no agroecossistema. Com o “eco” no meio, já dá para ter uma breve noção da diferença de ambos os conceitos. Primeiramente, entenda que um sistema agrícola acaba sendo um ecossistema. Existe todo um processo por trás que é igual aos outros, tendo até mesmo essas relações ecológicas com outros ecossistemas ao redor.
Ao trabalhar com o agroecossistema, você vai ver que ele é baseado em quatro pilares: o da produtividade, estabilidade, sustentabilidade e equidade. A produtividade é a produção por recurso. Quanto consegue-se fazer por unidade do recurso daquela determinada área. O segundo pilar, a estabilidade é como conseguir manter a produtividade em momentos ruins e que não dê para o ser humano controlar. Quando vamos para o terceiro pilar, a sustentabilidade, vemos uma preocupação com manter a produtividade mesmo quando ela for exposta a um distúrbio. E a última, a equidade, que é como é feita a distribuição da produtividade.
Apesar de também focar extremamente no lucro e produtividade, o agroecossistema também se preocupa com tudo ao seu redor. Sua fauna e flora, e recursos naturais de forma bem inusitada nesse campo. Seu foco é conseguir manter uma produção de longo prazo, sem afetar e prejudicar o ecossistema.
A ideia é saber como fazer tudo isso a partir de entender aquele ecossistema. Sendo possível prevenir até mesmo pragas sem nem utilizar os agrotóxicos e outros defensores químicos prejudiciais tanto para nossa saúde quanto para o ambiente da plantação. Mantendo um equilíbrio na natureza, favorecendo a todos.
É importante discutirmos medidas como essas que mantém a produtividade, alimentando todos, mas que mantenham nosso planeta protegido e próspero. É o mínimo que devemos para as gerações futuras, como dizia o filósofo Hans Jonas. Esperamos que tenham gostado do post. Não esqueça de deixar seu comentário nos contando o que achou, ou com alguma dúvida acerca do assunto.