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Por que os Vulcões Ficam Inativos?

No universo da vulcanologia não existe um consenso sobre o porquê de um vulcão ficar inativo, nem tampouco sobre o que determina essa característica.

Um vulcão pode, por exemplo, surgir, entrar em atividade por alguns dias, passar milhões de anos sem qualquer tipo de atividade e, como num passe de mágica, simplesmente despertar, aterradoramente, como um monstro faminto por destruição.

Mas para alguns especialistas, um vulcão pode ser considerado inativo pelo simples fato de não estar em erupção em dado momento ou simplesmente por manter-se silencioso – e entenda-se silencioso como a inexistência de qualquer nível de abalo sísmico ou emissão de gases diretamente do seu interior.

No entanto, não podemos confundi-los com o que convencionou-se chamar de “vulcões dormentes”, que são aqueles que até parecem estar inativos, mas que, porém, emitem quantidades quase imperceptíveis de gases, demonstrando que há ali, sim, atividade vulcânica, só esperando mesmo uma oportunidade para sair desse estado de letargia.

Para se ter uma ideia da dificuldade de se caracterizar um vulcão quanto à sua atividade, muitos vulcões que, no passado, foram considerados totalmente extintos, acabaram voltando à vida de forma surpreendente. Como os casos clássicos do Vesúvio, do Ruiz (nos Andes), ou mesmo do Kamchatka (na Rússia), que surpreenderam até mesmo aos especialistas.

Por que um Vulcão Entra em um Período de Inatividade?

Apesar dessa dificuldade de afirmar o porquê da inatividade de um vulcão, o que se sabe é que os vulcões ativos costumam assentar-se sobre a junção de duas placas tectônicas – aquelas enormes estruturas que formam a crosta terrestre.

Dessa forma, toda vez que há um choque, mergulho (umas sob as outras), ou até mesmo um simples roçar entre ambas, o fato de estar sobre uma junção é motivo suficiente para que o magma do interior possa escapar.

E esse escapamento pode se dar na forma de simples efusões de lava ou de eventos bem mais dramáticos, como as terríveis explosões, geralmente seguidas pelo lançamento de fluxos piroclásticos, nuvens de cinzas vulcânicas e até mesmo por vários tipos de gases a alturas que podem ultrapassar dezenas de quilômetros.

Por outro lado, caso esse mesmo vulcão, por algum motivo, afaste-se definitivamente dessa junção entre placas, obviamente, não estará mais sobre uma fissura ou fenda capaz de fazer o magma transbordar – uma situação que costuma caracterizar-lhe como um “vulcão extinto”, apesar das controvérsias e polêmicas sobre tal denominação no seio da vulcanologia.

Agora imaginemos uma outra situação com esse mesmo vulcão. Digamos que, ao invés de estar definitivamente afastado de uma junção entre placas, ele esteja apenas a certa distância delas – o suficiente para impedir, durante milhares ou milhões de anos, qualquer tipo de manifestação.

O que teremos, nesse caso, é tão somente um “vulcão inativo”. Ou seja, a sua distância das bordas das duas placas lhe garantirá a inatividade, mas não impedirá que novas fissuras na crosta possam surgir e atingi-lo em cheio em suas bases.

Portanto, essa sua inatividade não será, de maneira alguma, algo definitivo. E é o que faz com que tais vulcões permaneçam, por toda as suas existências, como uma eterna ameaça, e sempre em constante monitoramento por parte dos governos desses países.

Por que um Vulcão Fica Inativo Mas Pode ser Perigoso?

O que alguns vulcões como, por exemplo, o Monte Pelée (na Martinica), o Paricutín (no México) e o Arenal (na Costa Rica) têm em comum. Resposta: todos eles são considerados vulcões inativos, mas que, no entanto, mantêm geólogos e vulcanologistas sempre atentos e alertas para as mais sutis das suas manifestações.

O Arenal, por exemplo, entrou em erupção pela última vez em 1968, antes disso, tinha se manifestado pela última vez no longínquo séc. XVI.

No entanto, apesar de tanta pacificidade, os vulcanologistas ainda insistem em classificá-lo entre “dormente” e “inativo”, devido ao fato de, segundo eles, ainda emitir pequenas quantidades de gases e vapores de água, que são suficientes para que não se desgrude os olhos dele.

É muito comum que se pergunte por que um vulcão que ficou inativo ainda pode ser, assim, alvo de tamanha preocupação e vigilância por parte dos Poderes Públicos e dos cientistas.

Tirando o fato de que uma boa dose de prudência não faz mal a ninguém – principalmente quando se tem como vizinho uma força da natureza; e principalmente ainda quando se sabe que se está assentado sob um imenso caldeirão de rochas fundidas – , o que os vulcanologistas costumam lembrar é que o fator instabilidade da crosta terrestre ainda é um dos principais motivos para tamanha precaução.

Isso sem contar o fato de que, no caso de um terremoto, mesmo que não haja erupções vulcânicas, a própria constituição dos vulcões faz com que os deslizamento de terra e as alterações no interior da câmara magmática acabem provocando fissuras sob um vulcão que não está assim tão distante de uma junção entre placas.

Portanto, apesar de existirem inúmeras comunidades que vivem há séculos na base de vulcões considerados inativos, tais regiões precisam ser constantemente monitoradas, a fim de que, em casos de alterações anormais da crosta terrestre, tais regiões possam ser evacuadas o mais rapidamente possível.

A Sombra de um Vulcão Inativo

A necessidade de saber por que um vulcão fica inativo está relacionada com o fato de que eventos como as erupções vulcânicas, em regiões habitadas, são consideradas verdadeiras tragédias, com potencial, inclusive, para causarem danos ambientais incalculáveis e com desdobramentos negativos para as gerações futuras.

As emissões de lava são capazes de destruir, em questão de minutos, toda a fauna e a flora que vive no entorno de um vulcão.

Os fluxos piroclásticos, repletos de fragmentos de rochas e materiais vulcânicos são lançados a grandes distâncias, destruindo casas, carros, estabelecimentos comerciais, e podem ceifar a vida de toda a população num raio de algumas dezenas de milhares de quilômetros.

Os rios, lagos e mananciais são os mais afetados pelas nuvens de cinzas vulcânicas, que podem atingir dezenas de metros de altura, e depositarem-se no leito dessas reservas marinhas de forma devastadora.

Um caso clássico ocorreu durante a lendária erupção do Monte Tambora, na Indonésia, em 1815, que, de acordo com relatos da época, conseguiu a façanha de alterar, sensivelmente, o clima da Europa durante anos.

Quando o vulcão está incrustado em uma região habitada, aí é que a situação pode ser classificada como dramática! Como no caso do La Soufriére Vulcão, nas ilhas caribenhas, que fez com que fosse evacuada toda a ilha de Basse-Terre, deixando para trás um rastro de morte e desolação.

Assim também como ocorreu durante as erupções do Kilauea, do Rabaul Papua Nova Guiné, do Vulcão de Fogo da Guatemala, dos vulcões de Auckland (Nova Zelândia), entre inúmeros outros que, pelo fato de localizarem-se em regiões habitadas, são classificados como verdadeiros flagelos naturais.

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