Por que será que os homens, ou os seres humanos de um modo geral, são considerados primatas? Essa é uma pergunta que já traz em si um turbilhão de outros questionamentos, preconceitos, tabus, entre inúmeras outras controvérsias geralmente ligadas a questões religiosas.
O problema é que na verdade muito se fala mas pouco se sabe de conclusivo sobre esse suposto parentesco entre homens e macacos. Mas o que parece já surgir como uma espécie de consenso é o fato de que ambos são oriundos da mesma raiz comum: a ordem dos primatas.
A partir daí é que começam a ocorrer as separações. De repente os Strepsirrhini – um dos dois gêneros de primatas mais antigos – dão origem aos lêmures e aos lorisiformes – que ao que tudo indica não continuaram a evoluir.
Já o outro gênero, os Haplorhini, não parou mais de avançar, dando origem aos Simiiformes, Catarrhini, Hominoidea, Hominídeos, Homininae, Hominini; para terminar em duas ramificações: para um lado os Humanos, e para outro, os Chimpanzés.
Essa comunidade é o que se pode chamar de “berço” comum dos homens e dos macacos. Porém eles dividiram-se de tal forma, que nós, os humanos, acabamos por nos constituir como uma categoria de seres à parte, em uma ramificação totalmente diferente, como os futuros senhores de quase tudo o que pode ser abarcado com os olhos.
Agora já se sabe que homens, macacos, orangotangos, chimpanzés, gorilas, gibões, entre outros primatas de grande porte, possuem ancestrais comuns. E que o que houve foi uma evolução a partir dos primatas, para a configuração de uma classe de seres evoluída de um antigo ancestral comum primitivo e irracional.
Os Homens (ou Seres Humanos) São Primatas Mais Não São Macacos
Para chegar a essa conclusão devemos utilizar ela, a polêmica e controversa Teoria da Evolução de Darwin, que nesse caso nos diz que os ancestrais comuns dos homens e dos macacos separaram-se há muito, muito tempo! – Talvez por volta de 5, 6 ou 7 milhões de anos!
É possível que essa espécie de “elo perdido” entre homens e macacos possa ser encontrado na subordem Catarrhini, que teria se ramificado nas espécies do gênero Hominoidea (o dos homens, que continuaram a evoluir) e dos “Macacos do velho mundo” (que não mais evoluíram).
Mas nem de longe essa descoberta pode ser considerada como um “ponto final” para as discussões acerca das origens do homem e da sua suposta ligação com os macacos.
Basta lembrar dos lendários embates entre o biólogo Thomas Henry Huxley e o bispo Samuel Wilberforce, que jamais aceitou, sem um quê de desprezo, a famigerada e, para muitos, indigesta teoria darwinista defendida a “unhas e dentes” pelo biólogo.
Em um deles, o bispo não fez por menos, e insistiu para que Huxley espusesse com detalhes o seu grau de parentesco com os macacos – onde ele se cruzava com as dos seus pais, já falecidos.
Ao que o biólogo teria respondido com a afirmação de que talvez fosse mesmo mais digno ascender de um símio do que de um suposto humano preconceituoso, intolerante e mentiroso como nenhum animal é capaz de ser.
Mas o que se provou é que, teorias à parte, o homem tem, sim, um ancestral comum.
Todos, absolutamente todos nós, somos o resultado de uma série de processos evolutivos e de mutações genéticas a partir de uma mesma ordem de seres conhecida como a dos “primatas”.
E para o desespero de muitos, o material genético dos chimpanzés apresenta cerca de 99% de similaridade com o nosso; em uma prova indiscutível da estreita ligação que temos com esse gênero de animais.
O Chimpanzé É O Primata Mais Próximo Do Homem Ou Dos Seres Humanos
Curiosamente, o homem é produto de uma ramificação que deu origem aos “grandes primatas”, como os gorilas, o gibão, o orangotango e também o chimpanzé.
Ambos são frutos de um mesmo tronco, o dos Hominini, que gerou indivíduos com praticamente as mesmas características genéticas, além de porte bem mais robusto, maior amplitude de movimentação dos membros superiores, sem cauda e com uma arcada dentária parecida com a nossa, composta por 32 dentes e molares com a mesma estrutura.
O que se sabe é que chimpanzés, homens e gorilas separaram-se em um espaço de tempo bastante curto. Mas no caso desse dois últimos, a linha ancestral que os une está ainda mais distante, o que faz com que somente os chimpanzés e os homens compartilhem do mesmo material genético.
Mas hoje a ciência já é capaz de dar respostas um pouco mais precisas acerca desse polêmico e controverso grau de parentesco entre homens e macacos. E o que se descobriu é que existe um gene que seria capaz de mostrar onde reside tal diferenciação entre ambos os animais.
Essa descoberta é fruto do trabalho de cientistas americanos da Universidade Harvard, Estados Unidos, que concluíram que há cerca de 20 milhões de anos um grupo de primatas começou a exibir alguns caracteres que hoje poderíamos chamar de “humanos”.
E com a duplicação de um gene específico e responsável por fazer com que a subordem dos Homininis se dividisse entre homens e chimpanzés, surge uma nova categoria de seres, a dos humanos, porém mantendo asseguradas determinadas características que nos tornam seus parentes próximos e inegavelmente unidos.
O Tre 2
O gene que seria como um elo de ligação entre macacos e humanos recebeu o nome de “Tre 2”. A sua descoberta foi o resultado dos atuais avanços no campo da genética, que resultaram na completa decodificação do genoma humano, possibilitando, finalmente, a descoberta do gene responsável por tal caracterização.
Uma curiosidade sobre o Tre2 é que ele dificilmente pode ser encontrado nos antigos primatas – como os Haplorhini, que deram origem aos lêmures e aos lorisiformes.
E o que se sabe também é que esse gene seria o resultado de mutações que podem ter ocorrido talvez a partir da ramificação da subordem Catarrhini, de onde se originaram os “Macacos do velho mundo”.
Apesar de ser esta apenas uma teoria, o que os pesquisadores acreditam é que o gene só apareceu da foma como conhecemos nos indivíduos pertencentes à subordem Hominini – no último estágio antes do surgimento do homem e dos chimpanzés.
E o mais interessante é que ele, também supostamente, estaria envolvido nos processos reprodutivos de ambos os animais; o que alimenta a desconfiança de alguns cientistas de que ele teria sido determinante para a caracterização do homem da forma como conhecemos atualmente.
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