O brejo é uma região caracterizada pela umidade, seja referente a terrenos encharcados, ou terrenos submersos ou até mesmo lamaçais.
Os brejos, em muitos casos, são nomes dados aos manguezais e pântanos que constituem uma rica parte do território brasileiro. Outros nomes para o brejo, podem ser charneca, marnel, palude, lodaçal, atoleiro, tremedal, brejo, alagadeiro, alagadiço, mangal, mangrove, mangue e manguezal.
As regiões demarcadas pelo brejo, são regiões que possuem um solo pobre em oxigênio, por isso não são todas as plantas que conseguem nascer, crescer ou se desenvolver nesse ambiente.
Os animais também são selecionados para viver no brejo, pois apenas alguns têm condições naturais boas o suficiente para viver em um lugar tomado pela umidade, principalmente os de respiração cutânea, como as minhocas.
Os brejos são compostos por plantas herbáceas e arbustivas que conseguem filtrar nutrientes através da umidade do brejo. Suas raízes são altas e seu topos encimados por galhos que servem de poleiro para inúmeras aves.Os brejos, na maioria das vezes, são formados por regiões onde o escoamento da água da chuva não consegue ser feito de maneira eficaz, acumulando, dessa forma, quantidades grandes de água que permanecem no solo durante longos períodos de tempo, e sendo raramente evaporados pela atividade solar.
Como Plantar Para Reflorestar Locais De Brejo?
Como foi dito anteriormente, nem todas as plantas conseguem se desenvolver no brejo, pelo fato de haver uma umidade relevante. Muitas plantas precisam de oxigênio mais do que qualquer outra coisa, e nos brejos, o oxigênio é escasso.
Porém, muitas plantas ainda conseguem se desenvolver plenamente nos brejos, pois suas principais requisições se dão através do hidrogênio, tornando, assim, o brejo um excelente local de reprodução.
A intenção de plantar árvores frutíferas no pantanal, é fazer com que as mesmas passem a se reproduzir de uma forma em que um possível reflorestamento seja viável, tornando o solo cada vez menos úmido e atraindo mais vida para o local.
A ideia do reflorestamento tem que ser, por base, relativa às plantas que viviam no ambiente em que agora está encharcado; é necessário entender que o ambiente fornece os nutrientes ideais para os tipos de plantas nativas, sendo um pouco mais difícil para plantas externas absorverem os mesmos nutrientes.
Plantas Para Plantar No Brejo
Observe a lista abaixo, cujo resultado foi retirado de uma pesquisa feita na região sudeste do Brasil, mais especificamente em Piracicaba, em Campinas, no Estado de São Paulo. Todas essas plantas citadas se desenvolvem perfeitamente bem no solo encharcado dos brejos, e elas se dividem entre plantas complementares e peculiares, sendo que as complementares são plantas que se desenvolvem tanto em brejos quanto em outros habitats, enquanto as peculiares são exclusivas do brejo, se reproduzindo apenas através de solo constantemente inundado.
Nome Vulgar | Nome Científico | Família | Adaptação |
1. Açoita Cavalo | Luehea divaricata | Tiliaceae | Complementar |
2. Almecega | Protium heptaphyllum | Burseraceae | Complementar |
3. Angico Branco | Acacia polyhylla | Mimosaceae | Complementar |
4. Araticum Cagão | Annona cacans | Annonaceae | Complementar |
5. Árvore do Báslsamo | Styrax pohlii | Styracaceae | Peculiar |
6. Bico de Pato | Machaerium aculeatum | Fabaceae | Complementar |
7. Branquinho | Sebastiania brasiliensis | Euphorbiaceae | complementar |
8. Cabreutinga | Cyclolobium vechii | Fabaceae | Complementar |
9. Canela do Brejo | Persea major | Lauraceae | Peculiar |
10. Canela Preta | Nectandra mollis oppositifolia | Lauraceae | Complementar |
11. Cambuí do Brejo | Eugenia blastantha | Myrtaceae | Peculiar |
12. Canafístula | Cassia ferruginea | Caesapiniaceae | Complementar |
13. Capororoca | Rapanea lancifolia | Myrsinaceae | Peculiar |
14. Carrapeta, Marinheiro | Guarea kinthiana | Meliaceae | Peculiar |
15. Casca de Anta, Cataia | Drymis brasiliensis | Winteraceae | Peculiar |
16. Cássia Candelabro | Senna alata | Caesalpiniaceae | Peculiar |
17. Cedro do Brejo | Cedrela odorata | Meliaceae | Peculiar |
18. Congonha | Citronalia gongonha | Icacinaceae | Complementar |
19. Embaúba | Cecropia pachystachya | Cecropiaceae | Complementar |
20. Embira de Sapo | Lonchocarpus muehibergianus | Fabaceae | Complementar |
21. Figueira Branca | Ficus insipida | Moraceae | Complementar |
22. Fruta de Pombo | Tapirira guianensis | Anacardiaceae | Peculiar |
23. Genipapo | Ganipa americana | Rubiaceae | Peculiar |
24. Gerivá | Syagrus romanzoffiana | Palmae | Complementar |
25. Goiabeira | Psidium guajava | Myrtaceae | Complementar |
26. Grumixama | Eugenia brasiliensis | Myrtaceae | Complementar |
27. Guanandi | Calophyllum brasiliensis | Guttiferae | Peculiar |
28. Guaraiúva | Securinaga guaraiuva | Euphorbiaceae | Complementar |
29. Ingá | Inga fegifolia | Mimosaceae | Complementar |
30. Ipê do Brejo | Tabebuia umbellata | Bignoniaceae | Peculiar |
31. Iricurana | Alchornea iricurana | Euphorbiaceae | Complementar |
32. Jatobá | Hymanea courbaril | Caesalpiniaceae | Complementar |
33. Leiteira, Pau de Leite | Sapium bigiandulosum | Euphorbiaceae | Complementar |
34. Mamica de Porca | Zanthoxylum riedeliainum | Rutaceae | Complementar |
35. Maria Mole | Dendropanax cuneatum | Araliaceae | Peculiar |
36. Marinheiro | Guarea guidonia | Meliaceae | Peculiar |
37. Marmelo Bravo | Prunus sellowii | Rosaceae | Complementar |
38. Mulungu | Erythrina falcata | Fabaceae | Complementar |
39. Paineira | Chorisia speciosa | Bombacaceae | Complementar |
40. Palmito Branco | Euterpe edulis | Palmae | Complementar |
41. Passuaré | Sclerobium paniculatum | Caesalpiniaceae | Complementar |
42. Pau D’alho | Galesia integrifolia | Phytolaccaceae | Complementar |
43. Pau D’Óleo | Copaifera langsdorffii | Caesalpiniaceae | Complementar |
44. Pau de Lança | Terminalia triflora | Combretaceae | Peculiar |
45. Pau de Viola | Citharexylum myrianthum | Verbenaceae | Peculiar |
46. Peroba D’água | Sessea brasiliensis | Solanaceae | Peculiar |
47. Pindaíba | Xylopia brasiliensis | Annonaceae | Peculiar |
48. Pinha do Brejo | Talauma ovata | Magnoliaceae | Peculiar |
49. Suinha | Erythrina crist-galli | Fabaceae | Peculiar |
50. Taiúva | Chlorophora tinctoria | Moraceae | Complementar |
51. Tapiá | Alchornea triplinervia | Euphorbiaceae | Complementar |
52. Tarumã | Vitex megapotamica | Verbenaceae | Complementar |
53. Urucarana, Drago | Croton urucurana | Euphorbiaceae | Peculiar |
1. Açoita Cavalo
2.Almecega
3. Angico Branco
4. Araticum Cagão
5. Árvore do Bálsamo
6. Bico de Pato
7. Branquinho
8. Cabreutinga
9. Canela do Brejo
10. Canela Preta
11. Cambuí do Brejo
12. Canafístula
13. Capororoca
14. Carrapeta, Marinheiro
15. Casca de Anta, Cataia
16. Cássia Candelabro
17. Cedro do Brejo
18. Congonha
19. Embaúba
20. Embira de Sapo
21. Figueira Branca
22. Fruta de Pombo
23. Genipapo
24. Gerivá
25. Goiabeira
26. Grumixama
27. Guanandi
28. Guaraiúva
29. Ingá
30. Ipê do Brejo
31. Iricurana
32. Jatobá
33. Leiteira, Pau de Leite
34. Mamica de Porca
35. Maria Mole
36. Marinheiro
37. Marmelo Bravo
38. Mulungu
39. Paineira
40. Palmito Branco
41. Passuaré
42. Pau D’alho
43. Pau D’Óleo
44. Pau de Lança
45. Pau de Viola
46. Peroba D’água
47. Pindaíba
48. Pinha do Brejo
49. Suinha
50. Taiúva
51. Tapiá
52. Tarumã
53. Urucarana, Drago
FONTE: https://fundacaofia.com.br/gdusm/lista_florestas_brejo.pdfMuitas dessas plantas existem em regiões em que não há brejo, e essas são as citadas como “complementares”, pois é possível que as mesmas floresçam tanto em um terreno encharcado quanto em solos secos.
A principal fonte de alimentação das plantas de brejo se dá através da matéria orgânica encontrada nos solos úmidos.
As regiões de brejo sempre são regiões baixas, circundadas por bastante sombra, que é um dos principais motivos para a água permanecer sem evaporar, e vários animais e matérias orgânicas param nos brejos, na maioria das vezes, carregadas pela água da chuva.
A seletividade natural existente nas regiões do brejo é uma das mais evidentes dentre os habitats do Brasil, pois é somente em áreas como o brejo que muitas plantas não conseguem se desenvolver.
A plantação das plantas de brejo deve ser em regiões em que o solo demonstre conter nutrientes, isto é, em áreas em que há a bastante presença de insetos, pois os mesmos trabalham para a adubação natural do solo, tornando-o viável para nutrir as sementes.