Plantas, fungos e algas são seres bastante evoluídos, possuindo uma série de mecanismos bastante interessantes em seus organismos, que permite fazerem inúmeras atividades. Entre esses mecanismos está o que chamamos de esporos e é o que abordaremos a seguir.
O Que São Esporos, E Qual a Sua Função?
Quando tratamos, especificamente, do ramo da biologia, chamamos de esporos as unidades reprodutoras de plantas, fungos e algas, mas também são denominados esporos formas latentes de outros seres vivos, como animais, protistas e bactérias.
Mas, o que seriam os esporos? Basicamente, são células envolvidas por uma espécie de membrana que serve como proteção até que os fatores externos sejam favoráveis para a germinação dessa mesma célula. Inclusive, o termo “esporo”, em si, é mais frequentemente usado para denominar unidades de dispersão de plantas que são formadas por via assexual, tipo samambaias ou musgos. Na maior parte dos casos, essas estruturas são dispersadas ou pela ação do vento, ou por animais, germinando em outros lugares.
A função primordial dos esporos é a realização da fecundação dos indivíduos que as possuem, e uma das suas principais características é serem bastante pequenos, e principalmente leves, até para poderem permanecer no ar por um bom período de tempo. Também ão bastante desidratados, e pelo fato de possuírem inúmeras camadas, são organismos resistentes ao calor, à radiação, e a agentes físicos e químicos em geral.
Tipos de Esporos
Da mesma forma que os esporos estão presentes em seres dos mais diversos, existem também estruturas que se diferenciam uma da outra. Nesse sentido, os tipos de esporos que encontramos na natureza podem ser classificados de três formas: transportados pelo vento, flagelados e conidiósporos.
No caso dos transportados pelo vento, como o próprio nome já indica, são esporos cuja característica principal é ser levado pelo ar para que a germinação do ser em questão se dê em outro ambiente que seja adequado ao seu desenvolvimento. É o tipo mais comum, e é também chamado de Aplanósporo.
Já os flagelados possuem aquela “cauda” característica de estruturas que possuem flagelos, e são os tipos mais comuns encontrados nos fungos. Também possuem uma denominação própria, sendo chamados de Zoósporos.
Por fim, temos os esporos conidiósporos, que são estrutura extremamente pequenas, e que praticamente não são vistos a olho nu. Podem, portanto, ser facilmente comparados a partículas de poeira devido ao seu tamanho diminuto.
Um Pouco Sobre Os Esporos Bacterianos
Também chamados de endósporos, esses tipos de esporos funcionam como uma espécie de “estrutura de sobrevivência” em situações onde a bactéria se encontra em condições ambientais (ou seja, externas) desfavoráveis. Interessa notar que essas estruturas são produzidas pela própria bactéria, ficando livres em seus interior. Como curiosidade, é a posição dos esporos que determina qual espécie de bactéria estamos falando.
O processo pelo qual esses microrganismos produzem mais esporos quando estão em um ambiente desfavorável se chama esporulação, sendo que na fase de esporo, a bactéria pode se encontrar em um estado de “dormência”, até que as condições externas voltem a ficar boas novamente. É nesse período também que ocorre a redução de metabolismo da bactéria, não acontecendo nem multiplicação, nem crescimento nesse estágio.
Fora isso, os esporos em si são bastante úteis e viáveis para esses microrganismos em diversos aspectos, já que são bastante resistentes a vários fatores externos (inclusive, radiação), o que permite com que fiquem inalterados por séculos. O ambiente voltando a ficar favorável novamente, o esporo começa a absorver água até inchar e se romper, ocorrendo, assim, a germinação, e a consequente produção de células idênticas à original.
Um Pouco Sobre Os Esporos Fúngicos
Os fungos possuem dois tipos de reprodução, uma assexuada, e outra sexuada. E, ambas só são concretizadas por meio dos esporos, que, nesses organismos, também podem ser sexuados ou assexuados.
Os esporos que são assexuados se formam de dois jeitos: por mitose, e, depois, por divisão celular (porém, sem a fusão de núcleos). A partir do momento em que ps esporos germinam, ficam idênticos ao organismo original (que chamamos de parental). Já os esporos que são sexuados se formam através da fusão de núcleos que têm duas linhagens opostas de cruzamento (mas, de uma mesma espécie de organismo). Ressalte-se que esse é o tipo de esporo menos frequente entre os fungos.
Podemos citar como exemplo o conhecido bolor do pão, um fungo que produz as suas células de reprodução dentro de pequenas bolsas (que são os esporângios), e que só se rompem em condições que são realmente favoráveis.
Destacando também que os esporos fúngicos podem ser de dois tipos: móveis e imóveis. Os primeiros, por sinal, possuem um flagelo que permite a locomoção dos mesmos, sendo denominados de zoósporos.
Um Pouco Sobre Os Esporos Das Plantas
Existem plantas que se reproduzem através de esporos, que são os musgos e as pteridófitas. Nelas, essa estrutura é produzida nos chamados esporângios, que ficam no interior dos soros. É na época de reprodução que os soros ficam amadurecidos, e os esporângios acabam produzindo esporos por meio da meiose.
É a partir do momento em que os esporângios e rompem que os esporos são liberados no ar. Dessa forma, musgos e pteridófitas podem colonizar outros lugares. Quando esses esporos encontram, finalmente, um local que possua substrato e umidade adequada ao seu desenvolvimento que ocorre a germinação.
Um bom exemplo de planta pteridófita é a samambaia, e, em geral, hoje são espécies de vegetais que se restringem mais ao seu aspecto ornamental para nós, seres humanos. Porém, elas foram os primeiros vegetais da história evolutiva a terem um sistema de vasos que conduzem nutrientes, o que possibilita, entre outras coisas, transportar água com mais facilidade pelo interior da planta.
Bom ainda destacar algo: os esporos são completamente diferentes das sementes. Estas, ao contrário dos esporos, por exemplo, possuem reservas nutritivas que ajudam no desenvolvimento do vegetal em questão, e também não são tão exigentes em relação ao clima da região onde são cultivadas. Ao passo que as plantas produzem esporos em quantidade bem maior do que as sementes, até por conta de seu tamanho e estrutura celular em geral.