Alguns elementos da natureza são tão estranhos, quanto fascinantes. Peguemos como exemplo as hifas presentes nos fungos, por exemplo. Sabe o que são? Para que servem? Bem, a seguir vamos falar mais a respeito desse assunto, abordando as principais peculiaridades a respeito dessas estruturas que fazem parte desse seres tão interessantes que são os fungos.
Hifas: O Que São E Qual a Sua Função?
As hifas nada mais são que filamentos cilíndricos de células que estão presentes na maior parte dos fungos, fazendo parte da sua estrutura vegetativa. De maneira mais visível, são aquelas linhas alongadas que formam o micélio dos fungos. Já os líquens (que são a simbiose do fungo com outros organismos vivos) estão em hifas que rodeiam os gonídios (grupos de células reprodutoras), constituindo a maior parte da estrutura.
De um modo geral, as hifas tem como principal função fixar os fungos aos substratos, mas não é só isso, já que elas também têm funções reprodutoras e digestivas extracelulares. Pelo fato dos fungos serem heterótrofos (ou seja, que não produzem o seu próprio alimento), através de sua parede células, as hifas liberam algumas enzimas essenciais para a degradação dos carboidratos, absorvendo também os glicídios necessários para o metabolismo do organismo.
Em micorriza (que é a relação mutualística entre certos tipos de fungos e as raízes de algumas plantas) e também dos fungos parasitas, as hifas ainda têm outra função: invadir os tecidos das raízes ou dos hospedeiros para cumprir essas funções de reprodução e digestão que os fungos necessitam para sobreviver.
Inclusive, com relação à questão reprodutiva, as hifas também possuem influência na estrutura geral dos fungos, pois conseguem auxiliar tanto na reprodução assexuada (produzindo gomos ou brotos), quanto se ramificando. Já na reprodução sexuada, observa-se que as células de duas hifas ou da mesma hifa se conjugam em um fenômeno que chamamos de plasmogamia, que falaremos um pouco mais a seguir.
Reprodução das Hifas
A reprodução dessas estruturas nos fungos se dá de maneira tanto sexuada, quanto assexuada. Quando se dá de forma sexuada, observa-se nitidamente a ação da plasmogamia, pela qual as células das hifas se juntam, produzindo, dessa forma, os zigotos, que é o único corpo diploide dentro daquele corpo.
Já na modalidade da reprodução assexuada, há a produção de brotos ou gomos, podendo surgir corpos reprodutivos, como é o caso dos conídios. Após o processo de meiose é que se formam os esporos que farão surgir as hifas.
Como É a Estrutura Básica De Uma Hifa?
As hifas em si são o comprimento e a estrutura de ramificação filamentosa que compõem os fungos. Inclusive, na maior parte desses organismos, as hifas são as principais responsáveis pelo crescimento vegetativo dos fungos.
De um modo geral, as hifas estão caracterizadas por algo bem simples: a existência de uma ou mais células rodeadas, devido às paredes celular e tubular. Em quase todos os fungos as hifas estão divididas em células nas paredes internas dos fungos, o que chamamos de septo. Esses septos, por sua vez, são perfurados por grandes poros. Bom ressaltar ainda que alguns fungos não têm hifas separadas por esses septos.
Como Se Dá O Crescimento Das Hifas?
Quando a ponta das paredes celulares cresce, elas se estendem tanto pelo conjunto externo, quanto pela polimerização dos componentes da parede celular, havendo também uma produção interna da membrana da célula nova.
Nessa estrutura existe uma organela de nome Spitzenkörper, que está diretamente associada ao crescimento da hifa. É composta por vesículas ligadas à membrana celular, fazendo parte do sistema endomembranar dos fungos, seja segurando, seja soltando as vesículas.
Essas vesículas, por sinal, viajam para a membrana da célula através de uma estrutura chamada de citoesqueleto. São as membranas vesiculares, por sinal, que contribuem para o crescimento da membrana celular como um todo.
A taxa de crescimentos dos filamentos que ficam paralelos às hifas é regulada justamente pelo movimento da Spitzenkörper. Como a hifa se estende para fora, os septos podem ser formados por trás da ponta de crescimento para cada parte de cada célula individual.
Classificação das Hifas
A classificação das hifas em fungos é totalmente baseada na parede celular dos fungos, e as características das hifas, por sinal, podem ser determinantes para classificar também os próprios fungos. As generativas, por exemplo, desenvolvem estruturas meramente reprodutivas.
Já as hifas esqueléticas têm uma forma clássica de parede espessa e bem mais longa em comparação com as hifas generativas. Estas, inclusive, quase nunca são ramificadas, com o conteúdo da célula sendo bem pequeno. Cada fungo pode conter, pelo menos, uma hifa generativa, e quase sempre eles possuem hifas esqueléticas.
É então que vem outra classificação, onde as células tanto podem ser coloridas (especificamente da cor amarelada), quanto hialinas, ou seja, sem coloração. Nesse último caso, a presença de hifas hialinas está bastante relacionada à lesões ou infecções por fungos nas pessoas, como nas peles, unhas, etc.
Hifas E Pseudo-Hifas: Saiba Quais São as Principais Diferenças
As pseudo-hifas nada mais são do que uma série de leveduras alongadas, que podem muito bem ser confundidas com hifas verdadeiras, mas que possuem algumas diferenças fundamentais. Essas leveduras são unidas entre si, possuindo constrições nos sítios septais. Em suma, logo após o brotamento, essas leveduras simplesmente não se separam, ficando alongadas e bastante semelhantes às hifas (por isso, a confusão).
Inclusive, uma colônia de pseudo-hifas pode ser chamada de pseudomicélio, e a extensão do alongamento dessas células pode variar a depender das condições do crescimento. Além disso, as pseudo-hifas compartilham algumas características em comum, como, por exemplo, divisões celulares sincronizadas, por exemplo.
Interessante notar que uma grande variedade de fungos formam pseudo-hifas, incluindo aí as variedades mais patogênicas de Candida, além de vários fungos preomórficos. Já o critério para diferencia uma hifa verdadeira de uma pseudo-hifa é observando o tubo germinativo presente na hifa verdadeira.
Na formação da hifa verdadeira também não há a constrição entre célula-mãe e filamento. As pseudo-hifas, por sua vez, possuem essa constrição. Portanto, estas podem ter a aparência de hifas, mas possuem pequenos detalhes que diferenciam elas das consideradas originais.