O Brasil é um dos países com o maior potencial agroexportador do mundo, afinal desde o seu descobrimento, o Brasil é um dos carro chefe na exportação de inúmeros insumos essenciais como o açúcar, café, a laranja e a carne bovina. E essa condição se deve ao fato de que cerca de 70% do solo nacional é extremamente fértil. Ainda assim, existem regiões onde o solo é extremamente hostil, como exemplo de solos com caráter Ácrico. Mas de onde vem essa condição e como revertê-la?
Origem dos Solos
Para o estudo dos solos, existe a Pedologia – ciência criada em 1877 por Dokuchaev, na Rússia. Nesta ciência, foi comprovado que existem diferentes tipos de solos originados de uma mesma rocha; e que todos eles se desenvolvem/mudam de acordo o tempo e a atividade de recursos naturais externos. Logo, são itens que participam de sua formação:
- seu elemento de origem;
- organismos;
- tempo;
- clima e;
- relevo
Dentre estes itens, organismos e clima ao se desequilibrarem geram a formação de novos solos e muitas intempéries. Com a formação desses solos, são fatores de caráter passivos (que não deleta e nem aumenta novos materiais), enquanto os organismos e o tempo, têm ação ativa (ou seja, dão mais compostos químicos e energia); em meio a todos, o relevo é o único item que controla a todos.
Tipos de Solo
Quaisquer tipos de solos, podem ser classificados conforme sua textura, cor e formação. São formados pelo resultado da mistura de matéria orgânica, rochas desintegradas e decomposição (tanto de plantas, quanto de animais). São ao todo, divididos em três gêneros: solos Arenosos, solos Orgânicos e solos Argilosos.
Solos Arenosos
É o mais suave entre os três, sendo a sua maior parte formado por areia e uma pequena porcentagem, de formação argilosa. É inadequado para a realização de cultivo, por sua porosidade e caráter permeável.
Solo Orgânico
Sua formação é feita da decomposição animal e vegetal, além da presença de microorganismos. Conta com a presença de bastante húmus em sua estrutura – substância essa que dita o quão fertil é e sua coloração.
Solo Argiloso
Este solo é o tipo certo para o cultivo devido a suas características não-hostis. Também nomeado de Terra Roxa, é o mais pesado dos três gêneros de solo; conta com bastante umidade em sua formação, além de substâncias como argila (30% de sua constituição), ferro e alumínio.
Formação dos Solos
No tempos primórdios do planeta Terra, não havia o solo que nós hoje, mas sim, formações rochosas chamadas rocha mãe. Destas mudanças, se formaram várias camadas de solo (desde a mais antiga, até a mais nova), chamadas horizontes. Dentre os tipos de Horizontes estão:
- Horizonte R: primeira rocha, totalmente inalterada (Rocha Mãe)
- Horizonte C: etapa do solo sem muitas interferências, mas com a presença de minerais;
- Horizonte B: tem pouca presença de matéria orgânica, mas leva ferro e quartzo em sua composição. Algumas raízes profundas conseguem chegar essa camada de solo;
- Horizonte A: é a camada mais próxima da superfície. É onde estão os decompositores e demais microorganismo. A maioria das raízes está presente nessa camada.
- Horizonte O: é a superfície; é a camada mais drenada e muito escura
Com milhões e milhões de anos, elas foram gastas por ações naturais (vento, água e a biodiversidade) e continuam num mesmo processo, sem interrupção.
Problemas do Solo
Ainda que existam solos onde sua estrutura seja passível de cultivo, existem aqueles onde sua formação não está apta para a prática. Um dos grandes problemas do solo, é o processo de Intemperismo que muda química e fisicamente as rochas e seus minerais em função do relevo e do clima. São ao todo dois tipos de intemperismo:
Físico: Ocorre quando a rocha se desintegra, sem processos químicos. A rocha se quebra em pequenos pedaços, mantendo os atributos de seus minerais.
Químico: Neste processo de intemperismo, as rochas se decompõem, devido à quebra de sua estrutura química. A força do intemperismo está relacionada com a vegetação, a temperatura e a pluviosidade do ambiente.
Por isso, é de extrema importância que se conheça cada tipo de solo e como será sua relação com cada cultura. Dentre os conceitos imprescindíveis no tratamento do solo, é sua capacidade de troca catiônica (CTC), que significa quanto de cargas negativas tem o solo. Ele provê a medida da habilidade de troca de cátions (K+, Ca2+ e Mg2+) do solo, que por sua vez, interfere diretamente no nível de pH, na quantidade de nutrientes, na estabilidade e na reação do solo a fertilizantes e afins.
Para calcular o CTC do solo, é necessário saber a composição do solo em questão e, assim, escolher o melhor cálculo de CTC. Neste caso iremos analisar a opção CTC efetiva, que tem a fórmula “CTC efetiva=SB+Al”. Essa CTC está ligada a soma de bases (como o magnésio, potássio, o cálcio e o potássio) em conjunto ao alumínio; ela tem o intuito de saber a retenção de cálcio de um solo, para identificar de ele é Ácrico ou não.
O que é o Solo Ácrico?
Nos estudos da Pedologia, diz-se que o solo ácrico é aquele que foi intensamente intemperizado, que apresenta baixa fertilidade e é especialmente rico em alumínio.
Um solo de critério ácritico está relacionado à química do solo que, por sua vez, está interligada à suas características de origem. Isso acarreta alta pobreza de nutrientes em solos com mais tempo de existência, o que pede que seja tratado.
Como Reverter essa Condição?
Para corrigir um solo ácrico é necessário que seja feita a calagem seguida de adubação do solo. Com relação ao processo de calagem, é necessária uma prévia análise do solo para saber o tipo e a quantidade de calcário que será utilizado para controlar o nível de acidez, aumentar a CTC e enriquecê-lo de nutrientes disponíveis para absorção.
Já em relação à adubação do solo, podem ser utilizado os três tipos de adubação existentes, para cada etapa: o de correção (antes do cultivo das culturas), o de plantio/crescimento (durante o plantio das culturas) e o de manutenção (após o plantio e durante o cultivo).