Os coalas estão “funcionalmente extintos”. Isso quer dizer que o status de preservação desse animal é crítico. De acordo com dados da Australian Koala Foundation (AKF), já não existem indivíduos suficientes para a garantia de uma reprodução que permita a perpetuação dessa espécie para as gerações futuras.
De um animal símbolo do continente australiano – entre nós provavelmente há cerca de 40 ou 45 milhões de anos – , os colas tornaram-se espécies quase míticas ou lendárias, tal a dificuldade de encontrá-los em outras regiões que não sejam as das exóticas e originais florestas de eucalipto da Austrália.
O que os estudiosos concluíram, após décadas de pesquisa, é que o Phascolarctos cinereus (seu nome científico) já não apresenta mais uma importância capital para os ecossistemas onde vivem, além de não serem mais viáveis no que diz respeito a uma população que seja considerável e representativa.
Um dos fatores mais importantes para o atual status de preservação desse animal (e que torna os coalas animais em vias de extinção) é a quantidade de espécies em condições de se reproduzir em ambiente selvagem – estima-se que não mais do que 80 mil coalas habitem as florestas australianas nesse exato momento.
Esse número pode até parecer suficiente, mas, segundo os critérios adotados pela comunidade científica, ele é irrisório; não garante que nas próximas duas décadas exista um número suficiente de coalas em idade reprodutiva capaz de contribuir para a perpetuação desse gênero de animais.
Coalas: o Status de Preservação de um Animal Quase Extinto
Outro fator determinante para essa situação dos coalas diz respeito à diminuição dos recursos necessários à sua sobrevivência no ambiente natural. E esses recursos estão ligados, basicamente, à existência das florestas de eucalipto, que são consideradas a suas principais fontes de alimentação.
A invasão da agricultura sobre esse ecossistema, a extração de recursos naturais, alterações climáticas, entre outras agressões resultantes do avanço do progresso sobre a natureza, vêm tratando de, aos poucos, degradar os ecossistemas preferidos pelas espécies representativas desse exuberante ecossistema australiano.
Essa realidade é a que provoca a expulsão dos coalas das florestas; o que geralmente resulta numa verdadeira matança desses animais por atropelamento, pela captura como animais de estimação, por cães e predadores, entre outras consequências não menos dramáticas dessa confusa relação entre o homem e a fauna que o cerca.
Mas não podemos esquecer, também, da própria relação entre essas espécies e as florestas de eucalipto, que sempre conviveu em uma espécie de harmonia quase perfeita com esses coalas – quanto mais eles exigiam dela, mas ela atendia às suas necessidades de alimentação; algo que já não vem ocorrendo com o mesmo equilíbrio há décadas.
Na opinião da presidente da Austrália Koala Foundation, Deborah Tabart, somente ações governamentais poderão fazer com que esses não mais do que 80 mil indivíduos (a maioria absoluta restrita às florestas de Queensland, no norte da Austrália) possam ser salvos no continente.
E isso pode ser alcançado por meio da criação de novas reservas, endurecimento das leis que punem a caça e o comércio ilegal desses animais, estudos no campo da genética que possibilitem a criação de espécies por meio de clonagens, entre outras ações que sejam capazes de evitar a completa extinção dos coalas – um animal quase extinto e com um status de preservação considerado altamente crítico.
Os Riscos de Extinção dos Coalas
Atualmente, no continente australiano, existem quase 130 reservas ambientais onde os coalas podem viver com uma certa tranquilidade. E esses locais são minuciosamente observados por uma equipe de estudiosos da AKF (Australian Koala Foundation).
O problema é que em quase 1/3 dessas reservas os coalas já estão quase totalmente extintos; já não há mais populações suficientes para uma adequada reprodução que garanta a perpetuação dessa espécie.
Por isso mesmo, na visão dos estudiosos da organização, cabe ao governo, por meio de ferramentas como a “”Koala Protection Act” (ou Lei de Proteção ao Coala), criada pelo próprio setor jurídico da fundação, assumir o papel de proteger esse que é considerado uma das espécies símbolos do país.
Mas, uma curiosidade sobre essa lei, é que ela volta todas as suas forças para a preservação do habitat natural dos coalas – as exuberantes florestas de eucalipto do continente.
Isso porque, de acordo com a opinião dos representantes da entidade, essa medida por si só seria suficiente para garantir a preservação desses e de outros animais da fauna australiana.
Enfim, no ano de 2012, o AKF já alertava para os riscos de extinção dos coalas e descrevia o status de preservação desse animal como “Preocupante”. Tanto é assim, que a preocupação do órgão foi a de exigir que os governantes os classificassem como “Vulneráveis”. Uma proposta que foi sumariamente rejeitada e considerada um exagero na visão das autoridades locais.
A Ciência Pode Impedir a Extinção dos Coalas e Alterar o Status de Preservação Desse Animal
Os coalas são espécies que encaminham-se a passos largos rumo à extinção. Essa é uma opinião quase unânime entre as principais organizações protetoras dos animais no mundo.
E, para piorar, suspeita-se que esses animais já apresentem processos reprodutivos endogâmicos, ou seja, quando indivíduos aparentados cruzam entre si.
Mas, ao que tudo indica, há uma esperança para o Phascolarctos cinereus (o nome científico dos coalas); e essa esperança vem do que há de mais moderno em engenharia genética, que é capaz de atuar, inclusive, na reprodução artificial desses animais em laboratório.
Atualmente já existem dezenas de cientistas espalhados por cerca de 8 países empenhados em decifrar o código genético dos coalas.
Dessa forma, será possível, em breve, produzir espécies mais resistentes à determinados tipos de bactérias, capazes de incluir outras variedades à sua alimentação, entre outras conquistas que podem configurar-se como a salvação desse gênero.
Novas vacinas poderão ser produzidas, o nível de consanguinidade dos coalas medidos, novas formas de preservar algumas populações podem ser descobertas, além da possibilidade de realizar transportes de populações para outras regiões de forma menos traumática.
Com isso, será possível que em algumas décadas a população de coalas seja recuperada em regiões específicas da Austrália.
Obviamente, em um número infinitamente menor do que os exuberantes 10 milhões de coalas que viviam livres e soltos em meios às florestas de eucalipto do continente no final do séc. XVIII. Mas o suficiente para evitar que em não mais do que 10 ou 20 anos toda a população desses animais seja completamente extinta no planeta.
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