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Nicho Ecológico do Ser Humano

Podemos entender como “nicho ecológico”, ao papel desempenhado por uma espécie dentro de um determinado ecossistema. Dessa forma, podemos dizer que o nicho ecológico do ser humano é o de liderar, comandar e ajudar na preservação da natureza, no que diz respeito ao meio ambiente e aos aspectos bióticos (vivos) e abióticos (não-vivos) que o compõem.

Nesse caso, serão levados em consideração tudo aquilo que possa dizer respeito à existência humana: sua taxa de natalidade, posição na Cadeia Alimentar, taxa de mortalidade, formação de populações, entre outros fatores necessários para que o homem sobreviva e, de alguma forma, interfira na sobrevivência dos demais seres.

O papel de uma Lumbricus terrestris (a minhoca-comum), por exemplo, é o de, basicamente, consumir restos de matérias (vegetais e animais) e produzir material fertilizante para o solo.

Já a exuberante Rhinella marina (o sapo-cururu) é o de, entre outras coisas, realizar um importante controle das mais diversas pragas existentes no ecossistema onde vivem.

Logo, podemos afirmar que esses podem ser considerados os seus respectivos nichos ecológicos – as suas “funções” ou “ofícios” na natureza -, e que deverão ser executados a contento para o bem do meio onde vivem.

Do ponto de vista da condição humana, sabemos que cada um de nós somos convidados a dar a nossa contribuição dentro da sociedade.

Em uma grande empresa, estão lá, os zeladores, secretários, assessores, porteiros, administradores, chefes de seções, diretores, entre outros profissionais, cujas atividades são insubstituíveis, e acabam formando um “todo” quando praticadas em conjunto.

A partir desse pensamento, chegamos à conclusão de que o nicho ecológico do ser humano, mais do que o de um mero espectador passivo dentro desse imenso bioma chamado Terra, pode facilmente ser considerado o de um “líder”.

Pelo simples fato de ele ser a única espécie racional a transitar por esse imenso caldeirão em que vivemos – e por isso mesmo jamais considerado apenas “mais um” a compor a natureza que o cerca.

Portanto, dotado de uma imensa capacidade de liderar os processos de seleção e eliminação naturais, capacidade para alterar sensivelmente as condições de vida na terra, facilidade para ocupar os mais diversos tipos de habitats (como nenhuma outra espécie existente) e limitar o avanço ou retrocesso de uma determinada população de animais, o homem desponta com o seu nicho ecológico de um líder.

Ele deverá fazer as vezes de um guia que, mais do que nunca, terá como principal responsabilidade liderar o processo de preservação e transformação da natureza.

A Importância do Nicho Ecológico do Ser Humano

O ser humano, dentre todas as espécies da natureza, é o que tem a maior capacidade para ampliar os seus horizontes, e, com isso, interferir, direta ou indiretamente, na vida de todos os seres vivos que comungam com ele o dom de pertencer a essa imensa comunidade formada por mais de 7 bilhões de indivíduos e por cerca de 8,7 milhões de espécies.

Logo, a importância desse nicho ecológico do ser humano está na sua capacidade de alterar, sensivelmente, as condições da vida na terra.

Ele – o homem – é capaz de produzir subespécies, extinguir outras; ele é capaz de desocupar completamente um trecho para o seu próprio bem estar; e apesar de ver limitado o seu nível de interferência na natureza, essa interferência é tal, que até já se fala na impossibilidade de convivência saudável entre humanos e animais nos próximos 500 anos.

Infelizmente, essa é uma realidade que já bate às nossas portas, principalmente quando se percebe a resistência de alguns indivíduos à ideia de aquecimento global, por exemplo – como se não quiséssemos ver uma realidade que, inevitavelmente, irá exigir de nós a diminuição das nossas exigências por conforto, alimentação e tudo o mais que a natureza possa nos fornecer de superficialidades.

Não sendo tão pessimista quanto o físico britânico Stephen Hawking – para o qual toda a raça humana está com os dias contados e não terá mais do que 30 anos para abandonar a terra antes de ser simplesmente dizimada por asteroides, mudanças climáticas e excesso de população -, acredito que deva ser apenas uma questão de tempo para que o homem possa finalmente entender qual o seu verdadeiro nicho ecológico dentro do meio ambiente que o cerca.

Stephen Hawking
Stephen Hawking

E que é justamente dessa conscientização que dependerá a manutenção da vida na terra (que é totalmente possível, por mais incrível que isso possa parecer), tanto para a geração atual quanto para a apreciação das gerações futuras.

Qual o Nicho Ecológico do Ser Humano?

O homem é o ser mais complexo que já habitou a face da terra. Do ponto de vista da Cadeia Alimentar, por exemplo, é praticamente impossível definir o nicho ecológico do ser humano.

O homem consome vegetais (como um Consumidor Primário), consome peixes e animais herbívoros (Como um típico Consumidor Secundário) e pode até mesmo alimentar-se de Consumidores Secundários – como é o caso de algumas culturas, para as quais diversas espécies de serpente, ursos, pássaros, entre outras variedades semelhantes, funcionam bem como excelentes iguarias.

Cadeia Alimentar do Homem
Cadeia Alimentar do Homem

No que diz respeito às relações ecológicas, no homem desenvolve-se os mais diversos tipos de processos: Ele é um exemplo vivo de mutualismo (que observa-se na presença de diversos tipos de parasitas intestinais no seu organismo, como a ancilostomíase, a tricuríase, a ascaridíase, entre outras espécies).

O comensalismo também faz parte da nossa existência, como quando – por mais que pareça forçada tal afirmação – nos beneficiamos da capacidade de proteção de um cão ou mesmo de gansos e demais espécies exóticas que utilizamos como animais de guarda.

Ou mesmo uma espécie de protocooperação pode ocorrer entre o homem e os demais seres vivos, como no caso da Lumbricina terrestris, que é, sem dúvida, uma das grandes parceiras do homem na sua luta pela sobrevivência, na medida em que, para a agricultura, elas são quase indispensáveis.

Isso significa dizer que, por meio de relações inter e intraespecíficas, o homem, de alguma forma, impõe a sua vontade (ou necessidades) sobre os demais seres na natureza.

Ele pode beneficiar-se de determinadas espécies, enquanto, por outro lado, pode ser uma simples vítima passiva das mais insignificantes variedades de animais.

Porém o que não podemos negar é que o que diferencia, de forma inequívoca, o homem das demais espécies é a sua capacidade produzir cultura.

Essa capacidade, na medida em que o eleva acima dos demais seres vivos, lhe impõe diversas restrições e responsabilidades – já que é capaz de pensar sobre as consequências dos seus atos e, com isso, desenvolver conceitos morais sobre as suas ações.

Portanto, podemos definir o nicho ecológico do ser humano como sendo o de um “administrador” do meio no qual foi convidado a fazer parte.

Ele é o único ser que, ao passo que é beneficiado por ele, tem a capacidade de refletir sobre tais benefícios e de avaliar os seus limites e consequências.

E é dessa forma que o homem aprende a moderar seus anseios e necessidades, exatamente por saber que eles são quase infinitos, e que tais anseios e necessidades, se não devidamente reorientados, são capazes de invadir, de forma absolutamente trágica, os mais diversos ecossistemas existentes no planeta.

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