O relevo do Grand Canyon, como não poderia deixar de ser, está intrinsecamente ligado ao relevo do Arizona, um dos 50 estados norte-americanos, localizado na região sudoeste do país.
O Arizona caracteriza-se por ser uma região árida e semiárida, bastante original, assim como outros estados que o circundam, entre eles a Alta Califórnia, Utah, Novo México e Nevada, basicamente.
A sua capital é Phoenix, uma cidade com cerca de 1.450.000 habitantes, erguida a partir dos imensos e irrigados territórios da tribo Honokam, e hoje considerada um polo em tecnologia – especialmente em tecnologia aeroespacial.
O estado do Arizona é o típico representante das antigas paragens desoladas, áridas e semidesertas dos Estados Unidos à época do seu desbravamento, e que esconde em seu território algumas das paisagens mais variadas de toda a América do Norte.
Paisagens como o escaldante e desafiador Deserto de Sonora (na região sudoeste), alguns resquícios do lendário Planalto Mexicano (no sudeste), e, ao norte, o cinematográfico Planalto do Colorado – uma das regiões mais originais do continente, e que abriga, entre outras coisas, uma das mais belas expressões da natureza: o imponente e majestoso Grand Canyon.
Este é, simplesmente, o desfiladeiro mais famoso do mundo, com uma profundidade que pode atingir até 2.000m, e que abriga alguns dos mais belos, exóticos e curiosos exemplares da fauna e da flora da região.
Quanto ao relevo do Grand Canyon, ele é típico de uma região que vem se desenvolvendo há pelo menos 180 milhões de anos. E que resultou, entre outras coisas, na formação de uma profunda garganta composta por cerca de 40 camadas dos mais diversos materiais rochosos, entre os quais alguns tipos de rochas vulcânicas, trechos de calcário, rochas de arenito, diversos tipos de sedimentos, entre outras formações geológicas.
O Relevo do Grand Canyon
Há suspeitas de que o relevo atual do Grand Canyon seja, de certa forma, o resultado das atividades geológicas que vem ocorrendo há pelo menos 1,6 bilhão de anos no globo terrestre.
Controvérsias à parte, não há como duvidar do fato de que ele representa a mais perfeita tradução da formação geológica da América do Norte, com as riquezas e contrastes típicos de uma região marcada pela variedade de clima, vegetação e geografia.
E o início dessa atual constituição pode ser apontada em um período específico da formação do planeta: o período “Proterozoico” – uma fase que pode ser assinalada entre os 2,4 bilhões de anos e 543 milhões de anos, e que abrange pelo menos a metade do tempo de existência da terra.
De acordo com estudiosos, por volta de 1.250 bilhões de anos (metade do período Proterozoico), começaram a ser formados imensos acúmulos de sedimentos e de rochas vulcânicas derretidas na costa oeste do continente americano.
Esse acúmulo teria sido o suficiente para dar origem, cerca de 500 milhões de anos depois, a grandes elevações, na forma de imensas montanhas, que, logo após, em mais um longo, lento e paciente processo natural, passaram a sofrer com constantes erosões e ataques naturais, capazes de esculpir variedades das mais originais existentes no planeta.
A Formação do Relevo do Grand Canyon
Estudos bastante aprofundados sobre o atual relevo do Grand Canyon concluíram, como acabamos de ver, que ele caracteriza-se, basicamente, por uma sobreposição de 40 níveis de rochas sedimentares, como o resultado de processos geológicos que ocorreram há pelo menos 180 milhões de anos.
De acordo com os cientistas, ao longo desse tempo, mares, rios e as intempéries, incumbiram-se de realizar esse acúmulo de materiais sedimentares no local.
Estes passaram a constituir boa parte da costa oeste da América do Norte, juntamente com as camadas de rochas de arenito, areais fossilizados, rochas calcárias ou carbonáticas, entre outras formações.
Por seu turno, a região do Planalto do Colorado, onde hoje está o Grand Canyon, foi, digamos, erguida, lentamente, por cerca de 76 milhões de anos, durante o período conhecido como Orogênese Laramide.
Essa fase foi iniciada durante o Cretáceo Superior, que, entre vários outros resultados, trouxe-nos a formação de praticamente toda a cadeia conhecida como as “Montanhas Rochosas” – outra exuberância da natureza e exemplo vivo do seu poder criador.
Somam-se a esses fatos, um curiosíssimo processo de drenagem ocorrido na parte oriental do Canyon, juntamente com o espaço surgido a partir do Golfo da Califórnia, que resultou na formação do famoso Rio Colorado, que, como se sabe, é o principal responsável pelas formas e contornos que hoje conhecemos do relevo do Grand Canyon.
Todo esse últimos processos citados, ocorreram em períodos específicos a partir de 17 milhões de anos, e ainda contaram com a não menos importante participação do clima do norte do Arizona há cerca de 2 milhões de anos (era glacial), que em muito contribuiu para ajustar os seus contornos.
Completa todo esse processo, uma intensa atividade vulcânica (entre 1,6 milhão e 560 mil anos), responsável por acrescentar basalto e demais rochas vulcânicas às formações já existentes, e, de quebra, ainda contribuir para a formação de alguns dos mais belos lagos da América do Norte.
Até que, finalmente, há cerca de 12 mil anos, cessassem as modificações e escavações do Grand Canyon. Agora já não temos mais as constantes inundações, alterações climáticas, a ação devastadora do Rio Colorado e nem mesmo a formação de barragens a partir da deposição de lava em seus arredores.
Agora o que temos é um imenso parque, com uma das mais belas manifestações naturais que existem, e que é o exemplo vivo da força criadora, persistente e inteligente da mãe natureza.
A Importância da Atividade Vulcânica Para a Formação do Grand Canyon
Acredita-se que a atividade vulcânica também tenha papel determinante para a formação do relevo do Grand Canyon.
Há cerca de 3 milhões de anos, na região do campo vulcânico de Uinkaret, a oeste dos Estados Unidos, uma série de erupções vulcânicas, com o consequente acúmulo de rochas vulcânicas derretidas na região atual do Canyon, tiveram um papel fundamental na constituição da geografia ao seu redor.
Materiais recolhidos próximo a um trecho formado exclusivamente por lava, a “Little Springs”, mostram como as sucessivas efusões foram capazes de erguer trechos com até 200 m de altura, e que já caracterizavam a paisagem do Grand Canyon no ano de 1100 d.C.
Uma consequência imediata dessas sucessivas efusões de lava, foram as formações de barragens, capazes de represar o Rio Colorado, e facilitar, ainda mais, o acúmulo de sedimentos areníticos e carbonáticos no local.
E para finalizar, somam-se a esses fatos, os depósitos constantes de sedimentos em inúmeros lagos formados a partir do represamento do rio. Acúmulos, esses, responsáveis pela constituição de imensas formações com até 300 m de altura, que hoje podem ser admiradas em inúmeras camadas com colorações das mais variadas possíveis.
E que, por fim, ajudam a fazer do Grand Canyon uma das paisagens mais belas, exóticas e originais de todo o planeta.
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