Os reinos dos seres vivos são repletos de criaturas bem interessantes. Tomemos coo exemplo os fungos. Muitos pensam que só existe um tipo deles, mas, na verdade, existem inúmeros tipos, como é o caso dos chamados fungos predadores e parasitas.
A seguir, vamos falar um pouco de cada um deles, explicando como cada um se comporta na natureza, e mostrar que nem todos os fungos são predadores ou parasitas, e que alguns fazem até benéficos para os seres vivos em geral.
Fungos Predadores: O Que São, E Suas Principais Características
Também chamados de fungos carnívoros, esses seres do reino Fungi conseguem a maior parte dos seus nutrientes aprisionando e digerindo animais pequenos, e, às vezes, microscópicos. Atualmente, são conhecidas mais de 200 espécies desses fungos, e que são pertencentes aos filos Ascomycota, Mucoromycotina, e Basidiomycota.
Geralmente, esses fungos vivem no solo, com muitas dessas espécies tendo como alimentos preferidos os fungos nematófagos, que eles capturam e atordoam. Também atacam amebas e espécies de Collembola (um tipo de artrópode).
Bom salientar que existem espécies de fungos que habitam epiderme, pelo, pele, unhas, escamas ou penas de animais vivos ou mortos, e não são considerados carnívoros, e sim, dermatófitos. Usando o mesmo raciocínio, existem espécies de fungos que vivem em orifícios e tratos digestivos dos animais, e que, mesmo assim, não são carnívoros.
Existem ainda os chamados patógenos interno que atordoam e colonizam os insetos, mas não são considerados carnívoro, sobretudo se o talo do fungo se encontrar no inseto, ou se ele se agarra ao animal.
E, Como Os Fungos Predadores Se Alimentam?
Pode parecer estranho que fungos sejam predadores, mas, na verdade, o mecanismo de alimentação desses seres é bem mais simples do que se possa imaginar. As hifas que fazem parte da estrutura desses fungos secretam algumas substâncias com poder anestésico que imobilizam as suas presas, tornando fácil a sua tarefa de se alimentar delas.
Depois, esses fungos envolvem as suas vítimas com os seus micélios, digerindo-os. Na verdade, esse mecanismo de alimentação lembra muito a forma que as chamadas plantas carnívoras fazem, pois é praticamente o mesmo processo.
No caso dos nemátodes, alimentos preferidos desses fungos, sabe-se que há duas estruturas de aprisionamento desses seres pelos fungos predadores: anéis constrictores e estruturas adesivas. Uma das espécies que fazem uso dos anéis, por exemplo, é o Arthrobotrys anchonia. Estas partes de seus corpos simplesmente inflam quando estão estimulados, literalmente estrangulando as suas desavisadas presas.
Fungos Parasitas: O Que São, E Suas Principais Características
Ao contrário dos fungos predadores, os parasitas não devoram outros seres para se alimentarem deles, porém, como o próprio nome já indica, provocam doenças tanto em plantas, quanto em animais (incluindo aí o homem). São justamente os fungos responsáveis pelo apodrecimento dos alimentos e da madeira usada para a confecção de muitos tipos de tecidos.
Outro bom exemplo de fungo parasita é a ferrugem do cafeeiro, que nada amais é do que uma parasitose provocada por um fungo. Sabe também aquelas pequenas manchas negras, indicando a necrose das folhas? Pois bem, elas são derivadas do ataque de fungos também.
Na maior parte dos casos, inclusive, os fungos parasitas que ficam nas plantas possuem hifas específicas que são chamadas de haustórios, e que penetram nas células do hospedeiro por meio da estoma, fazendo dessa uma espécie de porta de entrada para o vegetal. A alimentação desses fungos vem justamente dos açúcares produzidos pela planta.
As chamadas micoses também são provocadas por fungos parasitas, indo desde simples frieiras nos pés, até infecções bem graves nos órgãos internos de uma pessoa.
Outras Doenças Causadas Por Fungos Parasitas
Independente de serem parasitas ou não, todos os fungos são heterotróficos, ou seja, só conseguem alimento a partir de outros seres vivos. Especificamente os fungos parasitas instalam-se nas plantas, causando muitos prejuízos em colheitas de todos os tipos.
Esses fungos também podem se desenvolver em cereais que ficam armazenados de forma inadequada, produzindo substâncias que podem ser bastante tóxicas para certos órgãos do nosso corpo, como o fígado, causando até mesmo certos tipos de câncer.
Além disso, esses parasitas podem causar doenças bem visíveis nos animais e nas pessoas, como é o caso das micoses, citadas anteriormente. Uma das mais comuns é a candidíase, causada pela espécie Candida albicans, causando em bebês, manchas esbranquiçadas que se espalham por todo o interior da boca (o famoso “sapinho”).
Certos fatores físicos podem favorecer bastante o aparecimento das micoses, como umidade, calor, baixa imunidade, uso prolongado de certas substâncias (como os antibióticos, por exemplo), e a falta de uma higiene minimamente adequada. São situações mais do que ideias para a proliferação de fungos dos mais diversos tipos. É importante ficar atento a essas questões, e a qualquer sinal estranho, procurar um dermatologista.
Nem Predadores, Nem Parasitas
Nem todos os fungos são predadores ou parasitas. Na verdade, uma boa parte deles até ajudam, de alguma forma, as pessoas. Muitos deles são, inclusive, comestíveis, sendo bastante usados na nossa alimentação. Vide, por exemplo, os chamados cogumelos, como é o caso do champignon e o shitake. Já outros são usados na produção de alimentos, como é o caso do pão, ou mesmo na fabricação de bebidas alcoólicas, a exemplo do vinho e da cerveja.
Na fabricação dos pães, por sinal, são usadas as leveduras, que são conhecidas pelo nome de fermento, como é o caso da Saccharomyces cerevisiae, por exemplo. Esse tipo de fungo realiza a fermentação, produzindo gás carbônico e álcool etílico a partir do açúcar. É o gás carbônico, por exemplo, que cria pequenas bolhas no interior da massa, o que faz com que o pão possa crescer e ficar com uma consistência mais fofa.
E, pra completar, ainda existem outros fungos chamados de saprófagos, que simplesmente “desmancham” animais e plantas. Eles são de suma importância para a natureza em vários sentidos, pois permitem com que toda a matéria orgânica volte para o ambiente, dando continuidade ao ciclo da vida.
Como se vê, mesmo que existam fungos um tanto aterrorizantes quanto os predadores e os parasitas, existem outras tantas espécies que, além de inofensivas, ajudam os seres vivos de todas as formas possíveis.