Biomas: Forma e Conteúdo da Criação
Biomas são termos técnicos que se usam em distribuição ecológicas quanto a cobertura vegetal de um determinado ambiente, esta definida conforme suas características climáticas e hidrográficas, e consequentemente refletindo na distribuição das demais populações dependentes destes fotossintetizadores (como a comunidade de animais vertebrados e invertebrados, a comunidade de fundos, e outros seres microscópicos como os protozoários e os procariotos).
Assim, considere que climas mais frios e secos determinam um perfil de paisagem, esto sendo o oposto à um perfil paisagístico resultante de um clima mais quente e úmido, assim como a amplitude local, etc.
O nosso Brasil é um excelente exemplo para visualizarmos estas disposições ecológicas, vide que nós possuímos uma das maiores áreas geográficas de todo o mundo (com aproximadamente 8.500.000 km², perdendo apenas para, respectivamente, Rússia, Canada, China e Estados Unidos).
Entretanto, se considerarmos a localização no globo, somos o país com maior presença geográfica dentro dos trópicos (o maior país tropical do mundo), além de também possuir região fora da zona tropical (o Sul).
Por assim, devido esta elevada área geográfica e suas respectivas condições ecológico-climáticas, apenas no nosso país se contrasta cinco grandes biomas diferentes, cada qual com suas características e aspectos ambientais.
Os Biomas Brasileiros
Pode-se citar que o Brasil é um dos grandes detentores de recursos naturais e biodiversidade, isto devido as principais reservas biológicas presentes em seus biomas.
São eles: o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, os Pampas e a Mata Amazônica (tendo ainda dois biomas de transição, bem definidos fisionomicamente: o Pantanal e as florestas das Araucárias).
Por assim já se pode associar ou diferenciar algumas características: se observamos e estudarmos bem suas plantas e árvores, veremos que há algumas semelhanças entre o Cerrado e a Caatinga, muito maior do que entre a Mata Atlântica e os dois citados, por exemplo.
Claro, tanto o Cerrado quanto a Caatinga possuem seus aspectos climáticos e ecológicos próximos: maior escassez das distribuições das chuvas, assim como afastados das brisas marítimas das costas (protegidos pela serra que compõem a Mata Atlântica, entretanto em sua parte norte a Caatinga se encontra com a área litorânea), fazendo com que seus vegetais apresentem baixas estatura e desenvolvimento, assim como melhores estratégias de retenção hídrica, se adaptando mais efetivamente à estas condições limites.
E obviamente que a Caatinga sofre impactos de falta hídrica muito maiores que o Cerrado, isto podendo ser verificado tanto nas fisionomias de ambos os ambientes (enquanto o Cerrado consegue desenvolver abundância de gramíneas, a Caatinga é caracterizada pela ausência de gramas, e presença do solo rachado), como nos resultados de empreendimentos agropecuários em ambos, onde a Caatinga é mais dependente do fornecimento de água por mecanismos humanos (ao contrário do Cerrado, que possui um regime de chuvas menos limitado).
As Florestas Tropicais no Brasil
A mesma comparação serve para as duas principais florestas tropicais úmidas brasileiras: a Mata Amazônia e a Mata Atlântica.
Pelo próprio nome diz, as florestas tropicas são caracterizados pela elevada umidade presente, associada a elevadas temperaturas da região dos trópicos (conforme o movimento da Terra ao redor do Sol, e as respectivas incidências de raios solares).
Ambas são caracterizadas por suas densas vegetações, com arvores centenárias de grande porte, e uma elevada biodiversidade associada.
Florestas tropicais são sempre caracterizadas por apresentarem uma maior biodiversidade do que os outros biomas, já que além da temperatura e umidade serem importantes fatores limitantes para a sobrevivência de muitos animais (especialmente invertebrados), a vegetação associada fornece grandes quantidades de matéria orgânica, por assim apresenta uma maior carga nutricional para suas redes tróficas.
Entretanto, apesar de possuírem similaridade em suas características, um importante porém separa as nossas duas florestas tropicais.
Destruição dos Biomas Pela Fronteira Econômica
Ao estudarmos os indicadores naturais envolvendo os nossos biomas, especificamente as nossas duas florestas tropicais, vemos que enquanto a Amazônia ainda mantém aproximados 80% de sua cobertura original do período pré-colombiano, a Mata Atlântica resta menos de 10%, isso distribuído em corredores ecológicos e as poucas áreas de preservação restante.
O porquê disso fica muito claro ao vermos a distribuição desses biomas no nosso país, e sua respectiva forma de colonização.
Sabemos (até pelo próprio nome do nosso país) que fomos uma colônia de exploração, ou seja: os colonizadores que aqui chegaram focaram pesadamente em extrair os recursos naturais a partir de uma perspectiva econômica e mercantilista.
Isso foi a regra, seja nos principais produtos explorados pelo extrativismo como o pau-brasil, como na produção agrícola de matérias-primas, como o ciclo da cana-de-açúcar.
Conhece-se que a costa brasileira foi onde as primeiras caravelas atracaram, constituindo assim as primeiras vilas e cidades (São Vicente, Salvador, Rio de Janeiro), consequentemente a Mata Atlântica, localizada mais próxima a costa, foi o primeiro bioma a sofrer os impactos da extração de recursos, os quais deixaram-na na situação que hoje se encontra.
Já a Amazônia, mesmo sendo alvo de diferentes e antigos ciclos extrativistas (como o da borracha e das drogas do serão), ainda conseguiu manter uma grande extensão, todavia ainda ser continuamente “devorada” pela fronteira econômica, principalmente pela agropecuária.
A Amazônia: Patrimônio Brasileiro
Apesar de estar presente em diferentes países, o bioma amazônico apresenta mais de 85% de sua extensão localizado em solo brasileiro, o que faz de nós – os brasileiros – os verdadeiros guardiões deste precisa florestas.
Seja por suas faraônicas castanheiras e cerejeiras, seja ainda por apresentar um quinto da biodiversidade do mundo (cuja a metade disto ainda não foi identificada), a Amazônia ainda é embate de discussão internacional, despertando paixões políticas, econômicas, sociais e – naturalmente – ecológicas.
Configurada pela Bacia do Rio Amazonas, é composta ainda pelos Rios Negro, Solimões, Madeira, Tapajós, Javari, Purus, entre outros de menor porte, que irrigam todo esse subcontinente verde.
Além da enorme biodiversidade animal e vegetal, também devemos lembrar outras características importantes da Amazônia, que irão determinar um importante papel do Brasil no contexto internacional (seja para o bem seja para o mal).
É nela que se encontra a maior quantidade de água doce do mundo, tanto em sua superfície, como também reserva de águas subterrâneas (aquífero Alter do Chão).
Não obstante, também possui as maiores jazidas de minerais nobres do mundo, muitos destes sendo responsáveis pela atual revolução digital que nos encontramos.
Por assim é possível entender porque se fala tanto da Amazônia, e como tantos outros países nos invejam e nos cobiçam por termos esse grande reservatório de bens e commodities em nosso território.
Será que ela irá existir, ou está fadada a ser a nova Mata Atlântica, reduzida a corredores e pequenas manchas entre extensivas zonas rurais e urbanas?
E se por ventura ela for consumida, será que todo esse ganho econômico fará de nós um país melhor, ou só vai continuar a trazer dinheiro para os mesmos de sempre?
Bem, só o tempo trará respostas certas, mas vendo a nossa história nos últimos 500 anos, pode-se dar um palpite (apocalíptico).