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Ecologia e Meio Ambiente no Brasil

A Global Footprint Network desenvolve e promove ferramentas para o avanço da sustentabilidade, incluindo a pegada ecológica e a biocapacidade, que medem a quantidade de recursos que usamos e o quanto temos. Essas ferramentas visam trazer limites ecológicos para o centro da tomada de decisão.

Em 2015, a Global Footprint Network informou que o Brasil possui uma reserva significativa de biocapacidade. A biocapacidade é de cerca de 6,38 gha (hectare global por habitante), a pegada ecológica para 2,85 gha. E os três fatores que contribuem para esta pegada são a pegada de carbono, a pegada agrícola e o consumo de madeira.

Meio Ambiente Brasileiro

A questão do meio ambiente no Brasil é fora do comum em mais de uma maneira: a maior área de biodiversidade do mundo, a floresta brasileira desempenha um papel importante no ciclo global de carbono. O recurso hídrico do território é excepcional; participa de um grande excedente e exporta a produção agrícola, mas também na produção de energia.

O desmatamento do Brasil tem sido o maior do mundo e continua a ser uma preocupação. Isso leva a um grande impacto ecológico (danos ao “pulmão verde”, emissão de CO², desenvolvimento da rede rodoviária e fragmentação ecológica, etc). Produtos agrícolas brasileiros estão envolvidos excessivamente no consumo global de alimentos, do ponto de vista ambiental, tendo explorado a exportação de carne ou soja para alimentar o gado no exterior, e perda de terras agrícolas em favor dos biocombustíveis.

A pegada ecológica do Brasil per capita já esteve acima da média mundial. A biocapacidade por pessoa já foi de 9 hag, classificando o Brasil qual excedente ecológico. No entanto, a biocapacidade per capita diminui consideravelmente devido ao crescimento da população do país e em parte por causa da perda de capacidade de floresta devido ao desmatamento da Amazônia, por exemplo. A Amazônia, como superávit ecológico do Brasil, diminuiu muito assustadoramente nos últimos 50 anos.

Biodiversidade Ecológica do Brasil

O tamanho do Brasil, seu clima variado, a presença da maior bacia florestal da Terra (a Amazônia ) conferem ao país o status de primeira zona de biodiversidade do mundo. O Brasil é um dos 17 países megadiversos identificados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Mais de 90% do território brasileiro está localizado na zona tropical. O país, no entanto, oferece uma grande diversidade de climas de norte a sul. O Brasil tem cinco diferentes regiões climáticas: equatorial, tropical, semi-árido, tropical de altitude e subtropical.

Os cientistas estimam que o número total de espécies de plantas e animais no Brasil é de cerca de quatro milhões. Mais de seiscentas espécies de mamíferos estão presentes no Brasil, incluindo vários da família dos felinos além de outros mamíferos, como o bicho preguiça, a anta, o tatu , os botos, raposas, capivaras e cerca de trinta espécies de macacos. O Brasil também possui mais de 1.700 espécies de aves conhecidas.

O Brasil tem a maior área protegida do mundo, com 2400 mil km², ou 28% do território. Possui cerca de 70 Parques Nacionais, administrados pelo Instituto Chico Mendes e pelo menos um parque incluído na lista de geoparques reconhecidos pela UNESCO.

Impactos Negativos na Ecologia Brasileira

Antes de qualquer outra coisa, vale destacar que, além dos fortes impactos nos ambientes naturais, as atividades humanas também têm um impacto social significativo no país, com práticas modernas de escravidão, especialmente em fazendas, produção de madeira, carvão vegetal, e a criação de gado de fronteira nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Do ponto de vista ecológico, os fortes impactos negativos aos ambientes naturais causados por atividades humanas incluem principalmente o desmatamento, a agricultura, os transportes, as indústrias, além dos impactos combinados qual efeito cumulativo de diferentes ações humanas que põem em perigo habitats e espécies (este último tendo inclusive importantes participações de países estrangeiros nessa ameaça).

Impacto da Urbanização e Poluição

O Brasil é um dos países com maior nível de urbanização do mundo, com grandes cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro . São Paulo está entre as 15 maiores cidades do mundo, com mais de 30 milhões de habitantes. A urbanização do país começou na década de 40 e o fenômeno não parou mais de crescer até os dias atuais, experimentando pouquíssimos estágios de abrandamento demográfico nesse período.

Com efeito, o Brasil está entre os vinte maiores emissores de CO² no mundo, com mais de 1% das emissões totais. Para se ter uma idéia da negatividade dessa estatística, um único brasileiro por ano tem emitido mais 2 toneladas de CO². Isso representa a metade da média mundial aceita por pessoa. Um brasileiro emite anualmente dez vezes mais CO² que um australiano, quatro vezes mais que indivíduos europeus.

Os incêndios provocados para as produções de culturas são a fonte de três quartos das emissões de CO² do Brasil. A poluição do ar nas grandes cidades brasileiras está muito além dos limites toleráveis estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde. Também devido às grandes madeireiras, frequentes focos de incêndios e queimadas, além de muitos moinhos que, somados, contaminam a qualidade do ar circundante.

A água é poluída pela atividade de mineração, indústria, agricultura intensiva … Em 2016, o uso maciço de piriproxifeno (inseticida químico, larvicida) no Brasil é responsável significativo pela poluição das veias pluviais. Ela é suspeita de ser uma das causas do aumento repentino nos casos de microcefalia em embriões e recém-nascidos no país.

Devido à riqueza de mercúrio dos solos, o desenvolvimento bacteriano (por exemplo, dentro de represas hidrelétricas) na água pode levar à formação de metilmercúrio com poluição tóxica a jusante.

O Brasil produz de 125 mil a 135 mil toneladas de lixo de todos os tipos todos os dias. Apenas 5% do lixo urbano é reciclado. Os depósitos de lixo desmazelados produzem metano, gás contribuindo grandemente para o aquecimento global.

A Perspectiva não é Agradável

Muitas organizações, bem como porta-vozes dos povos indígenas da floresta, lutam em defesa da floresta amazônica. Expedições científicas, como a Jangada dos Picos, destacaram a riqueza única do dossel. As fotografias vistas do céu também permitiram tomar consciência da magnitude dos fenômenos.

Porém, somente nos últimos dois anos, mais de 50 pessoas foram assassinadas no Brasil em defesa do meio ambiente contra empresas ou proprietários de terra. E a política ambiental só tem contribuído para o pior.

A Cúpula da Terra de 1992 foi realizada no Rio de Janeiro. A política do país desde então andou à contra mão dos esperançosos projetos estabelecidos ali. Nos anos 2000, o governo de Lula da Silva fez do desenvolvimento dos biocombustíveis uma prioridade política, incentivando o desmatamento da floresta tropical para este tipo de cultivo. O projeto da barragem de Belo Monte também tem sido objeto de muita controvérsia.

Cúpula da Terra
Cúpula da Terra

Em 2018, o extremista de direita Jair Bolsonaro conquistou a eleição presidencial. Ele é a favor da retirada do Brasil do acordo de Paris sobre o clima e a abolição do Ministério do Meio Ambiente, que se fundiria com o da Agricultura. Também pretende construir uma rodovia que cruze a floresta amazônica, em resposta ao lobby agroalimentar abrindo direitos à agricultura e à pecuária de soja.

Com efeito, isso provavelmente abrirá os territórios das comunidades indígenas às empresas de mineração, poderá relaxar as leis relativas à proteção ambiental da floresta e limitará ou neutralizará completamente a influência de organizações ambientais no território. Que efeito real toda essa assustadora perspectiva terá sobre a ecologia brasileira só o tempo nos dirá.

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