Cobras Najas: Definição
Uma das cobras que mais desperta a curiosidade dos sujeitos se dá pela chamada cobra naja, a qual se refere a um gênero de serpentes, no qual podemos encontrar espécies como, por exemplo, a Naja Ashei e a Naja Kaouthia ou, como émais conhecida, cobra de monóculo. Esse gênero de serpentes não ocorre no Brasil, podendo ser encontrada nas regiões do sudoeste da Ásia, Indonésia, Oriente Médio e Índia.
O gênero Naja pertence à família Elapidae, o qual diz respeito ao grupo de serpentes nas quais podemos encontrar as presas estabelecidas na região na região frontal de sua boca, sendo estas ocas e presas ao topo da mandíbula. As najas, ainda conhecidas como cobras de capello, devido a forma de capuz o qual caracteriza a cabeça, apresentam escamas macias e pupilas circulares, além de poderem chegar, em geral, até os dois metros de comprimento.
Usualmente as cobras pertencentes a esse grupo, passam a maior parte do tempo escondidas sob algum local, como embaixo de pedras. Ainda que seja possível encontrar espécimes nas regiões do sudoeste da Ásia e cerrados na África, a maior parte dos encontros com essas cobras se dá em ambientes quentes e áreas tropicais.
O popularmente conhecido comportamento de Najas de emitir uma postura ereta, juntamente com o levantamento do capuz e emissão de sibilo, pode permitir que ela levante cerca de um terço de seu comprimento total e se dá como um comportamento de defesa do animal, ocorrendo ainda em conjunto o direcionamento de veneno através das presas em direção a possíveis predadores. Além de defesa, esse comportamento pode ainda funcionar como auxiliar na busca por alimentos.
Curiosidades Relativas Ao Veneno
Quanto a seu veneno, altamente potente, sabe-se que atualmente já existe o antídoto, embora esta ainda represente perigo, considerando que o veneno age no sistema nervoso do indivíduo, podendo causar parada respiratória em um adulto em um período de cerca de trinta minutos. A picada da naja insere no organismo uma forte neurotoxina que causa consequências relacionadas a problemas na visão, anticoagulação, problemas de fala e respiração, entre outros. Algumas espécies deste gênero, incluindo todas as denominadas cobras cuspideiras, podem através da picada inserir citotoxina no indivíduo, causando ataques às células e tecidos do corpo. Entretanto, uma curiosidade acerca de seu veneno é que, ainda que possa causar sérios danos, este também vem sendo estudado para utilização medicinal, tendo enfoque em tratamentos homeopáticos na área de medicina veterinária.
No ano de 2009 foi publicado um relato de experiência acerca de um tratamento de uma vaca com um quadro de mastite clínica, no qual se fez uso de Naja C18, um medicamento providenciado a partir do veneno da naja, o qual foi combinado com o uso de Pyrogenium, o qual é um produto obtido através de carne decomposta magra do animal, picada e exposta a luz solar por cerca de três semanas. Os resultados demonstram que o animal, o qual não se curou com o tratamento prévio de antibióticos, demonstrou uma melhora significativa com a administração do medicamento homeopático descrito anteriormente. Durante seis dias foram administradas no animal quantias de 20 gotas de Naja C18 e 20 de Pyrogenium C18, durante intervalos regulares. Registrou-se que em cerca de dezoito dias desse tratamento o quadro de mastite regrediu a uma melhora completa, demonstrando evidências frente ao uso de tratamento homeopático no qual se faz uso de componentes obtidos no veneno de cobras naja.
Outros estudos, estes voltados a seres humanos, podem surgir a partir de um estudo anterior, apresentado pelo chinês Chang Zichao. O estudo utilizou de extração de substâncias do veneno de naja para a utilização em ex-dependentes de morfina. O uso dependente de morfina causa dores ao sujeito, uma vez que este deixa o consumo e entra em estado de reabilitação. A administração das substâncias, sendo estas cobroxin e nyloxin, retiradas do veneno da naja podem auxiliar no alívio desta dor e, portanto, podem ser consideradas para a efetuação de
estudos posteriores frente ao tratamento de ex-dependentes químicos.
A Naja E O Muay Thai
De certo que a maioria das pessoas, especialmente aquelas que pouco sabem a respeito de Muay Thai e de Cobras Naja, se perguntem qual seria a relação entre esses dois tópicos que a princípio parecem tão distintos. Dentro da prática do Muay Thai, arte marcial tailandesa, a cobra naja representa um grande significado, o qual diz respeito ao modo como os praticantes dessa arte devem se portar. Compreensões que envolvem a naja nessa prática dizem respeito ao comportamento do praticante, o qual deve se apresentar como o da cobra durante situações de luta, através de golpes rápidos e certeiros. Acredita-se ainda que, no princípio da prática dessa arte, os lutadores antigos
apresentavam costumes relacionados ao consumo do sangue dessas cobras em situações anteriores as lutas, devido à crença, na época, de que esse consumo auxiliava na fortificação física do sujeito e na eliminação de impurezas do corpo.
A Naja Nas Telas
Talvez pouca gente saiba, mas as najas já marcaram sua presença em filmes, seja como um elemento inserido a história, tal como em “Cobra Woman” de 1944 ou como em “O homem cobra” de 1973, na qual de certo modo as najas possam ser compreendidas como as estrelas principais.
No filme estadunidense de 1944, protagonizado por Maria Montez e Jon Hall, este gênero de serpentes é representado como sendo a imagem de um deus, o qual é adorado na religião a qual vivem os habitantes de uma ilha, a qual os personagens do filme vão parar devido às tramas que envolvem o enredo.
Em 1973 nos Estados Unidos, Bernard L. Kowalski dirigiu o filme de terror e ficção cientifica “O homem cobra”, o qual apresenta a trama de três personagens principais: o Dr. Carl Stoner, David Blake e Kristina Stoner.
Durante o decorrer do filme, observam-se as tentativas do Dr. Stoner, especialista em serpentes, a transformar um ser humano em réptil, utilizando a certo ponto David Blake como sua cobaia, o qual acaba por transformar-se em cobra. Um fato interessante a respeito dessa produção é que os atores contracenaram com cobras reais.
REFERÊNCIAS
ESCUDERO, Nyna Taylor Gomes; DE OLIVEIRA JUNIOR, Jorge Luiz. A educação física cultural na escola: tematizando os diferentes discursos do Muay Thai.
Instrumento-Revista de Estudo e Pesquisa em Educação, v. 16, n. 2, 2015.
“Fatos e curiosidades interessantes sobre as najas” em Só Biologia. Virtuous
Tecnologia da Informação, 2008-2018. Visto em: 24/10/2018 às 15:43. Disponível em:<https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Curiosidades/curiosidades_najas.php/>
MENDONÇA, Alexandre. Relato de Experiência no Tratamento de Mastite Clínica de Vaca Leiteira com Homeopatia, no Município de Cruzaltense-RS. Revista Brasileira de Agroecologia, [S.l.], v. 4, n. 2, dec. 2009. ISSN 1980-9735. Disponível em:
<https://revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/rbagroecologia/article/view/7728/>
Acesso em: 24 oct. 2018.
“O veneno do bem” em Super Interessante.1997. Visto em: 24/10/2018 às 17h00
disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/o-veneno-do-bem/>