As consequências das recentes erupções do majestoso Kilauea são próprias do que seria de se esperar de uma das mais poderosas manifestações da natureza. São cerca de 1250 m de um dos mais ativos instrumentos capazes de expressar toda a vitalidade existente no interior da terra.
Localizado na Big Island, a mais importante ilha do arquipélago Hawaiano, o Kilauea é o resultado da constituição física bastante singular do planeta terra.
Como sabemos, a crosta terrestre é formada por placas tectônicas que movimentam-se, frequentemente, agitando grandes quantidades de magma presente no manto terrestre.
A depender da intensidade com que elas tocam-se ou colidem umas nas outras, surgem pequenas fissuras ou aberturas, por onde todo esse material, com temperaturas que podem chegar a 1100°C, é expelido em forma de explosões violentíssimas ou por um constante derramamento.
Esse fenômeno pode muito bem ser descrito como um processo de “renascimento”da superfície terrestre, que se renova com o afastamento das placas, e destrói-se quando elas colidem.
Mas o problema com vulcões como o Kilauea, é que todo esse processo ocorre de forma um pouco diferente. No seu caso, as erupções são o resultado da pressão exercida por uma certa quantidade de magma que permanece como uma reserva no interior da crosta de onde se ergue a montanha.
Enquanto a maioria dos vulcões dependem de movimentações anormais das placas, o Kilauea tem à disposição um reservatório constante, que o torna um evento imprevisível, surpreendente e bem mais agressivo do que o normal.
E as consequências dessas características do Kilauea estão sendo experimentadas de forma dramática pela população da ilha, pois desde meados do mês de maio o gigante está em erupção ininterrupta, criando um cenário de medo, apreensão e caos, só comparado àqueles das produções cinematográficas de Hollywood.
Principais Consequências do Vulcão Kilauea
Há meses o Kilauea vem se transformado em um verdadeiro tormento na vida de turistas e população local.
Uma sequência de erupções, sem qualquer previsão de fim, vem transformando, sensivelmente, a paisagem da ilha. Imagens do Serviço Geológico Americano revelam um verdadeiro caos na cidade, com praias e lagos entulhados, estradas interditadas, comprometimento do serviços públicos básicos, entre outros transtornos.
A visão de quantidades incríveis de lava mergulhando no mar é impressionante! Os fluxos piroclásticos que espalham-se pelos céus da Big Island são aterradores! Mas, por sorte, os governantes locais estão sendo rápidos, e já conseguiram evacuar as áreas mais críticas, impedindo, com isso, uma tragédia de proporções inimagináveis.
Com o uso de drones e demais equipamentos de última geração, as consequências do vulcão Kilauea podem ser contempladas de forma mais precisa. E o que se sabe, até agora, é que não há qualquer previsão de um fim para esse desastre.
Recentemente uma equipe do Serviço Geológico observou uma movimentação mais intensa em crateras específicas do Kilauea. E o que eles acreditam é que o avanço da lava por tubos secundários tem ajudado a tornar os eventos bem mais agressivos.
A cratera Halemaumau, por exemplo, é uma das que apresentam as movimentações mais intensas, inclusive apresenta fissuras e rachaduras que demonstram o quão intensa é a pressão no seu interior.
Mas na opinião de especialistas, com o fim das erupções, a expectativa é que todo o entorno do Kilauea volte a assumir as suas antigas feições novamente, muito por conta da ação rápida e eficiente dos Poderes Públicos da região.
Mas a Atenção Deve Continuar
A cerca de dois meses o Serviço Geológico dos Estados Unidos confirmou uma das piores explosões ocorridas no Kilauea, desde que começaram as erupções em maio.
O resultado foi a emissão de densas nuvens de cinza a pelo menos 2.100 m de altura, tornando o ambiente altamente tóxico e asfixiante.
Antes dessa, uma outra (bem mais agressiva) havia lançado a pelo menos 11 mil metros de altura uma tal carga de nuvens vulcânicas, que foi capaz de transformar o dia em noite, em um extenso trecho em volta do parque.
O problema é que, de acordo com o observatório que faz o monitoramento de toda a movimentação do Kilauea, não há previsão de um fim para as erupções.
E pior: a expectativa é a de que as explosões tornem-se mais intensas e frequentes, e os lançamentos de fluxos piroclásticos, nuvens de cinza, entre outras consequências das erupções do vulcão Kilauea, bem mais trágicos ao meio ambiente.
Tal é preocupação dos Poderes Públicos locais, que uma série de iniciativas, digamos, tecnológicas, estão sendo postas em prática, com o objetivo de manter o Kilauea bem no raio de ação das autoridades.
São ações como o investimento em drones, que são a melhor alternativa para a aproximação ao centro das crateras; câmeras de última geração, estrategicamente posicionadas a cerca de 700m das principais crateras do Kilauea (e com transmissão 24h).
Além da preparação de um equipe especial a serviço do Honolulu Civil Beat, capaz de entrar em ação no momento em que novas explosões ocorrerem.
Perdas Irreparáveis
Algumas das consequências das erupções do vulcão Kilauea tem sido devastadoras. Estima-se que em torno de 120 casas simplesmente foram reduzidas a pó, desde que começaram esses eventos.
Regiões como a Subdivisão de Leilani Estates, Kapoho Beach Lots, Vacatioland, a comunidade rural de Kaohe Honesteads, entre outras localidades, estão entre as que tiveram os maiores prejuízos.
Verdadeiras enxurradas de lavas estão devastando algumas comunidades, e nem mesmo a casa do prefeito da Ilha do Havaí, Harry Kim, foi poupada.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos confirmou que pelo menos 2.400 casas tiveram que ser evacuadas e que uma área total de cerca de 22km2 foi totalmente invadida pela lava incandescente.
Como se isso não bastasse, os constantes derramamentos de lava no mar produzem efeitos terríveis, como por exemplo, a produção de uma névoa cinzenta e espessa composta, basicamente, por ácido clorídrico, vapor de água e fragmentos de vidro.
Essa combinação, entre outras coisas, produz inúmeras reações alérgicas em quem quer que tem contato com ela, além de espalhar-se com muita facilidade por toda a atmosfera.
E quando tal mistura une-se às emissões de dióxido de enxofre e sulfeto de hidrogênio, também emitidas juntamente com a nuvem, os resultados para o meio ambiente são incalculáveis!
No total, o Serviço Nacional de Parque dos Estados Unidos calcula que os prejuízos resultantes das consequências das erupções do vulcão Kilauea, já ultrapassem os US$ 180 milhões de dólares.
E só o que resta mesmo é aguardar e utilizar de todos os recursos tecnológicos disponíveis para atravessar esse que pode ser um dos períodos de maior atividade de um vulcão que já se teve notícia.
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