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Como É a Flor da Couve Flor?

A couve flor é uma flor? Está certo disso? Como assim? Dá pra colher como buquê e dar pra alguém especial, em ocasião especial? Complicado imaginá-la assim, não é? Pensar em couve flor é pensar em comida, em verdura comestível, apetitosa e nutritiva se estiver bem feita, não como flor. Então que história de flor é essa?

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Em síntese, as couves-flor são plantas anuais que atingem cerca de 0,5 metro de altura e possuem grandes folhas arredondadas que se assemelham a couve. Cientificamente é chamada de brassica oleracea , variedade acephala. Na época adequada para sua colheita , a couve flor está como um aglomerado de folhas sendo sua cabeça formada como uma coalhada firme e suculenta, que nada mais é do que uma inflorescência imatura ou um agrupamento de flores não desenvolvidas plenamente.  Quando o desenvolvimento não é interrompido, as plantas produzem flores amarelas em forma de cruz, que por sua vez produzem sementes em cápsulas secas conhecidas como siliques. Então, sendo assim, a couve flor de fato é uma flor?

Como é a Flor da Couve Flor

Bom, em termos botânicos, a couve flor comestível como a conhecemos não é uma flor. A parte que chamamos cabeça, requeijão ou coalhada é um meristema de inflorescência branco. Isso significa que não é uma flor totalmente formada, é um tecido que supostamente forma flores. A coalhada de couve-flor não possui sépalas, pétalas, anteras e ovários típicos, portanto não há possibilidade de polinização, fertilização ou formação de sementes nesse estágio.

Flor da Couve Flor
Flor da Couve Flor

No entanto, se essa mesma coalhada de couve-flor não for colhida a tempo ou se as condições climáticas não forem adequadas para a formação de coalhada, a planta de couve-flor passa pelo processo de ‘ Aparafusamento ‘. Em termos leigos, isso quer dizer que essa coalhada vai se compactando cada vez mais, se afixando no núcleo principal da planta até irromper em um estágio de florescimento. Daí surge a mostarda típica como pequenas flores amarelas, que terminam por se desenvolver em talos longos. Nesse estágio sim, a couve flor deixa de ser a planta comestível como a conhecemos e transformam-se em flores verdadeiras, que são fertilizadas e formam frutos.

Coisa semelhante acontece em brócolis e repolho, porque eles são botanicamente a mesma planta brassica oleracea, mas diferentes ‘grupos de cultivares’.

As Diferentes Cores da Couve Flor

Nos últimos anos, você deve ter notado que a couve flor não é mais apenas branca, mas vem em outros tons coloridos também. São variações feitas através de misturas, de junções entre espécies originais de couve flor com outras hortaliças ou resultado de experimentos com sementes geneticamente modificadas. As cores comumente encontradas, além da couve flor branca padrão são roxas, laranjas ou cremes (marrons).

A coalhada verde é de um cruzamento entre couve-flor e brócolis e às vezes é chamada de brócolis. As cabeças de floração são menos densas e o sabor é mais suave. A couve-flor mutante de cor alaranjada, costuma conter 25 vezes mais vitamina A do que suas contrapartes brancas. A variedade roxa é rica em antocianinas – o mesmo antioxidante potente encontrado em muitas frutas e vegetais de coloração azulada ou vermelha, tais como o repolho roxo, uvas vermelhas e frutas vermelhas.

A Flor da Couve Flor no Brasil

Couve Flor Original
Couve Flor Original

Essas intervenções de laboratório na couve flor original teve início aqui no Brasil por volta dos anos 50.  Nessa época, na USP desenvolveram uma couve flor denominada Piracicaba Precoce nº1, uma mistura entre cultivares de inverno da couve flor com uma couve flor indiana cultivares de primavera. A partir do sucesso dessa experiência, novas idéias e testes foram surgindo ao longo dos anos. Em 2017 alguns agricultores da região sul, mas precisamente do Rio Grande do Sul, noticiaram o resultado das experiencias que fizeram com o cultivo de sementes geneticamente modificadas ao colherem couve flor em tons alaranjados e roxos. Consideraram um sucesso porque, além do valor nutritivo maior que a couve flor original, encontraram nisso uma oportunidade de negócio lucrativa.

Qual Você Prefere Comer?

Esse tipo de cultivo, alterando a formação original da semente, misturando espécies diferentes e colorindo plantas chamaram a atenção da mídia e atraíram a população nos últimos anos e continuam a fazê-lo. Aplicações vantajosas como aumento no valor nutricional, reflexo positivo na economia do mercado e suprimento das deficiências de produção causadas por clima e pragas são algumas das vantagens oferecidas por esse tipo de cultivo. Será que deveríamos mesmo considerar esses alimentos tão bons quanto os originais?

Antes de pensarmos em adquirir esses alimentos ou cultivar suas sementes, é muito importante conhecer as vantagens e desvantagens, especialmente no que diz respeito à sua segurança. Esses alimentos são feitos inserindo genes de outras espécies em seu DNA. Essas plantas ou sementes costumam crescer mais rapidamente que os alimentos que são cultivados tradicionalmente.  Provavelmente por causa disso, o aumento da produtividade fornece à população mais comida. Além disso, esses alimentos são um benefício em lugares que experimentam secas freqüentes, ou onde o solo é incompetente para a agricultura. Às vezes, culturas alimentares geneticamente modificadas podem ser cultivadas em locais com condições climáticas desfavoráveis ​​também.  Alimentos geneticamente modificados são ricos em nutrientes e contêm mais minerais e vitaminas do que aqueles encontrados em alimentos tradicionalmente cultivados o que pode ser útil no controle da ocorrência de certas doenças.

Porém, a maior ameaça causada pelos alimentos transgênicos é justamente que eles podem ter efeitos nocivos no corpo humano. Acredita-se que o consumo desses alimentos geneticamente modificados possa causar o desenvolvimento de doenças que são imunes aos antibióticos. Além disso, como esses alimentos são novas invenções, pouco se sabe sobre seus efeitos a longo prazo sobre os seres humanos. Como os efeitos sobre a saúde são desconhecidos, muitas pessoas preferem ficar longe desses alimentos. Mais preocupação vem com efeitos secundários e pleiotrópicos. Por exemplo, muitos transgenes codificam uma enzima que altera as vias bioquímicas. Isso pode causar um aumento ou diminuição em certos compostos bioquímicos. Essas mudanças no metabolismo podem levar a um aumento nas concentrações de toxinas.

Há controvérsias em torno da produção e cultivo desses tipos de plantas e sementes em vários níveis, incluindo se são seguros, se devem ser consumidos e se essa biotecnologia agrícola é necessária para enfrentar a fome no mundo agora ou no futuro. Em âmbito mais pessoal, fica a seu critério decidir o que plantar e o que levar pra mesa de sua família.

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