É uma foca que recebeu esse nome por ter sido descoberta pelo botânico James Clark Ross (Londres, 15/04/1800 – Aylesbury, 03/04/1862), enquanto o mesmo fazia uma expedição (chamada de British Antartic Expedition – Expedição Antártica Britânica) pela Antártica, no ano de 1841.
Até o ano de 1972, apenas 200 exemplares da foca-de-Ross haviam sido registrados.
Apesar da Foca-de-Ross ser caracterizada como LC (Least Concerned – Pouco Preocupante) pela IUCN (International Union for Conservation of Nature – União Internacional para a Conservação da Natureza), essa foca se restringe inteiramente ao Ártico, e são as únicas representantes da espécie Ommatophoca genus. Dessa forma é possível dizer que, apesar da exclusividade na natureza, a mesma ainda não sofre risco de extinção, o que é raro de acontecer.
Da família dos pinípedes (que inclui as focas, as morsas, os leões e os lobos-marinhos), a foca-de-Ross é a que possui menos exemplares, isto é, comparada aos outros animais da mesma família, a foca-de-Ross possui menor abundância.
Focas em maior abundância no Ártico, que compartilham o mesmo habitat que a foca-da-Ross, são as focas-Caranguejeiras (Lobodon carcinophagus), que são as que possuem maior abundância, a foca-Leopardo (Hydrurga leptonyx) e a foca-de-Weddell (Leptonychotes weddellii).
Assim como essas outras focas, a foca-de-Ross faz parte das chamadas focas-lobodontíneas, que possuem dentes mais adaptáveis a caçar presas dentro d’água, característica essa que pode ser proveniente de ancestrais marinhos, como elefantes-do-mar (Miroungas), há centenas de milhares de anos atrás.
O fato da foca-de-Ross se restringir a blocos de gelo e ser pouco encontrada durante expedições (que não são tantas no clima ártico), não há muitas informações sobre a anatomia das mesmas.
Características Físicas E Comportamentais da Foca-de-Ross
O que mais caracteriza a foca-de-Ross, quando comparada as outras focas existentes, é seu tamanho, pois a mesma atinge o máximo de 2 metros e 10 centímetros. Demais focas chegam a atingir mais de 3 metros, como a foca-de-Wedell, por exemplo.
Não apresenta nenhuma característica exclusiva que a diferencie das demais, exceto pelo tamanho.
Geralmente, a foca-de-Ross caça de maneira solitária, mas é comum estar na presença de demais focas quando em “solo” (blocos de gelo).
Normalmente, a foca-de-Ross dá cerca de 100 mergulhos por dia atrás de alimentos, indo a profundidas de 100 a 300 metros. Os principais alimentos da foca-de-Ross são peixes, lulas e camarões encontrados até a 200 metros de profundidade.
O recorde de mergulho dado pela foca-de-Ross registrou 792 metros de profundidade.
Normalmente, a maioria dos mergulhos duram cerca de 10 a 15 minutos.
O maior hábito da foca-de-Ross é nadar aos arredores das placas de gelo que formam seus maiores habitats e populações.
Todas essas informações foram registradas pelo satélite Argos, com links diretos à Terra Rainha Maud, um território na Antártida revogado pela Noruega, sendo divisa com o Território Antártico Australiano.
A foca-de-Ross é um animal calmo e não demonstra agressividade, e expedições conseguem manusear com calma alguns exemplares, para pesá-los e estuda-los.
Características Reprodutivas da Foca-de-Ross
As fêmeas da espécie são maiores do que os machos, numa diferença máxima de 10 centímetros, chegando a pesar até 200 kg.
Após o período de copulação, que é feito sempre debaixo d’água, a fêmea tem uma gestação de 11 meses, aproximadamente (variando entre 10 e 12 também), onde no terceiro mês é possível notar claramente que está grávida.
A foca-de-Ross atinge a maturidade sexual aos 4 anos de idade, quando começam a se reproduzir.
Não são animais monogâmicos, e se reproduzem sempre em seus períodos férteis com mais de um parceiro, através de rituais de acasalamento marcados por performances visuais e pelo som característico da espécie, que é vocalizar tons e timbres de maneira alta, parecendo sirenes. A vocalização da foca-de-Ross pode ser reconhecida dentre demais, pois a mesma consegue emitir notas e sons únicos.
As fêmeas tendem a ter seus filhotes dentro da água, mas é possível que isso ocorra em cima de blocos de gelo também.
Os Predadores Que Assombram a Foca-de-Ross
Quando se trata de animais marinhos, o que mais chama atenção são os predadores ferozes que existem.
Os predadores marinhos são considerados os predadores mais ferozes e aterrorizantes do reino animal, pois a combinação de suas habilidades como velocidade e força não se encontram em nenhum outro local.
As orcas são os maiores inimigos de qualquer tipo de pinípede existente. Conhecidas também como baleias assassinas, é raro que alguma foca consiga escapar de seus ataques.
As baleias assassinas estão ao lado dos golfinhos quando tratamos sobre os animais mais inteligentes do mundo. Elas criam estratégias de caça que tornam impossível a um pequeno animal, como a foca-de-Ross, escapar.
Essas baleias também são conhecidas pela sagacidade, pois é muito comum observar que muitas delas matam apenas por diversão, assim como fazem os gatos domésticos.
Tubarões também incluem as focas em seus cardápios, e suas investidas são praticamente impossíveis de serem evitadas.
A forma mais prática que a foca-de-Ross tem para se proteger, é se refugiando nos blocos de neve em qual passam a maior parte do tempo, muito devido aos predadores.
É possível observar blocos de gelo repletos de focas-de-Ross se refugiando do ataque de baleias e tubarões.
Distribuição Geográfica da Foca-de-Ross
Estima-se que haja cerca de 20 mil exemplares de foca-de-Ross pelo mundo, perdendo apenas para a foca-leopardo (15 mil exemplares) por isso as mesmas se encontram em um estado de conservação pouco preocupante.
A Antártica é o principal local onde elas habitam; as mesmas fazem longas jornadas de mais de 20 quilômetros seguindo ondas marinhas. Essas viagens são conhecidas como períodos pelágicos.
Existem áreas em que há um maior número de focas, não apenas a foca-de-Ross, como o mar de Ross, por exemplo, ao sul da Nova Zelândia. Essa área foi batizada, também, por James Clark Ross, que decidiu atravessar as grandes geleiras do mar que hoje se conhece por seu nome. Além do mar de Ross, é possível encontrar a foca-de-Ross habitando o mar de Amundsen, também localizado no oceano Ártico.