A Ecologia é uma importante subdivisão da Biologia, já que ela tem a função de estudar a relação que os seres vivos têm entre si e a relação que eles têm com o ambiente em que vivem, também conhecido como meio. Porém, para fazer esse estudo de forma detalhada e precisa, a Ecologia possui diversos focos e áreas de estudo diferentes, que abrangem toda a vida natural.
Portanto, neste artigo te explicaremos detalhadamente quais são as áreas de estudo da Ecologia e como cada uma influencia na hora de entender como os seres vivos se relacionam com o meio e entre si. Continue lendo para entender tudo sobre essa subdivisão da Biologia que é tão importante para as ciências naturais!
As Áreas Principais De Estudo
Antes de mais nada, precisamos perceber que a própria Ecologia também possui suas subdivisões e é dividida em duas principais áreas: a sinecologia e a autoecologia. Ambas, juntas, abrangem todo o estudo da Ecologia e possuem informações que se completam, já que possuem focos diferentes e também estudam fenômenos diferentes.
Por isso, podemos dizer que essas duas divisões são as principais áreas da Ecologia. Portanto, vamos analisar separadamente cada uma delas para entender melhor todo o funcionamento da matéria e compreender que a Ecologia pode ser muito mais abrangente do que a maioria das pessoas pensa.
Autoecologia
A Autoecologia é a subdivisão clássica da Ecologia; ou seja, é a mais conhecida e a mais antiga, a divisão em que a matéria foi baseada desde o seu nascimento. O conceito de Autoecologia começou a ganhar força no ano de 1910 e nos dias atuais ela não é muito utilizada, porém, continua sendo de grande utilidade para pesquisadores que fazem um estudo mais mecânico da natureza.
Dizemos que a Autoecologia faz um estudo mecânico pois ela analisa as relações de uma única espécie com o meio ambiente, pegando um exemplar de indivíduo para representar toda a espécie no meio. Dessa forma, é possível perceber fenômenos como adaptação ao ambiente e até mesmo adaptabilidade genética.
É por meio da Autoecologia que os cientistas analisam como cada fator (biótico ou abiótico) do habitat natural influencia no desenvolvimento e funcionamento da espécie. Portanto, ela é extremamente útil para estudos mais específicos de determinados animais.
Sinecologia
Muito mais recente e ainda muito utilizada até os dias de hoje por cientistas, a Sinecologia teve sua primeira aparição no ano de 1974 e foi definida como o verdadeiro foco da Ecologia, apesar da Autoecologia ainda ser uma área de estudo de alguns pesquisadores mais tradicionais e com um foco menos abrangente.
Dizemos “menos abrangentes” pois a Sinecologia tende a ser muito mais abrangente do que a Autoecologia, já que ela visa estudar as relações entre ecossistemas; ou seja: a Sinecologia não estuda apenas a relação de uma espécie com o seu ambiente, mas sim como todas as espécies se relacionam entre si e como o meio ambiente afeta e pode ser afetado por essas relações por meio de fatores bióticos e abióticos.
É importante lembrarmos que a Sinecologia pode ser estudada de forma estática ou dinâmica. Ela é estática quando o foco do estudo é um habitat determinado e as espécies que abitam nele, e ela é dinâmica quando o foco do estudo é a evolução dos seres e as relações entre eles com a passagem do tempo e a evolução das espécies.
Apesar da Sinecologia ser mais utilizada hoje em dia, ambas as subdivisões são extremamente importantes para a Ecologia no geral e podem acabar trabalhando em conjunto.
Os Níveis De Organização Da Ecologia
É interessante percebermos que, independente da área de estudo, alguns conceitos abrangem toda a Ecologia e são muito importantes para entender as relações existentes entre os seres vivos e seus respectivos habitats; como um exemplo desses conceitos podemos citar os níveis de organização.
Os níveis de organização nada mais são do que divisões dos seres vivos em sistemas que vão do menos complexo para o mais complexo de acordo com o que é estudado. Nesse caso, a Ecologia trabalha com quatro sistemas muito conhecidos: população, comunidade, ecossistema e biosfera.
- População: é um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que vivem em uma determinada área natural;
Obs: indivíduos são considerados da mesma espécie quando conseguem se reproduzir e gerar descendentes férteis. Logo, se dois animais se reproduzem e geram um descendente infértil, muito provavelmente eles não são da mesma espécie (salvo raras exceções).
- Comunidade: é um conjunto de populações que vivem em determinada área. Logo, na comunidade temos mais de uma espécie sendo estudada ao mesmo tempo;
- Ecossistema: é o conjunto constituído pela comunidade (diversas espécies) e todas as influências que o indivíduo recebe do meio natural; ou seja, pelos fatores abióticos do meio (como por exemplo temperatura, luz, umidade, salinidade, solo etc);
- Biosfera: é o conjunto de todos os ecossistemas que possuímos no planeta Terra; portanto, abrange todas as espécies e também os fatores bióticos e abióticos presentes no planeta.
Essas divisões claramente se completam e são extremamente importantes tanto para a Autoecologia quanto para a Sinecologia, já que elas ajudam a entender melhor como os indivíduos se relacionam com o meio e como os fatores ambientais podem afetar ou ser afetados por essa relação (foco principal da Sinecologia).
Caso tenha restado dúvidas, o conceito de “população” é o menos complexo e menos abrangente ecologicamente falando, enquanto o conceito de “biosfera” é o mais complexo e o que abrange mais seres vivos da natureza.
Todas essas áreas de estudo e focos científicos, quando juntas, criam uma matéria extremamente completa e muito importante para a Biologia. Sem a Ecologia, não entenderíamos muitos fenômenos que ocorrem desde os tempos mais remotos da existência animal, como por exemplo as migrações sazonais de pássaros ou a cadeia alimentar, importantíssima para classificar os indivíduos de acordo com seus hábitos alimentares e de caça.
Você se interessa por esse assunto e quer saber um pouco mais sobre a Ecologia se relacionando com outras áreas de estudo? Leia também: Relação entre a biogeografia e a ecologia