A Ecologia apresenta vários ramos, entre os quais estão: a Autoecologia, a Demoecologia, a Sinecologia, entre outras “extensões” dessa ciência que, a partir dos estudos de Ernst Haeckel – biólogo alemão de grande prestígio – tornou-se uma espécie de “Ordem do Dia” para os países desenvolvidos ou que desejassem se tornar.
O conceito de Ecologia é o de uma ciência que busca identificar, analisar e tornar mais harmoniosas as inter-relações entre os seres vivos (e entre estes e o meio ambiente onde vivem), de forma que o resultado seja, não só o equilíbrio dessas relações como também a garantia de que elas (tão vitais para o meio ambiente) mantenham-se harmoniosas para as gerações futuras.
A partir dos estudos do botânico suíço Carl Joseph Schroter (1885-1939), concluiu-se que tais relações eram amplas e complexas demais para serem estudadas por um único aspecto.
Dessa forma, seria necessário, além de convocar o auxílio de outras áreas do conhecimento, como: biologia, genética, citologia, fisiologia, etc., que fossem também organizados outros campos de estudo que tratassem essas relações de forma bastante específica.
Estes campos teriam que tratar, por exemplo, dos impactos em um nível continental de determinados fenômenos que ocorrem entre os seres vivos e o meio ambiente, ou como a agropecuária pode impactar tais relações, ou mesmo como as modificações fisiológicas apresentadas por determinados espécies estão relacionadas com as atuais alterações climáticas e ambientais, entre outras incursões.
E foi com base nesse pensamento que foram criadas algumas “extensões” ou auxiliares do campo da Ecologia. Extensões, essas, que serão devidamente descritas e analisadas em seus pormenores logo abaixo.
1.Autoecologia
A Ecologia apresenta vários ramos, e uma delas é a Autoecologia. Ela é uma extensão clássica da Ecologia, pois trata, especificamente, de como se dá essa relação entre determinadas espécies e o meio ambiente onde elas vivem.
Ela nos revela, por exemplo, como o clima, água, ar, vegetação, sol, entre outros fatores, alteram o seu desenvolvimento, crescimento, reprodução, nutrição, ou mesmo determinam a sua morte.
Apesar de ter sido, digamos, colocada em 2º plano – muito por conta da nova visão macro que se tem dessas relações entre os seres e o meio ambiente -, a Autoecologia ainda é considerada a ferramenta mais eficaz para que se possa entender o comportamento e as alterações morfológicas que certas espécies apresentam (e apresentarão no futuro) diante das atuais alterações climáticas locais e globais.
2.Sinecologia
Já a Sinecologia ou Ecologia Comunitária trata, basicamente, de populações ou grupos de indivíduos, de espécies diferentes, que desenvolvem relações harmônicas ou desarmônicas entre si dentro de um mesmo ecossistema.
Na Floresta Amazônica, a Sinecologia irá debruçar-se sobre como se formam as cadeias alimentares, deslocamentos de indivíduos, demografia, sucessões ecológicas, relação presa x predador, entre outras relações que ocorrem em um trecho de floresta de várzea dentro dela, por exemplo.
Agora as inter-relações de ecossistemas específicos passaram a ser também prioridade dentro da Ecologia. E isso no que diz respeito às suas cadeias alimentares, com os fluxos de matéria e energia resultantes delas; ao deslocamento de espécies para outras áreas com características totalmente diferentes; à quantidade de uma determinada espécie nessa mesma região, entre outros registros.
3.Demoecologia
Mas, dentre os vários ramos que a Ecologia apresenta, está entre eles também a Demoecologia. Assim como a Demografia analisa as populações de indivíduos humanos sob o aspecto das suas taxas de nascimento, migração, produção econômica e distribuição por etnia – do ponto de vista da quantidade desses fatores -, da mesma forma a Demoecologia investiga as causas e consequências do aumento ou diminuição de indivíduos em um determinado ecossistema.
Ela observa casos de superpopulações quase inexplicáveis. Mas também analisa uma queda brusca de determinada espécie sem uma explicação plausível. Ao final, a Demoecologia poderá descobrir que alterações climáticas, escassez de presas, desmatamento, a ação humana, introdução de outras espécies no local, entre outras variáveis, podem interferir no tamanho da população de um determinado bioma.
4.Agroecologia
O equilíbrio entre a necessidade de se atender às exigências por alimentação, entretenimento e conforto e a necessidade de se garantir que a natureza (que é a principal mantenedora dessas condições) seja preservada é, sem dúvida, um dos grandes desafios desse novo século.
E para ajudar nessa discussão, dentre os vários ramos da Ecologia que se apresentam, está o da Agroecologia, que trata exatamente da influência do agronegócio na saúde e bem estar do meio ambiente.
5.Macroecologia
A Macroecologia, como o próprio nome nos leva a crer, trata dessa relação entre seres vivos (e entre estes e o meio onde vivem) em uma escala bem mais ampla.
Isso quer dizer que ela analisa as trocas de matéria e energia (Cadeia Alimentar), as relações ecológicas (mutualismo, predatismo, parasitismo, etc), o povoamento de regiões (e as suas movimentações entre ecossistemas), entre outros fatores que interfiram, por exemplo, na biodiversidade de um continente inteiro.
Sabemos que a Ecologia apresenta vários ramos, mas, entre eles, somente a Macroecologia é capaz de observar o “todo” e, com isso, certificar-se de que alterações locais realmente interferem de forma tão decisiva na estrutura do planeta. E, ao final, identificar, com precisão, a trajetória das ações humanas responsáveis por determinadas alterações que marcaram (e marcam) negativamente a história do planeta.
6.Ecofisiologia
Entre os vários ramos que a Ecologia apresenta, também não poderia faltar, entre eles, um que trate das alterações fisiológicas e genéticas apresentadas pelas espécies, como uma resposta às influências que sofrem, de forma inevitável, do meio ambiente onde vivem.
Alterações climáticas (locais ou globais), ação humana (desmatamento, introdução de novas espécies, caça predatória, etc), diminuição da quantidade de presas, entre outros fatores, de acordo com as mais recentes conclusões da ciência, podem resultar em alterações até mesmo em um nível genético em algumas espécies.
Elas podem comprometer toda a harmonia de um determinado ecossistema, que, por sua vez, podem resultar em alterações em uma escala global. E para tentar minimizar esses impactos, a Ecofisiologia ainda conta com a oportuna ajuda da fisiologia Comparada e a Evolutiva, com o objetivo de identificar e interromper tais fenômenos a tempo.
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