A zebra da planície ou Equus quagga, juntamente com a zebra da montanha e a zebra de grevy, formam a tríade dessa espécie, que hoje são as únicas existentes no planeta.
O Equus quagga é um animal típico das savanas africanas, especificamente de trechos do leste da África, Etiópia, África do Sul, etc. É a espécie mais abundante no continente, apesar de se ver às voltas com o risco constante de extinção.
Cada indivíduo mede entre 1,2 e 1,4 m de comprimento (do chão até o seu dorso), pesa entre 190 e 370kg, e, como é de se esperar na maioria dos equídeos, possui um apetite extraordinário. Os alimentos ingeridos por essa espécie são facilmente processados em seu organismo e, caso não haja nenhum contratempo, ela poderá pastar, normalmente, durante uma tarde inteira.
Atualmente a zebra da planície consta na lista da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), como uma das milhares de espécies em extinção. Desde o início dos anos 90 até o início dos anos 2000, o órgão vem monitorando a prevalência dessa espécie na África, e o resultado foi a constatação de uma queda acentuada no números de indivíduos no continente.
Na verdade, tal é a gravidade da situação que, em muitos países, só é possível ver uma Equus quagga em reservas ambientais especialmente criadas para a sua conservação. Tanto é assim que praticamente não existem estudos abrangentes sobre a sua existência fora dessas áreas.
A Equus quagga possui as características típicas de uma zebra comum, com a diferença de possuir listra mais grossas, que afunilam-se até formarem uma espécie de “V” em sua barriga.
Porém o interessante é que, segundo os estudiosos, essas listras são únicas em cada indivíduo, como uma espécie de registro das suas individualidades.
Uma outra curiosidade sobre as zebras das planícies, é que, ao observarmos as suas rotinas, podemos perceber, claramente, a manifestação autêntica da luta pela preservação da espécie.
O comum é que elas reúnam-se em bandos. Só que esses bandos são compostos essencialmente por fêmeas, sob a liderança de um único macho; enquanto ao largo deslocam-se, solitários, outros bandos, dessa vez compostos apenas por zebras com idade mais avançada ou com pouca idade — o que, para fins de procriação, torna-os dispensáveis.
Características da Zebra da Planície
A zebra da planície possui caracteres biológicos que a tornam animais semelhantes aos cavalos. Seu corpo é todo formado por listras (brancas ou pretas); ou melhor, a parte anterior do seu corpo, enquanto a posterior possui uma tonalidade mais escura.
Sua dieta consiste, basicamente, de pastagens; mas, em condições adversas, folhas, mato, gramíneas, sementes, entre outras iguarias semelhantes, são muito bem vindas.
O seu habitat natural são as imensidões das savanas, pastagens, bosques ou vegetações semelhantes ao nosso cerrado.
No entanto, em algumas regiões de clima tropical, subtropical ou temperado, é possível encontrá-las em florestas esclerófilas ou ombrófilas, com exceção das florestas densas, matas ciliares, pântanos, brejos, desertos, entre outras vegetações semelhantes.
Essa espécie é uma das presas favoritas dos terríveis leões das savanas africanas. E só conseguem sobreviver graças à sua incrível velocidade, e após utilizar, obviamente, o seus coices e as suas mordidas como excelentes instrumentos de guerra.
Ecossistemas como: Serengeti, Ngorongoro, o Parque Nacional Kruger, Zululand, entre outras reservas ambientais, representam a salvação das zebras das planícies. Nesses espaços, elas são protegidas do assédio do homem, enquanto vivem livres, de acordo com as suas naturezas, em sistemas de migrações para a busca por melhores pastagens e água o suficiente.
Curiosidades Sobre a zebra da Planície
A zebra da planície é um dos casos raros entre as espécies da fauna silvestre. Totalmente dizimada ao final do séc. XIX, devido à colonização de boa parte do continente africano, hoje ela é um exemplo vivo do potencial da genética e da manipulação seletiva de praticamente devolver à natureza espécimes extintas pelas mais diversas razões.
E foi em 1984 que deu-se o chamado “milagre da ciência”, quando um grupo de cientistas do “Projeto Quagga”, sob o comando do cientista e professor de química da Universidade da Cidade do Cabo, Eric Harley, decidiu transformar completamente a história dessa espécie.
O projeto baseou-se, essencialmente, na seleção criativa e manipulação genética, por meio dos quais, pedaços de peles e pelos provenientes de animais da antiga espécie quagga foram manipulados geneticamente.
A partir de uma técnica extremamente moderna e sofisticada, produziu-se uma espécie híbrida, o Equus quagga, que, desde então, vem povoando novamente boa parte do continente africano.
Além de devolver à natureza uma espécie que havia sido extinta há quase 100 anos, o projeto ainda serviu para comprovar a tese de que os antigos quaggas, que viviam em companhia das zebras das planícies, eram, na verdade, apenas uma variedade diferente, e não outra espécie, como até então se supunha.
Não foram necessários mais do que 30 anos para que, aos poucos, e sob a proteção das reservas ambientais, esses animais voltassem a integrar a natureza, e ainda incentivar novos projetos com o objetivo de recuperar, ou mesmo impedir, determinadas espécies de serem dizimadas pela ação do homem.
Uma Espécie em Estado de Alerta
Mas apesar da sua incontestável recuperação, os riscos de extinção das zebras das planícies ainda existe, principalmente das que vivem fora dos ambientes protegidos. Por isso mesmo elas enquadram-se entre as espécies “Quase Ameaçadas” ou “Vulneráveis”.
Estudiosos calcularam que, até 2002, existiam em todo o mundo cerca de 500.000 indivíduos. No entanto, estima-se que esse número seja pelo menos 24% menor do que em 2002, e que, desde o início dos anos 90, essa redução tenha sido de pelo menos 25% do total de animais existentes nesse período.
Em Lesoto e Burundi, por exemplo, acredita-se que a espécie já esteja extinta. Na Somália, ao que tudo indica, elas correm, velozmente, para a sua extinção. Conservam-se os animais criados em regiões como o sul da Etiópia, das imensas planícies do sul do Sudão, além da África do Sul, a parte oriental do Nilo, o sul de Angola, Cidade do Cabo, Namíbia, entre outras regiões próximas.
O problema é que essas espécies sofrem com o constante assédio dos temíveis caçadores de peles — a sua principal utilidade.
No entanto, ativistas e demais instituições ligadas à preservação ambiental permanecem alertas para esse fato. E afirmam que, somente com participação dos governos dos países cujas espécies estão mais ameaçadas, será possível evitar que todo o esforço de preservação empreendido até aqui seja, simplesmente, posto a perder.
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