Uma das maiores raças de asno doméstico da Espanha: esse é o zamorano-leonês. Seu nome científico é Equus africanus asinus, tendo como nome comum derivando de duas províncias espanholas: Léon e Zamora.
Um animal grande e de pelagem longa, o zamorano é muito mais que cargueiro. Se te interessa conhecer todas as suas características, não deixe de acompanhar o artigo até o final.
A História Do Zamorano-Leonês
Os burros advindos da província Zamora têm os seus primórdios no século XV. Esses animais foram exportados para o Novo Mundo durante as viagens de expedição.
O zamorano foi o asno primórdio de origem espanhola que contribuiu para que o burro norte-americano evoluísse. Depois do século XVIII, ele também influenciou o desenvolvimento da raça francesa Baudet du Poitou. O zamorano-leonês recebeu um reconhecimento de cunho oficial somente em 1940. Entretanto, a árvore genealógica dos rebanhos não foi feita até 1998.
Como em outras espécies de asno, a mecanização ocorrida na agricultura durante o século XX levou ao declínio do número de exemplares. Também houve a perda da identidade genética, assim, apenas poucos criadores continuaram a cuidar dos animais da raça pura.
Desde 1980, o zamorano foi listado através do Ministério da Agricultura da Espanha, entre os que gozavam de “proteção especial”. No ano de 1997, ele se reclassificou como “no estado perigoso de extinção”. Já no ano de 2007, seu status de preservação passou a ser “ameaçado de extinção” pela Organização de Alimentação e Agricultura.
Em 1995, foi formada a associação dos criadores. No fim de 2013, as populações desse asno estavam registradas em 1292 cabeças, das quais aproximadamente 90% se encontravam em Leon e Zamora.
Características da Raça
O zamorano-leonês pode ser um asno grande, com a cabeça enorme. Os padrões da raça caracterizam-se por ter a “acromegalia manifesta”. Esses animais têm em média 1,50 m de altura, chegando a pesar 370 kg.
Sua pelagem é desgrenhada e longa, preta ou escura. O focinho e o contorno dos olhos se mostram com a cor pálida. Como outras raças espanholas, suas orelhas são cobertas com pelos longos e o cisalhamento é uma prática dentro da raça.
Sua origem provém do cruzamento de outros burros europeus, mais especificamente os da espécie Equus asinus. Mas, os participantes mais ativos dessa “misturam” eram os exemplares que vinham das diversas regiões da Europa.
No passado, o zamorano era usado especialmente para se produzir alimentos dentro dos trabalhos agrícolas, por exemplo, em vinhedos e pomares. Entretanto, a função do zamarano-leonês não se resumia – e se resume – apenas a isso. Ele é responsável pelo transporte de pessoas e materiais, pelo pastoreio de outros animais e para passeios.
Além disso, muitas pessoas criam esse asno para tirar o leite e fabricar cosméticos. Sem contar que ele é uma ótima opção para a asnoterapia, ou seja, a terapia assistida para promover as habilidades das crianças e portadores de deficiência.
Seu caráter é dócil e os exemplares são muito resistentes às mudanças climáticas.
Uma Espécie Em Extinção
Um símbolo de trabalho, esforço e nobreza está desaparecendo. O asno zamorano-leonês, por muitos anos tem sido:
- Um fazendeiro;
- Mineiro;
- Trabalhador;
- Motorista;
- E até pastor.
A espécie está em perigo de extinção, e agora, o seu papel é o de um animal de estimação.
Atualmente, existem menos de 1.500 exemplares dessa raça, das quais mais de 100 estão na província de Leon, segundo dados do Ministério da Agricultura da Espanha.
Muitos criadores do zamarano o usam como terapia para aliviar o estresse. Ademais, em uma época em que os valores humanos estão sendo perdidos, várias pessoas estão preferindo se cercar de animais.
O número de burros seguiu um caminho semelhante à evolução daqueles nas áreas rurais. Em ambos, o despovoamento é forte, sendo ferramentas de lazer que deixam de lado a produção do trabalho.
Especificações Do Uso Do Asno
Entre os usos mais tradicionais da raça, encontramos o transporte de pessoas e cargas nas tarefas domésticas, agrícolas e pecuárias. Além disso, existem as tarefas dentro da agricultura, como:
- Arar a terra e os vinhedos;
- Colecionar tubérculos;
- Produzir mulas.
Hoje, essas atividades ainda estão sendo praticadas, embora exclusivamente, tenha sido promovido um uso mais cultural e recreativo. Destaca-se, portanto, o uso zamarano-leonês como atração para o turismo rural, mas também em exposições pecuárias, por seu apelo morfológico.
Ele é uma ferramenta eficaz contra incêndios e para o cuidado do meio ambiente, pastoreio e limpeza de florestas de ervas daninhas. Também destaca-se a produção de leite, usando leite de asno para a produção de cosméticos e outros produtos para higiene pessoal.
No entanto, a asnoterapia é o uso mais recente, utilizando o animal como ferramenta terapêutica com pessoas em desvantagem física, psicológica ou social.
Seu uso na equitação também é possível, embora essa prática não seja comum nesta raça – e nem mesmo neste animal. Mas é possível devido à sua natureza dócil e ao seu alto nível de inteligência e aprendizado. No entanto, e embora o zamarano possa ser ensinado a praticar até o adestramento, sua perseverança deve ser maior do que a de um cavalo.
Um Pouco Mais Sobre a Asnoterapia
Outra das alternativas que fazem esses animais receberem uma boa qualificação é a “asnoterapia”. Essa é uma técnica de exercícios, jogos e atividades que estimulam o desenvolvimento das crianças e deficientes mentais, favorecendo a interação com os animais e melhorando o uso da linguagem.
Sabe por qual motivo o zamarano-leonês é perfeito para essa função? Porque a raça ameaçada de extinção não honra sua reputação de desajeitada, tola e rude.
É uma pena que alguns animais, tão dóceis e que fizeram tanto trabalho no campo de Leon, desapareçam. Talvez esse seja um dos motivos para os criadores investirem nesse ramo.
Esse modo de ver a vida não tem muitos seguidores, mas essa raça dobrou sua população em dez anos e, embora haja atualmente um pequeno número de exemplares, ainda não é suficiente.
As máquinas deixaram os animais estacionados, novas tecnologias levaram ao fato de que os zamaranos deixaram de cultivar o campo de Leon. Assim, atualmente, o zamarano-leonês é um animal de companhia.