Quando se fala em serpentes, cada um de nós acaba se lembrando daquelas que possuem a fama de serem peçonhentas: cascavel, coral, jararaca, por exemplo. Mas surge outra dúvida: urutu cruzeiro é venenosa?
O Brasil é mundialmente conhecido pela sua quantidade de espécies, tanto da fauna quanto da flora. Nossa biodiversidade é riquíssima. A fauna brasileira contém aproximadamente 721 espécies de répteis.
Os répteis são animais vertebrados. Todos eles pertencem ao Reino Animalia, ao Filo Chordata e à Classe Reptilia. O corpo dos répteis é constituído por cabeça, pescoço, troco e cauda. Possuem pele resistente, ressecada e coberta por escamas.
As serpentes, comumente chamadas de cobras, são répteis rastejantes, que possuem corpo alongado, sem patas. A urutu cruzeiro (Bothrops alternatus) é uma das serpentes mais bonitas da fauna brasileira. Mas será que ela é realmente venenosa?
Características das Serpentes Venenosas
Só no Brasil existem, aproximadamente, 370 espécies de serpentes. É preciso saber que existem serpentes de todos os tamanhos, de todas as formas e de todas as cores. Umas são venenosas; outras, não.
As serpentes peçonhentas são aquelas que produzem veneno. Esses animais são capazes de injetar, ou melhor dito, inocular o veneno produzido em suas glândulas na vítima. Dependendo da serpente, esse veneno, essa peçonha pode agir mais rapidamente no corpo de quem foi picado por uma delas.
Curiosamente, as serpentes peçonhentas do Brasil compartilham certas características. Tais características servem para que possamos, mais facilmente, diferenciar as espécies de serpentes que inoculam veneno daquelas que não venenosas.
Aquelas serpentes que são peçonhentas possuem uma estrutura que fica entre as narinas e os olhos chamada fosseta loreal, a qual tem a função de termorrecepção, o que permite às serpentes perceber as alterações térmicas do ambiente. Porém, é preciso destacar que somente a coral-verdadeiras não possui tal estrutura.
Sem contar a coral-verdadeira, todas as serpentes peçonhentas do Brasil têm cabeça triangular e um padrão na pele. Esses padrões na pele são manchas que se parecem com a letra V, um gancho de telefone ou ferradura.
Além dessas características, a cascavel possui um tipo de chocalho na ponta da cauda. O chocalho, como muitos sabem, serve para produzir sons e afastar predadores.
A urutu cruzeiro também é conhecida como urutu, cruzeira e cruzeiro. Trata-se de um réptil da mesma família da cascavel, da jararaca e da surucucu, a família Viperidae. A urutu cruzeiro está presente no Centro-Oeste, no Sul, no Uruguai, na Argentina e no Paraguai.
A Bothrops alternatus possui uma mancha cruciforme na cabeça, o que justifica o termo “cruzeiro” em seu nome. Inclusive, vale a pena comentar, a palavra “urutu” vem do tupi “urutú”.
Possuindo um alongado corpo de tonalidade marrom de, mais ou menos, um metro e meio de comprimento, a serpente urutu cruzeiro gosta de se alimentar de preás e outros pequenos roedores.
A propagação da espécie se dá por meio de reprodução vivípara. Entre 15 e 20 filhotes nascem, no início da estação chuvosa.
A expectativa de vida da urutu cruzeiro é de, aproximadamente, 20 anos.
Uma das Serpentes mais Venenosas do Brasil
Levando-se em consideração as espécies popularmente tidas como as mais venenosas, buscaremos responder com maior clareza a nossa pergunta inicial: urutu cruzeiro é venenosa?
No Brasil, as serpentes mais venenosas estão distribuídas em 63 espécies, dividindo-se em duas famílias: Viperidae e Elapidae.
A Bothrops alternatus é uma serpente de hábito terrícola, crepuscular e noturno. Utiliza, durante a caça, a fosseta loreal para localizar suas presas e a língua.
Sim. A urutu cruzeiro é venenosa. A peçonha dessa serpente é de alta toxicidade. Trata-se, de fato, de uma das serpentes mais venenosas do Brasil. Seu veneno é capaz de causar enormes danos às células do local atingido. Por vezes, causa necrose na área mordida.
Sua dentição possui um orifício central, o que transforma suas presas em verdadeiras agulhas de seringa. Assim, os dentes inoculadores do animal, durante o ataque, são projetados para fora da boca.
Os dois dentes retráteis localizados na parte anterior do maxilar superior dessa serpente inoculam uma peçonha muito poderosa, que pode ser fatal para o ser humano.
Os chamados acidente ofídicos, segundo especialistas, ocorrem com trabalhadores rurais, sendo que os membros inferiores das vítimas são os locais mais atingidos pela mordida da urutu cruzeiro.
Porém, é preciso lembrar que há, sim, casos domésticos registrados. É sempre bom estar alerta.
Os principais sintomas apresentados pelas vítimas de ataque da uruçu cruzeiro são dores e sangramento no local atingido, edema, hemorragias, abcesso, formação de bolhas e, como já foi dito, necrose.
Há também o risco de hipotensão, choque periférico, insuficiência renal aguda, infecção secundária por bactérias, sintomas que variam de pessoa para pessoa, de quantidade de veneno inoculado e outros.
O Que se Deve Fazer, Após ser Picado por uma Cobra?
A picada, mordedura ou mordida de cobra é um dos acidentes mais comuns no Brasil. Apesar de ser um animal que foge ao se sentir ameaçado, a urutu cruzeiro pode, sim, atacar uma pessoa.
Após um ataque desse tipo, é preciso identificar se a serpente é peçonhenta ou não, seguindo as características apresentadas aqui. Caso seja venenosa, é preciso procurar ajuda médica, urgentemente.
O maior número possível de informações pode contribuir para o tratamento. Seria o ideal capturar o animal para levá-lo ao hospital junto a vítima. Porém, isso é muito arriscado.
Atualmente, costuma-se fotografar ou filmar a serpente. Essa medida permitirá que a vítima receba o soro mais adequado.
Porém, é bom lembrar sempre, na dúvida não hesite. Procure atendimento médico o mais rápido possível! É sempre bom considerar que a cobra que atacou você é venenosa.
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A serpente urutu cruzeiro trata-se de um animal belíssimo. O tom de sua pele e as manchas nela contidas são um exemplo da dinâmica da natureza ao adornar cada espécie.
O estudo dos seres vivos é essencial para o conhecimento e reconhecimento da amplitude do ecossistema em nossas vidas.
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