Imaginar um animal que se parece com um réptil, tem bico de pato e corpo de lontra parece até coisa de criança, certo? Mas essa criaturinha de fato existe, e se trata do curioso – e para lá de exótico – ornitorrinco.
Sem dúvidas esse é um dos animais mais peculiares de que temos conhecimento. À primeira vista ele pode até causar certa estranheza – afinal, parece que alguma coisa ali não está certa.
Mas a verdade é que se trata de um animalzinho um tanto quanto curioso, e que infelizmente está se tornando cada vez mais raro, sendo uma das espécies que pode estar em extinção.
Eles existem essencialmente na Austrália e Tasmânia. Uma das curiosidades mais interessantes a respeito dele é que consegue se adaptar aos mais variados e extremos climas.
Existem ocorrências de ornitorrincos em regiões tropicais, mas também há evidências de que podem sobreviver em locais cobertos pela neve, em extremo frio.
A única exigência aparente é que exista água por perto, pois, se trata de uma espécie semiaquática.
Mas Afinal, O Que É Um Ornitorrinco?
O seu nome científico é Ornithorhynchus anatinus. O ornitorrinco possui uma forma física que mistura semelhanças com patos, focas e répteis.
O seu corpo é coberto por pelos em toda a extensão. Mas na face está um grande e vistoso bico, muito semelhante ao dos patos. As patas também se assemelham com a dessa ave, embora possua unhas afiadas.
Os pés possuem a membrana digital, aquela que une os dedos. São quatro patas curtas que sustentam um corpo robusto. Ao final do corpo existe ainda uma cauda que muito se parece com a do castor.
É como se o ornitorrinco fosse uma mistura engraçada de todos esses animais, que acabou dando origem a uma criatura muito interessante.
Mas, na natureza tudo aparentemente tem um “porque”. As partes do corpo do ornitorrinco também servem a um proposito, e são utilizadas pelo animal para a sua sobrevivência.
O Nariz Do Ornitorrinco
O nariz parece desajeitado e “errado” naquela composição física. Mas é justamente através dele que o animal consegue capturar alguns campos elétricos e manter a sua boa movimentação.
O bico avantajado também ajuda no momento da caça. Através daquela boca peculiar o ornitorrinco consegue capturar os moluscos, vermes, e qualquer outra coisa que lhe soe apetitosa.
Classificação Científica e Taxonomia:
• Reino: Animalia
• Filo: Chordata
• Classe: Mammalia
• Ordem: Monotremata
• Família: Ornithorhynchidae
• Género e espécie: Ornithorhynchus anatinus
Mamífero Que Põe Ovo?
Como você pode ver na classificação acima, o ornitorrinco é um animal da classe “mammalia”, ou seja, um mamífero.
No entanto, diferentemente de todos os outros animais dessa classe que você já ouviu falar, eles colocam ovo.
O acasalamento ocorre entre um macho e uma fêmea. Após mais ou menos duas semanas disso a fêmea de ornitorrinco deverá colocar os seus ovos.
Para isso ela escolhe um local seguro, e cava um buraco de mais ou menos 1.80 metro de profundidade. Essa toca garantirá a segurança dos ovos durante o período de incubação.
Uma fêmea pode colocar até 3 ovos por vez. Depois de postos os ovos, é hora de aquecê-los para que se desenvolvam adequadamente. Nesse caso, a fêmea se enrola neles usando o corpo e a cauda para mantê-los devidamente aquecidos.
Os ovos eclodirão dentro de 10 dias. Mas os filhotes nascem muito pequenos e completamente indefesos, absolutamente dependentes da mãe. Nesse primeiro momento a alimentação será exclusivamente o leite materno.
• Maturidade sexual:
O macho de ornitorrinco não deverá reproduzir antes dos 7 anos de idade. Essa demora é um dos motivos pelos quais a espécie pode estar ameaçada de extinção, já que a maturidade sexual demora a chegar.
Os dados sobre a quantidade de ornitorrincos no mundo não são precisos. Existe uma ausência de pesquisas e informações verdadeiramente confiáveis a respeito disso.
Ornitorrinco Não Tem Mamilo – Como Ele Amamenta?
Como se não bastasse ser semiaquático e um mamífero que coloca ovos, ainda há outro fator que faz do ornitorrinco um animal extremamente diferente dos demais: ele amamenta, mas não tem mamilos.
As fêmeas não têm mamas, mas produzem leite mesmo assim. As glândulas mamárias, essas sim existem, e são responsáveis por produzir o líquido durante a gestação.
O leite escorre das glândulas localizadas no abdômen, nos locais onde, em outros animais, encontram-se os mamilos.
O líquido escorre como suor, e se depositam em sulcos existentes na barriga da fêmea. Os filhotes então lambem a região para conseguir se alimentar.
Os bebês levam até 4 meses para se desenvolverem. Eles nascem muito pequenos, sem pelos e quase sem nenhum órgão pronto. Por isso o processo é longo em comparação a outros animais.
Ao nascerem eles medem menos de 3 centímetros, mas até serem desmamados deverão ter mais ou menos 30 centímetros. É um crescimento bem considerável para um tempo pequeno.
O Comportamento Do Ornitorrinco
Durante o dia eles costumam repousar em suas tocas, e voltam a atividade tão logo o sol se ponha. O ornitorrinco é um animal extremamente ativo, e passa grande parte do seu tempo “fazendo alguma coisa”.
A sua atividade predileta é comer! Ele come muito, e o tempo todo. Quando está dentro da água, passa o tempo inteiro saboreando as iguarias que aparecem ao seu redor.
Se trata de uma criatura essencialmente solitária. O mais comum é ver os ornitorrincos sozinhos enquanto buscam por alimentos – mas casais e famílias também podem ser avistados eventualmente.
• Tamanho:
Esse animal que mistura ave, réptil e mamífero pode variar entre 38 a 60 cm de comprimento, desde o seu bico até a ponta da cauda. Geralmente os machos são maiores e mais robustos do que as fêmeas.
O seu corpo é todo adaptado para as suas atividades subaquáticas. O formato aerodinâmico permite que ele nade com velocidade.
A membrana que liga os dedos também facilita a sua movimentação quando submerso, pois, ela aumenta a sua velocidade e contribui para que consiga se movimentar com maior facilidade durante o nado.
Já a sua cauda serve como estabilizadora, ajudando no equilíbrio embaixo da água. Se você perceber bem, ela se parece com um remo – e isso com certeza tem muita utilidade para o animal.
A sua pele é grossa, e mantém a boa temperatura do animal mesmo quando ele se molha. O pelo também espesso contribui para isso, e se seca muito rapidamente, pois é tão grosso que a água mal consegue penetrar.
Ornitorrincos Adultos Não Têm Dentes – Verdade Ou Mito?
Existem na natureza alguns animais que não possuem dentes. Eles geralmente desenvolvem uma estrutura muito semelhante aos dentes, mas que é mais fraca, e que rapidamente se perde.
Estamos acostumados a ver mamíferos que passam por duas etapas de dentição. Quando crianças, os dentes de leite nascem e em seguida caem, dando lugar a dentição definitiva.
Fugindo a regra, existem alguns animais que se desenvolveram de maneira diferente, e que não possuem dentes. Podemos citar o tamanduá como um bom exemplo disso – para se alimentar ele faz uso de sua longa língua com aspecto adesivo.
O ornitorrinco, a estrela desse artigo, é outro animal que não possui dentição. Bom, ele até chega a ter dentes, mas somente na infância. Dois dias após a saída do ovo o animal já perde os dentes, que estavam ali apenas para ajudar na quebra da casca.
Felizmente o seu bico cumpre bem a função e auxiliar na alimentação e tudo aquilo que o ornitorrinco precisa, fazendo com que os dentes não façam tanta falta assim.
Como O Ornitorrinco Consegue Passar Tanto Tempo Embaixo Da Água?
Assistir a um ornitorrinco nadando pode ser uma experiência verdadeiramente interessante. Ele consegue fazer isso com elegância e agilidade, novamente provando que esse é um dos animais mais surpreendentes do planeta.
Como explicamos anteriormente, ele usa o seu corpo aerodinâmico para se movimentar com facilidade embaixo da água. As patas também contribuem com isso, e facilitam todo o trajeto.
Mas, o mais curioso é mesmo pensar que o ornitorrinco não possui um sistema respiratório exatamente adaptado para isso.
Ele tem uma capacidade impressionante para se manter longo tempo embaixo da água, mas o seu sistema é composto por respiração pulmonar acompanhada das vias respiratórias: fossas nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios.
Ele pode permanecer de 2 a quatro minutos submerso sem necessitar de buscar pela superfície. Sem dúvidas é um tempo impressionante para se manter sem respiração.
Mergulho Às Escuras
Outra curiosidade a respeito do mergulho dado por esses animais é que, quando entra na água o ornitorrinco não está enxergando nem escutando nada.
Os seus olhos são imediatamente protegidos por uma membrana, ao mesmo tempo em que as narinas e também os ouvidos se tapam completamente para evitar a entrada de água.
Então, o mergulho do ornitorrinco é completamente instintivo, sem que ele tenha nem a visão e nem a audição a seu favor. Ainda assim esse animai sabe exatamente o que está fazendo – como isso é possível?
Novamente o bico é o grande salvador. Como se não bastasse todas as funções que já citamos anteriormente, ele ainda é composto por uma série de pontos sensoriais que colaboram com a movimentação do ornitorrinco, fazendo com que ele perceba a presença de ameaças ou presas mesmo com os olhos e ouvidos tapados.
Muitos pesquisadores tratam essa questão sensorial como se fosse um sexto sentido desse animal. Afinal, mesmo quando os demais sentidos não estão a funcionar, esse consegue lhe proporcionar segurança e orientação.
Esse sentido extra está presente em uma série de micropontinhos que existem em seu bico. Eles trabalham a base do que chamamos de “eletro recepção”. Isso significa que esses pontinhos são sensíveis a qualquer tipo de carga elétrica emitida por objetos e criaturas.
Com isso o ornitorrinco consegue saber onde está o seu alimento, onde há um objeto, uma pedra ou qualquer tipo de barreira que possa machucá-lo, e se desvia antecipadamente.
Conheça O Curioso Sistema Digestivo Desse Animal
Quando falamos sobre o ornitorrinco as curiosidades são diversas! E o sistema digestivo desse animal não passa despercebido por esse padrão exótico!
O estômago é uma parte importantíssima no corpo dos mamíferos. Nele, somos capazes de dividir os alimentos e abstrair aquilo que não nos é útil, ao mesmo tempo em que metabolizamos as proteínas e nutrientes, transformando tudo em energia.
Esse animal, no entanto, não possui estômago. No seu corpo existe uma ligação direta entre intestino e esôfago, sem que haja esse filtro prévio acerca dos alimentos.
Estudos e pesquisas apontam que em tempos remotos o ornitorrinco já teve estômago. A perda dessa parte do corpo partiu de um princípio evolutivo. Não existem respostas certeiras sobre o porquê de isso ter acontecido.
A teoria mais possível é de que o ornitorrinco tenha evoluído para uma criatura sem estômago graças a sua alimentação simples. E tese, tudo aquilo que ele consome para a sua alimentação não requer uma digestão complexa, e, portanto, não faz grande uso e um estômago, como acontece com os demais mamíferos.
Também existe um único canal excretor. Ou seja, a urina e as fezes desse animal saem por um mesmo orifício.
Bonitinho, Mas Venenoso!
As curiosidades a respeito do ornitorrinco não param! Já descobrimos que eles são adultos banguelas, que possuem sensores em seus bicos e que mergulham sem enxergar e sem ouvir absolutamente nada.
Mas com certeza uma das perguntas que qualquer pessoa faz ao se deparar com um ornitorrinco é: será que é perigoso?
À primeira vista, não. Os ornitorrincos tendem a serem animais extremamente dóceis, e que realmente só estão preocupados em encontrarem a quantidade de comida adequada – eles consomem até 1/3 de seu peso corporal todos os dias.
Mas seria mentira dizer que esses animais são completamente inofensivos. Na verdade, existe um segredo a respeito dos ornitorrincos que muitas pessoas desconhecem: eles são capazes de atacar com um veneno poderosíssimo.
Isso está presente somente nos machos. Eles possuem uma espécie de esporão no calcanhar traseiro, de onde sai um veneno muito perigoso. Os ornitorrincos literalmente dão um “coice” quando se sentem ameaçados, usando o veneno para se proteger.
O veneno é composto por algumas substâncias que somente o organismo do ornitorrinco produz, e não podem ser obtidas em nenhum outro ser vivo.
Embora o veneno não seja forte o suficiente para matar um ser humano adulto, é o bastante para levar a morte animais pequenos como roedores, répteis e até mesmo cães.
O veneno é fabricado no organismo do macho pelas chamadas “glândulas curais”. Elas possuem um formato semelhante a um rim, e terminam no exporão que fica exposto no calcanhar traseiro.
As fêmeas também possuem a glândula, mas o espinho não se desenvolve no corpo delas, o que significa que não conseguem liberar o veneno. Podemos dizer que elas possuem a arma, mas não puxam o gatilho.
Animais que não morrem ao serem atacados pelo ornitorrinco podem ficar muito fracos. Mesmo não sendo 100% letal, o veneno é algo perigoso e a ser evitado. É importante ressaltar que em época de reprodução os machos sofrem uma grande alteração hormonal, e a produção e veneno se intensifica.
• Dor intensa:
Ainda que um ornitorrinco não possa matar um ser humano com o seu veneno, ele com certeza causará muito incômodo. A dor pode ser tão intensa que nem mesmo doses de morfina serão capazes de aliviá-la.
• Como evitar o ataque do ornitorrinco?
Esse animal não é agressivo, como já dissemos anteriormente. O motivo que o leva a atacar com o seu esporão venenoso é um só; sentir-se ameaçado.
Assim sendo, a primeira coisa a saber é que, se você não mexer com o ornitorrinco, ele provavelmente não fará nada com você. Mas, especialistas e ambientalistas que eventualmente precisem tocar esse animal devem fazer isso de maneira correta.
Imobilizar a cauda e a parte traseira do corpo é a parte mais importante da captura desse animal. Uma vez que ele não possa usar as patas traseiras, não há como realizar o seu ataque.
Existe Ornitorrinco No Brasil?
Os ornitorrincos são endêmicos da Austrália, e também existem poucas ocorrências na Tasmânia. Isso significa que, fora desses ambientes esse animal não foi registrado – dessa forma, não existem exemplares no Brasil.
Apesar de o Brasil ser um país de temperatura e clima agradáveis o suficiente para abrigarem diferentes tipos de espécies, existem muitos animais que se mantêm exclusivamente na Austrália – um dos países com a fauna mais curiosa e bizarra do mundo! O ornitorrinco certamente é um desses casos.
Na Austrália, no entanto, ele se tornou um símbolo nacional. Embora seja um animal estranho e desconhecido para muitos brasileiros, o ornitorrinco é reconhecido facilmente por qualquer criança australiana.
Existem times locais que até mesmo adotaram esse animalzinho como mascote. Podemos dizer que sua importância no país é tão grande quanto a do canguru, que também é extremamente adorado pelos australianos.
Lá eles estão espalhados por todos os lados. Embora a Austrália seja um país de clima predominantemente tropical, existem regiões montanhosas ao sudeste que podem chegar a temperaturas baixíssimas. Mesmo nesses locais o ornitorrinco pode sobreviver.
Essa versatilidade permite que ele se dê bem tanto em climas quentes quanto em climas mais frios. E isso é devido ao seu corpo tão curioso, coberto por uma pele grossa e um pelo espesso, que permite que o animal mantenha um bom controle da temperatura.
A adoração australiana por esse animal é tamanha que ele até mesmo foi honrado com ilustração que hoje estampa as moedas de vinte centavos do dólar australiano.
• Posso ter um ornitorrinco e estimação?
Não! Você nem ninguém pode ter um ornitorrinco de estimação. Essa espécie felizmente não está ameaçada de extinção, no entanto, ainda assim é amplamente protegida pelas leis ambientais australianas.
E não há qualquer permissão para que uma pessoa crie um ornitorrinco como pet, seja na Austrália ou além das fronteiras do país. Embora não correr riscos iminentes de desaparecer, os ornitorrincos estão na lista de espécies vulneráveis, ou seja, que podem, sim, vir a figurar a lista de risco.
Mesmo com toda a fiscalização e cuidados, inda existem pessoas que anunciam esses animais como pets em sites na internet. É importante saber que esse é um comércio ilegal, e que se enquadra nos crimes dentro da legislação australiana.
Além disso, os ornitorrincos são animais muito sensíveis as mudanças de ambiente. Dificilmente ele seria feliz e saudável se criado dentro de uma casa, ainda que fosse bem tratado. O melhor é mesmo observar esses animais de longe, ou, se você for a Austrália, procurar por um parque de preservação para observá-los em segurança e liberdade.
Afinal De Contas, Quando Os Ornitorrincos Surgiram?
Recontar a história desse animal de maneira precisa é muito difícil, pois as pesquisas e estudos divergem em vários aspectos. No entanto, é um consenso que estamos falando de uma espécie muito, muito antiga.
O que sabemos inicialmente é que, aos primeiros sinais de sua existência, os ornitorrincos foram encarados como uma “fraude”. O fóssil chegou ao museu inglês em 1799, e todos os pesquisadores responsáveis por analisar aquela ossada desconfiaram de sua veracidade.
Como era possível um animal com aquela estrutura? Ele possuía bico de marreco, mãos de pato, cauda de castor, nadava e botava ovo. Para os cientistas aquilo era nada mais do que o resultado de uma experiência bizarra.
Mas, logo os cientistas entenderam que sim, aquilo era real. Apesar de ser um mamífero ovíparo, com pelos como uma lontra, e que caçava seus alimentos completamente as escuras, o ornitorrinco de fato existia, e era de origem natural.
Para conseguir decifrar o DNA daquilo que viam, e entender melhor a composição daquela criatura, foi montada uma equipe com mais de 100 cientistas de diferentes nacionalidades. Eles então se debruçaram sobre aquela nova descoberta, e começaram a entender aquele animal.
Uma das coisas que descobriram foi que, de fato, aquele era um corpo composto por um genoma um tanto quanto exótico. O material genético do animal mostrou que ele se assemelhava aos répteis, pássaros e mamíferos. Tudo ao mesmo tempo. Também descobriram que o ornitorrinco não tinha estômago, como alguns peixes.
A curiosidade a respeito daquele animal foi tamanha, que uma pesquisadora chegou a comprar a ansiedade em decifrá-lo com a mesma sensação que se teve quando perceberam as semelhanças entre os chimpanzés e os seres humanos. A vontade de saber mais sobre o ornitorrinco era muito grande!
O fóssil mais antigo desse animal data de 100 milhões de anos. Então, assim como os crocodilos, essas criaturas também já estavam no planeta quando os dinossauros ainda viviam por aqui.
E mesmo com o passar de tanto tempo, os ornitorrincos evoluíram pouco ou quase nada. Isso é realmente impressionante, pois nos permite entende rum pouco melhor o comportamento de animais que viveram em tempos tão remotos, antes mesmo de qualquer registro de humanidade.
Fóssil Gigante Encontrado Na Austrália
Ao que tudo indica, o ornitorrinco habita o planeta terra há milhões de anos. Isso pode ser comprovado a partir do momento em que um fóssil foi encontrado na Austrália.
Mas, a descoberta trouxe também uma elucidação acerca do que pode ter sido o ornitorrinco nas eras anteriores a humanidade. E aparentemente ele era bem maior do que conhecemos hoje!
O fóssil ganhou o apelido de “ornitorrinco-zilla”, fazendo uma alusão ao monstro fictício Godzilla. O fóssil mede mais de 1 metro de comprimento, e pode ter sido uma versão gigante do ornitorrinco como o conhecemos atualmente.
A descoberta é recente, e sua apresentação ao mundo aconteceu em 2013. Os cientistas puderam concluir, a partir dessa descoberta, que a evolução do ornitorrinco no decorrer dos tempos é algo mais complexo do que imaginamos.
O material foi encontrado no noroeste de Queensland. Se trata, na verdade, de um dente, mas pelas suas proporções é possível ter uma ideia do tamanho do animal, que aparentemente média mais de duas vezes o tamanho do ornitorrinco atual.
Embora seja um material pequeno demais para se concluir exatamente qual era a aparência desse animal, os cientistas concluíram que não houve grandes alterações durante a evolução, e é por isso que o ornitorrinco é considerado um “fóssil vivo”.
Diferentemente das demais espécies de animais, essa não sofreu grandes mudanças. Ele é praticamente idêntico aos animais que vivam na época dos dinossauros, o que é realmente impressionante de se imaginar.
A ausência de informações concretas a respeito de seu passado é um dos motivos que levou o ornitorrinco a se tornar um dos animais mais exóticos e mais misteriosos que conhecemos. Afinal, como uma criatura de aparência de aparência tão esquisita conseguiu se manter praticamente idêntica durante tanto tempo?
Ornitorrinco É Um Monotremado. O que Isso Significa?
Você com certeza sabe bastante coisa a respeito dos mamíferos. Esse é o grupo de animais aos quais estamos mais habituados, afinal, somos nós mesmos parte dele.
Mas, uma coisa que você nunca deve ter imaginado é que existem mamíferos que botam ovo. É justamente esse o caso do ornitorrinco. Ele coloca ovos, e por isso está classificado em um subgrupo chamado monotremado.
Esse táxon possui apenas duas famílias: o tamanduá (Tachyglossidae) e o ornitorrinco (Ornithorhynchidae). Ambos colocam ovos, mas também alimentam os seus filhotes com leite materno após os ovos eclodirem.
Relembre As Curiosidades A Respeito Do Ornitorrinco!
Descobrimos muitas coisas a respeito desse curioso mamífero. É até difícil acreditar que ele realmente exista, mas não poderemos conferir isso pessoalmente, somente fazendo uma viagem até a sua região original, a Austrália.
A Austrália é o lar de diversas criaturas curiosas. Não é de se espantar que seja também o país onde o ornitorrinco habita. Vamos relembrar as principais curiosidades a respeito desse animal?
• Mamífero que coloca ovos!
Diferentemente do que estamos acostumados a ver, o ornitorrinco não é um mamífero que se forma no útero da mãe. Eles, na verdade, nascem em ovos. Dentro de alguns dias após a colocação dos ovos eles deverão eclodir, dando origem aos animais.
• Machos venenosos:
Os machos de ornitorrinco possuem esporoes venenosos em suas patas traseiras. Eles utilizam aquilo para se protegerem em caso de ameaça. O esporão é ligado a uma bolsa de veneno que está na parte interna da pata do animal, e pode matar pequenos mamíferos como cães e ratos.
• Evolução curiosa:
Apesar de existirem evidências de que esse animal existe há muito (muito!) tempo, eles não mudaram muito com o passar dos anos e das eras. Os estudos e pesquisas a respeito do ornitorrinco nos mostram que eles provavelmente permanecem muito parecidos com aqueles que viveram na época dos dinossauros.
• Réptil, pato ou mamífero?
O DNA do ornitorrinco nos traz uma comprovação de que ele possui semelhança genética com répteis e aves. Mas 85% do seu material genético é semelhante aos dos mamíferos, por isso ele é classificado como um Mammalia.
• Sem estômago:
Esse exótico animalzinho também possui um sistema digestório bem curioso. Os ornitorrincos não possuem estômago! Portanto, os alimentos não passam por um processo de digestão. Ao invés disso vão diretamente para o intestino.
• Aparelho excretor unificado:
O aparelho excretor também é unificado. Isso quer dizer que o xixi e o cocô do ornitorrinco saem exatamente pelo mesmo orifício.
• Sexto sentido:
Os cientistas consideram que esse animal possui um sexto sentido. Isso porque o seu nariz é coberto por buraquinhos que são, na verdade, eletro-sensores. Eles captam a energia elétrica de tudo ao redor, e fazem com que o ornitorrinco perceba objetos e animais mesmo quando está com os olhos a os ouvidos tapados.
• Mergulho sem visão;
Isso, aliás, é usado quando ele mergulha. Afinal de contas, o ornitorrinco tapa os ouvis e os olhos quando está submerso, mas utiliza a recepção sensorial como um sentido a mais para e movimentar sob a água.
• Adultos sem dentes:
Eles não possuem dentes na fase adulta. Isso é reservado apenas aos primeiros dias de vida, e são usados para quebrar a casca do ovo onde os filhotes estão confinados. Depois de alguns dias de nascidos a estrutura que se assemelha aos dentes acaba se perdendo.
• Excelente nadador:
O formato aerodinâmico desse animal, bem como a sua cauda em formato de remo e os pés compostos por membranas entre os dedos contribuem para que ele consiga nadar com grande velocidade.
Na verdade, os ornitorrincos nadam muito melhor do que andam. Para eles, caminhar no solo é muito complicado graças as suas patas curtas e ao corpo pesado. Na água eles são muito mais ágeis.
Quais São Os Predadores Do Ornitorrinco?
Uma coisa que você já deve ter percebido ao acompanhar os conteúdos do Mundo Ecologia é que praticamente todos os animais possuem predadores. Isso não é diferente com o ornitorrinco!
Mesmo com o seu veneno protetor esse animal também sofre com algumas criaturas que acabam caçando-o. Os principais predadores do ornitorrinco são:
• Cobras;
• ratos aquáticos;
• falcões;
• corujas;
• águias;
• crocodilos.
Os ornitorrincos preferem permanecer ao redor de lagos, córregos, rios e etc. Eles precisam da água paras e alimentar, pois é ao fundo que conseguem os seus alimentos prediletos.
Mas é também nessa região que estão esses animais que acabam caçando o ornitorrinco como alimento. Por isso eles precisam estar sempre atentos para não acabarem nas garras de um falcão ou nos dentes de um gigantesco crocodilo.
Até o início do século XX havia outra ameaça muito potente contra os ornitorrincos: o homem. Eles eram amplamente caçados por conta de seu pelo, mas com o passar do tempo isso acabou diminuindo, pois os australianos criaram leis de proteção a esse animal, que se tornou um símbolo do país.
Hoje em dia, embora não estejam mais ameaçados de extinção, existe um alerta de que a espécie precisa ser cuidada e preservada. Estamos falando de um animal único, com estrutura física muito peculiar, e perdê-lo com certeza seria muito triste para o planeta, além de comprometer o equilíbrio ambiental.
Mas, isso não significa que esses animais não precisem ser monitorados por especialistas. Mesmo com a proteção a seu favor, existe um declínio claro na quantidade de ornitorrincos que existem no país.
A caça ilegal para usar o seu pelo e pele que são a prova da água ainda é um problema. Mas as mudanças climáticas e o desmatamento provavelmente são os grandes vilões atual para a sobrevivência da espécie – dessa e de muitas outras.
O Ornitorrinco E A Medicina
Além de seu papel enquanto carnívoro fundamental para o equilíbrio ambiental, o ornitorrinco é um animal que ainda precisa ser amplamente pesquisado e estudado, e por isso devemos preservá-lo com todo afinco.
Segundo pesquisas medicinais recentes, existem evidências de que o leite de ornitorrinco pode ter propriedades antibióticas importantíssimas, e pode auxiliar no desenvolvimento de remédios essenciais para a humanidade.
Mas a maior curiosidade está mesmo em seu veneno. Uma pesquisa realizada na universidade de Adelaide, na Austrália, mostrou que o veneno expelido pelo esporão dos machos pode ser uma solução contra uma das doenças mais preocupantes do século: a diabetes.
Acontece que pacientes com diabetes tipo 2 possuem uma deficiência muito específica em seus organismos. Essas pessoas não liberam naturalmente uma quantidade suficiente de GLP-1, que é um hormônio fundamental para manter os níveis de açúcar em segurança.
O que os pesquisadores descobriram é que os ornitorrincos conseguem produzir GLP-1 muito mais resistente, e que permanece em ação no corpo por mais tempo.
A explicação para isso é que o GLP-1 sofreu uma grande mudança no corpo do ornitorrinco, já que ele é usado para duas funções conflitantes pelo animal. O ornitorrinco libera esse hormônio tanto para regular a glicose, no intestino, quanto para afastar outros machos durante o período de reprodução.
A utilização em dose dupla pode ser o motivo pelo qual o hormônio se tornou mais resistente e mais eficaz no corpo desse animal do que é no corpo humano, por exemplo.
É importante ressaltar que para chegar a isso os ornitorrincos passaram por milhões de anos de evolução. Portanto, é um caso claro de melhorias que o corpo pode obter simplesmente com o passar dos anos.
Uma molécula em especial presente no veneno pode ser a solução para desenvolver remédios que ajudem a regular e a metabolizar corretamente o açúcar no sangue de pacientes com diabetes.
Não é de hoje que venenos podem servir como base para a criação de medicamentos. O veneno das cobras, por exemplo, há muito tempo é utilizado para a fabricação e variados tipos de remédios que são amplamente utilizados pela humanidade.
A Preservação Mais Do Que Necessária Dos Ornitorrincos
Preservar os ornitorrincos é fundamental e urgente. A espécie não está em risco de extinção, mas tem sofrido com um repentino declínio, e isso precisa ser observado de perto para que o quadro não se agrave.
Todos os animais, insetos e criaturas cumprem um importante papel no meio ambiente. Até mesmo insetos e outras criaturas que você pode julgar como repugnante e pouco interessante têm o seu papel, como vermes e moscas.
No caso do ornitorrinco, no entanto, estamos falando de algo inigualável, e que se deixarmos se perder, jamais poderá ser substituído. Então, antes que isso se torne um fato irreparável, é preciso se educar e se orientar a respeito da importância desse animalzinho.
No Brasil não temos acesso a eles, mas os australianos estão bem habituados com os ornitorrincos. Ainda assim, conhecer os seus hábitos e a sua importância é passo essencial para que a preservação seja debatida e concretizada.
As leis de proteção aos ornitorrincos são bem interessantes e eficazes em território australiano. Ainda assim, existe o comércio ilegal desse animal como pet, existem anúncios na internet e caça não autorizada.
Em longo tempo isso poderá causar um impacto catastrófico, levando o ornitorrinco ao desaparecimento. Outro fator que pode ser prejudicial a esse animal, segundo pesquisas, é a criação de barragens.
Elas têm prejudicado os exemplares que vivem abaixo e acima dela, e comprometem a busca por alimentos, deixando o ornitorrinco cada vez mais isolado.
O desmatamento e as questões climáticas, por fim, são os grandes vilões. Precisamos falar sobre esse assunto e conhecer mais sobre os impactos causados por essas mudanças em todo o meio ambiente, e também o quanto isso pode prejudicar a vida de animais essenciais, como o ornitorrinco.