Onde Vive o Jabuti Piranga?
Os Jabutis Piranga são répteis terrestres oriundos da América do Sul e estão espalhados em vários países do continente, onde podemos destacar a Venezuela, a Colômbia, Argentina, Guiana e Brasil. No Brasil é onde a espécie é encontrada em maior quantidade, em praticamente todos os Estados; do Norte, Nordeste ao Sul, Sudeste.
Ele vive em meio às matas e campos abertos, podendo ser encontrado na Floresta Amazônica, na Mata Atlântica, no Cerrado e ainda na Caatinga. Prefere matas abertas, pois gosta de tomar banhos de chuva e também de expor seu casco sob a luz do sol. São animais calmos e muito tranquilos.
Devido a essa tranquilidade e sossego, conseguiu adaptar-se muito bem ao lado dos humanos; que o domesticaram e o habituaram ao convívio com as pessoas. E ao passar dos anos, os Jabutis Piranga passaram a habitar diversas residências, em meio à zona urbana.
Atenção Com o Tráfico Ilegal!
Mas o que antes era legal e bonito passou a afetar a espécie. A partir do trafico de animais selvagens, que a procura por Jabutis para domesticação começou a ser tão grande, que pessoas passavam a capturar jabutis diretamente da natureza com a finalidade de comercializa-la; isso começou a prejudicar muito a espécie. Então o IBAMA decidiu proibir a comercialização, criação e reprodução ilegal; e, para comercializar filhotes e adultos de Jabuti Piranga é necessária que a loja, pet shop ou criadouro possuam certificação legal do IBAMA.
Sempre evite comprar animais oriundos do tráfico ilegal, pois eles são maltratados e retirados à força do seu próprio habitat; comercializando com o tráfico ilegal, você contribui para a diminuição da população de qualquer animal, inclusive do Jabuti Piranga, que é uma espécie nativa do nosso território e que está aqui há muito mais tempo que nós. Mais tempo do que nós, como assim? Calma, vamos conhecer um pouco a história deste fantástico animal.
História do Jabuti Piranga
O Jabuti Piranga está presente na família dos Testudinídeos, que é caracterizado por conter as diversas tartarugas terrestres; estes que habitam o planeta Terra desde o período carbonífero, nada mais nada menos que 300 milhões de anos atrás, quando ainda existia o continente da Pangeia.
A família sobreviveu ainda ao período Jurássico, ao Cretáceo, ao Paleoceno e ao Eoceno. As espécies que existem até hoje são oriundas destes dois últimos períodos, que estão presentes a mais ou menos 60 milhões de anos atrás.
Podem estar presentes tanto no grupo das Carbonárias, quanto das Chilensis; e foi a partir destes dois grupos que as tartarugas terrestres foram se adaptando, se modificando e evoluindo. Nos dias atuais existem cerca de 300 espécies que se diferenciam, tanto pelo casco, quanto pelo peso e também pelo tamanho.
O Jabuti Piranga faz parte do grupo das Carbonárias, que é descendente de uma espécie que habitava a floresta amazônica, há estimados 5 milhões de anos atrás, denominada Chelonoidis hesterna; a qual teve uma ótima adaptabilidade nas matas e nas florestas, e a partir disto deu origem a duas espécies que ainda habitam a floresta, porém áreas diferentes. Uma delas é o Jabuti Tinga, que prefere ficar em meio às densas florestas, com matas altas e a outra é o Jabuti Piranga, que se adaptou melhor nas áreas abertas, próximas à mata. As duas espécies estão presentes no território brasileiro até hoje.
Você Já Viu um Jabuti Piranga?
Eles podem ser grandes ou pequenos, seu comprimento varia de acordo com o sexo do animal, os machos são ligeiramente maiores que as fêmeas, chegam a atingir 60 centímetros e as fêmeas em torno de 50. O peso é semelhante, varia entre 6 a 10 kg. O mais impressionante sobre o Jabuti Piranga, que poucas pessoas sabem, é que quando vive em ambiente adequado, no seu habitat natural, ele atinge os incríveis 100 anos.
O réptil é caracterizado por possuir carapaça, ou seja, o casco, que tem a finalidade de protegê-lo quando se sente ameaçado; ele encolhe a cabeça, o rabo e as patas para dentro da carapaça, com o intuito de se defender. A carapaça do Jabuti Piranga é constituída por escudos em forma de polígonos, que possuem coloração amarelada, enquanto a carapaça possui tom opaco.
As patas e garras do Jabuti Piranga são muito fortes e resistentes. Elas possuem formato arredondado e são constituídas por escamas de cor avermelhada. Sua cabeça também possui manchas vermelhas e é pequena se comparada ao resto do corpo.
Você sabia que o Jabuti possui um exoesqueleto? Nós não podemos observa-lo, mas eles estão dentro da carapaça do réptil; o casco abriga uma clavícula, costelas e a coluna. Esse fato ocorre por causa do seu escudo ser divido em 3 partes: na parte superior do casco, no plastrão fundo, também conhecido como escudo ventral, e a ponte que une essas duas partes.
O escudo ventral é caracterizado nos jabutis machos em formato côncavo, enquanto nas fêmeas, é de formato convexo. Isso ocorre para facilitar a reprodução da espécie, para que o macho possa encaixar com mais facilidade na fêmea. Por isso os machos são um pouco maiores que as fêmeas.
O que Come o Jabuti Piranga?
Os Jabutis Piranga são seres onívoros, ou seja, alimentam-se tanto de carne animal, quanto de vegetais. Quando estão em meio à natureza, adoram alimentar-se de grama, folhas, pequenos invertebrados, polpas de frutas, etc. A maior parte da dieta constitui-se por vegetais, que são fontes de alimentos disponíveis e fáceis do animal encontrar.
Ainda se estiverem sendo criados em cativeiros a alimentação não é muito diferente; além das rações específicas para répteis. Pelo menos 80% da alimentação deve se constituir de vegetais, incluindo, agrião, alface, rúcula, brócolis, etc., os outros 10% devem estar presentes de proteína animal, que podem ser disponibilizadas em minhocas ou outros invertebrados. Não se esqueça de alimenta-lo com frutas, como banana, abacate, laranja, etc., que constituem os outros 10% da alimentação do animal.
São animais fantásticos e por isso devemos respeita-los, de modo que consigamos viver em harmonia com a espécie, sem prejudica-la; lembre-se se deseja domesticar, procure certificações do IBAMA. Vamos juntos combater o tráfico ilegal que só prejudica a espécie e beneficia poucos.