Hippopotamus amphibius, popularmente conhecido como hipopótamo, é um mamífero semiaquático de grande porte, oriundo da África Subsaariana. Seu nome é grego e significa “cavalo do rio”. Esse animal é o terceiro maior mamífero terrestre do planeta, perdendo apenas para o elefante e o rinoceronte.
Mesmo sendo um animal terrestre, esse gigante está ligado à família dos cetáceos (botos, golfinhos, baleias, entre outros). No entanto, as diferenças biológicas entre os hipopótamos e seus parentes aquáticos têm mais de 55 milhões de anos.
O hipopótamo costuma habitar locais como os rios, os manguezais e os lagos, sempre em grupos que variam entre cinco e 30 indivíduos. Normalmente, esses grupos são liderados por um macho-alfa e mais uns dois ou três machos mais jovens que devem se submeter à liderança. Esses animais gostam de se refrescar durante o dia, especialmente na água ou na lama. No fim da tarde, eles saem da água para se alimentar com as ervas.
Se na hora do descanso, o gigante gosta de ficar perto dos colegas, não se pode dizer o mesmo na hora da pastagem, visto que preferem ficar sozinhos na hora da alimentação. Apesar de não serem territoriais, os hipopótamos estão na lista dos animais mais violentos do mundo, com uma personalidade agressiva e imprevisível. Como seus dentes de marfim são alvos dos caçadores, esses animais estão fortemente ameaçados de extinção.
Descrição Física
O hipopótamo pesa entre 1300 e 1500 quilos, isso vale tanto para machos quanto para as fêmeas. No entanto, machos fora do peso padrão podem ultrapassar a barreira das três toneladas. Os machos não param de crescer durante a sua vida, enquanto que as fêmeas chegam ao seu peso máximo quando alcançam os 25 anos.
Os hipopótamos possuem silhueta em forma de barril, além de pernas curtas e narizes longos. A estrutura óssea deles é totalmente apropriada para suportar o grande peso, além disso, seu esqueleto lhe permite afundar e se mover no fundo de um rio, mesmo com limitações. O pequeno tamanho das pernas dos hipopótamos ajuda a reduzir a carga de peso quando estão debaixo da água.
Apesar de sua enorme massa corporal, os hipopótamos conseguem dar piques de 30 km/h em pequenas distâncias. Esses animais não conseguem pular ou saltar, mas podem subir ladeiras bem acentuadas sem dificuldade. Mesmo sendo um animal semiaquático e de patas palmadas, esse mamífero gigante não consegue nadar tão bem e muito menos boiar na água. É muito difícil ver esse animal nas profundezas de um rio, tamanha a sua dificuldade com a natação.
Os olhos, os ouvidos e as narinas desse gigante ficam na parte mais alta de seus crânios. Essa estrutura os ajuda a manter esses órgãos acima da linha do rio enquanto o restante de seu corpo está submerso. Os hipopótamos machos não tem saco escrotal e seu órgão sexual se retrai para o corpo quando não está em ereção. A genitália das fêmeas é peculiar, pois sua vagina possui dois divertículos grandes que estão ligados ao vestíbulo da vulva. Não se sabe qual é a função desses divertículos.
Boca Gigante
Como a mandíbula do hipopótamo possui grande flexibilidade, ele consegue abrir a sua boca a quase 180°. Os músculos de sua boca lhe permitem conseguir essa proeza sem danificar nenhum tecido. Com grande força na boca, esse mamífero consegue aplicar 8100 newtons (825 kg) de pressão em sua mordida. Quanto mais moem as coisas, mais os dentes do hipopótamo ficam afiados.
Tanto os caninos inferiores quanto os incisivos superiores desses animais crescem de forma contínua, principalmente nos machos. Enquanto os caninos atingem 50 cm, os incisivos deles chegam a 40 cm. Esses dentes são utilizados para atacar os seus adversários e não ajudam em nada durante a alimentação. Os hipopótamos usam a pressão de seus lábios para puxar as ervas e depois usam os dentes molares para moê-las. Os três estômagos que esse mamífero possui o faz entrar na categoria dos pseudoruminantes.
Comportamento Social
Como os machos e as fêmeas dos hipopótamos não possuem diferenças físicas e sexuais, estudar o seu comportamento na hora do acasalamento é muito difícil. Quando estão em bando, machos e fêmeas dessa espécie são praticamente indistinguíveis. Apesar de viverem em grupo, esses mamíferos não criam laços sociais, a não ser com sua própria mãe. Não se sabe qual é a razão para hipopótamos andarem em bandos, visto que são antissociais.
Os hipopótamos não são territoriais em terra, mas gostam de controlar seus grupos quando estão na água. Geralmente, esses pequenos bandos aquáticos ocupam 250 m de comprimento no rio e contém dez fêmeas. Os maiores grupos aquáticos podem ter mais de uma centena de indivíduos. Desde que sejam obedientes ao macho alfa, jovens machos podem fazer parte desses bandos.
Os hipopótamos costumam separar seus grupos por gênero sexual. Isso acontece porque esses animais gostam de estabelecer as suas próprias regras de comportamento. Os hipopótamos solteiros só podem dormir perto de outros solteiros, a mesma regra vale para as fêmeas. Por sua vez, o líder do bando dorme isolado do resto do grupo.
Esses gigantes usam suas fezes para marcar território e costumam fazer isso na maior área que encontram. Com o objetivo de intimidar os inimigos, esses animais abrem a boca como se estivessem bocejando. Quando estão em luta, os machos se protegem dos ataques adversários com os dentes, especialmente com os caninos maiores.
Quando um grupo de hipopótamos se torna superlotado ou seu habitat sofre alguma redução, eles optam pelo assassinato dos filhotes, também conhecido como infanticídio. Mas isso só acontece em casos extremos, não é o comportamento padrão desses animais. Outra coisa que os hipopótamos costumam fazer em situações difíceis é praticar o canibalismo, especialmente quando estão doentes ou angustiados com alguma coisa.
Homem x Hipopótamo
O contato do hipopótamo com o ser humano é bem mais antigo do que se possa imaginar. Existem pinturas rupestres datadas entre 4.000 e 5.000 anos atrás, que mostram esses animais nas montanhas do Saara central. No antigo Egito, por exemplo, esse mamífero era visto como um perigoso habitante do Rio Nilo.
Esse animal também era famoso entre os gregos e os romanos. Um historiador grego chamado Heródoto falou sobre o hipopótamo em seu livro “As Histórias”, que foi escrito em 440 a.C. Outro que falou desse animal foi o naturalista romano Plínio, conhecido como “o Velho”, que citou esse animal em sua enciclopédia chamada Naturalis Historia, que foi feita no ano de 77 d.C.