Mamíferos podem ser dos mais diferentes tipos, com tamanhos e modos de vida extremamente diferenciados. Dessa forma, é possível que o grupo tenha, lado a lado, pessoas e roedores, por exemplo. Apesar disso, ainda que semelhantes no fato de que ambos mamam em suas mães quando filhotes, os dois exemplos são muito distantes em inúmeras outras coisas.
Esse é o caso do castor, um tipo especial de mamífero que recebe bastante atenção por parte das pessoas, sobretudo pela forma como se mostra um construtor eficiente. Isso porque um castor consegue fazer sua casa em poucas horas, além de realizar a manutenção do local com muito cuidado. Ademais, o castor é eficiente quando se trata de produzir pequenas represas em rios e riachos, construções essas que são fundamentais para a manutenção da forma como vive esse roedor.
Com tipos diferentes, o castor pode ter muitas questões únicas relativas a cada espécie, o que faz necessário estudar cada uma delas separadamente. Assim, se você deseja conhecer um pouco mais a respeito do modo de vida desse mamífero, entendendo como funciona o dia a dia do castor e quais as diferenças principais entre os diferentes tipos do animal, veja abaixo todas essas informações.
Conheça o Castor
O castor é um mamífero e, como tal, possui modo de vida relativamente semelhante àquele praticado pelas pessoas em muitos aspectos. Todavia, como também é um roedor, muitas outras coisas se mostram diferentes na vida do castor.
Em todo caso, é importante saber quais são as principais características de um castor para que seja possível entender como o animal pode realizar algumas das tarefas mais importantes do seu dia a dia. Antes de tudo, saiba que o castor é um animal quase exclusivo do Hemisfério Norte, sendo muito raro encontrar um exemplar na parte Sul do planeta.
Em outras palavras, isso quer dizer que o castor gosta mais de ambientes frios para construir seu ninho e fazer sua vida, algo mais simples de encontrar ao Norte do mundo. Ademais, de maneira ainda mais específica, o castor encontra o melhor local para o seu desenvolvimento na América do Norte. Portanto, ainda que seja possível localizar castores ao longo de alguns países da Europa, na maioria dos casos as espécies possuem mais exemplares entre os Estados Unidos e o Canadá.
Os animais mais comuns na América do Norte possuem diversas características semelhantes entre si, o que torna complicado até mesmo realizar diferenciações a olho nu. Todavia, aqueles castores da Europa e da Ásia se mostram diferentes, possuindo inúmeras questões divergentes. Em alguns casos, a distinção é tanta que o número de cromossomos pode variar entre espécies europeias e asiáticas e aquelas criadas na América. Em qualquer um dos casos, o certo é que esse animal apresenta uma grande capacidade para a construção de diques e represas, algo natural e inerente à vida do castor.
Esses locais servem de morada para o animal, que apresenta grande facilidade em viver dentro de rios ou lagos. Isso porque o castor é tido como um mamífero semiaquático, que pode viver tanto no ambiente terrestre como em água. Porém, há um limite de tempo para o animal estar na água e o castor não consegue se manter abaixo da superfície por tantos minutos. Para a construção das suas casas, os tais diques, o castor faz uso de pedaços de madeira que encontra pela floresta, em geral galhos e partes de árvores derrubadas.
Por vezes os castores precisam derrubar pequenas árvores ou retirar galhos para construir os ninhos. O mais impressionante é que, segundo estudos especializados sobre o tema, o processo não cria problemas para o ecossistema. Na verdade, o fato de o castor construir uma represa como ninho serve para ajudar o meio ambiente ao seu redor. Isso acontece pelo fato de que a represa serve para proteger certa parte do rio de inundações, além de eliminar possíveis contaminantes da água.
Ademais, ao criar zonas úmidas onde a correnteza é muito menor, os castores fazem com que muitos animais possam aproveitar esse espaço – de maneira direta e indireta. Porém, nem tudo isso é intencional, já que os castores não gostam nada de ver outros animais utilizando o seu espaço e, assim, costumam ser agressivos quando alguém invade o território.
Características Físicas do Castor
O castor é um animal de características físicas muito bem definidas. Dessa maneira, é fácil identificar um exemplar em meio ao ambiente natural. O castor é o segundo maior roedor de todo o mundo, estando apenas atrás da capivara. Esse animal, porém, ocupa a posição de maior roedor de todo o Hemisfério Norte. Todavia, o castor raramente criar problemas para as pessoas, ainda que seja agredido. A maior chance de receber algum tipo de ataque desse animal é invadir seu espaço, já que castores são muito ligados ao território.
Portanto, se aproximar muito de uma represa de castor pode ser uma ideia ruim. Fora dali, na floresta, é provável que o animal fuja assim que um ser humano se aproximar. Quanto ao seu porte, o castor é realmente grande para os padrões de roedores, podendo chegar aos 40 quilos em alguns casos mais extremos – contudo, o mais normal é que um castor adulto tenha por volta dos 16 quilos. Já quanto ao tamanho, o castor possui média de 30 centímetros de altura, além de 70 centímetros de comprimento.
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Esse cenário faz com que todo o peso do castor seja distribuído em um corpo baixo em estatura, dando a impressão de que o animal é lento. Todavia, o castor pode ser bastante veloz quando motivado da forma correta, como acontece quando sofre uma invasão ao seu território. Além disso, o castor possui cerca de 25 centímetros apenas de cauda, o que faz desse animal muito perigoso quando se trata de ataques com a cauda.
A cauda, como fator adicional, serve ainda para que o animal tenha uma capacidade de equilíbrio maior e possa correr de forma mais rápida sem o medo de se desequilibrar. Contudo, os valores de tamanho e peso são gerais e podem variar, já que existem espécies distintas de castores pelo mundo e, dessa forma, as variações são muito comuns. O detalhe curioso da cauda desse animal é que ela possui formato achatado, ideal para juntar os gravetos e restos de madeira que encontra pela floresta.
O animal ainda possui uma pelagem grossa que tem grande valor de mercado, sendo esse o objetivo dos caçadores ilegais ao sair em busca do mamífero em questão. Isso porque o pelo do castor é bastante resistente ao frio e ainda apresenta alta impermeabilidade, o que é visto de maneira muito positiva pelo mercado ilegal de peles. Roedores que são, os castores possuem dentes afiados e prontos para o ataque. Dessa maneira, o animal conta com quatro dentes incisivos fortes, que possuem um tom de laranja.
A cor dos dentes se deve ao esmalte natural gerado pelo corpo do castor, que faz com que a tonalidade dos dentes se altere. Esse esmalte é essencial para que o castor mantenha a boa capacidade de mordida, já que o mamífero seria incapaz de sustentar o modo de vida que possui sem dentição forte o bastante. Além disso, um ponto importante é que os dentes do castor não param de crescer. Assim, é fundamental para o animal utilizá-los com frequência, pois a falta de uso pode fazer um incisivo superior atravessar a mandíbula inferior.
Comportamento do Castor
O castor é um animal de comportamento tranquilo, mas tudo pode mudar de acordo com o ambiente no qual o animal está inserido. Dessa maneira, um castor costuma ser um mamífero mais agressivo quando próximo do seu ninho, já que nesse ambiente o animal sente que possui poder o suficiente para se impor. Contudo, o mamífero é muito menos agressivo fora do seu território, sendo praticamente incapaz de atacar outros animais nessa situação.
Um detalhe interessante sobre o castor é que o animal evita ao máximo realizar as suas viagens por terra, a menos que seja realmente necessário. O ato se faz para diminuir as chances de que de um castor encontre um dos tantos possíveis predadores, já que o perigo de viajar pela água é consideravelmente menor. Assim, grande parte da vida de um castor se faz na água, ainda que acima da superfície. Pois, como já dito, o animal não se mostra capaz de passar tanto tempo sem contato com o gás oxigênio.
Em geral, o mais natural é que os castores sejam muito sociáveis, podendo formar grandes grupos. Esses grupos se ajudam internamente em muitas questões, mas a principal delas é auxiliar uns aos outros no momento da proteção contra agressores externos. Isso acontece pelo fato de que os castores contam com diversos predadores em potencial, que se tornam menos perigosos quando o mamífero em questão apresenta-se em grupo.
Calcula-se que, quanto maior o isolamento e maior a capacidade de alimento do local, maior também será o número de castores ali presentes, já que todo o cenário se mostraria muito positivo para a proliferação do roedor nessa situação. Os castores não costumam construir as represas em ambientes pouco profundos, já que precisam de certa correnteza para dar início ao trabalho. Portanto, o esperado é que o castor construa seu dique em locais com mais ou menos 1 metro de profundidade.
Para a junção dos pedaços de madeira, usa-se lodo ou barro, que se mostram eficientes nesse sentido e ajudam muito o animal. Na água, mais rápido do que em terra, o castor costuma atingir velocidades próximas aos 10km/h, mostrando como o animal pode se locomover com relativa aceleração para o seu tamanho. No movimento de nado, o que dá impulso para o animal é a parte posterior do corpo.
Castor e Defesa de Território
O território é uma parte fundamental do modo de vida do castor, que vê nesse ambiente o seu local de domínio. Portanto, é natural e esperado que o animal seja agressivo com quem tente se aproximar do ambiente. Como os castores vivem em grupos, o ataque aos invasores acaba por ser ainda mais pesado, impedindo qualquer rastro de problema.
Para saber quando há um desconhecido perto do território, o castor faz uso da sua capacidade olfativa. Uma vez detectada a presença do estranho, em geral o castor já realiza o ataque, que só acaba quando um dois envolvidos morre. Na verdade, segundo a grande maioria dos biólogos, a análise comportamental do castor indica que o mamífero vê a defesa do seu território como ação mais importante do que a busca por alimentos.
Portanto, para que isso aconteça, imagine o quanto pode ser enfurecedor para um castor ver o seu terreno invadido por desconhecidos. Para que nenhum animal mais desavisado entre no território de um castor sem querer, seja ele outro castor ou animais de outros tipos, o mamífero marca sua parte do rio com toques olfativos agressivos.
No caso, o lodo e a secreção gerada pelo castor, chamada de castoreum, servem para avisar aos outros de que aquela parte do rio em questão já não está mais disponível. Quanto mais forte é o cheiro, menos provável é a invasão, já que o cheiro mais forte indica o quanto a colônia pode ser grande – como dito anteriormente, o mais natural é que um castor brigue com o outro até a morte pela defesa do ninho e seria má ideia enfrentar um exército sozinho.
Algo importante é que todos os serviços da comunidade são realizados de maneira comum entre machos e fêmeas, sem grandes distinções. Assim, ambos os gêneros são responsáveis pela construção do ninho e ambos são também responsáveis pela defesa do território. O único momento em que as fêmeas se distanciam mais desses serviços se dá ao longo da fase de reprodução, quando é necessário que a fêmea dê origem ao filhote.
Por fim, há muitos relatos de pessoas que tentaram entrar em zonas de abrigo dos castores e sofreram ataques. Por mais que se pense que um castor é incapaz de matar uma pessoa adulta, a verdade é que os dentes do animal são muito grandes e, com agressividade, é possível que o roedor realmente possa causar danos graves a um ser humano.
Alimentação dos Castores
O castor é um animal de alimentação simples, que não demanda grandes quantidades de comida para a composição da sua dieta. Dessa forma, castores costumam ser herbívoros, ou seja, se alimentam a partir de itens vegetais.
Na verdade, é possível dizer que o castor é um mamífero exclusivamente herbívoro, que não consegue sequer processar carne em seu organismo. Portanto, o mais natural é que um animal desse tipo consuma as folhas das árvores ao seu redor, muitas delas presentes à margem do rio que o abriga. Ademais, os castores podem ter algumas diferenciações de preferência alimentar a partir das diferentes espécies.
No caso, segundo algumas observações, o castor europeu, por exemplo, se notabiliza pelo fato de consumir folhas de salgueiro e bétula. Esse é um tipo de hábito alimentar que os castores mais presentes na América do Norte não costumam ter, até mesmo pela menor oferta desses tipos vegetais nessa região do mundo. Logo, o mais natural é que o castor norte-americano possa comer folhas de plantas como a cerejeira, mais adocicadas.
De qualquer modo, o castor é um mamífero que costuma aproveitar as chances que a vida oferece. No caso, ainda que o vegetal em questão não seja de sua preferência, é esperado que o animal consuma o alimento. Um detalhe interessante é que o castor apresenta muita consciência do futuro em seus atos, sendo um animal marcado pelo fato de armazenar comida em seu ninho. Por conseguinte, é natural ver um grupo de castores guardando alimentos para o futuro, sobretudo para as épocas mais frias.
Vale lembrar que, como o castor é um típico animal do Hemisfério Norte, o frio costuma ser muito mais rigoroso nessa parte do mundo e, assim, o mamífero pode sofrer bastante. A forma como os castores estocam a comida é bastante interessante, já que o animal coloca os menores ramos protegidos pelos maiores. Logo, aqueles alimentos mais pesados são colocados à frente dos mais leves, para que sirvam como uma camada de proteção contra a correnteza.
Isso porque, por mais que a represa construída pelo animal seja capaz de diminuir o nível da corrente aquática nos rios e lagos, a verdade é que, ainda assim, há certa correnteza. No pior dos casos, portanto, todo o alimento pode ser levado. Geralmente, quanto mais frio é o local em que vivem, mais os castores buscam fazer a sua reserva de alimentos, já que o período sem caçar será maior.
Caso vivessem no Brasil, a reserva de alimentos para o inverno seria menor do que aquela feita na Europa, por exemplo. Além disso, a reserva de comida serve ainda para aquecer os animais ao longo do inverno e para evitar que o rio congele em certas partes. Pois, com o rio congelado, o castor se veria preso em seu próprio ninho. Caso o estoque de comida acabasse, o animal simplesmente morreria de fome. Dessa maneira, há algumas técnicas de prevenção contra tais problemas.
Castor-Europeu
Existem duas espécies diferentes de castores em todo o mundo, sendo elas completamente únicas. Há também uma espécie já extinta. Assim, por mais que existam também muitas semelhanças entre elas, é importante entender quais são as diferenças que as marcam. No caso do castor-europeu, por exemplo, seu nome científico é Castor fiber. Animal muito bem preservado no continente europeu, esse tipo de castor é o maior roedor de toda a região da Eurásia. Dessa forma, o castor-europeu possui relativa fama na região e, com o tempo, foi se tornando cada vez mais conhecido pelas pessoas.
O animal gosta de viver em rios da Europa, dando preferência clara àqueles que possuem florestas ao redor. Porém, não é possível definir muito bem qual é o tipo preferido de vegetação do castor-europeu, já que esse animal é conhecido pelo fato de viver em muitas partes distintas do continente. Atualmente, ainda que em bom estado de preservação também em outras partes, o castor-europeu pode ser visto com mais facilidade em áreas do Leste europeu, onde o frio é mais intenso e o mamífero encontra a condição de vida da qual gosta.
Nas partes mais ocidentais da Europa, porém, o castor em questão sofre um pouco mais com o avanço do homem sobre o seu habitat. No caso, muitas vezes os caçadores buscam esse tipo de roedor com o objetivo de conseguir a pele, muito valiosa no mercado negro. Porém, a carne do castor-europeu também é bastante suculenta, o que incentiva ainda mais os caçadores ilegais. Castores desse tipo são muito adaptados ao modo de vida que levam, entre a água e a parte terrestre do mundo.
Dessa maneira, o castor-europeu possui características quase anfíbias, já que pode sobreviver muito bem aos dois ambientes e, na realidade, necessita do contato com ambos para se manter saudável. A pelagem do animal, assim como a dos outros castores, é impermeável, com o castor-europeu tendo ainda as patas traseiras muito desenvolvidas e narinas fortemente adaptadas. Com os dentes que possuem, os animais desse tipo conseguem roer árvores inteiras com certa facilidade, algo realmente admirável.
O castor-europeu, como o seu nome já indica, não pode ser encontrado na natureza norte-americana ou até mesmo em partes da Ásia, já que esse animal possui as características necessárias apenas para sobreviver em algumas partes da Europa – o mamífero pode sofrer bastante se colocado em zonas mais quentes do continente, por exemplo, em países como Espanha ou Portugal. Todo o cenário faz com que o castor-europeu seja quase um símbolo do Leste da Europa, já que muitos habitantes da região realmente enxergam o animal nesse posto.
Na Itália, por exemplo, o castor-europeu não encontra um grande cenário para o seu desenvolvimento. Todavia, como o país é extenso, em 2018 houve alguns relatos de que o castor em questão havia criado algumas pequenas colônias ao Norte do país, uma área muito mais fria e mais propícia para o crescimento do mamífero. Em todo caso, a colônia não se expandiu e ambientalistas acreditam que os animais migraram para áreas ainda mais frias posteriormente.
Castor-Americano
O castor-americano é um animal de detalhes curiosos, a começar pelo seu nome. Isso porque, por mais que se pense nos Estados Unidos ao se deparar com o castor-americano, esse animal é comum também ao Canadá e ao México. Na verdade, o nome científico do mamífero é Castor canadensis, sendo que ambos os países são os dois que mais possuem exemplares do castor-americano.
Todavia, o animal também foi introduzido na Patagônia e na Escandinávia. Embora tenha sofrido um pouco no começo, a verdade é que o animal soube se adaptar e atualmente já possui populações relativamente estáveis nessas regiões. Contudo, nada se compara ao habitat real do castor-americano, que é a América do Norte.
Na verdade, o castor-americano apenas não se faz presente nas regiões mais quentes dos Estados Unidos, onde as temperaturas altas se tornam um grande problema para o desenvolvimento desse mamífero. Já no Canadá, país muito mais frio por natureza, o castor-americano está em várias partes. No México é comum ver algumas colônias desse castor em áreas isoladas, embora nem todo o país seja capaz de abrigar o animal e oferecer as condições necessárias para o seu crescimento sustentado.
Vale lembrar que o castor-americano é o maior roedor da América do Norte, sendo também um dos maiores de todo o mundo. Dessa forma, um animal adulto dessa espécie pode pesar entre 15 e 32 quilos, a depender do modo de alimentação e da forma como esse castor se desenvolve no ambiente natural. O mais natural é que um castor-americano pese, em média, cerca de 20 quilos, o que já indica como o mamífero é grande e pode ser assustador.
À primeira vista, para quem não conhece muito sobre o tema, a impressão é de ter visto um grande rato. Mas é claro que não se trata disso, ainda que ambos sejam roedores. Também de pele impermeável, o animal, quando caçado e abatido, tem a sua pelagem vendida e a sua carne consumida. O modo de vida do castor-americano é considerado como semiaquático, já que parte da vida do mamífero se passa em terra e parte se dá nos rios.
A locomoção, assim como a de outros castores, é mais intensa pela água, até mesmo como uma espécie de proteção contra os possíveis perigos propiciados pela terra. O animal costuma viver em colônias, que possuem até cerca de 15 indivíduos. Os filhotes vivem nessa colônia até completarem cerca de 2 anos, quando serão sexualmente maduros e, portanto, estarão prontos para começar a sua própria vida. No período da reprodução, é a fêmea que domina os machos, escolhendo com quem deseja realizar a atividade sexual para a procriação.
O mais comum é que essa fase de reprodução se dê entre os meses de janeiro e fevereiro, quando o frio é mais intenso no Norte do planeta Terra. Assim, os filhotes poderão nascer apenas em épocas mais quentes, aumentando as chances de sobrevivência para os mesmos. No começo da vida, o mais natural é que os filhotes consumam os restos deixados pelos castores mais velhos da colônia.
Castor Californicus
Há muitas espécies de animais que, com o passar do tempo, não foram capazes de conseguir evitar o seu processo de extinção. No mundo dos castores não é nada diferente, ainda que esses animais sejam conhecidos pela forma como podem ser agressivos para lutar pela vida. Porém, nada disso impediu que o Castor californicus fosse extinto ainda no Período Quaternário.
Esse animal viveu em áreas da América do Norte, como foi possível constatar a partir de fósseis e de inúmeras análises realizadas ao longo do tempo. O Castor californicus era bastante semelhante, em características e modo de vida, ao castor-americano, embora ambos tenha coexistido durante certo tempo. Dessa maneira, presume-se que o Castor californicus tenha sido também um animal muito próximo aos climas frios, que gostava de temperaturas mais baixas para realizar o seu desenvolvimento pleno.
O mamífero, ao que tudo indica, era conhecido pelo fato de armazenar muitos alimentos para as fases mais frias do ano, quando não mais seria possível sair em busca de novas fontes de alimentação. Embora o Castor californicus também fosse semiaquático, a verdade é que o atual castor-americano possui muito mais familiaridade com a água do que o animal extinto, já que não há tantos traços de que o Castor californicus vivia por tanto tempo nos rios.
Um detalhe bastante curioso é que não foram encontrados muitos vestígios do Castor californicus no Canadá, que é o país mais propício para o crescimento de castores na América do Norte. Em contraponto, em muitos locais dos Estados Unidos e também em partes mais restritas do México foi possível achar fósseis do castor. Não há nenhuma imagem desse animal, já que a sua extinção se deu muito antes de existir tamanha tecnologia, mas existem suposições de como seria o mamífero.
Reprodução do Castor
O castor é um animal de reprodução relativamente simples, até mesmo pelo fato de ser um mamífero. Assim, o castor pode ter relações sexuais em qualquer momento do ano, já que não respeita tanto as datas especiais ou momentos férteis para praticar o ato sexual. Dessa maneira, é possível que nasçam muitos castores ao longo de um ano. Todavia, o melhor momento para a reprodução do animal costuma ser no inverno, quando macho e fêmea se mostram confinados ao ninho.
Isso porque, como o inverno no Hemisfério Norte é pesado, os castores não conseguem sair para buscar alimentos ou realizar outras atividades. Com o ato sexual acontecendo nessa época fria, o mais normal é que o filhote apenas conheça o mundo em um momento mais quente, seja no verão ou na primavera. O período de gestação da fêmea costuma durar cerca de 100 dias, o que corresponde a cerca de 3 meses e meio.
Nessa fase, as obrigações da fêmea são muito mais restritas e o macho se torna responsável por realizar uma série de tarefas sozinho, como o fornecimento de alimento e a proteção do ninho. O mais natural é que uma fêmea possa gerar de 2 a 4 filhotes, em um processo muito tranquilo de gestação. Os filhotes, como um fato curioso, já nascem com os olhos completamente abertos e também recobertos pela pelagem.
A fase de amamentação, que acontece logo em seguida, é chave para determinar se o animal que acabou de nascer terá uma vida mais tranquila ou não quanto à sua saúde física. Isso acontece porque é na amamentação que os animais ganham acesso aos nutrientes básicos necessários à sua evolução ao longo da vida, algo capaz de diminuir muito os problemas físicos quando realizado adequadamente. Vale citar ainda que os filhotes geram muitos barulhos e ruídos, algo que não permanece com o passar do tempo.
Ainda é importante se ter em conta que muitos filhotes morrem nos primeiros meses de vida, já que o animal apenas se encontra apto a realizar algumas tarefas mais complexas a partir da sexta semana. Portanto, o mais comum é que ao menos um dos filhotes não chegue a essa sexta semana. Por fim, quando decidem sair de vez do ninho, já perto de completar dois anos, os filhotes, agora maduros sexualmente, costumam se estabelecer em áreas relativamente próximas àquelas em que nasceram e foram criados.
Diques dos Castores
O dique é uma parte muito importante do modo de vida de um castor, já que esse local serve de ninho para o animal. Portanto, é bastante comum que um castor, seja qual for a sua espécie, tente proteger o seu local de descanso a qualquer custo.
As funções de um dique para o castor podem ser variadas, mas um dos principais motivos pelos quais o animal faz o seu ninho no meio do rio é a tentativa de fugir dos predadores existentes no ambiente terrestre. Ainda que também existam predadores aquáticos, o número de perigos em potencial da terra são muito maiores.
Lobos, coiotes, tigres, ursos e muitos outros animais podem simplesmente comer um castor sem muita dificuldade, até mesmo pelo fato de a carne do castor ser apetitosa para tais predadores. Todavia, a presença do dique tem um objetivo ainda mais central, que é o de represar a água e facilitar o modo de vida do mamífero, que não terá de se preocupar tanto com a correnteza e poderá, dessa forma, ter um modo de vida mais tranquilo.
Portanto, a ausência do dique seria um grave problema para a colônia de castores, já que esses animais enfrentariam sérias e graves dificuldades. Os castores se fazem conhecidos em todo o mundo pela construção de diques para represar a água. Todavia, nem sempre esses locais são pequenos, servindo apenas para conter o avanço da correnteza em uma parte limitada do rio.
Na verdade, uma grande característica dos castores é a construção de diques realmente muito grandes e extensos. O maior dique já localizado pelos seres humanos e produzido pelos castores possuía cerca de 650 metros de comprimento, além de 4 metros de altura.
Considerando que o animal a construir essa fortaleza possui cerca de 20 quilos, ao menos na média, o feito se torna ainda mais interessante. Tudo isso mostra muito bem como os diques são parte fundamental da vida de um castor, que não é capaz de viver com tranquilidade sem essa proteção. Esse é um dos motivos que explicam a alta taxa de mortalidade dentre os castores criados em cativeiro, já que o mamífero passa a ter um dia a dia muito diferente e se estressa muito mais.
Porém, muitas pessoas perguntam como o castor consegue se dar conta de que precisa construir o dique. Quando ele sabe que o local está pronto e adequado? O animal consegue fazer esse trabalho de distinção? Na verdade, segundo muitos especialistas, o que realmente estimula um castor a seguir construindo o dique é o som que a água faz.
Portanto, se a correnteza segue forte, o som de água corrente também se manterá vivo e, dessa forma, o castor se verá biologicamente incentivado a construir mais e mais partes para o dique. Todavia, há uma outra tese que aponta de forma muito clara que o som da água corrente não é suficiente para incentivar os castores a construir o ninho, algo comprovado com alguns experimentos. O cenário citado faz com que as pessoas não saibam ao certo como se dá o incentivo para que o mamífero faça a sua proteção, ainda que seja certo: um castor sempre tentará produzir um dique.
Uso Comercial do Castor
O castor é um mamífero bastante conhecido no Hemisfério Norte pelo fato de servir para a produção de inúmeros itens. Portanto, no passado era muito comum encontrar roupas, sapatos ou chapéus feitos a partir da pele do castor. Porém, com o tempo a caça ao animal foi se tornando ilegal em um número cada vez maior de países, o que também inviabilizava a venda de itens feitos com partes do animal.
De qualquer forma, no mercado negro ainda é possível encontrar muitos produtos feitos de partes do castor, em especial a pele. Macia, confortável, impermeável e capaz de manter o aquecimento, a pele de castor possui alto valor no mercado ilegal. Já a carne do animal é muito usada para a alimentação, já que muitas comunidades do mundo enxergam com bons olhos o sabor da carne desse mamífero.
Em grande parte do Leste da Europa, por exemplo, muitas pessoas caçam castores para o consumo particular. No passado, o animal também era consumido ao longo da quaresma, uma época do ano que precede a Páscoa e na qual a alimentação dos cristãos costuma ser muito mais restrita. Ademais, os testículos dos castores já foram usados por diversas vezes na medicina tradicional ocidental, com objetivos diferentes.
Vale lembrar que o testículo do castor guarda a substância castoreum, de cheiro muito forte e que o animal usa para delimitar o seu território. Essa parte do corpo do animal era usada para combater alergias, quedas no sistema imune e inflamações pelo corpo. Contudo, não há comprovação científica de que o óleo realmente funciona para curar as pessoas. Além disso, para ter acesso a ele é preciso retirar os testículos do castor, o que é uma grande crueldade.