Alguns animais são exóticos, exuberantes ou mesmo importantes, mesmo que a aparência deles não seja lá muito agradável. O que falar das centopeias, então, que parecem não ter nenhuma função prática na natureza, e inspiram certas repulsa e até medo nas pessoas?
Bem, de início, o que podemos dizer é que esses animais, sim, possuem o seu importante papel para o equilíbrio natural de um ecossistema. Claro que a aparência delas continuará não sendo muito agradável, mais acompanhe esse texto, e veja o quão interessante esses animais podem ser (se não incomodados, obviamente).
Pode acreditar: a centopeia tem papel importante na natureza, como qualquer outro ser vivo.
Características Principais das Centopeias
Esses pequenos artrópodes possuem a impressionante marca de terem de 15 a 190 pares de pernas a depender da espécie. Muitos se perguntam, inclusive, como elas conseguem andar com tantas pernas. Na verdade, o segredo estrá em um sistema nervoso bastante interligado aos músculos, que permite aquele tipo de movimentação “estranha”.
Além disso, as centopeias pesam em torno de 20 a 30 gramas, e podem chegar a medir cerca de 20 cm de comprimento (como é o caso das chamadas lacraias). Algumas espécies são cegas, mas, outras, não. Em geral, praticamente todas são das cores marrom-amareladas, com patas amarelas e faixas pretas.
No primeiro segmento dos seus corpos, as centopeias possuem pinças venenosas, e, por isso, dizemos que elas são animais peçonhentos. A cabeça delas, por sinal, possuem uma casca muito mais dura do que o restante do corpo.
O tempo de vida das centopeias é relativamente curto, durando, em média, 6 anos apenas.
Hábitos em Geral
Na maior parte dos casos, as centopeias possuem vida noturna, que é quando saem pra caçar. Os seus alimentos preferidos são pequenos moluscos, insetos, vermes e aranhas. Ou seja, são animais essencialmente carnívoros, possuindo, inclusive, três mandíbulas bem fortes. Quando não saem pra se alimentar ou pra acasalar, vivem em locais úmidos, devido à perda de águas dos seus corpos. Esses ambientes são quase sempre sob troncos ou folhas podres, onde elas ficam alojadas sob cascas de árvores, pedras, troncos em decomposição, e por aí vai.
Por sinal, quando elas caçam, utilizam muito bem as suas garras venenosas para imobilizarem a vítima, que, atordoada, torna-se uma presa muito fácil. Já, quando se sentem ameaçada, levantam a causa em tom ameaçador, mesmo que o seu veneno esteja próximo à sua cabeça.
Interessante ainda observar que elas, ao andarem sobre a terra, cavam túneis e os fecham logo em seguida para evitarem serem perseguidas por predadores. Uma estratégia muito útil, mesmo que elas não tenham tantos predadores naturais assim.Em outras palavras, as centopeias constroem um sistema de galerias onde há uma câmara principal, sendo possível o animal se esconder, caso seja necessário.
Reprodução da Espécie
As centopeias fêmeas, após o acasalamento, abrem um buraco no chão, e depositam em torno de 15 a 50 ovos. Inclusive, ao nascerem, os filhotes (neste caso, as larvas) são bem parecidos com os adultos, desenvolvendo aos poucos a carapaça que cobra os seus corpos.
Ou seja, como se pode perceber, há muito cuidado por parte das fêmeas com os seus ovos, mas, a partir do momento que nascem, as larvas desses animais estão por sua “conta e risco”.
Centopeia x Diplópode x Lacraia
Existem animais, de alguma maneira, semelhante entre si, e que podem causar uma grande confusão na hora de nomeá-los. Então, vamos acabar com toda e qualquer dúvida agora, e mostrar um pouco da diferença entre um diplópode, uma centopeia comum e uma lacraia.
Começando pelos diplópodes, esses animais abrangem algumas espécies de artrópodes, seno o mais comum o nosso conhecido embuá. São criaturas que possuem glândulas com veneno, e por isso não é nada aconselhável tocar num diplópode com as mãos nuas. Se isso acontecer, certamente aparecerão bolhas em sua pele, além de muita dor e coceira. O aconselhável é lavar muito bem as mãos antes que a toxina se espalhe mais.
Já, as centopeias (que são o assunto principal deste texto aqui) possuem as suas glândulas com veneno por detrás da cabeça. Existem tanto as centopeias caseiras, quanto aquelas que estão na natureza e habitam o solo, e em geral não causam transtornos às pessoas.
Por fim, temos a lacraia, que são as maiores e mais perigosas centopeias que existem, e que são responsáveis pela maioria dos “acidentes” com humanos, digamos assim. Inclusive, o veneno que elas injetam pode ser tão perigoso quanto o dos escorpiões. São animais extremamente agressivos, portanto.
Agressividade e Veneno
Muita gente se pergunta se esses animais de aparência aterradora são perigosos para as pessoas. Só que isso depende muito. As centopeias caseiras apenas picam, mas, não são perigosas. O máximo que se pode ter é nojo delas.
Já, as centopeias que denominamos de lacraias são mais agressivas, e mesmo que elas não sejam venenosas em si, possuem glândulas que apresentam veneno. Uma picada dela causa inchaço e muita dor numa pessoa, além de sentir febre, sentir fadiga extrema. Inclusive, isso pode ser um complicador para crianças muito pequenas ou pessoas alérgicas. Ou seja, o ideal é não provocar esse animal para evitar qualquer tipo de problema.
Mas, caso ocorra uma picada delas, uma dica que especialistas dão é pegar um aquecedor em casa, enchê-lo com água mais ou menos quente (não mais quente do que o 45º C, por exemplo) e colocar sobre o lugar da picada. Acredite: isso vai amenizar muito a dor.
Importância das Centopeias
Sim, é verdade, as centopeias possuem o seu grau de importância na natureza, e isso tem que ser levado em consideração. E, a relevância desses artrópodes é basicamente a mesma de anfíbios, como os sapos, por exemplo: são ótimos controladores de pragas. Em suma: a sua alimentação regada a insetos pode auxiliar na proliferação indesejada desses bichos.
Portanto, por mais que a aparência dessas criaturas são seja das melhores, não é válido se livrar delas, a menos que elas estejam se tornado (também) uma espécie de praga na sua localidade. Nesse caso, cabe fazer um controle desses animais para evitar transtornos de qualquer espécie.