As arraias são peixes cartilaginosos pertencentes à Ordem Bathoidea. Peixes dessa ordem são conhecidos por possuírem uma estrutura corporal achatada, com nadadeiras peitorais bem desenvolvidas e em formato de disco.
Atualmente, são registradas mais de 200 espécies de arraias, distribuídas em 14 gêneros. Na literatura, também é frequente a citação do temo “raia”, referindo-se ao mesmo animal.
Filogeneticamente, as arraias são muito próximas aos tubarões, por isso ambos são membros da Subclasse Elasmobranchii.
Como hábito comportamental, a maioria delas pode ficar parcialmente enterrada na areia ou no lodo do fundo do mar (modo de vida bentônico), trazendo, com isso, a grande possibilidade de acidentes aquáticos para banhistas e mergulhadores.
Podem ser encontradas em praticamente todos os oceanos, desde o Oceano Ártico até a Antártica, assim como em regiões costeiras e abissais (região profunda do oceano, entre 2.000 e 6.000 metros). Ocasionalmente podem ser vistas em zonas de estuários, no entanto, são mais raras em águas tropicais, águas baixas ou locais próximos a recifes de corais.
Nas águas brasileiras, esses peixes podem ser vistos em locais e épocas específicos, como por exemplo no litoral do sudeste durante o inverno. Momentos específicos no calendário frequentemente estão relacionados ao período reprodutivo do animal. No entanto, estudos sobre a rota migratória das arraias ainda são insuficientes e imprevisíveis.
Neste artigo, você conhecerá tubo sobre arraias: suas características, padrão comportamental, entre outras curiosidades.
Então venha conosco, e boa leitura.
Tudo Sobre Arraias: Classificação Taxonômica
As arraias pertencem ao Reino Animalia, Filo Chordata, Classe Chondrichthyes, Subclasse Elasmobranchii e Superordem Baitodea.
Tudo Sobre Arraias: Características Anatômicas
Dependendo da espécie de arraia, o comprimento corporal (medido entre uma nadadeira à outra) pode variar de 50 centímetros até 7 metros, como é o caso da arraia jamanta.
A textura da pele frequentemente é áspera, ao tato assemelha-se a uma lixa. Essa textura é decorrente da presença de dentículos dérmicos (escamas com estrutura semelhante a um dente), os quais também recebem a denominação de escamas placóides. Porém, no caso da espécie arraia-elétrica, a pele é lisa e perto da cabeça estão posicionados órgãos elétricos que atingem os predadores e inimigos.
A cor pode ser uniforme ou apresentar padrões que possibilitam a camuflagem, no entanto algumas espécies podem possuir corpo transparente. A cauda lembra a estrutura de um chicote, pois é fina e, na maioria das espécies, longa. Em relação à cauda, a espécie arraia-prego possui uma particularidade ainda mais interessante, pois na cauda há um ou mais espinhos serrilhados e com glândulas de veneno em sua base.
A boca da arraia se dispõe em posição ventral, neste caso as brânquias ficam voltadas em direção ao exterior.
Nas arraias há barbatanas laterais que auxiliam na flutuação e lembram, em parte, a estrutura de asas.
Acima dos olhos, há os chamados espiráculos, ou seja, orifícios respiratórios responsáveis pelo contato do ar e da água com o sistema respiratório interno deste animal.
Tudo Sobre Arraias: Imagens das Principais Espécies
Arraia Jamanta
A arraia jamanta (Manta birotris) pode atingir até 7 metros de envergadura e pesar aproximadamente 1,350 quilos. A cauda não possui espinhos e o volume do cérebro em relação ao corpo é considerado o maior já encontrado entre as espécies de tubarões e arraias.
Arraia Lenga
Essa espécie possui o nome científico Raja clavata, é encontrada nas zonas costeiras de quase toda a Europa e é famosa por parecer sorrir na sua porção ventral. Na verdade a estrutura que se assemelha a olhos na verdade são órgãos sensoriais. Seus olhos verdadeiros estão posicionados na parte superior do corpo.
Arraia Elétrica
A arraia elétrica não é constituída por uma única espécie, mas pelo gênero Torpedo responsável por abrigar as espécies Torpedo marmorata, Torpedo torpedo, Torpedo bauchotae e Torpedo mackayana.
Arraia Tigrada
A arraia tigrada (nome científico Zanobatus schoenleinii) possui o dorso com coloração castanho acinzentado a castanho esverdeado com faixas transversais de cor castanho escura. Uma particularidade da espécie é que sua pele possui aspecto sedoso.
Arraia Mariposa
O gênero Gymnura abriga as chamadas arraias-mariposa, as quais recebem essa denominação por possuir barbatanas que juntas formam uma estrutura losangonal que remete às asas do inseto. As representantes do gênero são a Gymnura altavela e a Gymnura micrura.
Tudo Sobre Arraias: Alimentação
As principais espécies se alimentam de camarões, crustáceos e pequenos peixes, o comportamento bentônico (caracterizado por passar horas em repouso no fundo do mar submersos por uma fina camada de areia, com exceção dos olhos, os quais ficam proeminentes e observam os seus arredores) é excelente estratégia de camuflagem e de caça.
As maiores espécies de arraias também podem ingerir plânctons (pequenos organismos dispersos tanto em água doce, quanto em água salgada e salobra; e que não possuem capacidade de movimentação própria, sendo facilmente levados pela correnteza). Esse é o caso das arraias dos gêneros Manta e Mobula, as quais, quando se alimentam, podem mover-se nadando em círculos verticais, tal como ocorre nas montanhas-russas. Esse padrão de movimentação é capaz de gerar um poderoso fluxo de plâncton em direção à sua boca.
Tudo Sobre Arraias: Padrão Reprodutivo
Como há muitas espécies de arraias, estas podem ser incluídas em dois grupos as ovovivíparas e as vivíparas.
No caso das arraias ovovivíparas, o ovo é protegido por uma capsula gelatinosa de textura grossa e coloração escura; esses ovos também possuem na extremidade uma pequena estrutura que se assemelha a um gancho. A função desses ganchos é ‘conectar’ os ovos em estruturas filamentosas até que chegue o momento propício para a eclosão.
Para facilitar a eclosão, filhotes de arraia possuem uma glândula que libera substâncias responsáveis por dissolver a cápsula do ovo.
Tanto para arraias ovíparas quanto para as vivíparas, a reprodução é do tipo sexuada, ou seja, interna. O macho possui um órgão copulatório (o qual pode receber a denominação de clasper ou mixopterígio), posicionado entre as suas nadadeiras pélvicas.
Recomendações Para Mergulhadores
Durante mergulhos, é possível ficar cara a cara com arraias de espécies variadas, no entanto, convém saber se comportar na presença do animal.
A aproximação deve ser dócil, é fundamental que o mergulhador mantenha a calma e não agite muito a água. O ideal é esperar que o animal se aproxime ao invés de ansiosamente tentar nadar em direção à ela, pois esta atitude pode estressá-la.
Outro erro bastante comum é segurar no dorso da arraia, de modo a pegar carona, ou seja, nadar ‘apoiando-se’ sobre ela. Esta atitude também estressa o animal.
*
Agora que você já conhece as características deste animal marinho, continue conosco e conheça também outros artigos do site.
Até as próximas leituras.
REFERÊNCIAS
Brittanica Escola. Arraia. Disponível em: < https://escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/arraia/482336>;
Cultura Mix. Tudo Sobre as Raias. Disponível em: < http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/fauna/tudo-sobre-as-raias>;
GARCIA, J. H. Infoescola. Ordem Bathoidea. Disponível em: <https://www.infoescola.com/peixes/ordem-bathoidea/>;
Mural animal. Raia ou Arraia- Eis a questão? Disponível em: < http://muralanimal.blogspot.com/2014/09/raia-ou-arraia-eis-questao.html>;
SÉRET, B. IRD & MNHN. Guia de identificação das principais espécies de raias e tubarões do Atlântico oriental tropical, para observadores de pesca e biólogos. Disponível em: < http://www.iucnssg.org/uploads/5/4/1/2/54120303/id_east_trop_atlantic_spanish.pdf>.