O termo ostra é uma designação não taxonômica para um imenso grupo de moluscos que vivem em águas salgadas de quase todos os continentes.
Eles são membros exóticos dessa não menos exótica ordem Ostreoidea, que abriga a família Ostreidae, e que por sua vez presenteou a fauna do planeta com espécies como a Ostra-portuguesa, a Ostra-suminoe, a C.columbiensis, a Ostra-do-pacífico, entre diversas outras espécies da mesma forma originais.
E tudo o mais que se sabe sobre essa comunidade das ostras, à parte as suas características, nomes científicos, aspectos biológicos, entre outras peculiaridades que podemos observar nessas fotos, é que estamos falando de uma família que é a própria expressão da exoticidade que pode brotar do seio dos mares e oceanos de quase todo o planeta.
Dentre as principais características desses animais, podemos destacar o seu corpo curiosamente mole dentro de uma concha calcificada (e selada por uma firme estrutura muscular) e a sua capacidade de passar toda a existência em uma constante filtragem de fitoplânctons que lhes chegam até às brânquias.
É verdadeiramente um animal único! Uma singularidade da fauna do planeta! E uma das provas disso é que, ao serem invadidas por algum intruso, de imediato elas logo liberam uma substâncias que os envolve, aprisiona e neutraliza.
E o curioso é que, após alguns anos, esse invasor envolvido por essa substância acaba transformando-se numa pérola com valor altíssimo; como uma das principais curiosidades que podem ser observadas nesse ambiente rico e exuberante da hidrosfera terrestre.
E o mais curioso ainda é que essa forma arrendondada que as pérolas adquirem não é um padrão. Os seus formatos podem ser o mais diversos, a depender do invasor da concha, ou mesmo das características das próprias ostras e do seu vigor e exuberância dentro dos seus habitats naturais.
As Principais Características das Ostras
A estrutura das ostras, por mais inacreditável que possa parecer, constitui-se de boca, coração, estômago, rins, intestino, órgãos sexuais, ânus, brânquias, entre diversos outros sistemas que, surpreendentemente, auxiliam essa comunidade em sua dura luta pela sobrevivência.
Esses animais podem ser definidos como “filtradores”, já que a sua alimentação é feita toda ela por meio da filtragem das águas que as suas brânquias recebem ininterruptamente, e que deixam ali os fitoplânctons que constituem-se como a base da sua alimentação.
O sistema funciona por meio da distribuição dessas brânquias por todo o corpo das ostras; e é somente assim que elas conseguem alimentação suficiente para todo um dia, sem a necessidade de saírem à caça na forma de predadores; e por isso mesmo como uma grande dependente das condições ambientais que as cercam.
Curiosamente, o termo “ostra” acaba sendo utilizado (indevidamente) para uma grupo enorme de espécies que guardam com elas algumas características comuns, como a Pinctada fucata, a Ostra-pérola-do-Golfo, a Ostra-dos-lábios-negros, os membros da família Spondylidae, entre outras espécies que enganam bem no papel que fazem desse gênero.
Características
As ostras caracterizam-se por habitarem praticamente todos os ecossistemas de água salgada do planeta, com exceção das regiões com temperaturas muito baixas (geladas nem pensar!), ou mesmo ambientes aquáticos excessivamente poluídos – que elas rejeitam.
Esses animais passam praticamente todas as suas existências fixos em rochas, corais, embarcações abandonadas, e em outras estruturas nas profundezas dos mares e oceanos de quase todo o mundo; no entanto, as primeiras fases do seu desenvolvimento caracterizam-se por uma rotina flutuante nas profundezas das águas.
Uma rotina que elas precisam executar, mas sempre atentas a alguns dos seus principais predadores, entre eles, moluscos, caranguejos, lagostas, algumas espécies de peixes, estrelas-do-mar, e, obviamente, o homem – responsável pela captura de milhões de toneladas anuais ao redor do planeta.
As ostras figuram entre as espécies com um nicho ecológico importantíssimo para a manutenção da hidrosfera terrestre nas melhores condições possíveis.
Isso por que elas são capazes de fazer uma verdadeira varredura de uma imensa quantidade de restos vegetais, microalgas, fitoplânctons, entre outros materiais que podem ser encontrados no fundo dos oceanos.
E que sem a sua função essencial tonar-se-iam um verdadeiro transtorno no ambiente da hidrosfera terrestre, com consequências incomensuráveis para a harmonia do ambiente rico e vigoroso dos mares e oceanos de quase todos os continentes.
Tudo Sobre as Principais Singularidades das Ostras
As ostras tornaram-se parte do imaginário popular desde tempos imemoriais, obviamente, pelo fato de serem capazes de produzir pérolas – um dos artefatos que mais simbolizam o luxo e o status que somente alguns poucos eleitos podem usufruir.
Mas poucos sabem exatamente como se dá esse processo de produção de pérolas nas ostras. Na verdade trata-se, para a maioria dos indivíduos, de um verdadeiro mistério, outrora atribuído a ação dos deuses, ou mesmo uma prisão devida a espíritos mal feitores, entre outras inúmeras maneiras de tentar explicar o que, aparentemente, é inexplicável.
Apesar de não serem as únicas com essa habilidade, as pérolas provenientes das ostras costumam ser as mais apreciadas. E tal produção ocorre de uma forma no mínimo inusitada.
O que acontece é que, como não poderia ser diferente, nas profundezas dos mares e oceanos as ostras costumam ser assediadas de todas as maneiras por diversos micro-organismos prejudiciais à sua integridade. Eles simplesmente invadem o seu interior de forma ameaçadora. E o que elas fazem?
Construindo a Pérola
Por não poderem expulsá-los as ostras simplesmente os recobrem com uma substância (a madrepérola) que solidifica-se com o tempo, formando uma outra estrutura à base de resina e micro-organismos aquáticos em seu interior (as pérolas), com cores variadas entre o azul, preto, verde, branco, vermelho, cinza, entre outros.
E o curioso é que essas pérolas – também diferentemente do que se acredita – podem apresentar vários formatos que não somente o esférico. Mas na hora da confecção de artefatos são as esféricas que se prestam melhor; mas desde que em perfeito estado, saudáveis e vigorosas.
Ostras em Jóias e Comidas
Jóias
Para se ter uma ideia do valor de um pequeno artefato como esse, um colar de pérolas douradas produzido quase como uma exclusividade a partir de ostras criadas nas Filipinas pode sair pela bagatela de quase R$ 60 mil reais!
E esse é um valor comparado ao das mais caras safiras, diamantes, opalas, esmeraldas, entre outras pedras preciosas a partir das quais verdadeiras obras de arte são produzidas em todo o mundo!
Comida
Porém, à parte essas suas características, nome científico, entre outras singularidades como estas que podemos observar nessas fotos, sabemos que as ostras são populares mesmo é como fonte de alimentação; uma verdadeira estrela da culinária de diversos povos ao redor do mundo!
Elas são consideradas matérias-primas para a confecção de pratos exóticos, incomuns e inusitados da cozinha de países e culturas não menos exóticas e originais quando o assunto são as suas gastronomias.
Como Ocorre a Produção Industrial de Pérolas?
Acredita-se que o final do séc. XIX marca o início desse singular empreendimento de induzir, artificialmente, as ostras a produzirem pérolas.
E foi no Japão que a técnica mostrou-se exitosa, até ser adquirida pelos europeus, e mais tarde pela China – que tornou-se a maior produtora de pérolas do planeta.
Mas engana-se quem pensa que estamos falando de um processo fácil. Longe disso! Na natureza, por exemplo, apenas 0,01% de todas as ostras produzem pérolas regularmente; um processo que exige ainda longos e quase intermináveis 3, 4 ou até 5 anos para concluir-se!
Artificialmente, porém, o processo é menos problemático. Mesmo assim, boa parte das ostras que são estimuladas a produzirem pérolas rejeitam o material introduzido em seu interior; isso quando não morrem; o que faz com que essa seja, sem dúvida, uma missão especializada, e que é o que acabou contribuindo para que as pérolas ganhassem tamanho prestígio como uma das pedras preciosas mais valiosas do mundo.
A Produção
A produção dessas pérolas, de modo artificial, começa pela manutenção, em fazendas de água doce ou salgada, de uma comunidade especialmente criada para esse fim.
E o processo começa pela introdução, no interior das ostras, de uma substância chamada madrepérola, juntamente com um pedaço de tecido também de ostras, como forma de estimular a reação necessária para ao início do fenômeno.
Com o passar do tempo, esse material introduzido passa a ser revestido por outra, o nácar; em um processo que ocorre por uma reação do organismo desses animais a um corpo estranho que não podem expulsar, e por isso precisam neutralizar, em um dos fenômenos mais curiosos a ocorrer entre as espécies aquáticas do planeta.
A partir dos momentos iniciais da formação dessas pérolas, é preciso deixar que esse fenômeno mature por um tempo suficiente (quanto mais tempo melhor), a fim de que quantidades maiores da substância envolvam o núcleo, e com isso seja possível garantir pérolas vigorosas, brilhantes e com uma coloração bem mais saudável.
Processo de Produção
Porém, esse processo de produção de pérolas também pode ocorrer artificialmente em água doce (outra curiosidade!); mas, nesse caso, são utilizados mexilhões no lugar de ostras, e que da mesma forma deverão receber núcleos e restos de outros moluscos a fim de que produzam as mesmas reações.
Esses mexilhões são colocados dentro d’água; muitas vezes por até 3 ou 4 anos; a fim de que iniciem o processo de maturação.
Como dissemos, quanto mais tempo maior a garantia da produção de pérolas – algo como um mínimo de 3 anos; o que geralmente resulta em sucesso em cerca de 1/3 desses mexilhões.
Mas se essa maturação estender-se por 4 ou 5 anos, a produção pode beirar os 70 ou 80%! para a formação de pérolas com cerca de 7mm, e ainda com a possibilidade de poder reaproveitar os mexilhões para mais 2 ou 3 empreitadas como essa.
Tudo Sobre a Produção de Ostras no Brasil e no Mundo
À parte os seus nomes científicos, aspectos físicos, entre outras características que podemos observar nessas fotos, cabe aqui abrirmos um parêntese para tratar das características da criação de ostras na atualidade.
Crassostrea Gigas
E Santa Catarina é quem recebe o troféu de maior produtora de ostras do Brasil. São cerca de 95% do total da produção, com destaque para a “Ostra-do-pacífico” (a Crassostrea gigas); a espécie eleita como a que mais se destaca nesse cenário, muito por conta da sua capacidade de adaptar-se bem ao clima frio do sul do país.
A produção no estado é, na sua grande maioria, reservada para o consumo interno; enquanto o restante é exportado para os estados do Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, para abastecer restaurantes (a maior utilização) especializados em frutos do mar dos mais variados tipos.
Mas não é só no Brasil que a Crassostrea gigas domina a cultura de ostras. Na verdade essa é a espécie mais cultivada no mundo, muito por causa da sua facilidade de crescimento, capacidade de adaptar-se aos mais diversos tipos de climas, além da qualidade das pérolas que ela é capaz de produzir.
Crassostrea Angulata e Ostrea Edulis
Livre da concorrência com as variedades Crassostrea angulata e Ostrea edulis (espécies que já estiveram entre as mais populares na Europa), agora a Ostra-do-pacífico (seu nome popular) segue absoluta desde que os europeus a descobriram no Japão (onde até hoje é popular) nos idos dos anos 70.
Mas hoje a Europa encontra-se atrás da China (o grande produtor) quando o assunto é a criação de ostras; assim como está atrás também da Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos – as principais potências na atividade.
Mas eles também são pioneiros na manipulação genética desse gênero de animais com vistas a produzir espécies mais fortes, com rápido crescimento, resistência e com maiores taxas de sucesso durante a cultura.
Apesar do sucesso da criação de ostras nesses países, todos são unânimes ao afirmar que essa é uma das culturas mais problemáticas entre as espécies aquáticas brasileiras.
Isso porque é grande a taxa de mortalidade, mesmo entre as criadas em cativeiro. Sem contar o fato de que uma ostra só desenvolverá uma ou duas pérolas em seu interior depois de longos 3, 4 ou até 5 anos!
E ainda com uma elevada taxa de rejeição dos fragmentos introduzidos em cada indivíduo; o que configura-se como uma das razões para o alto preço da iguaria, que pode chegar à bagatela de R$36,00 o quilo, enquanto um prato à base de ostras aos exorbitantes 30 euros.
Curiosidades
O curioso é que algumas espécies desse animal apresentam uma características sexual, digamos, bastante sui generis.
Sabe-se, por exemplo, que elas podem apresentar ambos os órgãos sexuais, o que faz com que desenvolvam-se como machos durante a fase larvar e juvenil, e fêmeas durante a fase adulta; em um dos processos mais curiosos que podem ser observados no seio da natureza selvagem.
Mas, antes de atingir esses estágios, como dissemos, elas terão que sobreviver ao assédio dos seus principais predadores, entre eles o homem. Pois, para a cultura de ostras, é necessário que esses animais sejam retirados do mar ainda na fase larvar, para serem cultivados apenas quando atingirem alguns milímetros de comprimento.
As Singularidades dessa Cultura
A produção de ostras, como não poderia ser diferente, é cheia de singularidades.
Após a coleta das larvas nas profundezas dos mares e oceanos, as espécies ainda poderão ter que passar algum tempo em reservatórios para a reprodução, a fim de garantir que uma quantidade suficiente de ostras realmente desenvolvam-se, fortes e vigorosas – e para que a produção possa verdadeiramente ocorrer em um sistema industrial.
Esses reservatórios deverão ser adequadamente mantidos a uma temperatura elevada, de preferência entre 25 e 30 °C; e ainda abastecidos com quantidades ideais de algas e microalgas, que serão a principal fonte de alimento dessas larvas durante os seus desenvolvimentos.
Desenvolvimento
E elas se desenvolverão! Atingirão a maturidade e continuarão liberando os seus gametas masculinos e femininos para novas reproduções! Para que assim novas larvas sejam produzidas! Em uma rotina que exige paciência, alto controle dos processos e o uso do que há de mais moderno em tecnologia para esse tipo de empreitada.
E é curioso notar como, à media que vão crescendo, essas ostras começam a procurar onde fixarem-se (como é típico desses animais).
Por isso mesmo esses tanques devem ainda contar com estruturas capazes de funcionar, adequadamente, como imitações de rochas, recifes de corais, ou até mesmo outras estruturas que possam fazer as vezes de um “substrato” capaz de suportar esses animais quando eles atingem a fase adulta.
Um Processo Singularíssimo
Dentre os principais métodos utilizados para a criação de ostras, podemos destacar a “cultura em suspensão”, na qual as ostras, mexilhões, ou qualquer espécie cultivada para o mesmo fim, permanecem fixos em cordas nos mares ou reservatórios.
E tudo o mais que se sabe sobre a criação de ostras é que ela ainda pode ser levada a cabo por outros métodos (menos apreciados), como o da “Sobreelevação”, no qual os indivíduos são acondicionados em redes; a “Cultura em águas profundas”, na qual elas são mergulhadas a profundidades superiores a 10m.
Temos também a “Cultura sobre o solo”. Nesse tipo de cultura será necessário esperar a maré baixa para que as larvas sejam melhor acondicionadas enquanto não recebem o vigor das águas (o que muitas vezes causa grandes perdas).
E após todo esse procedimento (ao final de 1 ano e meio ou 2 anos), já é possível recolher essas ostras com o tamanho e robustez ideais para a comercialização.
É quando, então, elas podem ser exportadas para abastecer restaurantes e supermercados, ser utilizadas no segmento de joalheria, ou mesmo trituradas e consumidas como uma das principais fontes de cálcio da natureza – uma das principais curiosidades que podemos encontrar acerca dessa singular família Ostreidae.
O Perigo Que Elas Escondem
E como todas as espécies da fauna e da flora do planeta, à parte as suas características físicas, biológicas, genéticas, entre outras particularidades que infelizmente não podemos apreciar por meio dessas fotos e imagens, as ostras também são cercadas por algumas controvérsias que cabe aqui destacar.
E uma delas trata dos riscos da criação de ostras em águas poluídas, pois hoje já se sabe que elas possuem uma capacidade toda especial de acumular, com mais facilidade do que outras espécies, grandes quantidades de bactérias, protozoários, vírus, fungos, substâncias químicas, entre outros micro-organismos patológicos.
E essa foi uma descoberta científica obtida após estudos como o realizado em Florianópolis e publicado no Ecotoxicology and Environmental Safety, e que não deixa dúvidas sobre essa singular capacidade das ostras de funcionar como uma verdadeira “esponja” no fundo dos oceanos.
E o pior é que mesmo em locais com baixos índices de poluição e coliformes fecais as ostras utilizadas no estudo apresentaram quantidades significativas de vírus e bactérias; e quando colocadas em locais como lagos, lagoas, reservatórios improvisados, entre outras estruturas semelhantes, aí é que a coisa tornou-se dramática!
Talvez pelo fato de serem animais filtradores, e que por isso passam os dias de forma passiva recebendo todo o tipo de material que lhes chega, essas ostras acabam ingerindo grandes quantidades de substâncias químicas, além de restos vegetais contaminados com essas substâncias; o que faz com que essa sua capacidade de filtragem às vezes acabe tornando-se bastante controversa.
E para piorar, ainda mais, esses restos vegetais contaminados, uma vez fixados no tecido das ostras, acabam encontrando ali uma excelente proteção contra agentes bacterianos, antimicrobianos, e até mesmo contra os raios do sol; o que torna ainda mais problemático o tratamento desses animais.
Contaminações
Enxofre, mercúrio, ferro, pesticidas, entre outras composições da mesma forma danosas, encontram nas brânquias das ostras um lugar extremamente confortável, onde acabam concentrando-se em níveis até maiores do que os da água onde elas são criadas.
E essa é uma das razões pelas quais a ingestão de ostras cruas seja totalmente condenada pelos principais órgãos sanitários do mundo.
A Universidade Federal de Santa Catarina (o estado responsável por quase 95% de toda a produção de ostras no país) foi um dos responsáveis pelo estudo, em parceria com o Centro de Ciências Agrárias, o Núcleo de Estudos em Patologia Aquícola e o Laboratório de Biomarcas de Contaminação Aquática.
Além de outros órgãos e laboratórios que da mesma forma trabalham com o cultivo de moluscos, inclusive mexilhões. E todos eles são praticamente unânimes ao apontar os riscos do consumo de ostras in natura, ou mesmo mal cozidas e criadas em ambientes cujos índices de poluição seja exorbitantes.
Uma Cultura Controversa
E para que o estudo demonstrasse resultados que fossem minimamente confiáveis, foi necessário analisar a água onde essas ostras costumam ser criadas; e depois, em um ambiente controlado pelos pesquisadores, por cerca de 2 semanas, esses animais tiveram que passar por novos e mais detalhados testes.
E os resultados não deixam dúvidas: resíduos de petróleo, enxofre, mercúrio, ferro, vírus, bactérias, coliformes fecais, ureia, protozoários, entre outros agentes tão ou mais danosos, foram encontrados em níveis muito superiores aos permitidos por lei na água recolhida.
Os testes microbiológicos apontaram, por exemplo, níveis de coliformes fecais superiores a 200 por 100mm de água, mais de 0,1 mg/l de alumínio na mesma quantidade, além de níveis perigosos de sólidos totais e micro-organismos patológicos.
Entre esses micro-organismos, chamou bastante a atenção a quantidade de agentes como o norovírus, adenovírus, o vírus da hepatite A, os coliformes fecais, o Cryptosporidium spp e o poliomavírus.
Problemas
Além de outros agentes responsáveis por distúrbios como gastroenterite, conjuntivite, infecções respiratórias e intestinais, transtornos do fígado, rins, pâncreas, entre outros órgãos que estão entre os mais afetados por esses tipos de agentes.
E uma coisa observada pelos pesquisadores diz respeito às causas dessa contaminação das ostras.
O que se descobriu foi que ela em muito se deve à penetração de esgoto doméstico e derivados de petróleo nos criadouros; o que nos leva à conclusão de que a simples atenção às condições em que esses criadouros são mantidos pode ser o suficiente para debelar, de vez, esse tipo de transtorno.
Como ao Menos Amenizar o Problema
E tudo o mais que se pode dizer sobre essa contaminação das ostras, ou melhor, sobre como tentar ao menos minimizar os transtornos resultantes de uma possível contaminação, é que o cozimento ainda é a arma mais poderosa nessa luta.
Um cozimento em temperaturas superiores a 90°C pode ser suficiente. E o cozimento no vapor, por exemplo, além de saudável e deixar a comida mais saborosa, ainda é capaz de destruir todos os tipos de vírus, fungos, protozoários, bactérias, coliformes fecais, entre outros agentes patológicos.
Já com relação aos metais, pesticidas e demais compostos orgânicos, a coisa fica mais complicada, pois altas temperaturas nada podem contra essas substâncias.
Portanto, a recomendação aqui é certificar-se de que essas ostras estão realmente sendo cultivadas em ambientes aquáticos livres de qualquer risco de contaminação.
Pois o problema maior, nesse caso, é que uma das características dos metais pesados e dos pesticidas é que eles, em ambiente aquático, sofrerem transformações moleculares que acabam levando à formação de outros subprodutos.
Dicas
Logo, para tentar eliminá-lo você terá que lançar mão de estratégias como a de esterilizar a água com raios ultravioletas, por exemplo. Esses raios são aplicados diretamente nos tanques contendo as ostras, ou mesmo nos estabelecimentos comerciais onde essa iguaria costuma ser vendida ou servida.
E essa até agora tem sido a técnica mais exitosa, já que as estratégias conhecidas (quando o assunto são agrotóxicos), como a desinfecção com hipoclorito de sódio e bicarbonato, não se mostram nem um pouco eficazes para esses casos.
Tudo Sobre o Consumo de Ostras
Além das características biológicas, físicas e genéticas das ostras (como podemos observar nessas fotos), em seus diversos tipos, espécies e nomes científicos, devemos também chamar a atenção para as minúcias que envolvem o consumo dessa iguaria em praticamente todos os continentes.
Apesar de não estar entre os frutos do mar mais consumidos e apreciados no Brasil (longe disso!), as ostras também têm sim os seus admiradores. E o que eles dizem é que elas são uma delícia! seja no vapor, grelhadas, cozidas, refogadas, em moquecas, sopas, caldos, e onde quer que a criatividade possa levar.
E não é a reação que elas causam ao paladar a grande arma das ostras. Elas também são famosas por serem fontes incomparáveis de cálcio, proteínas, vitamina C, zinco, magnésio, fósforo, ferro, cobre, além de incontáveis outras substâncias.
E uma curiosidade acerca do cultivo dessas ostras diz respeito ao fato de que elas podem apresentar sabores e consistências em muito relacionados com a região e a forma de cultivo.
É uma característica que, obviamente, conta como mais um ponto a favor desse fruto do mar entre os admiradores de uma das iguarias consideradas mais exóticas e cercadas por mitos de toda a fauna da hidrosfera terrestre.
Interessante é entendermos, também, que as ostras, como qualquer fruto do mar, só conservam bem as suas características enquanto estiverem imersas em seu ambiente natural. Portanto, longe do ambiente aquático elas quase que imediatamente começam a apresentar algum nível de degradação.
Logo, consumi-las em poucas horas após serem pescadas configura-se como um dos principais mandamentos para quem quer que deseje aproveitar melhor os seus incríveis predicados sem os diversos transtornos que elas podem causar à saúde; que são como um “presente” concedido pelos diversos agentes patológicos quando começam a manifestar-se nessa espécie.
O Consumo Correto
E tudo o mais que se sabe sobre o consumo de ostras, à parte as suas características, nome científico, fotos, entre outras especificidades, diz respeito à necessidade de dar sempre preferência ao consumo fresco dessa iguaria.
É somente assim que podemos apreender melhor a sua explosão de sabor, as doses exorbitantes de vitaminas e sais minerais, a sua textura e consistência originalíssimas, entre outras características que tornam esse molusco uma variedade única entre todos os frutos do mar atualmente conhecidos.
Ostras ou larvas importadas também fazem parte da cultura dessa espécie no Brasil. O problema aqui está no fato de que essas, por terem que desenvolver-se em uma ambiente estranho, necessitam de uma maior interferência humana.
Enquanto isso as espécies típicas de cada país podem simplesmente ser recolhidas do fundo dos mares e oceanos de forma totalmente natural, com os seus sabores e texturas preservados, além de uma série de características que só os frutos do mar nativos podem apresentar.
Outra coisa importante a saber sobre tudo o que diz respeito ao consumo de ostras, é que até mesmo o ambiente onde elas são cultivadas podem (e vão) interferir na potência do seu sabor.
E só para lembrar, as ostras podem ser cultivadas artificialmente em mangues, reservatórios, mar aberto, baía, em ambientes calmos, agitados…
E, acreditem, todos esses fatores interferem no tamanho e no sabor da iguaria; assim como também interfere a prática de criar uma espécie asiática no ambiente tipicamente tropical brasileiro. Ou então começar uma criação de ostras na Europa com espécies só encontradas na África. Situações que podem fazer com que a qualidade do produto oferecido caia sensivelmente.
Como Prepará-las
As ostras costumam ser consumidas empanadas, em sopas, caldos, gratinados, grelhados, entre outras técnicas que exigem temperaturas altas – e, portanto, exigem um cuidado na administração dessas temperaturas.
Saiba que uma das principais consequências desse excesso é o prejuízo na consistência das ostras, que tornam-se rígidas e difíceis de serem saboreadas para a apreciação das suas qualidades.
E se for consumi-las in natura não esqueça dos conselhos listados acima, como, por exemplo, certificar-se de que está consumido um produto obtido de criadouros confiáveis, nos quais os níveis de poluição são comprovadamente controlados.
Pois, acreditem, somente dessa forma será possível fazer com que o prazer de consumir frutos do mar como as ostras não transforme-se num tormento com consequências dramáticas para a sua integridade física.
Agora, caso observe com atenção esses cuidados, o que você irá apreciar é um verdadeiro “manjar dos deuses”, principalmente quando em companhia de algumas gotas de limão, ou então com alguma outra especiaria leve (para não competir com a explosão de sabor das ostras).
E para os alérgicos, cabe chamar a atenção aqui para o fato de que as ostras estão entre as espécies que mais desencadeiam processos como esses entre os frutos do mar conhecidos.
Portanto, a dica aqui é, à primeira desconfiança de que pode ser alérgico a ostras, procurar um especialista capaz de prescrever as melhores formas de identificar o transtorno e tratá-lo adequadamente.
E jamais esquecer de certificar-se sobre como elas foram criadas, mantidas, alimentadas, transportadas, armazenadas, entre outros cuidados que podem fazer toda a diferença, principalmente para quem mantém o hábito de consumir esse tipo de iguaria com alguma frequência.
Os Principais Benefícios das Ostras
As ostras fazem parte da chamada “Dieta do Mediterrâneo”. Por isso mesmo é fácil avaliar o valor nutricional desse fruto do mar famoso por ser um daqueles capazes de contribuir para a longevidade de um indivíduo.
Apesar de não estar entre as iguarias mais populares e conhecidas no mundo, o que os nutricionistas garantem é que as ostras podem (e devem) ser incorporadas à dieta do ciadão comum, muito por conta das suas altas taxas de vitaminas, cálcio, proteínas, omega 3, entre diversas outras substâncias abundantes na iguaria.
Com relação ao ômega 3, por exemplo, não precisa nem lembrar da sua capacidade incomparável de reduzir o famigerado colesterol ruim (o LDL) e aumentar o bom (o HDL).
Isso sem contar o controle que ele ajuda a fazer da pressão sanguínea, o seu potencial anticoagulante, um protetor insuperável do coração, além da descoberta recente de que essas substâncias podem ajudar como um coadjuvante no tratamento da depressão e ansiedade.
Mas, além dessas características até aqui citadas, que envolvem o seu nome científico, aspectos da sua genética, singularidades biológicas, entre outras peculiaridades como essas que podemos observar nessas fotos, também chamam a atenção nas ostras as suas quantidades exorbitantes de sais minerais.
O ferro, por exemplo, é um deles, encontrado em grandes quantidades nessa espécie. E bastar saber que, para cada 100 gramas do produto, cerca de 8 ou 9 gramas de ferro podem ser encontrados; e isso representa quase o total da substância recomendada diariamente para indivíduos adultos (10 gramas para homens e 15 gramas para as mulheres).
Mas a coisa não para por aí! Tudo o que falamos até aqui sobre o potencial nutritivo das ostras ainda deverá levar em consideração o fato de que ela também é um verdadeiro manancial de vitamina C – a substância necessária para que todo esse ferro seja absorvido adequadamente.
E não podemos esquecer que as ostras também são consideradas iguarias afrodisíacas. E a razão disso parece estar nas suas altas concentrações de zinco, que, entre outras coisas, contribuem para a produção, sempre constante, de testosterona e outros hormônios sexuais.
Curiosidades
Como não poderia ser diferente, à parte as suas características físicas, aspectos biológicos, singularidades genéticas, entre outras peculiaridades que, infelizmente, não podemos apreciar por meio dessas fotos e imagens, sabemos que as ostras estão entre as espécies mais envoltas em lendas, crendices e curiosidades dentre todas as espécies da fauna do planeta.
Uma delas diz, por exemplo, que Afrodite, a Deusa do Amor entre os gregos, teria surgido entre as espumas do mar sobre uma concha (provavelmente uma Pectinidae ou “vieira”), e depois levada até à praia por Zéfiro, Deus dos Ventos, em um das passagens mais marcantes da mitologia grega.
Já outra nos conta que, para os egípcios da Antiguidade, passar os seus dias a recolher conchas, incansavelmente, podia ser uma excelente forma de adquirir uma espécie de ampliação do tempo de vida na terra, já que, supostamente, o tempo que se gasta em recolher essas espécies não é descontado pelos deuses não hora de acertar as contas com os mortais.
Na verdade as conchas, para os egípcios, são gêneros dos mais apreciados quando o assunto é a criação de lendas, mitos e crenças.
Uma outra diz, por exemplo, que o indivíduo que fosse enterrado com conchas no lugar dos olhos chegaria até o outro lado com a visão incrivelmente ampliada.
Mas se um governante da China antiga quisesse garantir que teria recursos para gastar à vontade do outro lado da vida, era muito simples. Bastava enterrá-lo com a boca repleta de pequenas conchas, que seriam como uma injeção de recursos para as necessidades da vida após a morte.
As conchas ainda podem simbolizar fertilidade para as populações do nordeste e leste da África, bem como da Península Arábica e do sul da Ásia. Mas elas também podem ter esse significado em algumas regiões da Campânia, no sul da Itália.
Nas Ilhas Nansei, no Japão, elas também podem ser a garantia de que uma mulher atravessará um parto nas melhore condições possíveis, caso em cada uma das mão elas esteja acolhendo uma variedade de Cypraea tigris durante esse evento.
Isso sem contar um sem número de outras crenças ligadas ao poder das conchas de evocar os espíritos e ajudar a obter bens e prosperidades materiais, servir como adorno e ornamentação de templos sagrados, para espantar espíritos malignos e fazer parte do conjunto de materiais e objetos utilizados em rituais sagrados.
E ainda ter sido uma das razões pelas quais o temido e controverso ditador romano Júlio César invadiu a Bretanha no distante ano de 55 a.C. (para o saque do estoque de pérolas da nação).
E poderíamos ficar aqui por ainda um longo tempo a listar as inúmeras curiosidades que cercam essa comunidade de moluscos típicos das águas salgadas dos mares e oceanos do planeta.
Uma família ainda pouco conhecida, mas que hoje tornou-se um símbolo da gastronomia exótica em todo o mundo.
Mas que tornou-se famosa, também, por ser uma comunidade capaz de oferecer um subproduto que nenhuma outra pode sequer sonhar em produzir na natureza: As pérolas. Um dos fenômenos mais singulares e originais que podem ser observados na natureza selvagem.
Fontes:
https://www.infoescola.com/moluscos/ostra/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ostra
https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Comida/Receitas/Ingredientes/noticia/2019/08/ostras-conhecas-os-tipos-formas-de-preparo-cuidados-essenciais-e-receitas.html
http://www.api.org.br/conferences/index.php/ISTI2016/ISTI2016/paper/viewFile/80/25
http://www.conchasbrasil.org.br/materias/con_histor.asp
https://www.valor.com.br/cultura/blue-chip/4331490/perolas-douradas-sao-mais-raras-e-caras
https://blog.magnificajoias.com.br/fazenda-de-perolas-conheca-o-processo-de-fabricacao/