Quase tudo o que se diz sobre as águias está, de alguma forma, relacionado com os seus seus incríveis atributos. Ela é uma das maiores aves de rapina do planeta – um perfeito exemplar da imensa família Accipitridae, que abriga mais de 230 espécies, entre as quais, vários gêneros de gaviões, abutres e milhafres.
É uma verdadeira “força da natureza”, “a Rainha dos Céus”, a “Rainha das Aves”, capaz de nos apresentar exemplares como a gloriosa Harpia-Harpyja (ou “Gavião-Real”), capaz de atingir 9 kg de peso, 1 metro de altura e uma envergadura que pode chegar aos vertiginosos 2,4 m.
Como predadoras elas são quase insuperáveis, como espécies carnívoras, com as suas longas presas afiadas e em forma de ganchos, bico afiado (e também em forma de gancho), um voo rasante e um ataque certeiro – do qual as suas presas dificilmente conseguem escapar.
E como se tudo isso que foi dito até aqui sobre as águias não bastasse, elas ainda contam com o seu famoso “cartão-de-visitas”: Uma visão poucas vezes encontrada em outras espécies na natureza, e que até contribuiu para preencher o imaginário popular desde os tempos mais remotos.
É no Brasil – mais especificamente nas Américas – que estão praticamente todas as espécies conhecidas. Aqui podemos encontrar cerca de 50 delas, entre as quais, a Harpia (Harpia harpyja), o Uiraçu (Morphnus guianensis), o Gavião-de-Penacho (Spizaetus ornatus), o Gavião-Pato (Spizaetus melanoleucus), o Gavião-Pega-Macaco, a Águia-Pescadora, entre várias outras espécies diferentes e bastante originais.
Apesar de parecerem tão distantes da nossa realidade, na verdade as águias são quase espécies típicas do Brasil, pois, das 70 espécies existentes no mundo, cerca de 70% estão, nesse momento, planando, vaidosamente, sobre os trechos que ainda restam de Mata Atlântica brasileira, as bordas de florestas da região Centro-Oeste e as exuberantes florestas abertas do norte do país.
Assim como a imensidão da Floresta Amazônica, o cerrado mineiro, os campos naturais, entre outras vegetações desse imenso continente chamado Brasil.
Tudo o que se Diz Sobre o Caráter Mitológico das Águias
As águias, juntamente com as serpentes, podem muito bem serem eleitas as principais representantes desse universo mitológico criado pelo homem – e também de tudo o que esteja relacionado com mistério, religiosidade e magia.
O povo Celta as citava sempre que queria retratar o renascimento ou a transformação em algo superior. Na Grécia Antiga ela era, simplesmente, o animal que representava o poderoso Zeus – o “Deus dos Deuses”. Já os Egípcios a tinham como o símbolo de eternidade ou de imortalidade – a depender da sua interpretação.
Enfim, tudo o que se sabe sobre a força e agilidade das águias logo é associado a força e poder entre os homens. Seja no esporte, na vida política, na filosofia, no mundo dos negócios…Seja onde for, um símbolo ou desenho de uma águia logo significará que ali existe nobreza, agilidade, força, visão, perspicácia, sagacidade, dignidade, além de inúmeras outras qualidades, poucas vezes encontradas, mais bastante apreciadas pelo homem.
Mas também qualidades como: perseverança, confiança e grande autoestima podem muito bem ser associadas a essa espécie que, para os antigos cristãos, era apenas e tão somente a “Mensageira de Deus.”
Mais Curiosidades Sobre as Águias
Como vimos, até aqui, tudo o que se diz sobre as águias, de uma forma ou de outra, está relacionado com algum tema mítico ou sagrado.
Por exemplo, na literatura da Europa Medieval, praticamente todos os heróis, anjos e arcanjos são, de alguma forma, simbolizados por ela.
A águia também já ganhou o status de “aquela que substitui o sol”, para algumas expressões religiosas do leste europeu. E, para a antiga nobreza, não havia símbolo melhor do que as águias para ornarem os seus gloriosos e veneráveis brasões.
Até mesmo na misteriosa e distantes mitologia nórdica a águia está lá, a simbolizar a elevação aos céus, em contraposição à serpente, que é a terra. Ambas ajudando a compor a árvore sagrada Yggdrasill (no topo e na base, respectivamente), cujo significado é o de representar todo o Universo, com os diversos mundos que o compõem.
Há uma lenda que diz que as águias (que são capazes de viver até os assustadores 70 anos), logo que chegam aos 40 precisam iniciar um curioso processo de renovação, que envolve desfazer-se das suas penas (velhas e cansadas), das suas unhas (frágeis e muito grandes) e do seu bico (agora encurvado e bastante longo).
Para ela, nessa fase, é morrer ou tentar renovar-se! E o que se diz é que elas escolhem justamente essa segunda opção! E para isso exilam-se em alguma montanha ou cone de um vulcão inativo por cerca de 6 meses, a fim de pôr em prática esse singular processo de renovação.
Renovação que começa ao arrancar o seu bico (por meio de golpes nas rochas), as suas unhas (agora com a ajuda do bico) e, por fim, as suas penas (agora que possui unhas fortes e renovadas para isso).
Após concluído todo o processo, ela simplesmente alça voo, discreta e sem fazer alarde, livre e solitária, com toda a dignidade e imponência que lhe são características – em um processo que costuma ser utilizado como fonte de inspiração e atitude positiva a ser copiado por todos os indivíduos.
Tudo o que se Sabe Sobre as Características das Águias
Um dos motivos pelos quais as águias são tão respeitadas, é o fato de que elas estão no topo da cadeia alimentar. Isso que dizer que não possuem predadores naturais – elas é que são um verdadeiro terror para cobras, coelhos, esquilos, marsupiais, marmotas, macacos, entre outras várias espécies de mamíferos de pequeno porte.
Quanto ao processo reprodutivo das águias, não é fácil caracterizá-lo, pois isso irá depender de cada espécie. Porém, tudo o que se sabe sobre o processo reprodutivo das águias, é que elas dão preferência a grandes montanhas, topos de vulcões inativos ou imensas árvores – solitários e silenciosos – quando chega a hora de pensar em fazer os seus ninhos.
O início do ano geralmente é a época do acasalamento. Entre março e abril elas costumam por entre 1 e 3 ovos, que serão incubados por no mínimo 40 dias. Cerca de 80 dias depois, os filhotes já estarão livres para correrem para a vida.
Uma vida que pode durar entre 50 e 70 anos (nesse último caso, em cativeiro), sobrevoando imensas planícies e vegetações (principalmente americanas).
Em voos que podem atingir os inacreditáveis 110km/h, para a caça de diversas presas, inclusive, animais de grande porte, como antílopes, alces, veados, porcos, javalis, macacos, entre outras espécies, que também não estão livres de se tornarem, em situações extremas, vítimas da força e violência das suas poderosas garras.
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