Um tuco-tuco é um tipo de roedor neotropical da família de nome Ctenomyidae. Ele pertence ao único gênero vivo da família, o Ctenomys. Este, incluem aproximadamente 60 espécies diferentes. O nome comum, “tuco-tuco” vem do som “tuc-tuc” que esse animal faz enquanto cava sua toca.
Esses pequenos são encontrados na América do Sul, mais especificamente no Peru e no Brasil central para o sul. Os tuco-tucos americanos têm um papel ecológico equivalente ao dos esquilos da América do Norte.
Eles são animais comumente diurnos, alternando as atividades com os períodos de descanso ao longo do dia. Por serem muito interessantes, preparamos uma série de informações a respeito deles. Confira a seguir no artigo.
Habitat do Tuco-Tuco
Membros do gênero Ctenomys são amplamente distribuídos, mas mais de 50 das espécies podem ser vistas na metade sul-americana. Eles podem ser vistos em muitas áreas sulistas, tais como:
- Peru;
- Brasil;
- Chile;
- Uruguai;
- Paraguai;
- Bolívia;
- Argentina.
Suas faixas ocorrem desde pastagens costeiras até encostas de montanhas, incluindo a Puna Andina a mais de 4000 metros. O habitat do tuco-tuco depende de fatores como:
- Tipo de solo;
- Temperatura ambiente;
- Produtividade primária.
A única distribuição simpátrica desse gênero ocorre entre o C. talarum e o C. australis em uma região costeira de dunas.
Esses animais vivem em tocas escavadas e passam boa parte (até 90%) da vida no subsolo. Estima-se que eles representem cerca de 45% de todos os roedores subterrâneos do mundo.
A toca do tuco-tuco mantém um nível de temperatura e umidade razoavelmente constante, independente da região geográfica. Para escavar o solo, ele tem muitas adaptações morfológicas, incluindo:
- A forma do corpo;
- Os olhos reduzidos;
- Os membros fortes.
Sua olfação é aumentada e é usada para ajudar a se orientar durante a escavação e o estabelecimento de um território. As duas técnicas que a espécie usa para cavar são as patas e os dentes. Uma combinação dos dois métodos é frequentemente vista como forma comum.
Características Físicas dos Tuco-Tuco
O tuco-tuco tem o corpo cilíndrico e as pernas curtas. Sua pelagem varia de preto a cinza claro. Sua pele é maleável, possivelmente para ser capaz de deslizar dentro dos túneis que ele cria.
Esse animal tem pés dianteiros compridos para cavar e pés traseiros eriçados para aparar. Ele também tem cabeças grandes, orelhas pequenas e as caudas peludas. Seu corpo varia em tamanho de 15 até 25 cm de comprimento e pode pesar de apenas 100 gramas a mais de 1 kg.
Eles procuram comida comumente cavando algumas passagens subterrâneas. Devido ao alto custo energético da busca de alimentos, sua dieta é bastante ampla.
Reprodução dos Tuco-Tucos
Um exemplar de tuco-tuco reconhece claramente os sinais químicos que são interespecíficos das pistas sexuais na:
- Fezes;
- Urina;
- Aparas de madeiras sujas.
Cada sexo faz a distinção dos aromas de um mesmo sexo e dos outros sexos também. Além do mais, o animal identifica os estados reprodutivos dos indivíduos do sexo oposto, selecionando-os por meio dos sinais químicos.
Quanto ao comportamento do acasalamento, isso depende de uma boa quantidade em vocalizações. Apenas os machos emitem o som de “tuc”, que origina o nome da espécie: tuco-tuco.
O som consiste em diversos sons “tuc”, durando cerca de 10 a 20 segundos. Eles servem para estabelecer os espaçamentos de indivíduos machos na área.
Testes de paternidade usando análise de DNA e análises do tamanho dos testículos mostraram que os machos são políginos. Isso quer dizer que um único exemplar é encontrado com ninhadas de filhotes com várias fêmeas.
Geralmente, a espécie é solitária, e somente um indivíduo mora em cada toca. Entretanto, durante as estações de reprodução, fêmeas e machos convivem perfeitamente.
Diversidade do Gênero
Entre suas características mais notáveis está o fato de vários membros do gênero exibirem níveis diferentes de variabilidade genética e sociabilidade. A maioria dos exemplares é solitário. No entanto, alguns são semi-sociais ou sociais.
Há uma tendência para boa parte dos tuco-tucos sociais terem a menor variação genética. Embora os processos por trás de sua diversificação sejam desconhecidos, sugere-se que esse animal esteja entre os mamíferos mais diversamente especificados, em grande parte devido a rearranjos cromossômicos e especiação rápida desde seu surgimento.
Alguns Tipos de Tuco-Tuco
- Tuco-tuco argentino (C. argentinus);
- Tuco-tuco do sul (C. australis);
- Tuco-tuco boliviano (C. boliviensis);
- Tuco-tuco brasileiro (C. brasiliensis);
- Tuco-tuco avermelhado (C. frater);
- Tuco-tuco malhado (C. latro);
- Tuco-tuco de dentes brancos (C. leucodon);
- Tuco-tuco minúsculo (C. minutus);
- Tuco-tuco furtivo (C. occultus);
- Tuco-tuco das montanhas (C. opimus);
- Tuco-tuco peruano (C. peruanus);
- Tuco-tuco do rio Negro (C. rionegrensis);
- Tuco-tuco social (C. sociabilis);
- Tuco-tuco florestal (C. sylvanus);
- Tuco-tuco-de-colar (C. torquatus);
- Tuco-tuco robusto (C. tuconax).
Especificações do Animal
- Reino: Animalia;
- Filo: Chordata;
- Classe: Mamíferos;
- Ordem: Rodentia;
- Família: Ctenomyidae;
- Gênero: Ctenomys.
Pesquisas sobre extinções do tuco-tuco revelam uma deterioração acelerada da biodiversidade contemporânea. Esse problema ambiental urgente provavelmente será pior nas próximas décadas.
Os impactos das atividades humanas, embora de abrangência global, não são distribuídos uniformemente. Esses animais, em certas regiões geográficas, são identificados como mais ou menos ameaçados.
O objetivo dos esforços de biologia da conservação deve ser preservar os tuco-tucos e também os processos evolutivos e ecológicos responsáveis por formar essa espécie e que ainda estão atuando. Esses processos incluem:
- Variações no tamanho das populações;
- Suas áreas de ocorrência;
- Adaptações ao ambiente;
- Outros membros da comunidade local (presas, predadores, patógenos);
- Variações na estrutura geográfica ao longo do tempo (padrões demográficos e genéticos).
Portanto, populações de tuco-tuco, em diferentes áreas geográficas, podem se diferenciar geneticamente devido a:
- Barreiras ao fluxo gênico (rios, montanhas, habitats inadequados);
- Isolamento por distância (devido a limitações na capacidade natural de dispersão da espécie);
- Adaptação local (por seleção natural).
Vida Útil Desses Animais
Nas populações selvagens, a taxa de mortalidade geral é de 0,05 por semana. A probabilidade de sobrevivência durante o inverno é de 0,19, enquanto a probabilidade de sobrevivência durante o verão é de 0,38.
Com uma vida útil de 20 a 22 meses, os indivíduos raramente vivem mais de duas estações reprodutivas. Em cativeiro, o tuco-tuco desenvolve catarata e hiperglicemia. Até 40% desses indivíduos na colônia demonstram alterações de cunho ocular deterioradas. O nível de açúcar na corrente sanguínea pode aumentar em quase 75%. Curioso, não?