Os tucanos, em geral, são aves extremamente bonitas, mas, infelizmente, cada vez mais raras na natureza. Uma dessas espécies raras é o tucano da montanha com capuz, uma espécie de tucano pouco conhecida, mas muito interessante, e que será tema do nosso próximo texto.
Características Principais Do Tucano Da Montanha Com Capuz
Da família Ramphastidae, e de nome científico Andigena cucullata, essa espécie de tucano ainda pode ser encontrada nas florestas mais úmidas dos Andes, numa extensão que vai do sudeste do Peru até a parte central da Bolívia.
Em termos físicos, essa ave possui entre 48 e 50 cm de comprimento, e pode pesar de 220 a 380 gramas. Com relação à sua aparência, possui cauda marrom, asas esverdeadas e um colar azul-acinzentado na parte da nuca. Já a cabeça, assim como a ponta do bico possuem uma tonalidade azul mais escura, quase preta.
De um modo geral, essa ave aqui é bastante semelhante à espécie do tucano de peito acinzentado. Distingue-se apenas por conta de uma parte traseira, que no tucano da montanha com capuz é esverdeada. Inclusive, não se conhece nenhuma sobreposição geográfica entre essas espécies, o que poderia explicar as suas semelhanças físicas.
Esta espécie é raramente vista na natureza, mesmo tendo um habitat tão pequeno, indo do Peru até a Bolívia Central. Pouco se sabe, inclusive, a respeito de seus hábitos migratórios, porém, o mais provável é que essas aves migrem de altitudes mais altas para altitudes mais baixas.
Destacando ainda que anteriormente essa espécie havia sido descrita como pertencente ao gênero Pteroglossus, grupo do qual pertencem 12 espécies de araçaris, aves muitos semelhantes justamente aos tucanos. Tempos depois, a espécie foi enquadrada no gênero Andigena.
Risco de Extinção?
Mesmo sendo uma espécie bem pouco vista na natureza, muitos especialistas acreditam que o tucano da montanha com capuz não se encontra ameaçado de extinção, nem mesmo que esteja em estado de vulnerabilidade.
A tendência população dessa ave se mantém estável já a um bom tempo, então, ao contrário de outras espécies de tucanos, cuja taxa populacional vem diminuindo ano a ano, o tucano da montanha com capuz (pelo menos, até o momento) está livre do risco de uma extinção.
Porém, é bom destacar que a população dessa ave, até hoje, não foi plenamente quantificada. Ainda assim, estima-se que hajam mais de 10 mil exemplares espalhados em seus habitats naturais, o que não coloca a espécie, sequer, como vulnerável. Só lembrando ainda que a extensão dos territórios onde essa ave é encontrada é de aproximadamente 88.500 quilômetros quadrados.
Ainda assim, parentes distantes dessa ave estão ameaçados de extinção, como é o caso do tucano de bico preto, que vive nas florestas tropicais da América do Sul. Um dos principais motivos para o perigo que essa ave enfrenta é a destruição de seus habitats naturais, especialmente a derrubada de grandes árvores, que são basicamente a casa desses animais. E, claro, outro motivo é o tráfico de animais silvestres, já que o tucano de bico preto tem uma beleza exótica, típica das aves tropicais.
Reprodução E Nidificação Da Espécie
O ritual de acasalamento consiste basicamente em machos e fêmeas jogarem frutas um no outro, como numa espécie de competição. Quando finalmente ocorre a escolha entre os parceiros, os ninhos são construídos em partes ocas na altura das árvores. Em geral, o tucano coloca de 2 a 4 ovos, e que são depositados em cima de algumas lascas de madeira que forram os ninhos, cujo intuito é aumentar a temperatura do local.
Os machos também ficam com a responsabilidade de incubação desses ovos, mesmo que permaneçam pouco tempo nos ninhos (cerca de 1 hora mais ou menos). Os pais também compartilham a tarefa de alimentar os filhotes com frutas até, pelo menos, 8 semanas de vida.
Os bebês tucanos, inclusive, nascem cegos, e por volta de 2 ou 3 semanas é que passam a ter as características da espécie. O desenvolvimento completo das pequenas aves se dá por volta de 4 meses, com as penas começando a se expandir após umas 4 semanas de vida.
Ao nascer, uma das características desses filhotes é que possuem uma espécie de almofada acolchoada nos pés, o que permite que se mantenham elevados até conseguirem se desenvolver por completo.
As Outras Espécies Existentes De Tucanos Da Montanha
Além do nosso já conhecido tucano da montanha com capuz, existem outras aves também chamadas de tucanos da montanha e que pertencem ao gênero Andigena. Os tucanos da montanha, na verdade, são um gênero de aves pertencentes à família Ramphastidae, e que vivem basicamente nas florestas úmidas das mais altas terras dos Andes, região montanhosa localizada na América do Sul. Suas principais características são as cores vibrantes de suas penas, sendo que todas as aves que pertecem a esse gênero possuem uma superfície ventral cinza-azulada.
Uma dessas espécies é o tucano da montanha de peito cinza, cujo nome científico é Andigena hipoglauca. Ele vive nas florestas úmidas mais altas da Cordilheira dos Andes, podendo ser encontrado na Colômbia, no Equador e no Peru. A coloração das penas do corpo é castanha, possuindo um colarinho cinzento no pescoço. Vivem no topo das árvores, mas, de vez em quando, exploram o chão para forragearem.
Outra espécie é o tucano da montanha de bico preto, cujo nome científico é Andigena nigrirostris, podendo ser encontrado na Venezuela, na Colômbia, no Equador e no Peru. Dentro dessa espécie, existem três subespécies: A. nigrirostris, A. spilorhynchus e A. occidentalis. A parte da garganta dessa ave é esbranquiçada, e ela tem como hábito ficar nas copas das árvores, forrageando em pares, ou mesmo em pequenos grupos familiares.
E, por fim, temos o tucano da montanha de bico chato, de nome científico Andigena laminirostris, e que vivem em ambientes majoritariamente repletos de musgos e bromélias. Em geral, vivem em altitudes entre 1.200 m e 3.200 m, mas, às vezes, podem ser encontrados em locais mais baixos, de cerca de 300 m de altitude. A sua dieta é feita basicamente de frutas, e uma de suas características mais interessantes é que, durante o inverno, grupos de até 25 aves dessa espécies migram para as encostas mais baixas.