Também conhecido como tubarão-tintureira, o tubarão-azul habita águas profundas nos oceanos temperados e tropicais do planeta. Como esse tubarão prefere águas mais frias, ele migra para lugares distantes, podendo ir da Nova Inglaterra (Estados Unidos) até a América do Sul. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), essa espécie corre sério risco de extinção. Esse predador pertence à família Carcharhinidae e seu nome científico é Prionace glauca.
Apesar de normalmente serem lentos, eles podem “virar a chave” e se mover de forma muito ágil. Esses grandes predadores são conhecidos por suas ninhadas que variam de 25 a mais de 100 filhotes. Pequenas lulas e peixes são seus alimentos preferidos, apesar de também “almoçarem” vítimas maiores. Não se sabe ao certo, mas estima-se que esse animal possa viver até os 20 anos.
Principais Características
Tubarões-tintureira possuem um corpo leve, com longas barbatanas em seus peitorais. Assim como muitos tubarões, eles possuem contrastes em sua coloração: a parte superior do corpo é azul profundo, mais clara nas laterais e a parte inferior tem coloração branca. O macho da espécie cresce de 1,8 a 2,8 metros na fase adulta. Por sua vez, as maiores fêmeas adultas podem atingir até 3,3 m de comprimento. Grandes tubarões-azuis podem chegar a até 3,8m.
Além de alongado, o tubarão-tintureira é dono de uma estrutura esbelta. Ele pode pesar entre 27 e 55 kg (machos) e entre 93 e 182 kg (fêmeas). Ocasionalmente, uma fêmea com mais de 3 metros pode pesar 204 kg. O tubarão consegue regular a temperatura do próprio corpo de dentro para fora (ectotérmicos) e possuem um excelente olfato.
Apesar de ser um animal solitário, o tubarão-tintureira costuma nada em grupo quando faz viagens de longa distância. A distribuição desses grupos é por gênero e tamanho. Quando viajam pelo Oceano Atlântico, esses tubarões usam um sistema que imita um relógio para se guiarem.
Acasalamento e Reprodução
As ninhadas de tubarões podem variar entre quatro e 135 filhotes. A gestação costuma durar de nove até 12 meses. A maturidade sexual das fêmeas acontece a partir dos cinco anos. Por sua vez, os tubarões machos chegam nessa fase a partir dos quatro anos.
O ritual de acasalamento é feito por meio das mordidas que o macho dá na fêmea, já que espécimes maduros podem ser sexualmente precisos de acordo com a ausência ou com a presença de cicatrizes relacionadas à mordida. As fêmeas dos tubarões azuis desenvolvem uma pele três vezes mais grossa que a dos machos; isso as auxilia na adaptação a esse desagradável ritual.
Locais de Habitação
Esse tubarão é oceânico e, desde que esteja em águas tropicais e temperadas, pode ser encontrado em todo o planeta. O tubarão-tintureira pode nadar até 5500 km de distância e gosta de lugares que cheguem até os 350 m de profundidade. Ele costuma se aproximar da costa quando chega aos mares com águas temperadas. Isso facilita muito a vida dos mergulhadores que gostam de observá-lo. Por outro lado, quando ele chega aos mares tropicais, ele costuma habitar lugares mais profundos. Com exceção da Antártida, Tubarões-tintureira costumam viver nas costas de todos os outros continentes.
Variedade na Alimentação
As lulas são presas importantes para os tubarões-tintureiras, mas sua dieta inclui outros animais: chocos, polvos pelágicos, lagosta, camarão, caranguejo, um grande número de peixes ósseos, tubarões pequenos, carniça de mamíferos e ocasionais aves marinhas. Além disso, esses predadores podem também comer atum.
O tubarão-tintureira pode nadar em alta velocidade, permitindo que ele alcance a presa facilmente. Seus dentes triangulares permitem que ele segure facilmente presas escorregadias.
Relação com os Humanos
O ser humano não faz parte da dieta do tubarão-tintureira. Aconteceram poucos ataques e boa parte deles não foi mortal. Normalmente, quando um tubarão desse tipo ataca o ser humano, é por autodefesa ou por engano. Quando o tubarão percebe que o homem não é a presa que ele queria, ele costuma soltá-la, apesar de deixar um ferimento bem desagradável.
Aparentemente, os tubarões-tintureiras não se importam com a presença dos mergulhadores que se aproximam. Inclusive algumas dessas pessoas até tiram fotos com esses animais enquanto nadam junto com eles.
A conclusão disso tudo é que o tubarão-tintureira é praticamente inofensivo para os homens e quase não apresenta periculosidade para os seres humanos. Esse predador não gosta de consumir a nossa carne.
Comportamento no Cativeiro
Os tubarões-tintureiras, como a maioria dos tubarões pelágicos, tendem a não gostar do cativeiro. A primeira tentativa de manter esses animais em cativeiro foi no Sea World San Diego, em 1968. Desde então, um pequeno número de outros aquários públicos na América do Norte, Europa e Ásia fizeram essa tentativa.
A maioria deles ficou em cativeiro por cerca de três meses ou menos, e alguns deles foram devolvidos para a natureza posteriormente. O tempo recorde para os tubarões-tintureiras em cativeiro é de 246 e 224 dias para dois indivíduos no Tokyo Sea Life Park, 210 dias para um indivíduo no Aquário de Nova Jersey (EUA) e 194 dias para um indivíduo no Oceanário de Lisboa. Esses predadores se mostraram relativamente fáceis de alimentar em cativeiro. Os três principais problemas parecem ser transporte, predação por tubarões maiores e problemas para evitar superfícies lisas nos tanques.
Pequenos tubarões azuis, com até 1 m de comprimento, são relativamente fáceis de transportar para aquários, porém, a situação de transporte se complica quando se trata de indivíduos maiores. Um problema para os tubarões pequenos nos aquários é que eles são altamente vulneráveis à predação por outras espécies de tubarões que também são mantidos nesses lugares.
Por exemplo, vários tubarões-tintureira foram mantidos no Sea World San Diego. Inicialmente, eles se saíram bem, mas foram comidos quando os tubarões-boi foram adicionados à sua exibição. Tentativas de manter tubarões azuis em tanques de vários tamanhos, formas e profundidades mostraram que eles têm problemas para evitar paredes, janelas de aquários e outras superfícies lisas, levando a abrasões nas barbatanas ou focinho, o que pode resultar em infecções graves.
Para manter os tubarões-tintureiras em cativeiro, é necessário, portanto, tanques que permitam trajetórias ideais de natação relativamente longas, onde o contato em potencial com superfícies lisas seja mantido no mínimo. Se não for assim, deixar esses tubarões em cativeiros não parece ser uma boa ideia.