O tracajá se trata de uma espécie de cágado. Este animal habita o Brasil há milhões de anos. Por exemplo, estima-se que há cerca de 120 milhões de anos o tracajá já habitava a região do Nordeste brasileiro.
Representa uma espécie importantíssima para o meio ambiente e o ecossistema brasileiro. Mas, será que esse animal corre riscos?
Fique por aqui e saiba se Tracajá está em extinção? Qual o grau de ameaça?
O Tracajá Está em Extinção?
Quase… Entenda: p número da espécie de tartarugas tracajá é cada vez menos. A carne e os ovos deste animal são visto como iguarias, assim 90% dos ninhos são saqueados. O que agrava ainda mais a espécie que vive em lagoas e rios na região amazônica.
O grau de ameaça, de acordo com a categoria e critério para a avaliação da espécie no Brasil é de quase ameaçada (NT).
A tartaruga tracajá pode ser encontrada no Suriname, Brasil, Guiana Francesa, Venezuela, Guiana, Colômbia, Bolívia e Peru. Especificamente em território nacional, vive no Mato Grosso, Goiás, na região Centro-Oeste, e todos os estados da região Norte. Este animal pode viver em vários habitats como rios de águas claras, pretas e brancas, grandes rios, lagoas, lagos, brejos, lagos de meandros e pântanos.
A ocorrência de sua extensão é calculada em 4.231.371,09 km² no Brasil. Nos últimos 90 anos, estima-se que houve declínio populacional próximo de 30% em território brasileiro. Isso ocorreu principalmente devido ao saque de ovos de fêmeas reprodutoras, prática que ainda acontece.
É fácil encontrar a espécie na sua área de distribuição, ainda quando protegidas da ameaça humana, podem ser abundantes em algumas localidades. Outro fator que pode acarretar o declínio da espécie é instalação de hidrelétricas nas bacias hidrográficas onde a espécie habita (bacias Amazônica e Tocantins-Araguaia).
Esta espécie é dependente de fiscalização, manejo e outras ações de proteção principalmente onde se reproduzem. Por isso a tartaruga tracajá é avaliada como quase ameaçada (NT) e aproxima-se do critério A2d.
Mais Sobre as Tracajás!
O Tracajá é muito delicado e pequeno no momento que nasce, com o tempo ele vai ganhando resistência e força. Por isso, o número de mortes é considerável principalmente nas primeiras semanas de vida.
Os Tracajás apresentam manchas amarelas por todo corpo quando são pequenos, porém, elas somem conforme crescimento do cágado. A fêmea pode colocar cerca de 20 ovo durante o período de reprodução, estes ficam em fase de incubação entre 100 a 200 dias. O número pode mudar de acordo com cada tracajá devido às suas particularidades.
Apesar de viver tanto na água quando na terra, o Tracajá fica mais seguro na água. Isso ocorre porque o cágado nada muito bem e assim pode escapar com facilidade dos seus predadores. Enquanto isso, na terra, ele não consegue movimentar-se tão bem, o que acaba prejudicando sua defesa contra outros animais.
Devido à evolução ou simplesmente sorte, o caso deste animal absorve de forma adequada impactos, o que salva a vida do Tracajá em diversos momentos. O animal também serve de alimento para comunidades que vivem ao redor de rios, por isso é muito visado. Isso ocorre com maior frequência no norte do Brasil, local onde a oferta de Tracajás é grande e é um costume comer o animal.
No Brasil, o Tracajá inicialmente habitava a região nordeste, isso há cerca de 120 milhões de anos. Como antepassado, teve uma tartaruga que podia atingir os 10 metros de comprimento. Para passar a barreira do tempo o Tracajá precisou adaptar-se e assim conseguiu chegar aos dias de hoje.
Assim, é possível perceber que a natureza recompensa os mais versáteis e não os mais fortes, principalmente a longo prazo.
Em relação à reprodução deste réptil, o tracajá possui relação sexual e a fêmea coloca de 15 a 20 ovos por ciclo. Para camuflar os ovos, em geral as fêmeas fazem ninhos perto das margens dos rios, colocando lama e folhas sobre esses ovos.
O período de incubação pode ser bastante variável, entre 90 e 200 dias, já que depende bastante das condições climáticas locais. Os filhotes, uma vez gerados, já nascem com as manchas amarelas pelo corpo.
Tracajá ou Tartaruga?
Há algumas diferenças entre estes dois répteis, mesmo que existam mais semelhanças!
Uma das diferenças é que o tracajá é uma espécie de cágado típico dos ecossistemas da Amazônia, ainda, muito em ambientes de água doce das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.
Já as tartarugas, também são cágados, mas habitam mais ambientes terrestres.
Conheça o Tracajá Gigante!
O maior tracajá do mundo, já registrado até hoje, tinha cerca de 2,2 metros de comprimento. Isso mesmo!
No entanto, o que fora encontrado se trata de um fóssil do animal, não sabendo, ao certo, qual o ano em que ele viveu. A ocorrência aconteceu na Venezuela.
De acordo com cientistas, pelo fóssil, o réptil teria levado uma vida tranquila e os seus hábitos alimentares não diferenciam muito dos tracajás atuais. Sendo assim, seguindo uma dieta de origem vegetal.
Os Quelônios no Brasil
O Brasil é um verdadeiro paraíso para essa comunidade dos quelônios. É aqui, por exemplo, nas águas quentes e aconchegantes da Praia do Forte, na Bahia, que a maior tartaruga do mundo, a “Tartaruga-de-couro” (ou Dermochelys coriacea), com os seus mais de 750 kg, encontra um porto seguro para a desova.
Aqui é possível encontra cágados, jabutis, tartaruga e tracajás; cada um com as suas características mais marcantes; os jabutis como habitantes dos ecossistemas terrestres, as tartarugas com preferência pelas águas doces e salgadas, enquanto os cágados e tracajás preferem mesmo é o ambiente calmo e agradável dos ambientes de água doce.
O curioso é que em alguns países europeus o termo “cágado” pode referir-se a apenas algumas espécies de tartarugas, enquanto o termo “tartaruga” pode designar todos os membros dessa comunidade dos quelônios, como uma das principais singularidades que podem ser observadas no seio dessa ordem Testudines.
Classificação Científica do Tracajá
- Reino: Animalia
- Filo: Chordata
- Classe: Reptilia
- Ordem: Testudines
- Família: Podocnemididae
- Gênero: Podocnemis
- Espécie: P. unifilis
- Nome binomial: Podocnemis unifilis