Os tipos de yorkshires, com os seus respectivos nomes, cores, tamanhos, entre outras características como essas que podemos apreciar nas fotos abaixo, são, na verdade, variações de ordem genética, que acabaram resultando na criação de raças mini, micro e anã.
Mas como padrão oficial, o exemplar de um yorkshire deverá pesar entre 2,5 e 3,2 kg, com uma expectativa de vida entre 12 e 14 anos, um tamanho que geralmente varia entre 20 e 23 cm, coloração entre o azul-metálico e o amarelo-pardacento, entre outras características típicas desse exemplar típico de um cão de companhia.
A pelagem de um yorkshire é um show à parte. Uma exuberância com tamanho médio ou longo, textura lisa e fina, extremamente agradável ao toque; mas que, por isso mesmo, exige cuidados especiais com relação a tosas, banhos, higienização, entre outras preocupações que deverá ter todo aquele que deseje manter o seu animal nas melhores condições possíveis.
Essa raça é a dos cães de pequeno porte, utilizados como companhia; e o que se sabe sobre as suas origens é que elas estão na Inglaterra do distante séc.XII, quando raças como o Tan Terrier, English Black, Maltês, Clydesdale, entre outras, passaram a ser submetidas a vários processos de cruzamentos com o objetivo de obter um cão com características únicas.
O resultado foi a criação de uma raça facilmente adaptável às mais diversas caraterísticas e personalidades dos sesu donos, com extrema habilidade para a caça de roedores e demais mamíferos de pequeno porte (um dos objetivos da sua criação), além de um tamanho reduzido, bastante coragem, disposição, agilidade, força, pelos longos e bastante sedosos.
Mas também com outras inúmeras características que ajudaram a tornar essa raça uma das mais apreciadas entre as de cães de companhia atualmente conhecidas – e ainda, curiosamente, entre as mais apreciadas pelas classes abastadas da Europa e Estados Unidos entre o final do séc. XIX e o início do XX.
As Polêmicas em Torno dos Tipos de Yorkshires
Aqui está uma das principais polêmicas e controvérsias acerca desses famigerados processos de cruzamentos entre cães – e que têm nos yorkshires uma das suas vítimas preferidas.
E são justamente elas as responsáveis pela criação dos supostos tipos de cães yorkshires conhecidos como mini, micro e anã.
Mas o problema é que descobriu-se, não tão recentemente, que na verdade essas subcategorias nada mais são do que o resultado de terríveis processos de cruzamentos extremamente irresponsáveis, em que os menores filhotes de uma ninhada são submetidos a novos processos com raças ainda menores, com o objetivo de produzir cães com um tamanho reduzidíssimo.
Porém, muitos não sabem, mas esses processos de cruzamentos estão entre os principais responsáveis pelo desenvolvimento de doenças de ordem genética nesses cães, como distúrbios respiratórios, cardíacos, ósseos, articulares, neurológicos, entre outras incontáveis moléstias que acabam por comprometer, drasticamente, a rotina do animal.
Para se ter uma ideia do que fazem esses processos de cruzamentos, sabe-se que é possível produzir, a partir de inúmeras manipulações, animais com pesos entre inacreditáveis 500 g e 1,5 kg! o que significa dizer que eles são gerados com cerca de 20% do tamanho considerado normal para o padrão dessa raça.
Para os amantes dos cães yorkshires, isso é considerado praticamente um crime! E as consequências desse tipo de iniciativa não fica só nisso, já que até mesmo os processos reprodutivos desses animais são comprometidos, pois as fêmeas costumam nascer com sérias anomalias nas suas estruturas ósseas – o que compromete, gravemente, esse já bastante difícil e complicado instante do parto.
E o resultado disso é um número cada vez maior de partos sendo realizados por meio de cirurgias; além da necessidade, em alguns casos, de recorrer à inseminação artificial, tal a impossibilidade da execução desse procedimento de forma totalmente natural.
As Controvérsias em Torno dos Tipos de Yorkshires
Como pudemos perceber até aqui, são muitas as polêmicas que envolvem o universo desses tipos de cães yorkshires, com os seus respectivos tamanhos, cores, aspectos biológicos, entre outras especificidades que infelizmente não podemos observar por meio dessas fotos.
E uma delas diz respeito a esse comércio desenfreado de yorkshires com essas denominações “micro”, “mini” e “anão”; um verdadeiro crime, segundo os especialistas nessa raça, já que tais denominações representam apenas e tão somente uma manipulação criminosa de um tamanho que deveria ser padrão.
Uma raça yorkshire não pode (ou não deveria), em hipótese alguma, ultrapassar ou estar abaixo de 2,5 a 3 kg de peso e de 18 a 23 cm de altura.
Mas não é exatamente o que se observa em uma pesquisa rápida na internet, onde é possível adquirir cães dessa raça com surpreendentes 1,2 ou 1,5 kg de peso e com não mais do que 16 ou 17 cm de altura – e ainda a partir de um parto prematuro e extremamente cruel.
E sobre esse parto, o que ocorre é que as fêmeas são estimuladas a cruzar em um determinado período durante a fase do cio, para que os óvulos sejam fecundados em cerca de 3 dias após essa cópula; e para que elas possam, acreditem, dar à luz uma nova ninhada com apenas 8 dias após cada concepção, como uma das práticas mais terríveis que podem ser observadas na rotina dessa comunidade dos canideos.
As consequências disso? São várias. Os filhotes nascidos por esse método poderão, por exemplo, apresentar problemas no desenvolvimento ósseo (ossos frágeis); quase certamente apresentarão problemas genéticos com o avançar da idade; e é quase certo, também, que serão mais propensos a distúrbios cerebrais, cardíacos, de visão, entre outros.
Isso sem falar que um cão yorkshire gerado com um peso menor que o de 2,5kg (considerado padrão) sofrerá com terríveis distúrbios musculoesqueléticos, digestivos, auditivos, respiratórios…além de vários outros que farão com que essa aventura da aquisição de yorkshires micros, anões e minis configure-se como um terrível problema de ordem ética e de saúde.
Uma Raça Bastante Controversa
E a recomendação dos especialistas e admiradores dessa raça de cães yorkshire é bem simples: Nada de adquirir cães micro, mini ou anões, pois, dessa forma, você estará fazendo a sua parte para que se elimine uma prática que vem produzindo uma série de aberrações entre quase todas as raças de cães existentes.
Calcula-se que um cão com essa característica micro seja vendido facilmente pela internet por preços que variam entre R$1.700,00 e quase R$3.000,00. Ou seja, temos aqui uma prática irregular que pode render um bom dinheiro aos envolvidos e prejuízos enormes para aqueles que adquirem esses cães.
Na verdade o que temos aqui é uma raça cujo preço eleva-se na proporção da diminuição do seu tamanho. É incrível, mas quanto menor um yorkshire maior é o seu preço! Chegando até mesmo ao ponto de encontrarmos yorkshires anões pela “bagatela” de quase R$10.000,00!
Esses são geralmente yorkshires com não mais do que 1 ou 1,5 kg e submetidos a cruzamentos entre si com o objetivo de produzir cães ainda menores, como verdadeiras aberrações da natureza, e ainda severamente rejeitados pela Yorkshire Terrier Club of América (YTCA), o principal clube representante dessa raça no mundo.
Logo, por padrão, exige-se que apenas fêmeas a partir dos 2 kg de peso sejam estimuladas a procriar. E você, que apenas deseja garantir que não estará levando para casa um cão micro, deverá manter-se atento ao peso considerado padrão para um cão ainda filhote, que em hipótese alguma deverá apresentar menos do que 900 gramas de peso por volta das 11 ou 12 semanas de vida.
Um Procedimento Bastante Polêmico
O ato de cruzar cães para a obtenção de exemplares com algumas características específicas das raça envolvidas nesse processo é antiquíssimo.
Ao que tudo indica, há alguns milhares de anos essa prática vem sendo utilizada com praticamente todos os cães de raça atualmente conhecidos.
E como principal resultado disso, temos a produção de raças com os mais singulares tipos, cores, nomes, tamanhos, entre outras características que encantam pela exoticidade, mas que configuram-se como um dos principais empecilhos para a manutenção da saúde desses cães nas melhores condições possíveis.
Isso sem contar o fato de que alguns cruzamentos acabam produzindo raças totalmente fora dos padrões exigidos pela FCI (Federação Cinológica Internacional); o que às vezes faz com que um indivíduo perceba, muitas vezes tardiamente, que o seu cão não possui praticamente nenhuma autenticidade com relação à sua raça.
Por isso, os criadores dessa raça yorkshire não se cansam de insistir na necessidade de que se tenha em mente que esses cães são animais compactos; o que significa dizer que eles devem apresentar um padrão de equilíbrio entre a sua altura, peso e comprimento; e que qualquer desequilíbrio em uma dessas dimensões pode simplesmente descaracterizar por completo o animal.
E aliás é o que justamente vem ocorrendo, por exemplo, com os yorkshires. A busca, cada vez maior, nos dias atuais, por cães mini, vem fazendo com que se crie uma verdadeira competição para ver até onde se pode chegar com a redução do tamanho desses animais por meio dos processos de cruzamentos.
E o pior é que esses procedimentos são acrescidos de práticas extremamente bizarras, como a de realizar cruzamentos entre cães do mesmo sangue (sem o uso do método “inbreeding”) e forçar um nascimento prematuro.
Mas também a quase inacreditável prática de impedir a amamentação de alguns dos filhotes nascidos; como uma das realidades mais melancólicas que podem ser observadas no seio dessa comunidade dos canídeos.
As Excentricidades Dessa Prática
E quem pensa que terminam aí as práticas bizarras envolvidas na criação dessa raça de cães yorkshire, saiba que até mesmo alguns medicamentos proibidos são aplicados nos animais com o objetivo de inibir o desenvolvimento dos seus órgãos e das suas estruturas musculoesqueléticas.
Essa é uma forma de garantir que esses filhotes, após nascidos, não ultrapassem 1,5 kg de peso durante a fase adulta. E o resultado disso, como dissemos, são diversos distúrbios que acabam fazendo parte da rotina desses animais durante toda a sua existência.
Eles podem desenvolver hidrocefalia, deficiência de imunidade e alterações em seus processos metabólicos. Além de terem comprometida a sua expectativa de vida, que, em alguns casos, é simplesmente reduzida pela metade; dos tradicionais 14 ou 15 anos para não mais do que 6 a 8 anos de vida.
Quem já teve a oportunidade de presenciar um canil clandestino para a execução desses processos de cruzamentos, afirma que poucas coisas podem ser tão degradantes no universo da vida animal como observar a forma como machos e fêmeas são mantidos para esse fim.
As fêmeas, por exemplo, são obrigadas a passar por sucessivas reproduções, com grave comprometimento das suas condições de saúde.
Já os filhotes, quando nascem, são submetidos a todo o tipo de restrições com o fim de impedir os seus plenos desenvolvimentos e a aquisição do peso considerado padrão para essa raça.
Eles são afastados das sua mães, recebem uma alimentação restrita e específica, recebem também toda a sorte de drogas que impeçam o seu pleno desenvolvimento…
E poderíamos ficar aqui por ainda um bom tempo elencando o número de barbaridades às quais esses cães são submetidos ao longo de suas vidas, com o objetivo de oferecer aos compradores os “maravilhosos” e exóticos cães yorkshires dos tipos micro, mini e anão.
As Características do Procedimento
A produção desses tipos de yorkshires, com tais características, variedades de cores e tamanhos, entre outras peculiaridades que eles acabam apresentando, pode ser determinante para a extinção dessa raça da forma como a conhecemos em um futuro não tão distante.
E o que os especialistas nessa raça não se cansam de afirmar é que quem adquire cães com essas características também contribui para a manutenção dessa realidade, que hoje já se sabe que configura-se como uma das principais crueldades às quais um cão pode ser submetido ao longo da sua vida.
Para que as manipulações genéticas (autorizadas) possam ser levadas a cabo de forma saudável, é preciso que se tenha um cuidado minucioso com a escolha dos animais que serão envolvidos nos processos de cruzamentos para a constituição de cães mini.
Machos e fêmeas, por exemplo, deverão apresentar compatibilidade genética suficiente para que, dessa união, possa surgir um exemplar saudável e com todas as características típicas dessa raça.
E esse exemplar ainda deverá estar de acordo com os padrões que são exigidos pela FCI, geralmente relacionados com a sua coloração, porte físico, textura dos pelos, ausência de predisposições a doenças, características da dentição, entre outras especificidades que, ausentes, determinam, peremptoriamente, a inautenticidade da raça.
Identificadas tais condições, é hora de submeter o casal de cães à cópula. E após o nascimento, esses cães deverão ser observados em suas características físicas, genéticas e biológicas, a fim de que seja confirmado o sucesso dessa empreitada, sem prejuízo para nenhum dos animais envolvidos: macho, fêmea ou filhotes.
Um Procedimento Repleto de Peculiaridades
É, verdadeiramente, um processo meticuloso esse de cruzar uma mesma raça (ou raças diferentes) com o objetivo de obter determinadas características que, de maneira alguma, possam ferir o conjunto de itens que determinam o seu padrão de autenticidade.
E tal processo poderá estender-se por até 3 ou 4 ninhadas; e somente após esse procedimento é que poderá ser verdadeiramente identificada essa transferência de material genético dos pais para os filhotes; um material genético que irá determinar, como dissemos, as características relacionadas com o seu porte, anatomia, predisposição a doenças, e, inclusive, o tamanho.
Porém, nem de longe, esses rigores que os processos de cruzamentos exigem costumam ser observados por esses canis clandestinos que espalham-se aos milhares mundo afora.
E o resultado é a produção de filhotes – nesse caso, de yorkshires – que não passaram por nenhum desses processos adequadamente.
Pelo contrário, o processo de cruzamento é executado sem nenhum critério, a partir de condições extremamente insalubres; o que faz com que, a cada dia, essa prática da produção de cães micro seja repudiada como uma das principais aberrações que podem ocorrer no seio dessa comunidade dos canídeos.
Além dos Tipos de Yorkshire, as Características Dessa Raça de Cães de Pequeno Porte
Muitos se dizem surpresos ao descobrir que esses pequenos, meigos e delicados cães yorkshires são, na verdade, descendentes de antigos lobos que habitavam algumas regiões do continente europeu há alguns milhares de anos.
Esses animais foram submetidos a diversos processos de cruzamentos, com o objetivo de eliminar deles esses vestígios e produzir um delicado cão em miniatura, charmoso, frágil, ágil, forte e esperto como um bom cão de companhia deve ser.
O resultado foi, entre outras coisas, a criação de uma raça que transformou-se num dos símbolos dos cães de companhia. Animais com pequeno porte, típicos “cães de apartamento” e fáceis de serem satisfeitos em suas necessidades como poucos.
Isso sem contar um trunfo que apenas um número restrito de cães possui dentro dessa comunidade: uma pelagem simplesmente magnífica, em singulares tons de azul-metálico, amarelo-ouro, caramelo, prateado, entre outras variações dentro desse tom amarelo que tornou-se a marca registrada dos cães yorkshires.
E uma outra curiosidade acerca desses cães é o fato de eles possuírem uma musculatura e estrutura óssea simplesmente incompatíveis com o seu tamanho mini. O que faz com que muitos criadores se digam surpresos com a estrutura de um cão que de “mini” só tem mesmo o tamanho.
E curioso também é saber que tal exuberância de pelagem não representa, de forma alguma, um ponto fraco nessa raça, pois, apesar de ser constituída por pelos que podem facilmente atingir os 30 cm, eles não caracterizam-se por soltar com facilidade; o que é considerada uma das principais singularidades que só podem ser observadas mesmo nessa raça de cães yorkshires.
E ainda sobre as suas características, sabemos que esses tipos de cães (mini, micro e anões), independentemente dos seus nomes, cores, tamanhos, fotos e outros peculiaridades que infelizmente não podemos observar nessas fotos, possuem como singularidades mais marcantes o fato de serem animais cheios de energia, alegres, dispostos, bastante dóceis e afáveis.
Mas que, no entanto, não farão a menor cerimônia na hora de alertar a casa sobre a presença de estranhos; o que até faz desses cães espécies de “cães de guarda para companhia”; talvez por uma reminiscência ancestral dos tempos em que ainda eram lobos ferozes na distante e enigmática Idade Média no continente europeu.
As Origens da Raça Yorkshire
As origens dos cães yorkshire estão, como dissemos, na Inglaterra de meados do séc. XII. E foi lá que eles começaram a sofrer esses processos de cruzamentos a partir de lobos e de outras espécies de cães de caça, a fim de que, inicialmente, se pudesse retirar-lhes algumas características e manter outras.
Porém, há uma outra teoria que garante que, na verdade, os yorkshires só começaram a ser produzidos no Condado de Yorkshire, na Inglaterra, a partir de pequenos cães trazidos por camponeses ingleses lá pelo início do séc. XIX. Eram cães que acabaram sendo submetidos a cruzamentos com raças como o maltês, o black and tan, o dandie diamont, o sky terrier, entre diversas outras raças também de pequeno porte.
No entanto, independentemente da versão que se queira aceitar, o que se tem como certo é que as suas origens estão diretamente ligadas às comunidades de lobos que habitavam especialmente o norte da Inglaterra, e que impressionavam pelas suas habilidades de caçadores natos, com faro e audição considerados sem iguais dentro dessa comunidade dos canídeos.
Obviamente que tal mistura só poderia resultar num caçador de primeira linha. Só que, nesse caso, um caçador de animais com pequeno porte, como roedores e outros pequenos mamíferos que nenhuma resistência podiam oferecer aos yorkshires (e ainda hoje), quando eram soltos nos campos, bosques e florestas com o objetivo de trazer ao seu criador uma boa presa.
O tempo passou, diversos processos de cruzamentos foram sendo postos em prática, e os yorkshires ainda chega aos dias atuais com as suas características de caçadores praticamente intactas.
E em uma residência o que se diz é que não há nada que se compare a esses cães quando o assunto é manter ratos, baratas e outras pragas urbanas bem afastadas.
E não foi por outro motivo que eles tornaram-se verdadeiros parceiros das donas de casa, que hoje podem contar com uma “arma secreta” verdadeiramente imbatível na luta contra esses “temíveis” e assustadores invasores de residências.
As Singularidades Dessas Origens da Raça Yorkshire
Ainda sobre essa característica de caçador dos cães yorkshire, o que se diz é que já não é de hoje que eles tornaram-se famosos por serem implacáveis caçadores de ratos, baratas e de todo o tipo de praga urbana que atormentam a vida de donas de casa nos quatro cantos do planeta.
Na verdade já no início do séc. XX eles eram utilizados para esse fim; algo que ajudou a aumentar, e muito, a sua popularidade, não só na Europa como também em todo o continente americano.
Tornou-se lendárias as várias infestações por ratos que atormentaram a Inglaterra até o final do séc. XIX; e os yorkshires, curiosamente, passaram a ser utilizados como excelentes ferramentas de controle; e ainda com a vantagem de oferecerem companhia enquanto tratavam de realizar os seus prestimosos serviços de dedetização.
O tempo passou e esses cães foram caindo cada vez mais nas graças das famílias europeias – em especial das mais abastadas. E obviamente que não demoraria para que a ideia de transformá-los em cães de companhia começasse a se espalhar, principalmente entre as classes mais altas.
E foi justamente a partir daí que esses animais passaram a ser um dos alvos preferenciais para os mais singulares processos de cruzamentos entre cães; nesse caso, com o objetivo de diminuir radicalmente a sua altura e peso (que podia chegar até os 6 ou 7 kg), além das características da sua pelagem e algumas singularidades do seu temperamento.
Por volta de 1861 esses cães foram finalmente registrados no British Kennel Club como Yorkshires Terriers. E essa foi uma iniciativa de um famoso competidor e juiz britânico – extremo apreciador das raças hoje conhecidas como a dos “cães toys”-, que agora oferecia ao mundo uma das raças de companhia mais originais dentre as que se conhece atualmente nessa imensa e extravagante família Canidae.
As Principais Características dos Tipos de Yorkshire
Os yorkshires são famosos por um equilíbrio e proporção de formas que quase beiram a perfeição.
Altura e comprimento distribui-se de forma magnífica no animal, cuja estrutura anatômica, por mais inacreditável que isso possa parecer, assemelha-se à de algumas preciosidades dessa família Canidae, como o Jack Russel Terrier, o Cão de Terra Nova, o São Bernardo, entre outras raças que chamam a atenção pela exuberância das suas formas.
Os cães yorkshires, como já falamos nesse artigo, caracteriza-se também pela sobriedade das suas cores, pela variedade de nomes, além de uma diversidade de tamanhos e outras excentricidades que infelizmente não podemos observar por meio dessas fotos.
E o exemplar de um yorkshire padrão deverá pesar entre 2,5 e 3,2 kg, medir entre 17 e 23 cm, ter olhos e nariz escuros, um notável equilíbrio entre o seu crânio e o restante do corpo – de forma que eles demonstrem um visível equilíbrio da sua anatomia durante uma corrida, por exemplo.
Quanto à sua coloração, destaca-se esse aspecto azul-metálico da sua pelagem, com variações em amarelo que aproximam-se das tonalidades fulva, caramelo e tostado; e ainda com alguns frisos mais escuros que lhes proporcionam um aspecto singularíssimo.
Completam algumas das principais características desses cães yorkshires, um faro que pode facilmente competir com o dos lobos, raposas e coiotes (uma herança ancestral inconfundível nesses cães), uma audição que supera dezenas de vezes a dos humanos; e mesmo não possuindo na visão uma grande arma secreta, ela, mesmo assim, ainda destaca-se dentre todas as raças de cães conhecidas.
Temperamento
Dentre as raças conhecida como “Terriers” o Yorkshire é considerado o mais inteligente.
No ranking “A Inteligência dos Cães”, do professor e neuropsicólogo norte-americano Stanley Coren, por exemplo, eles aparecem na posição nº 27 dentre as 79 que compõem o livro.
Isso significa dizer, entre outras coisas, que os yorkshire estão entre os mais hábeis quando o assunto é responder a comandos, resolver problemas, executar manobras, entre outras ações que de cara revelam uma raça inteligente como poucas dentro dessa comunidade dos canídeos.
O yorkshire é uma raça repleta de energia, com uma força impressionante para o seu tamanho diminuto; eles são ágeis, companheiros, dóceis, fiéis, um pouco geniosos; e por isso mesmo podem demonstrar certa dificuldade em conviver com outros animais de estimação; o que faz com que as sessões de adestramento devam fazer parte das suas rotinas desde a fase de filhotes.
Na verdade o adestramento será a garantia de um convívio verdadeiramente saudável com esses cães, pois uma das principais características presentes em todos os tipos de yorkshires é justamente os latidos quase incontroláveis, especialmente quando notam algo estranho ou incomum no ambiente da casa.
Tal característica, sem dúvida, pode ser extremamente útil em algumas situações, no entanto, também pode configurar-se como um verdadeiro tormento, e que ainda será acrescido por diversos outros, caso, desde as primeiras semanas do seu nascimento, esses cães não sejam treinados e adestrados para aceitar todos os comandos necessários para uma boa convivência no ambiente familiar.
Mas, Afinal, é Possível Conviver de Forma Saudável com um Yorkshire?
Sim, isso é possível, certamente. Os yorkshires também são famosos pela facilidade com que se adaptam aos mais diversos tipos de ambientes.
Se o você vive em uma casa com 2 ou 3 cômodos, não tem problema, eles irão adaptar-se muito bem.
Em uma casa ampla, com um quintal formidável, cercada por espécies frutíferas e demais variedades que tornam um ambiente rico e agradável, eles serão extremamente felizes e bem dispostos.
Mas se o que você pode oferecer-lhes é um modesto apartamento em um ambiente restrito e com poucas possibilidades de distrações, também não tem problema, pois o seu yorkshire terá nesse espaço um lugar de convívio agradabilíssimo.
Outra coisa interessantes a respeito dos yorkshires é a sua capacidade de adaptação à personalidade do seu dono.
Se você é um indivíduo agitado e interessado em um parceiro que o acompanhe em todo o tipo de desafio, saiba que terá um companheiro inigualável no seu yorkshire.
No entanto, caso o seu estilo seja o de um indivíduo reservado, discreto e que prefere mesmo é ter uma companhia para uma rotina sem muito agito ou novidade, da mesma forma terá uma excelente aliado; você só precisará realmente fazer do adestramento uma parte essencial do dia a dia do seu cão.
E prepare-se para surpreender-se com a capacidade de aprendizagem do seu yorkshire, pois essa é uma raça que chama a atenção também pela incrível diferença de comportamento entre os cães que são e os que não são submetidos a sessões diárias de adestramento.
E para finalizar, saiba que os yorkshires, independentemente do nome que tenham, com as suas diversas cores, aspectos físicos, tamanhos, entre outras especificidades, também estão entre aqueles que não toleram bem grandes períodos de solidão.
Por isso, sempre que possível, o recomendado é torná-los uma das suas companhias durante possíveis viagens; mas isso, obviamente, caso não queira ter o desprazer de chegar em casa e descobri-la totalmente revirada e de ponta-cabeça, como o resultado de um yorkshire revoltado e indignado com o isolamento ao qual foi, injustamente, submetido.
Os Principais Cuidados com os Yorkshires
Os yorkshires, como já percebemos, estão entre aquelas raças de cães cujas densas pelagens tornaram-se uma das suas principais características.
E aqui estamos falando de uma pelagem de respeito; uma exuberância de pelos; capazes de atingir facilmente os 30 cm, e ainda com a vantagem de serem lisos, finos e bastante sedosos.
Por questões óbvias, tal característica faz dos yorskshires um dos cães mais suscetíveis à manifestações de pulgas, carrapatos, fungos e demais micro-organismos patológicos. Por isso, 4 ou 5 escovações semanais dessa sua pelagem serão extremamente necessárias para a manutenção da sua saúde e bem estar.
Isso sem contar as tosas, que deverão ser levadas a cabo sempre que perceber o seu desenvolvimento excessivo; e sem contar também os banhos quinzenais, que não poderão ser, em hipótese alguma, adiados – isso se quiser garantir que o seu cão tenha uma rotina verdadeiramente saudável e feliz.
E como qualquer outra raça de cães, também recomenda-se algumas horas semanais de passeios ao ar livre, pois, apesar de serem descritos como “cãs de apartamento”, o excesso de isolamento pode fazer com que eles apresentem diversos tipos de transtornos, em especial a ansiedade, que poderá ser evitada com pelo menos 1 hora diária de caminhadas ao ar livre.
Outra coisa a saber com relação aos cuidados com esses cães yorkshires, é que eles também são bastante propensos ao desenvolvimento de algumas doenças, como a hipoglicemia, o apinhamento dental, distúrbios hepáticos, anomalias na traqueia, distúrbios cardíacos, luxação de patela e artrose de joelho.
Além de outras afecções que podem ser ao menos minimizadas por uma rotina de exercícios físicos, adestramentos, passeios ao ar livre, alimentação equilibrada, entre outros artifícios que podem fazer com que o animal tenha uma velhice, se não livre de doenças, ao menos sem alguns traumas que são tão comuns.
Mais Sobre a Saúde dos Cães Yorkshires
Como já sabemos, os diversos processos de cruzamentos aos quais esses e outros cães são submetidos ao longo de suas vidas estão entre as principais causas do desenvolvimento de doenças em cães em todo o mundo.
E essas são geralmente doenças congênitas ou de ordem genética, como o resultado de cruzamentos executados de forma totalmente irresponsáveis.
Um desses problemas são os transtornos ósseos, que fazem com que esses cães sejam extremamente propensos a fraturas e a outros traumas que podem acontecer como decorrência de uma simples queda, do excesso de brincadeiras, ou simplesmente como consequência do avançar da idade.
Os yorkshires também chamam a atenção por estarem entre os cães que mais apresentam problemas de dentição. E além do singular transtorno do apinhamento dos dentes que citamos acima, eles também são os que mais desenvolvem o tártaro ao longo de suas vidas.
Ainda por conta desse desenvolvimento problemático da sua estrutura óssea, os cães yorkshires costumam apresentar um retardamento do desenvolvimento das suas moleiras; e por isso uma simples queda, em muitos casos, pode tornar-se fatal – ou ao menos provocar graves danos às suas funções motoras e cognitivas.
Completam algumas das principais afecções aos quais esses cães podem ser submetidos, o desenvolvimento de alopécia, luxação de patela, necrose assépticas óssea, doenças articulares, raiva, dermatofitoses, entre outros transtornos que, mais uma vez, podem ser ao menos minimizados com um bom investimento em higiene, adestramento e na alimentação do animal.
A Reprodução do Yorkshire
A reprodução dos yorkshires não difere tanto do que é comum dentro dessa comunidade dos “cães toys”. E o que se sabe é que o período total do cio das fêmeas costuma estender-se por 2 ou 3 semanas – mas o recomendado é que ela seja submetida à cópula somente entre o 8º e 11º dia do cio.
Após o período de gravidez, que geralmente dura por volta de 2 meses, a fêmea dará à luz entre 2 e 4 filhotes, que deverão permanecer sob os seus cuidados pelo menos até completarem entre 9 e 11 semanas; período em que também deverão ser privados do ambiente externo, já que é nessa fase que eles estão mais vulneráveis ao ataque de micro-organismos patológicos.
E nunca é demais lembrar que os filhotes de yorkshires, por questões óbvias, costumam ser ainda mais frágeis do que os de outras raças, muito por conta do impacto desses processos de cruzamentos sobre as suas estruturas musculoesqueléticas.
E essa é uma das razões para que o seu desenvolvimento na maioria dos casos siga a passos relativamente lentos, e somente a partir de 1 ano e 6 meses de vida eles apresentem as características típicas da pelagem dos yorkshires – porém ainda necessitando completar 120 dias para que atinjam o peso considerado normal para o tipo adquirido.
Já nos casos dos yorkshires micro, mini e anão, os seus pesos certamente irão variar entre 500 g e 1,5 kg. Porém, para os cães normais, o padrão deverá oscilar entre 2,5 e 3,5 kg. E ainda apresentar todas as características exigidas para um cão yorkshire padrão. Uma das raças de companhia mais populares do mundo. Mas também uma das que exigem maior atenção quanto às suas necessidades.
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Fontes:
https://www.vetsmart.com.br/cg/estudo/13775/yorkshire-terrier-guia-tecnico
https://fofuxo.com.br/racas/cachorros/yorkshire-terrier.html
https://yorkshire.com.br/blog/mini-micro-ou-anao-leia-antes-de-comprar/
https://gerry.jusbrasil.com.br/noticias/112215134/fuja-de-criadores-que-vendem-yorkshire-micro
http://www.criadores-caes.com/Artigos/Yorkshire_Micro,104.htm
https://webcachorros.com.br/yorkshire/
http://quintaldesaofrancisco.org.br/yorkshires-micro-os-caes-sao-minis-o-problema-e-enorme/
https://www.clubeparacachorros.com.br/racas/saude-do-yorkshire-doencas-e-cuidados-basicos/