Urutus são cobras muito conhecidas no nosso ecossistema brasileiro. Elas são consideradas animais que para muitos gera pavor e outros nojo, assim como a maioria das cobras do mundo. Uma das conhecidas por nome pelos biólogos e pela população é a Urutu. Um desses motivos de fama é que ela está na lista das cobras mais peçonhentas do Brasil e do mundo.
Apesar de receber o nome Urutu como um conjunto, existem diversos tipos de Urutus no Brasil e mundo que se diferenciam das mais diversas formas. Sendo assim, decidimos fazer um post para te ajudar a diferenciar e saber um pouco mais sobre cada Urutu que existe por aí.
Origem e Etimologia
O nome cientifico dessa espécie de cobra é Bothrops alternatus, mas ficou popularmente conhecida como Urutu no Brasil e em alguns países da América do Sul, como Uruguai, Argentina e Paraguai.
Urutu veio do tupi “uru’tu” que é referência a mancha cruciforme presente na cabeça dos indivíduos dessa espécie. Ela é da mesma família que a jararaca, casvael e sururucu, e ficou conhecidíssima e imortalizada a partir da música Urutu Cruzeiro de Tião Carreiro e Pardinho.
Características Gerais das Urutus
As Urutus são conhecidas pelo desenho da mancha que fica em sua cabeça, que é no formato de uma cruz. Isso a fez ser chamada de Urutu, e também de Urutu Cruzeiro. Além disso, no restante de seu corpo, há manchas em formato de ferraduras que se estendem por todo o corpo.
A coloração dessas urutus é de um castanho claro no dorso, enquanto a parte debaixo do seu corpo é de uma cor puxada para o creme, meio esbranquiçada. As manchas de ferradura em seu corpo tendem a ser de um castanho escuro.
Elas moram em áreas de mato, brejos e campos na região Centro-oeste, Sul e Sudeste do Brasil. É possível encontra-las em outras regiões brasileiras, porém é mais difícil. Fora que também é muito vista em campos na Argentina e Paraguai, que ficam perto dessas regiões brasileiras.
Classificadas como solenóglifas, que se diz a respeito de sua dentição, com presas inoculadoras de veneno que é produzido pelas glândulas, as Urutus são bem perigosas. Seu veneno é o segundo mais mortal das jararacas, é uma das cobras mais peçonhentas do país.
Uma dessas adultas pode chegar em até 1,60 metros de comprimento, e viver em média de 20 anos, o que é muito para outras espécies de cobras. O nascimento dessas cobras acontece por meio de ovos e no verão, ela então é ovovípara. O parto costuma nascer de 10 a 15 filhotes, algumas podendo chegar em até 18 de uma vez, que apesar de estarem cobertos pelas membranas ovulares, já nascem bem desenvolvidos.
Tipos de Urutu
Apesar de muito parecidas, quase idênticas na maioria das vezes, existe diferenças entre as cobras que fazem parte do grupo de Urutus.
A primeira e mais conhecida é a Urutu Cruzeiro, ela tem todas as características gerais da espécie, e é a que o veneno é o mais poderoso e mortal. Um bote dela e a chance de sair vivo é pouca caso não haja tratamento imediato.
Tem também a Urutu Dourada. É chamada mais por Jararacuçu, entretanto recebeu diversos nomes. É bem diferente das outras Urutus, especialmente fisicamente. Elas costumam ser maiores, chegando até 2 metros de comprimento e seu corpo pode ter várias colorações como rosa, cinza, amarela, preta e marrom. Além disso, as manchas em seu corpo, diferentes da Urutu Cruzeiro, são em formatos de triângulos castanho escuro.
Outra diferença entre essas duas é que, a Urutu Dourada (que podem ser encontradas com o nome de Urutu-estrela) é vivípara, ou seja, não nasce a partir de ovos, e sim diretamente como filhote de dentro da mãe. O desenvolvimento é um pouco mais demorado, porém sai bem desenvolvida da barriga da mãe.
Essas duas são as principais encontradas no país. Existem outras que são chamadas de Urutus e ao mesmo tempo de outros nomes, como é o caso da Urutu Dourada. Elas são casos específicos em que muito se difere das outras cobras dessa espécie. De qualquer forma, qualquer cobra que venha ser da família Urutu é extremamente perigosa e requer muito cuidado e cautela.
Comportamentos das Urutus
Como quase todas as cobras brasileiras, quando se sente ameaçada, elas tendem a ficar bem agressivas e já partem para o bote. Seus botes são muito rápidos e ágeis, não dando muito tempo para o animal pensar no que está acontecendo. Caso não tratada imediatamente, a morte é inevitável. Seu veneno é um dos mais tóxicos e mortais de todas as cobras do Brasil.
O seu alimento se baseia em pequenos roedores, lagartos, aves, preás e mamíferos de pequeno porte. Apesar de ser grande e bem perigosa, não costuma atacar e se alimentar de animais muito grandes, o que é uma boa notícia para nós mamíferos de grande porte.
Elas possuem hábitos crepusculares e noturnos, que são basicamente no final da tarde e a noite. Esse fato fez com que sua visão não tenha se desenvolvido muito, porém trabalha com outros sensores que a fazem saber tudo que está acontecendo ao seu redor. Esse horário é o melhor para elas e muitas outras cobras, pois é quando podem sair e caçar sem se preocupar com inimigos e/ou predadores maiores que estejam caçando também.
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