Dentre as espécies mais controversas e envoltas em polêmicas do reino selvagem estão, sem dúvida, os morcegos. Nessa comunidade a maioria absoluta tem preferência por uma dieta essencialmente frutífera (e insetivora), no entanto existem aqueles que possuem uma curiosa predileção por uma alimentação à base de sangue, o que faz com que sejam um dos principais flagelos da pecuária em muitas regiões do planeta.
Os morcegos pertencem àquela categoria de animais que só conseguem mesmo ser odiados. Porém, diferentemente do que se imagina, eles são espécies que fazem mais bem do que mal aos seres humanos, muito por conta do fato de serem eficientíssimos controladores de pragas, como ratos, escorpiões, aranhas, entre outros.
Os morcegos ainda são excelentes agentes polinizadores, responsáveis, indiretamente, pela dispersão das sementes de pelo menos metade das espécies vegetais conhecidas, além de espalharem o pólen com uma eficiência digna das mais hábeis e vigorosas espécies de abelhas.
Por isso, objetivo desse artigo é fazer uma lista apenas com alguns dos principais tipos de morcegos conhecidos como espécies frugívoras.
Animais que alimentam-se basicamente de frutas, mas que também não dispensam diversos outros tipos de iguarias quando se deparam com terríveis períodos de escassez das suas espécies favoritas.
1.Pteropus Alecto (ou Giganteus)
Ele também pode ser conhecido simplesmente como a “Raposa-voadora”. Isso porque essa espécie pode atingir, entre as suas asas, um comprimento de quase 1,4 m, com cerca de 32 cm de comprimento da sua estrutura corporal.
Eles vivem nas misteriosas e quase insondáveis florestas do Sudeste Asiático, em países como Nepal, Myanmar, Singapura, Vietnã, Camboja; mas também em praticamente toda a Índia, em algumas regiões da Austrália, Madagáscar, Indonésia, entre outras regiões não menos exóticas.
Esse animal é um assombro! Mas, felizmente, não ataca humanos! A sua dieta favorita é tipicamente frutífera, além de apreciar também sementes, raízes e brotos.
2.Morcego-Orelhudo-Cinzento
Entre as milhares de espécies ou tipos de morcegos frutíferos, está o Histiotus velatus. Esse é um animal tipicamente europeu, bastante comum na região do Mediterrâneo, mais especificamente em regiões como a Sardenha, Córsega, Ilha da Madeira, entre outras trechos do continente.
Com não mais do que 4 cm de comprimento e 7 kg de peso, ele pertence à comunidade de morcegos cuja alimentação é basicamente frutífera.
O Histiotus velatus também chama a atenção pela facilidade com que habita regiões de florestas e ambientes urbanos, bem como pela dor de cabeça que causa a produtores e moradores, devido à pouca cerimônia que fazem na hora de ir à caça de alimentos.
3.Platyrrhinus Lineatus
Esse é o originalíssimo “morcego-de-linha-branca”, uma espécie que aprecia os ambientes escuros de cavernas, grutas, fendas e densas folhagens, onde geralmente costuma abrigar-se em grupos de 20 ou 30 indivíduos, que podem ser observados de ponta-cabeça – descansando –, em sua tradicional posição estratégica para o voo.
Trata-se de um outro tipo de morcego frutífero, mas que, porém, não abre mão de algumas variedades de insetos, folhas, sementes e brotos, especialmente em períodos de escassez das suas frutas preferidas.
O morcego-de-linha-branca é uma animal tipicamente sul-americano, facilmente encontrado em territórios do Brasil, Argentina, Venezuela, Uruguai, Bolívia, entre outros países.
4.Artibeus Liuratus
Essa é outra espécie facilmente encontrada em território brasileiro. Na verdade, ele pode muito bem ser considerado quase que uma variedade brasileira, graças à sua ampla ocorrência, estendendo-se por cerca de 610.000 km2.
O Artibeus liuratus é famoso por ser uma dos maiores dispersores de sementes entre as espécies brasileiras, sendo responsável pela grande dispersão de variedades como a C. Pachystachya, as Piperaceaes, Solanaceaes, entre inúmeras outras espécies.
5.Morcego-Focinhudo
O Anoura geoffroyi (seu nome científico) é outra espécie brasileira já habituada ao convívio em habitats modificados pelo homem, sendo facilmente encontrado em bueiros, túneis, construções abandonadas, e onde quer que eles encontrem o ambiente acolhedor proporcionado pela mais completa escuridão.
Esse animal possui um porte médio, coloração amarronzada, ventre em um tom mais claro e costuma aglomerar-se em bandos, nos quais podem ser contados facilmente até 500 indivíduos.
Além de frutas, eles também apreciam néctar e pólen, configurando-se como uma outra espécie com importante função polinizadora e dispersora de sementes.
6.Carollia Perspicillata
A Carollia pespicillata é o “morcego-de-cauda-curta”. É outra espécie típica do continente americano, bastante afeita ao ambiente florestal, mas que, assim como o focinhudo, também aprecia o habitat urbano – e em comunidades ainda bem maiores, que podem chegar facilmente a 3, 4 ou 5.000 indivíduos.
Os frutos de piperaceas são as suas iguarias favoritas, mas também não recusam um bom banquete à base de néctar, pólen, plantas e insetos, especialmente em períodos de escassez.
Como o seu nome logo nos leva a supor, ele possui como principal característica uma cauda curta, focinho discreto, porte médio, além de uma coloração entre o marro-escuro e o acastanhado.
7.Vampyressa Pusilla
Aqui temos o “morcego-de-orelha-amarela”, uma espécie de hábitos noturnos, e que caracteriza-se por preferir vegetações alagadiças, como as matas ciliares, brejos, florestas inundadas, entre outras regiões semelhantes.
O seu nome é uma alusão à característica das suas orelhas de apresentarem extremidades amareladas, com o seu corpo todo ele na cor castanho-claro ou amarelo-pardacento.
A sua dieta consiste, basicamente, de figos, pólen, néctar e até mesmo alguns tipos de insetos (em períodos de escassez) que eles possam encontrar nos seus habitats de origem, nas distantes e belas terras do Mediterrâneo.
8.Chiroderma Villosum
Membro da singular família Phyllostomidae, esse animal pode ser amplamente encontrado em praticamente todo a América Latina, desde o México, passando por Panamá, Honduras, Nicarágua, Belize, Venezuela, Equador, Brasil, entre outros.
A espécie tem um porte mediano, cor entre o marrom e o castanho-claro e preferência por uma alimentação à base de frutas, entre as quais, manga, jaca, fruta-pão, diversas espécies de mamões, além de néctar, pólen e sementes de C. Pachystachya.
O seu habitat é o tipicamente florestal, em comunidades com algumas centenas de indivíduos. Os seus hábitos são noturnos, e ainda estão entre os mais importantes polinizadores e dispersores da natureza.
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