Os tipos mais comuns de escorpiões encontrados no Brasil pertencem ao gênero Tityus, que não diferem muito dos demais quando o assunto é o potencial das suas neurotoxinas.
Eles pertencem à classe dos aracnídeos, dificilmente ultrapassam os 11 mm e possuem as características de animais sombrios, de hábitos noturnos e que preferem esconder-se em frestas, fendas, cantos e onde quer que possam camuflar-se.
Estima-se que existam cerca de 2.000 espécies de escorpiões no mundo. No Brasil, elas não passam dos 130 – com um destaque especial para uma meia dúzia que são consideradas verdadeiros flagelos na natureza, tanto nos setores urbanos como rurais, com uma média de cerca de 100 mortes por picadas anualmente.
Dados do Ministério da Saúde (2000-2016) indicam que o número de ataques de escorpiões no Brasil aumentou em mais de 620% – um aumento de cerca de 12.550 para impressionantes 91.480 ocorrências.
E com um agravante: o aumento no número de mortes em mais de 800%, e que chama a atenção por ocorrerem, em sua maioria, nas cidades (mais de 74% dos casos), muito por conta do avanço do progresso em seus habitats naturais.
No Brasil, o Tityus bahiensis e o Tityus serrulatus (escorpião-marrom e escorpião-amarelo, respectivamente) são os que mais ameaçam a população, pois são animais hoje em dia tipicamente urbanos.
E o pior, bastante afeitos a um ambiente degradado, sujo, com péssimas condições de saneamento e com lixo em abundância, onde eles possam alimentar-se das suas presas favoritas, entre elas, variedades de baratas, moscas, besouros, vespas e demais espécies encontradas em meio a resíduos orgânicos.
E se isso não bastasse, a espécie Tityus serrulatus – o tipo de escorpião mais comum no Brasil – reproduz-se pelo método conhecido cientificamente como “partenogênese” ou “telitoquia”.
Esse método caracteriza-se por não exigir a participação de uma macho durante o processo – o embrião desenvolve-se sem fecundação; e isso, obviamente, torna bem mais dinâmica a reprodução dessas espécies.
Mas o objetivo desse artigo é fazer uma lista com os tipos de escorpiões mais comumente encontrados em várias regiões do Brasil. Todos eles considerados peçonhentos e responsáveis pela maioria das ocorrências registradas.
1.Tityus Serrulatus (escorpião-amarelo)
O Tityus serrulatus, ou simplesmente “escorpião-amarelo”, é considerado o maior responsável por acidentes com escorpiões no Brasil.
Com não mais do que 8 cm, ele não costuma impressionar tanto, mas o hábito de frequentar residências – além de ser o mais venenoso do continente sul-americano – o torna o mais temido dentre todos.
O escorpião-amarelo é responsável por entre 7.000 e 8.000 casos de ataques por escorpiões por ano no Brasil, e o seu veneno costuma produzir um efeito bastante comprometedor das vias respiratórias (e também do sistema cardíaco).
Trata-se de uma neurotoxina que age diretamente na região conhecida como “encéfalo” que, entre outras funções, tem a de controlar os mecanismos respiratórios – o que resulta, na maioria das vezes, na morte por parada respiratória.
2.Tityus bahiensis (escorpião-marrom)
Um outro tipo de escorpião bastante comum no Brasil, é o famigerado “escorpião-marrom”.
Essa é outra espécie que costuma enganar com os seus não mais do que 6cm de comprimento, mas que, no entanto, esconde uma potencial devastador como poucos na natureza.
O bahiensis é uma espécie bem adaptada ao ambiente urbano, apreciadora de uma boa refeição à base de baratas, besouros, grilos, aranhas, entre outros insetos semelhantes.
Sua aparência – como o seu próprio nome indica – é a de um animal com a coloração marrom (entre o escuro e o avermelhado), pernas amarelo-pardacento e com características semelhantes às das lacraias (provavelmente seus parentes próximos).
Entre essas semelhanças, está a preferência por ambientes úmidos, escuros e escondidos, onde eles esperam a chegada da noite para caçar as suas principais presas.
Apesar de agressivos, a sua picada no máximo causa inchaço, vermelhidão e dor bastante intensa. Mas dificilmente leva a óbito, principalmente se a vítima for socorrida a tempo.
3.Tityus Stigmurus
Agora temos aqui o popular Tityus stigmurus, uma variedade com coloração meio amarelo-pardacento, com uma mancha negra e triangular no topo da cabeça (que estende-se por todo o seu dorso), e que é bastante comum no sertão nordestino, onde a sua coloração o ajuda a confundir-se com a paisagem local e a defender-se dos seus principais predadores.
O stigmurus mede entre 6 e 8cm, aprecia uma refeição à base de grilos, gafanhotos, baratas, moscas, aranhas, etc.
E uma curiosidade: possui uma visão que não é das melhores, já que, para orientar-se, utiliza-se do providencial auxílio dos pelos que envolvem todo o seu corpo, e que o ajudam a perceber movimentações, mesmo as mais discretas, ao seu redor.
Eles também são animais adaptados ao ambiente urbano, e só precisam mesmo de um ambiente sujo e degradado para que possa esconder-se em frestas, fendas e buracos – a partir dos quais pode atacar com uma picada dolorosa, porém não-letal.
4.Tityus Cambridgei
O cambridgei também é um outro tipo bastante popular de escorpião que pode ser encontrado no Brasil. O seu habitat natural é a fascinante Floresta Amazônica, onde alimenta-se das espécies típicas da região, mas sem abrir mão de, vez ou outra, invadir territórios urbanos.
É uma espécie com coloração geralmente negra, bastante sombria e horripilante; com uma cauda bem mais comprida do que a de outras espécies, pinças extremamente agressivas e desafiadoras que, durante um combate, funcionam como verdadeiras armas de guerra.
Eles também possuem um tamanho bastante avantajado. Medem entre 8 e 9cm, possuem algumas manchas características em seus dorsos e uma agilidade que os torna difíceis de serem capturados.
5.Tityus Trivittatus
Por fim, um dos tipos de escorpiões mais perigosos encontrados no Brasil. Uma espécie com uma coloração meio amarelo-fosco, com alguns traços negros em seu dorso, com não mais do que 7cm e bastante comum nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de janeiro, Goiás e Espírito Santo.
O Tityus trivittatus possui uma curiosa estrutura formada por pernas e pinças extremamente finas e aparentemente frágeis, mas que escondem um potencial devastador.
Isso porque ela é capaz de inocular uma neurotoxina na forma de uma proteína terrivelmente letal, considerada tão ou mais potente quanto o veneno de serpentes como as jaracuçus e as cascavéis, por exemplo.
Para se ter uma ideia do potencial do seu veneno, uma única picada é capaz de produzir sintomas como: choque anafilático, convulsões, vertigens, hiperglicemia, edema pulmonar; e nos casos mais graves até mesmo um estado de coma pode ocorrer.
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ola boa noite. Pagina extraordinaria e com riqueza de detalhes e fotos. gostaria de ter autorização para divulgar e mostrar em slides. Sou formado em Tec. em Segurança do Trabalho.