Você possui algum tipo de alergia? É provável que você possua pelo menos uma, mesmo que seja em grau leve. As alergias podem ser dos mais variados tipos, algumas pessoas tem de poeira, outras de alguma comida, e alguns possuem de animais. Seja através de picada ou o simples contato.
Um caso muito comum é pessoas tendo alergia ao ferrão da abelha. Pois essas quando se sentem ameaçadas, utilizam de seu ferrão para atacar o possível predador. Nesses casos, a reação alérgica pode ser muito séria, podendo levar até ao óbito, ou apenas uma leve irritação, quando não é tão forte.
Achamos que todas as abelhas possuem ferrões, entretanto, isso não é verdade. O Brasil tem uma quantidade maior de espécies que não possuem ferrão do que as que possuem. Logo, elas não são perigosas para quem tem alergia ou qualquer medo do tipo. E é sobre essas abelhas sem ferrão que iremos falar no post de hoje.
As Abelhas
Esses animais fazem parte da família Apoidea, e são insetos voadores. As abelhas possuem muitas espécies e tipos espalhados pelo mundo, mas todas fisicamente são bem parecidas de modo que é possível reconhece-las e saber que é uma abelha, não importa a espécie. Seu papel no ecossistema é de extrema importância, pois são elas que fazem a polinização.
Atualmente, existem cerca de 25.000 espécies de abelhas, e são encontradas em todos os continentes, exceto pela Antártica (por causa do frio extremo e a falta de flores). Já que para elas existirem, basta ter flores para serem polinizadas. Um erro comum é achar que todas as espécies vivem em colônia, entretanto, apenas algumas realmente vivem dessa forma.
Cada uma possui sua designação desde que nascem. Seu tamanho varia desde 2 milímetros até as de 39 milímetros, que são as maiores possíveis das espécies. A dieta delas é baseada no néctar e pólen que são, fonte de energia e fonte de proteínas e outros nutrientes, respectivamente. Elas produzem mel, geleia real e própolis, que tem bom preço no mercado.
As abelhas do Novo Mundo (Américas) e do Novíssimo Mundo (Oceania) não possuem ferrão, enquanto que as da África são bem mais agressivas e possuem ferrão. As espécies no Brasil que possuem ferrão são geralmente híbridas de abelhas europeias e africanas. As abelhas que não possuem ferrão fazem parte do grupo chamado Meliponini.
As Meliponini
Meliponini é um grupo de abelhas que não possuem ferrão, como já dito anteriormente. Entretanto, o termo não ter ferrão é equivocado. A realidade é que elas possuem o ferrão atrofiado, por isso não é possível utiliza-lo. Existem cerca de 800 espécies nesta tribo, principalmente em áreas tropicais e sub-tropicais.
Elas não produzem quase nenhum mel, algumas delas nem ao mesmo o produzem. Mesmo a quantidade de mel sendo pequena, ele é muito valorizado devido suas qualidades antissépticas. Já que, a concentração de substâncias inibidoras do desenvolvimento de micro-organismos é muito grande e maior que as outras. De qualquer forma, continuam sendo importantíssimas para a polinização das flores.
Mesmo não tendo ferrão, elas conseguem se defender através de mordidas, emaranhando os cabelos ou tentando entrar no nariz ou ouvidos. Algumas possuem substâncias ácidas na mandíbula, que quando mordem, causa uma dor forte. Por isso, são ótimas para quem quer criar abelhas sem ter o perigo. Elas possuem alguns gêneros: Trigona, Scaptotrigona, Tetragonisca, Melipona e Austroplebia.
O tamanho das colônias nesses grupos são normalmente bem menores que as outras. É interessante o fato que o mel produzido (quando produzido) é armazenado em potes especiais que são construídos pelas próprias abelhas a partir de cerume. Esses potes tem um formato oval e podem chegar até o tamanho de um ovo de uma galinha. Em outros grupos, o mel normalmente é armazenado nos favos, o que gera outra grande diferença.
Um fato interessante, é que essas abelhas no Brasil são responsáveis por 90% da polinização das árvores. Isso significa que um parte gigante da flora brasileira depende exclusivamente dessa polinização feita pelas abelhas sem ferrão.
Vamos agora então falar mais sobre os gêneros que se dividem na Meliponini e suas principais diferenças e características. Todas ocorrem principalmente em países da América, como Brasil, México e Argentina. Países nesse meio também possuem bastante dessas espécies. Mas também é possível encontrar na Ásia e em outros continentes.
Tipos de Abelhas sem Ferrão
Como dissemos, as meliponini estão dividas em 5 gêneros, no qual abrigam todas as 25.000 espécies existentes. Vamos explicar um pouco a diferença entre elas.
As abelhas meliponas não são capazes de utilizar seu ferrão como já dissemos anteriormente. A principal diferença entre elas é em relação a formação das rainhas. As meliponas não constroem células reais, logo a proporção genética diz a quantidade de rainhas que irão nascer nos ovos que estão disponíveis.
Com isso, percebemos certas características nesses grupos. As abelhas tendem a ser maiores que outras do grupo das meliponini. A colônia é cheia de rachaduras em sua entrada, e ela é construída com geoprópolis. A uruçu e uruçu-amarela, bastante conhecidas por nós, são todas meliponas também.
As abelhas trigonas também não utilizam seus ferrões para a defesa. Elas diferente das meliponas, constroem células reais, e essas possuem o tamanho maior que as outras células comuns. Essas células reais também podem ser chamadas de “realeiras”. Quando uma rainha virgem (conhecida por princesa) nasce, elas são alimentadas de geleia real.
Nesse caso, as abelhas são menores que as outras do grupo meliponini, entretanto, possuem as patas traseiras maiores que as outras. Toda a colônia é diferente das meliponas. Sua entrada é feita de cera ou com material algum. Nessa entrada, ficam diversos vigias. Todos os dois gêneros tem a mesma hierarquia social dentro de sua colônia, isso não muda em caso nenhum.
O gênero Scaptotrigona possui apenas 6 espécies, e possuem uma cor negra bem brilhante. Diferente das anteriores, elas não são polinizadoras, logo não coletam seu próprio alimento (néctar e pólen). Para se alimentar, invadem colônias de outras abelhas sem ferrão e roubam suas reservas. Também invadem e expulsão outras colônias de abelhas para utilizar seus ninhos.
Temos a Austroplebeia que é exclusiva da Austrália. São abelhas muito seletivas, que sabem exatamente como e quando poupar energia no seu trabalho. Por exemplo, se o clima não estiver agradável, ou quando as flores não forem uma boa fonte de alimento para elas, elas preferem evitar o gasto de energia.
Essa seletividade tem muitos pontos positivos, além de serem tímidas. Isso faz com que elas consigam viver por até 6 meses de vida, o que é muito mais que as Trigonas (que vivem muito perto das Austroplebeias). Quando chega a noite, elas fecham a entrada da colônia com uma parede de resina. Possuem um comportamento muito interessante de observar.
Temos também a Tetragonisca, que está muitíssimo presente no nosso país. Seu corpo é preto, e é de porte pequeno, não passando de quatro milímetros. Essa é a abelha que tem um “hobbie” de morder a roupa das pessoas ou se enroscar nos cabelos quando se sente ameaçada. Ainda assim, é considerada uma abelha dócil, e ótima para quem quer cria-las.
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