Albert Einstein afirmou que, se as abelhas fossem extintas do planeta, a espécie humana se tornaria também extinta, menos de cinco anos depois.
A morte em grande quantidade de abelhas, se tornou um perigo real.
Em menos de três meses, este ano, órgãos de controle no Brasil contabilizaram a morte de mais 500 milhões de abelhas.
Motivo: uso criminoso de neonicotinóides e Fipronil, como defensivos agrícolas, substâncias banidas na Europa há mais de 10 anos.
Importância
De flor em flor, as abelhas são responsáveis pela reprodução de varias espécies de plantas.
As plantas precisam das abelhas para desenvolver suas sementes e frutos.
Diversas aves, precisam da planta para se alimentar.
As aves, por sua vez, são a dieta alimentar de outros animais.
A morte de abelhas desestrutura e prejudica toda a cadeia alimentar”.
No Brasil, são cultivadas 141 espécies para alimentação humana e produção animal
60% dependem da polinização das abelhas.
Vamos conhecer melhor um grupo especial destas “guerreiras”:
Tipos de Abelhas Mirins
Abelha-Limão (Lestrimelitta limao)
Também denominadas Iraxim, Iratim, Arancim, Aratim, Canudo, Sete-Portas, Limão, Limão-Canudo e Abelha-Limão.
Derivam o nome do cheiro de limão que exalam.
Seu ninho é feito de barro, preso entre galhos.
Sua característica marcante é de saquear outros ninhos .
Sua sobrevivência em uma região, depende da existência de ninhos de outras espécies.
Boca-de-Sapo (Partamona helleri)
Abelha bastante agressiva.
Quando ameaçada, enrosca nos cabelos e pelos da vítima, e tome ferroada.
Seu ninho é feito de barro e própolis.
Seu nome alude a forma de uma boca de sapo, na entrada do seu ninho.
Habita regiões quente e seca.
Responsável pela polinização de muitas espécies.
Borá (Tetragona clavipes)
Também chamada Jataizão, Vorá e Cola-Cola.
Muito popular entre as comunidades indígenas.
Espécie bastante agressiva, costuma atacar nos horários de sol intenso.
Prefere colocar seus ovos em arvores vivas.
Guarupu (Melipona bicolor)
Essa espécie é muito simples, mas forma uma colmeia muito bem organizada.
Nidifica perto do solo, em tronco ou raízes. sendo beneficiadas com a umidade interna da colmeia.
Guira (Geotrigona mombuca)
Abelha mansa.
Se apossa de ninhos abandonados de formigas (saúvas), para nidificar.
Suas colônias, podem apresentar de 2.000 a 3.000 abelhas.
Guiruçu (Schwarziana quadripunctata)
Mulata, Mulatinha, Abelha-do-Chão, Papa-Terra e Iruçu-do-Chão, são outros nomes dados a esta abelha.
É uma abelha muito mansa, que habita a copa das árvores.
Organiza sua colmeia em buracos no chão, ou em ninhos de saúvas abandonados.
Seu ninho fica a 30 cm do solo e até a 1,5m de profundidade.
Iraí (Nannotrigona testaceicornes)
Abelha de origem indígena.
Constroem dentro da colmeia uma realeira, próxima dos favos de cria, para o nascimento de uma nova rainha.
Nidifica nos locais mais variados, muros de pedras, blocos de cimento, tijolos vazados, ocos de árvores, por isso, são encontradas em áreas urbanas.
É uma abelha tímida, de fácil manejo, e mansa.
Irapuã (Trigona spinipes)
Abelha predadora.
Ataca outras abelhas, e ataca as plantas (bananeiras, jaqueiras, mangueiras e outras).
Constrói seu ninho com resina de fibras vegetais (espeta os botões florais).
Prejudica o crescimento das plantas, pois compromete a frutificação.
Jataí (Tetragonisca angustula)
Muito apreciada pelos meliponicultores.
Abelha de fácil manejo, bastante simples.
Facilmente adaptável em diferentes ambientes.
Sobrevive em áreas urbanas.
Faz ninho em qualquer lugar (tijolo, caixa de luz, lata abandonada e oco de árvores).
Jataí-da-Terra (Paratrigona subnuda)
Também denominada Jataí-da-Terra ou Mirim-sem-Brilho.
Abelha muito mansa, rústica, frequentemente encontrada em jardins.
Nidifica no solo, invadindo ninhos abandonados de formigas.
As rainhas virgens circulam livremente pela colmeia.
Os zangões formam grupos dentro da colmeia.
Lambe-Olhos (Leurotrigona muelleri)
A abelha Lambe-Olhos é uma abelha nativa.
É uma abelha resistente às mudanças climáticas.
Incapaz de picar, se defende lambendo a secreção que umedece os olhos.
Sobrevive em núcleos urbanos em tubulações elétricas, ou em muros.
Sua colméia é mediana e pequena.
Sua produção de mel e pólen são muito lentos, já que é uma abelha bem pequenina.
Mandaçaia (Melipona mandacaia)
Abelha de cabeça e tórax pretos, abdome com faixas amarelas e asas ferrugíneas.
Outros nomes Amanaçaí, Amanaçaia, Manaçaia e Mandaçaia-Grande.
Estas abelhas constroem suas colmeias em árvores ocas.
São colonias espaçosas e contêm grande quantidade de mel.
Manduri (Melipona marginata)
São as menores abelhas do gênero.
Abelhas agressivas, mas produzem um mel muito gostoso.
Seu ataque é intenso, ferroando a vítima incansavelmente, se for ameaçada.
Outros nomes Guarapu-Miúdo, Taipeira, Tiúba-Preta e Uruçu-Mirim.
Constroem suas colmeias, geralmente, em ocos de árvore.
Marmelada Amarela (Frieseomelitta varia)
Abelha bastante agressiva sob ameaça
Saqueia o pólen de outras espécies.
Sua colmeia é coberta com própolis depositado pela própria abelha.
A entrada do ninho permite a passagem de uma unica abelha de cada vez.
Mirim-Preguiça (Friesella Schrottkyi)
Abelha muito mansa e frágil.
Inicia e conclui seu trabalho no calor do dia, por isso o seu nome, preguiça.
É bem pequena e sua colmeia acomoda cerca de 300 indivíduos.
Ao de aproximar de uma flor, executa movimentos em zig zag.
Mombucão (Cephalotrigona capitata)
Abelha muito mansa.
Suas colmeias são espaçosas, fixadas em ocos de árvores.
Não há tubo de entrada em suas colonias, para que se mantenha bastante umidade.
Tataíra (Oxytrigona tataira tataira)
Abelha agressiva, sob ameaça, injeta um líquido cáustico no importunador.
Também chamada Abelha-Caga-fogo, Abelha-de-Fogo, Barra-Fogo, Bota-Fogo, Caga-Fogo e Mija-Fogo.
Sua característica muito agressiva a exclui de projetos de meliponicultura .
Tubuna (Scaptotrigona bipunctata)
Abelha muito agressiva, sob ameaça, solta um grude nos cabelos, e tome ferroada.
Organiza sua colmeia em caixas de madeira velha, ocos de árvore e muros.
Essa abelha começa a trabalhar logo cedo, nas primeiras horas da manhã.
Uruçu (Melipona scutellaris)
Abelha mansa, de tamanho avantajado (semelhante à Apis).
Produz muito mel e seu cultivo é muito fácil.
Constrói sua colmeia em árvores de grande porte, e floração abundante.
Uruçu-Amarela (Melipona rufiventris)
Outros nomes Uruçu-Amarela, Tujuba, Tujuva, Tiúba, Tiúva e Teúba.
Organizam colônias grandes.
Abelhas pouco agressiva, sob stress no máximo beliscam a pele.
Entre as meliponas é considerada a mais bonita, cara e rara.
Abelha Tiúba (Melipona fasciculata)
Caso o meliponicultor esteja interessado em uma criação de abelhas nativas, voltada para a
produção de mel orgânico,sua escolha de abelha mirim, deve ser a abelha mirim tiúba,
encontrada nos limites entre dois importantes biomas: a Mata Atlântica e o Serrado. Neste
caso seria necessário providenciar vegetação características destas regiões próximas à sua
criação, como açai, jurubeba e sabia (fruta do sabiá).
Abelha Jandaíra (Melipona subnitida)
Esta abelha, embora produza mel de excelente qualidade, tem sido criadas para fins de
pesquisas científicas, pois sua adaptação à regiões climáticas extremas como caatinga e
cerrado, fornecem dados relevantes para programas a ser desenvolvidos visando distribuição
de renda e melhoria na produção agrícola familiar, através da conservação, produção e
exploração comercial desta espécie.
Abelha Munduri (Melipona marginata)
A abelha mirim munduri mostra-se ótima aposta pra quem pretende uma criação voltada para
a produção de mel orgânico, entretanto o seu manejo exige todos os cuidados relacionados ao
uso de EPI (Equipamentos de Proteção Individual), em virtude de sua agressividade, motivo
também pelo qual, não deve ser criada em ambientes próximos de núcleos urbanos, seu
ataque é intenso, embora só o faça quando sob ameaça, mas não convém arriscar.
Abelha Marmelada Amarela (Frieseomelitta varia)
A abelha marmelada amarela, também é muito agressiva, porém seu ataque é menos intenso
e menos dolorido, ela se acalma mais rápido, é adaptável a todos os biomas do nosso país
desde a floresta amazônica à caatinga e ao cerrado, se tornando uma excelente aposta na
produção de mel orgânico mais viscoso e denso.
Abelha Mirim-Guaçu (Plebeia remota)
A abelha mirim-guaçu é uma espécie bem primitiva, encontrada no sudeste brasileiro e no
Paraná, é muito miudinha (menor que uma unha) e produz um mel de muita acidez, muito
eficiente para doenças do trato respiratório, o que torna sua criação, voltada para a indústria
farmacêutica.
Abelha Mirim-Preguiça (Friesella Schrottkyi)
A abelha mirim-preguiça mede a metade da abelha mirim-guaçu, é muito miudinha (cerca de
3mm.), se mostra uma criação voltada para ornamentação por ser muito mansa, frágil,
entretanto adaptável a ambientes urbanos da região sudeste, produz uma colônia de
pouquíssimos indivíduos e mel.
Abelha-Limão (Lestrimelitta limao)
Esta abelha apresenta um suave odor de limão, dai a justificativa do seu nome. Entre suas
características mais distintas está a de se apossar e saquear outros ninhos, então para que se
fixe em determinada região, esta abelha precisa que existam ninhos de outras espécies no
local.
Boca-de-Sapo (Partamona helleri)
Abelha boca-de-sapo habita regiões com altas temperaturas e é responsável pela polinização
de muitas plantas, tem como característica sua agressividade, quando ameaçada enrosca nos
cabelos do invasor e o agride com muitas ferroadas, até afastá-lo de sua colméia. Sua colméia
é feita de argila misturada com própolis, com uma moldura à entrada semelhante a uma boca
de sapo, o que justifica seu nome.
Borá (Tetragona clavipes)
Contam os índios que quando o espaço desta abelha é invadido, ela se torna muito agressiva,
principalmente nas horas mais quentes do dia, a abelha se enroscam nos cabelos do invasor e
causam vários ferimentos por picadas. Esta abelha prefere nidificar em locais mais úmidos,
como ocos de árvores, troncos e raízes.
Guarupu (Melipona bicolor)
Esta abelha já foi muito comum no sudeste e no sul do Brasil e hoje embora ainda exista em
bom número, sua população ja decresceu bastante em virtude das agressões ao ambiente em
que vive, mesmo sendo uma abelha considerada boa pra apicultura em virtude de seu fácil
manejo. Prefere locais com bastante umidade, sombredos e com bastante suprimentos de
água e açucar.
Guira (Geotrigona mombuca)
Esta abelha é mais encontrada na parte oeste do Brasil, em tocas subterrâneas semelhantes a
panelas abandonadas por formigas saúvas, não são consideradas agressivas e formam colônias
de menos de 3.000 indivíduos.
Guiruçu (Schwarziana quadripunctata)
Esta abelha produz um mel de excelente qualidade e os apicultores usualmente mantém a
produção deste mel enterrada nos locais de orígem até a coleta, interessante é que esta
abelha também tem hábitos subterrâneos, embora possa ser encontrada coletando alimentos
nas copas altas das árvores.
Iraí (Nannotrigona testaceicornes)
As Irai são abelhas faceis de manejar, seus ninhos são encontrados em tocas no meio de
árvores, troncos de árvores abandonados, buracos na parede etc, desde o Paraná até a
América do Norte.
Embora tenha uma origem indígena, tem uma excelente adaptação a áreas urbanas, podendo
nidificar praticamente em qualquer superfície oca, sendo muito sociáveis e mansinhas,
estabelecem colméias de mais ou menos 3.000 indivíduos.
Jataí (Tetragonisca angustula)
A abelha jatai ou abelha indígena, produz um mel com interessantes propriedades
terapêuticas, sendo indicados no tratamento de doenças respiratórias, afecções nos olhos e
acrescenta propriedades bactericidas, além de apresentar um mel de sabor azedinho, que
realça ainda mais seu valor.
A abelha mirim jatai em virtude de sua simplicidade de manejo, praticamente nidificando em
qualquer local oco, sua adaptação à ambientes urbanos e sua sociabilidade, torna esta abelha
uma excelente opção para os meliponicultores. É adaptável a todos os biomas da costa sul
brasileira até o norte da América Central, incluindo os espaços urbanos.
Sua sociedade apresenta um número pequeno de zangões, no máximo quatro, que
desaparecem depois de fecundar a rainha, a abelha mirim jataí tem cor amarelo-ouro, não há
quanto a elas, histórico de agressão contra pessoas, produz cera, própolis e polen, além do
mel, quase transparente, com alto valor de mercado.
A criação de abelhas mirins proporcionam além da conservação de várias espécies vegetais e
auxilio ao equilíbrio ecológico, mecanismo de emprego e renda para comunidades agrícolas,
assentamentos e cooperativas.
20 de maio, conforme declarado pela ONU, é o Dia Mundial das Abelhas.
É um dia de conscientização do papel desempenhado pelas abelhas na natureza.
Substitua apiário por meliponário, pois as abelhas sem ferrão não são Apis. Além disso, como o nome diz, não possuem ferrão, e portanto não dão ferroadas como mencionado no texto ….